O prefeito Geninho (DEM) acaba de dar o primeiro passo visando pavimentar o caminho do atual presidente da Câmara de Vereadores, Beto Puttini (PTB), rumo ao Palácio das Luzes, na Praça Rui Barbosa. Pelo menos é o que deixam antever o Projeto de Lei Complementar 180/2014, Avulso nº 159/2014, que cria o cargo de secretário municipal de Turismo, e os projetos de Lei 4.765/2014, Avulso nº 157/2014, que dispõe sobre atualização funcional e organização da Secretaria Municipal de Cultura, Esporte e Lazer, e o nº 4.766/2014, Avulso nº 158/2014, que dispõe sobre a criação da Secretaria Municipal do Turismo.

Percebam que Turismo está sendo desmembrado e que o atual secretário Guto Zanette (vereador licenciado do PSB) está ficando com Cultura, Esporte e Lazer. Beto deixa a Casa de Leis, e Luiz do Ovo (DEM) assumirá a vaga. Conforme o que estava combinado desde quando o vereador-suplente ocupou a vaga em  lugar de Cristina Reale (PR), então passando por problemas de saúde.

Esta decisão do prefeito passa necessariamente pelas eleições de 2016, quando Geninho – ainda que meio a contragosto -, tentará fazer do vereador petebista seu sucessor. O alcaide deve abraçar Puttini por exclusão, já que no horizonte futuro não há outro nome disponível, considerando as turras mantidas recentemente com seu vice, Gustavo Pimenta (PSDB).

Na Secretaria de Turismo, com uma verba mensal superior a R$ 200 mil, ou cerca de R$ 2,5 milhões por ano (por conta da Estância Turística, não contando a dotação orçamentária para 2015), não restam dúvidas de que Puttini ganhará a visibilidade necessária para impulsionar sua candidatura. Serão “obrinhas” atrás de “obrinhas”, uma inauguração aqui, outra ali, um factóide aqui, outro acolá. Tudo conforme o modus operandi genista.

Restará saber como se comportará a ala pimentista, que algum tempo atrás garantia que tal Secretaria não sairia de maneira nenhuma. Por meio do secretário de Agricultura Dirceu Bertoco (vereador licenciado do PR), falava-se em uma “barreira” legislativa a fim de derrubar tal intenção.

E a derrubada desta lei, diziam ainda, passaria pela eleição de Salata (PP) à Mesa Diretora. um mecanismo político pelo qual se buscava garantir pelo menos cinco votos contrários, já que a votação destes projetos de Lei e de Lei Complementar necessitam de maioria absoluta, ou seja, seis votos, no mínimo (como se sabe, Salata, dentro deste contexto, teria amarrados cinco votos para a Mesa).

São conjecturas. Pode ser que nada disso esteja no panorama descrito pelo grupo bertoquista. E os projetos passem sem problemas. Ou, então, tudo esteja minuciosamente planejado, e o prefeito terá uma bela surpresa.

Há que se duvidar desta segunda hipótese porque, consideradas as circunstâncias seria uma medida de força muito corajosa, uma queda-de-braços muito perigosa, a ensejar profundo rompimento.

E, ao final, há que se considerar, ainda, que Geninho – expert político que é -, não encaminharia nada tão importante para ele do ponto de vista eleitoral, assim, às cegas à Câmara. Aguardemos.

Até.