O que será que mudaria na correlação de forças dentro da Casa de Leis caso, de fato, Jesus Ferezin (PTN) e Alcides Becerra Canhada Júnior (PDT) sejam defenestrados dos cargos de vereadores que ocupam? Quem ganharia e quem perderia? Aliás, haveriam ganhadores e perdedores?

Se nós levarmos em conta que dos suplentes em questão um tem ligação direta com o vice-prefeito Gustavo Pimenta, eleito que foi pelo PSDB com as “bênçãos” do tucano, no caso Marco Aurélio Rodrigues, o Marcão do Gazeta, e o outro, um “outsider” eleito pelo PSC dentro de uma coligação que naufragou no entorno da candidata a prefeita Helena de Souza Pereira, pelo menos há muito o que pensar.

Lembrando que há uma eleição de Mesa próxima de nós, em dezembro que está chegando, e saindo Becerra, saindo Ferezin, pelo menos um voto será diferenciado, o de Marquinhos Santos, enquanto Marcão do Gazeta votará conforme os interesses de seu mentor político, Pimenta, que ainda não se sabe exatamente qual é em relação à Mesa da Câmara.

Mas, não será o mesmo interesse que tem Beto Puttini (PTB), é de se presumir. Ambos manifestam desejos de concorrerem à cadeira principal do Palácio das Luzes, na Praça Rui Barbosa. E é sabido que, para o bem ou para o mal, toda candidatura majoritária em nível de município, nasce ou morre nas entranhas do Legislativo.

Só não foi assim na primeira eleição de Carneiro. Ele, então um “outsider”. Mas, na reeleição a coisa já se emaranhava por aquelas bandas do poder político local. Portanto, se correr o bicho pega, se ficar o bicho come, como se diz no popular.

Então as posições, claro que serão demarcadas caso a coisa se configure conforme está desenhada. Beto Puttini perderia um apoio importante, seja dentro da Casa, seja no âmbito externo, em sua caminhada rumo à formalização de uma base de sustentação política para a corrida à prefeitura. Perderia Becerra e seu poder de fogo enquanto vereador.

E ganharia, além disso, um antagonista político. Marquinhos Santos cultivaria ainda suas mágoas em relação a Puttini, até mesmo por causa das idas e vindas deste “imbróglio” político-eleitoral. De outro lado, resta saber até que ponto o prefeito Geninho (DEM) também sairia “arranhado” com este cenário possível, sabendo que pode ter ali dois novos integrantes que, ou não rezará diretamente em sua cartilha – Marco Rodrigues -, ou não se afinará com seus interesses – Marquinhos Santos, até prova em contrário.

Assim, resta citar a Mesa propriamente dita. Já disse aqui neste espaço tempos atrás que tudo estava acertado para que Marcão Coca (PPS) fosse eleito para a presidência sem maiores sustos. E pela maioria serena dos votos. Mudando o cenário, como ficaria?

Dois votos divergentes – considerando que Hilário Ruiz, do PT, fique de fora do “arranjo” -, restarão oito. Um 5 a 3 maroto acaba com as pretensões de Coca. Um 4 a 4 elege o mais velho na disputa – e haverá outro alguém e, havendo, será mais jovem ou mais velho que Coca? (Correção: no caso de um empate, é feita nova votação. Se persistir o empate,. faz-se a escolha por sorteio. A escolha pela idade deixou de ser feita há tempos, com emenda ao Regimento Interno)

Se não, segue o jogo. Coca presidente, eleito pela maioria de oito votos e tudo muito bem, tudo muito certo. Ou mesmo por dez votos. Mas, para se saber como este quadro vai se definir só aguardando o correr das horas. Dependendo do desfecho aí quem sabe mudemos este texto para o modo afirmativo. Ou façamos outro derrubando in totum esta análise.

Até.