Nunca se chega a saber se realmente é fato ou boato. Claro que pesquisas periódicas, de cunho qualitativo, o prefeito Geninho tem mandado fazer. Afinal, que político no poder não tem curiosidade de saber a quantas anda sua imagem perante a opinião pública, e o que esta está pensando sobre seus feitos e desfeitos. Os resultados geralmente são guardados a sete chaves, e só os mais íntimos dos íntimos acabam tendo conhecimento de verdade, no papel, dos números apurados. Mas, cada íntimo tem um íntimo e assim, de amigo confiável para amigo confiável, tais números acabam ganhando as ruas.

Como naquela brincadeira-verdade do telefone sem fio – tive uma aula sobre isso na classe, ainda nos tempos do Maria Ubaldina, e realmente as distorções são gritantes. O tema era dado a um aluno, que contava para outro que estava fora da sala, e este para o outro e quando chegava a vez do primeiro a contá-la ouvir a estória do último a conhecê-la, ela havia sido modificada em mais de 70% em seu enredo inicial.

Por aí seguem as transmissões de informações sobre números de pesquisas. Quanto mais elas se distanciam do “eixo”, mais diferentes elas ficam. Por isso que ouvir sobre resultados de pesquisas nunca nos despertou a confiança plena porque, seja por esquecimento, confusão ou mera intenção, nunca se sabe a verdade por inteiro. Na semana passada, por exemplo, circulou na cidade o “resultado” de uma pesquisa interna do Governo Municipal dando índice de 36 virgula qualquer coisa por cento de aceitação ao prefeito Geninho (DEM). E que num determinado bairro – consta que no ‘Village Morada Verde’-, 30 pessoas haviam sido ouvidas e 18 haviam reprovado – com veemência – o prefeito.

Outras versões dão conta de que a situação é pior ainda, a provocar o desespero do grupo no poder, caso sejam verdades. Há até quem garante ter recebido a informação “de dentro”, e que é inteiramente confiável. Enganam-se aqueles que pensam que a chamada “inside information” não exista por aqui. Mas ela pode cumprir dois objetivos: ser um ato de vingança de um ou uns próximo(s) do poder insatisfeitos com o andamento das coisas, do pouco “reconhecimento”, ou de jogar para a platéia uma coisa que seria na verdade contrária àquela. Assim acalmando desafetos e adversários. A política tem dessas coisas.

Parece que pelo menos uma pesquisa que andaram fazendo na cidade na semana passada, aliás visível há cerca de 15 dias, virá a público. Esta é a primeira vez que conhecemos pessoas próximas, ou que outros vieram nos dizer de pessoas próximas que foram pesquisadas. Ninguém sabe de quem partiu a iniciativa. Se da situação ou da oposição. Pode ser ainda um trabalho independente, ou um “caça-níquel” – com os números percentuais manipulados na medida em que os $$ o exijam.

Se for a mesma metodologia que vimos estampada em um jornal da vizinha Barretos, onde todos os nomes – eu disse todos! – de pretensos candidatos a prefeito daquela cidade estão publicados com fotos, é de se esperar para ver. Mas de se desconfiar: primeiro, da metodologia; segundo, da seriedade do trabalho; terceiro, do interesse por trás do levantamento; quarto, que uso o veículo fará do que apurou, e quinto, sobre quem está pagando por isso.

Penso, no entanto, que, Independentemente do resultado, não será difícil ao cidadão analisar o quadro com seus próprios neurônios e dali tirar a verdade. Considerar os percentuais e apurar com seus botões o quão próximos da realidade aqueles mostrados estarão. Acreditar em número de pesquisa eleitoral é muito perigoso, quando não vem de empresa especializada e de renome. Portanto, de olho na apresentação dos resultados. Olhos, ouvidos e raciocínio atentos. Após a publicação, se for o caso, conto outros detalhes.

Até.