A 22ª sessão ordinária da Câmara de vereadores de Olímpia, realizada na noite de segunda-feira, 7, causou surpresa nos presentes nas galerias e naqueles que habitualmente acompanham os trabalhos via internet ou rádio.

O fato é que vereadores situacionistas, que ao longo deste primeiro ano de gestão apenas vinham chancelando as proposituras do Executivo, partiram para o ataque e todos que usaram da tribuna criticaram a falta de atenção dispensada a eles pelo prefeito Geninho e seu secretariado e assessores.

Durante os trabalhos foram aprovados oito projetos de Lei, dos quais cinco de autoria do executivo, um da Mesa da Câmara, e dois da vereadora Cristina Reale, do PR. Dos cinco do executivo, dois tratam de suplementação de dotação orçamentária, outros dois do Plano Plurianual e das Diretrizes Orçamentárias e outro sobre a regulamentação da poda de árvores, tratando basicamente das ações da CPFL Paulista, quando fizer suas podas preventivas.

O projeto de autoria da Mesa, é o que trata da criação de cargos de provimento efetivo para a Câmara, que teve três votos contrários, dos vereadores Jesus Ferezin, do PTN, Marcelo da Branca, do PSL, e Hilário Ruiz, do PT. Conforme já foi dito em reportagem anterior, o motivo dos votos contrários é por causa do cargo de segurança do legislativo, que teve a objeção dos atuais seguranças, preocupados com a redução de seus vencimentos.

No tocante aos projetos de suplementação de dotação orçamentária, um deles é referente ao repasse de R$ 83 mil para o Corpo de Bombeiros, valor remanejado do tesouro municipal. O outro trata do remanejamento de R$ 2.183,615, para serem redistribuídos para diversos setores da administração.

Ao projetos de Lei da vereadora Cristina Reale tratam da instituição no município da Semana Municipal da Não Violência contra a Mulher, e da Campanha de Prevenção do Câncer de Mama, o Outubro Rosa, em Olímpia. Foram deliberados ainda dois projetos de lei do Executivo, um tratando do Programa de Desenvolvimento Econômico de Olímpia, o PDEO, e outro dispondo sobre a prática de assédio moral no âmbito do funcionalismo municipal.

A idéia original é do vereador Hilário Ruiz, que teve iniciativa vetada porque a matéria caracterizava vício de iniciativa, ou seja, só poderia ser tratada pelo executivo. Hilário Ruiz, então, apresentou indicação ao prefeito, que a transformou em projeto de Lei. A sessão durou uma hora e 18 minutos, começando às 19h07 e se encerrando às 20h25.

CRÍTICAS ‘NÃO COMBINADAS’
Porém, a atenção do público de modo geral ficou concentrada na abertura da sessão, quando, para surpresa geral, quase todos os vereadores usaram de um mesmo tom de discurso: o da crítica ao executivo. Quem puxou o coro dos descontentes foi o parceiro político de primeira hora do prefeito Geninho, vereador Becerra, do PDT.

Ele começou cobrando a promessa de reestruturação da carreira dos professores, com o prometido plano de cargos e carreira, passando pela merenda escolar, a qual considerou “de péssima qualidade”, pela falta de manutenção das ruas e avenidas, e dizendo ao final que, como fez na primeira gestão do ex-prefeito Carneiro, irá “cobrar soluções de Geninho, em todas as sessões”.

A vereadora Cristina Reale cobrou dos secretários explicações sobre as dificuldades que a administração venha tendo para resolver problemas, queixando-se de ter convidado o diretor da Daemo Ambiental, Alaor Tosto do Amaral par ir até a Casa de Leis para ser sabatinado, e não compareceu. Mas, na terça-feira ela informou que Amaral confirmou presença na segunda-feira, 14.

A vereadora falou ainda sobre lixo e sujeira nas vias públicas, dizendo-se indignada com essas questões não resolvidas. “Se não resolverem, vou fazer um mutirão de limpeza e recolher o lixo”, ameaçou, se referindo à Avenida dos Olimpenses (que ela chamou o tempo todo de “Avenida Brasil”, que é do outro lado).

Marcelo da Branca, por sua vez, disse que não fará mais nenhuma indicação ao prefeito, porque nunca é atendido. “Ninguém é palhaço de ninguém”, disse ele, que quer a presença dos secretários na Câmara. Para ele, “a Prodem não está dando conta de suas novas responsabilidades”.

Marcão Coca lembrou que nada do que foi falado ali estava combinado entre os vereadores previamente. “É que chega uma hora que ficamos desanimados”, disse ele. “Fazemos tantos pedidos e não somos atendidos”, complementou. “Está difícil, muito difícil”, lamentou Marcão Coca, que recentemente lançou o programa de visitas aos bairros para ouvir reivindicações, que depois não foram atendidas pelo Executivo.

A questão das mortes na UPA também foi lembrada por eles, que querem explicações da secretária Silvia Forti Storti, atualmente em viagem de passeio à Espanha.

Ao final, o vereador líder do prefeito na Casa, Salata, se disse solidário com os colegas reclamantes, acrescentando que “alguns secretários são mesmo inaptos para a função. Por isso os acompanho nestas críticas”.

Até.