Não dá ainda para medir a exata dimensão do aparente estado de desespero que parece tomar conta do grupo no poder. Pode ser só impressão, mas o cenário comportamental da trupe e seus agregados, próximos ou distantes, voluntários ou involuntários, chega a ser fervoroso. Puxassacos de “grosso calibre”, do nada tem feito valer sua corbellerie cá e acolá, aparentemente para que todos saibam “quem manda no terreiro”. Chegam a ser patéticas algumas manifestações.

E o que mais choca, no entanto, é a falta de argumento daqueles que se postam como defensores “dos mais fortes”, em detrimento da parte mais frágil, à qual, em última análise, geralmente pertencem. Alguns até são regiamente pagos para tanto, outros por terem interesses diretos ou indiretos a salvaguardar, e outros ainda por simples babação diante do poder, complexo de vira-latas, acreditando que basta ao “senhor” estar sentado “naquela cadeira” para ser o melhor dos melhores, e proporcionar – na verdade com sua saga rumo ao caos -, o melhor dos mundos.

Mas, seja de uma forma ou de outra, volto a lembrar a todos que as eleições estão aí, batendo às portas. E só para repisar uma tese deste blog, o prefeito Geninho não pode sequer sonhar em perder as próximas eleições. Por motivos que ele, sobejamente, sabe quais são. E imagino que muitos dos que me leem agora, também sabem, ou imaginam. De maneira que tudo o que fizer daqui por diante, terá que ter uma única finalidade: as eleições de 7 de outubro.

Por isso a “tropa de choque” está colocada na rua, nos blogs e nos facebooks da vida – onde a ferocidade de seus cães cérberos se tem feito sentir. E apenas para refrescar a cabeça dos que me leem neste momento, devo lembrar que o resultado do pleito de 2008 foi equilibradíssimo, independentemente das circunstâncias. A diferença de Geninho (DEM) para Pituca (PMDB), foi de apenas 7.4%. Do prefeito eleito para o terceiro colocado, Walter Gonzalis (PV), foi de 14%, e de Pituca para o pevista, de apenas 7%.

Mais grave ainda fica o quadro, se lembrarmo-nos que nada menos que 8.281 eleitores não votaram em nenhum dos três – também aqui, não considerando qualquer circunstância. Portanto, o eleito recebeu 9.894 votos; o segundo colocado, 9.292 e o terceiro, 8.678 votos, de um total de 27.864 votos válidos. Não se tratou, pois, de uma eleição atípica, a desnudar a flagrante insegurança que tomara conta do eleitorado? Quem garante que desta vez será diferente?

Correligionários inconformados do prefeito eleito sairam depois falando aqui e ali que as previsões eram de Geninho receber pelo menos 42% do total de votos válidos, o que daria quase 11.800 votos. O que não mudaria muito o panorama, já que sobrariam outros mais de 16 mil votos. Cidadãos que num contingente total de 36.145 eleitores (dados de outubro/2008), não queriam ver o atual prefeito ocupando a cadeira principal do Palácio 9 de Julho. E tratam-se só dos votos válidos. Porque somados aos votos brancos, nulos e abstenções, chegamos à casa dos 24.345 cidadãos-eleitores que teriam preferido outras vias.

Portanto, ainda que sejamos ao máximo benevolentes com o prefeito de turno, entendemos que sua luta será árdua. Porque sua missão à frente do Governo Municipal, era a de arrebanhar para junto de si, pelo menos a metade daqueles que não lhe deram a preferência do voto, assim formando um confortável “colchão” de sufrágios, onde poderia deitar-se e refestelar-se, dadas as consequências positivas de seus atos.

Mas, parece não ser exatamente este o panorama visto das ruas. A impressão que dá é a de que o alcaide, ao contrário, afugentou parte daqueles que o preferiram nas urnas aos outros dois nomes. Para o ano que vem estão aptos a irem às urnas em Olímpia, conforme números de agosto passado, 37.235 eleitores, número que vai crescer ainda mais um pouco, até lá. Trata-se, agora, de um contingente 3% acima daquele da eleição passada. Em números, 1.090 eleitores a mais.

Jovens, com certeza, em sua maioria, recém-chegados ao universo do voto, e que normalmente relevam tudo, julgam pela aparência, pelo “barulho”, têm aquela visão materialista de governo que tanto agradam os poderosos de turno. Que tenha garantido estes votos, menos mal para o burgomestre.

Resta saber agora a quantas anda sua imagem junto aos demais eleitores, principalmente aqueles que formaram a imensidão de cidadãos que não o queriam dirigindo os destinos da cidade. E isso só o tempo poderá responder. E as circunstâncias estão postas. É só prestar atenção que se consegue ver.

Até.