Mais uma vez, mais uma mudança de data de inauguração da Unidade de Pronto Atendimento. Só este ano, já estamos na terceira data agendada pelo Executivo Municipal. Terminando o ano de 2011, o prefeito Geninho (DEM) já mudava de novo a data de entrada em funcionamento da UPA, cujo prazo último seria janeiro de 2012. Depois, ele veio a público dizer que, na verdade, aquela unidade médica só funcionaria, no mínimo, a partir do final do mês de fevereiro. Agora, a unidade, cujas obras, como se sabe, sofreram vários percalços, está prometida para o final de março.

Vejam bem, “está prometida” para o final de março. Não há garantias de que realmente a data será cumprida. Nem o prefeito ainda fez o anúncio oficial. A secretária de Saúde, Silvia Storti Forti disse que somente ele, e mais ninguém, pode falar sobre a tal data. Ela disse que sabe qual será, que tem conversado “muito” com o prefeito sobre a UPA mas, a incumbência de definir a inauguração – “Como todas as inaugurações” – é do alcaide, reforçou.

“Está na pauta dele, ele definirá”, disse a secretária. No momento, a secretária diz estar na fase do recebimento de material e equipamentos para a Unidade. “Já está tudo aqui na Secretaria”, disse ela agora à pouco. Mas, não disse nada sobre data de inauguração.

A OSCIP Gepron também trabalha com esta mesma expectativa, a de inauguração da UPA para final de março. A Organização da Sociedade Civil de Interesse Público será a responsável pelo gerenciamento técnico da UPA, cuidando da contratação de médicos e enfermeiros(as), mas a logística de funcionamento será de responsabilidade do município. Funcionários outros é a prefeitura que contratará.

A coordenadora técnica que será responsável pela UPA de Olímpia, de nome Cristiane (ela não quis fornecer o sobrenome) não falou sobre quem pagará estes profissionais médicos e enfermeiros. Se a Gepron ou o município. Neste tópico da conversa ela nos remeteu à secretária Silvia Storti, pedindo que depois retornássemos a ela (para quê?).

A CRONOLOGIA DA OBRA
Desde 2009 que o Executivo Municipal, por meio do seu setor de obras, está rodando em torno da Unidade de Pronto-Atendimento, a UPA, em construção na área onde antes funcionava o pátio municipal, e antes ainda, a estação de trem da FEPASA. A primeira discussão pública do tema se deu na Câmara de Vereadores, no dia 23 de novembro daquele ano. Ali, a promessa foi a de entregar a Unidade pronta e funcionando até meados de 2010, prazo não cumprido, ao contrário, “estourado” em mais de um ano.

Com o correr do tempo, entre idas e vindas, tendo no meio a falência de uma empreiteira contratada, a obra acabou não ficando pronta nem no ano passado, 2011. O arquiteto olimpiense Miguel Ramos Filho é o responsável pelo desenho da Unidade 24 horas. Na ocasião, novembro de 2009, a secretária da Saúde, Sílvia Forti Storti, fez a apresentação do projeto conquistado e, em seguida, Ramos mostrou detalhes de como será a UPA de Olímpia, um investimento de quase R$ 1,5 milhão, sendo R$ 70 mil de contrapartida do município.

A Tomada de Preços para a contratação da empresa que faria a obra havia sido publicada no dia 12 de novembro, exatamente dois anos e três meses atrás (TP nº 18/2009). Os envelopes seriam entregues no dia 30, às 13h30, e a abertura ocorreu no mesmo dia, às 14 horas.

Foi somente na segunda quinzena de abril de 2010, porém, que as obras foram iniciadas. Uma equipe de profissionais começou então a fazer a terraplanagem do terreno. De acordo com o secretário hoje demissionário de Obras e Meio Ambiente, Gilberto Toneli Cunha, o aterro possibilitaria a adequação do piso para a implantação da UPA, que tem área de 1.188m², e deveria estar pronta em seis meses, segundo informou à época, ou seja, em outubro de 2010. Quando a obra começou, já não se falava mais em contrapartida do município.

O prédio da UPA é formado por blocos unidos por extensas galerias em três acessos principais. “Teremos alas de urgência, pronto-antendimento, diagnóstico e terapêutica”, adiantou à época Toneli Cunha. Já se sabia, àquela altura, que a UPA viria acompanhada da UTI Móvel SAMU e de mais duas ambulâncias de apoio. Hoje, usa-se estes “adereços” como desculpa para o atraso das obras.

Cunha informou recentemente que a Unidade ainda não foi entregue porque precisava-se, antes, concluir o prédio da SAMU, dentro da área da UPA (hoje pronto, segundo Silvia Storti). A unidade está sendo tratada como a redentora de todos os males que a Santa Casa vive hoje, já que o Executivo acredita que ela desafogará o hospital, uma vez que atenderá casos de emergência, estabilização de pacientes e até realizará pequenas cirurgias, além de contar com Raio-X, ultrassonografia, pediatria, clinica geral, ortopedia e outros serviços médicos especializados.

No meio do caminho, no entanto, tinha ainda a falência da Construtora JNP, de Ribeirão Corrente-SP, ganhadora da Tomada de Preços e que estava construindo o prédio. À época festejou-se o fato de que a empresa havia sido contratada por “um custo aproximadamente 10% inferior à previsão” de R$ 1,054 milhão.

A obra parou por alguns meses, a prefeitura teve que fazer nova licitação, outra empresa foi contratada, voltando às obras em 21 de março. Entrevistado pela assessoria de imprensa e postada em vídeo na página eletrônica da prefeitura, a promessa do sócio da Gomez e Benez Engenharia, Luiz Fernando de Oliveira Gomes, foi a de entregá-la em quatro meses, ou seja, em final de agosto de 2011.

Corroborando sua fala, a secretária municipal de Saúde, Silvia Forti Storti, jogou mais um mês para frente, garantindo a entrega à população, ou seja, funcionando, em setembro. Foi a partir daí que começaram a falar em entregar UPA e SAMU só a partir de janeiro deste ano. Que depois virou fevereiro. Que agora virou março. Há especulações fortes na praça dizendo que só teremos a unidade funcionando em fins de maio. Quero crer e torço para que seja apenas uma forte especulação.

PS: Sabem qual o problema deste governo? É o medo e a cisma de dar informações por inteiro, de responder perguntas, quando o perguntador não é “da casa”. Sabe-se tudo de maneira truncada ou enviesada. E perguntas incômodas nunca se responde com clareza. Depois reclamam das desconfianças manifestadas pelo cidadão comum. Fazer o quê?

Até.