A eleição para a Mesa da Câmara de Vereadores, depois de um tempo de calmaria – duas gestões sem embates, com a Mesa formada por acordo de bancadas -, desta vez deverá ter disputa. São dois candidatos em busca da maioria dos votos, ambos garantindo que pelo menos cinco, contando com os deles, já têm.

Marco Antônio Parolim de Carvalho, o Marcão Coca, do PPS, e Luiz Antônio Moreira Salata, do PP, querem ser presidente da Casa de Leis. O primeiro com aval do prefeito Geninho, que tem para com ele uma dívida política que remonta a 2006 – quando estava tudo certo para Coca ser o eleito, mas eis que Chico Ruiz deu o “golpe”, com apoio do prefeito Carneiro e sua bancada.

Salata não tem a simpatia do prefeito para o cargo, mas sua candidatura seria fruto de uma articulação encabeçada pelo secretário municipal de Agricultura, Dirceu Bertoco (vereador do PR licenciado), que contaria ainda, mesmo que discretamente e à distância, com apoio do vice-prefeito, Gustavo Pimenta.

Marcão Coca diz ter já cinco votos garantidos, “fechados”, o que seria metade do total dos edis. “Falta somente um voto para eu poder me eleger”. Lembrado de que naqueles idos de 2006 foi dormir presidente e acordou vereador, disse acreditar que “desta vez será diferente”.

Salata, da mesma forma, diz ter cinco votos – não o diz diretamente, mas deixa antever. Acredita piamente em sua eleição, embora use um adágio para definir o final deste embate, que diz mais ou menos o seguinte: “Mineração e eleição, só depois da apuração”.

Uma coisa é certa: para que a balança penda para qualquer um dos lados, pelo menos um vereador terá que “saltar fora” do grupo a que pertence no momento, ou pelo menos do, digamos, “grupo eleitoral” a que pertença no momento.

Vejamos: fazendo uma ilação com base nas conversas ouvidas nos bastidores, hoje estaria com Marcão Coca os colegas Hilário Ruiz, do PT; Marcos Santos, do PSC; Pastor Leonardo, do Solidariedade, e Beto Puttini, do PTB, atual presidente da Mesa.

Com Salata estariam Cristina Reale e Paulo Poleselli de Sousa, ambos suplentes do PR; Marcelo da Branca, do PSL; Marcão do Gazeta, do PSDB. Com o voto de cada um dos candidatos em si mesmos estariam formados então dois grupos de cinco votos. E aí?

Caso seja esta a realidade do momento, no dia 8 de dezembro, então, teremos uma “mágica” a eleger um dos dois. O problema é que o voto para a Mesa, atualmente, é aberto, não mais secreto. Ou seja, o vira-casaca não ficará sob anonimato, como se deu em tempos idos, quando foi candidato o então vereador do PFL Nilton Roberto Martinez, que foi dormir presidente e acordou vereador.

Naquela ocasião, 1995, foi eleito Joel de Alencar, num “golpe de mestre” aplicado pelo Executivo (José Carlos Moreira) que, consta, teria custado muito caro. Até hoje não se sabe quem foi o autor da façanha.

Até.