Para muito além da simples crítica ao Festival que tivemos este ano, e independentemente da data de sua realização, a Comissão Organizadora, o secretário Beto Puttini e o prefeito Geninho (DEM) devem comemorar. Fizeram a melhor edição da festa dos últimos três anos. Esta é a impressão que fica após estes nove dias. E isso deve ser a pedra-de-toque da avaliação de tudo o que foi feito. E não deve haver constrangimento algum em se aceitar esta verdade absoluta.
Porque ela representa um grande avanço no tocante ao aspecto “festa” do Fefol. E só para lembrar, organizadores, secretário e prefeito deviam isso à população e aos amantes do essencial no evento.
Quanto a se melhorou ou não com a antecipação para julho, não há base de dados para que se possa afirmar que tenha feito diferença tirar o Festival do Folclore do seu mês tradicional e trazê-lo para julho. Não há como dar certeza que aquilo tudo que foi apregoado para esta mudança, de fato aconteceu. Se não fez, a organização da festa deveria ter providenciado pelo menos um levantamento estatístico sobre a frequência de turista no Festival. Do tipo “veio para a festa?”, “veio à festa porque estava no Termas?”, e quantificar cada tipo de visitante – quantos vieram para a festa porque estava sendo realizada em julho e quantos vieram aproveitando a estada no clube. Estudantes que vieram por causa das férias, quantos foram?
Esta aferição de tipo de público seria muito importante para que agora pudesse se apregoar que a antecipação da festa para julho deu certo, motivou mais pessoas, provocou aumento de público, etc. Porque da maneira que se pode ver, não faria diferença alguma se o Fefol fosse mantido no mês de agosto. É uma temeridade dizer que o público foi maior este ano por causa disso. Até porque o público foi maior, bom que se diga, em relação aos dois anos passados, que foram uma quase-catástrofe.
E lembramos, ainda, que o bom público deste ano ficou muito aquém daquele registrado pelas catracas do Recinto por exemplo em 2008 – mais se 176 mil pessoas (aliás, soube ainda há pouco que as tais catracas estavam lá mesmo no recinto, bastava colocá-las no portão para medir o público). Já a pesquisa, como sugeriu um amigo, poderia ser feita somente nos estacionamentos, presumindo que o turista, geralmente, foi de carro ao recinto. Com as catracas saberia-se quantos foram assistir aos grupos folclóricos e parafolclóricos ou mesmo beber e comer lá dentro, e com a pesquisa, quantos eram os turistas e os estudantes em férias.
No mais, o evento foi muito bom, agradou a todos, com certeza – afora alguns pequenos senões, que sempre os há -, mas seguramente seria tão boa quanto, se realizada em agosto. E eu prometi a mim mesmo que não vou mais discutir esta questão da antecipação da data, que darei o assunto por vencido. Mas vou continuar discordando dela. Por não ver funcionalidade e resultados diferenciados concretos. O que faltava para tudo dar certo os organizadores conseguiram implantar este ano a contento: os velhos fundamentos da nossa tradicional e “cult” festa de Folclore.
E, repito, digo isso com certa dor no coração, porque respeitar os “fundamentos” do Festival – a festa na sua inteira acepção, significa menosprezar a essência daquilo que é feito pela cidade em favor do Brasil.
Até.
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