Pelo menos não será por falta de esforço que Olímpia não se transformará, eventualmente, em uma estância turística. Pelo menos três deputados já manifestaram preocupação e se dispuseram a lutar por isso na Assembléia Legislativa. Mas, a coisa, até agora, está “enroscada” naquela Casa desde 2003, na verdade. E agora surge mais um projeto neste sentido, do deputado Itamar Borges (PMDB). Por meio do Projeto de Lei 580/2011, ele propõe a transformação de Olímpia em estância turística.
Mas, antes dele já tentaram esta mesma façanha os deputados Said Mourad, do então PFL, hoje DEM, e Valdomiro Lopes, PSB, hoje prefeito de São José do Rio Preto.
Diz o deputado Borges, em sua justificativa, que “com temperaturas agradáveis durante todo o ano, o município de Olímpia possui grande atrativo para o turismo e conta com um dos mais importantes parques aquáticos do Brasil que recebe, diariamente, milhares de turistas em suas piscinas de águas termais”, entre outras coisas.
“Elevar o município à condição de Estância Turística é uma grande justiça que se faz com a cidade de Olímpia que tem muitos atrativos para oferecer aos seus visitantes. É preciso levar em conta também todos os benefícios que a medida poderá reverter em favor da cidade, como o aumento de empregos e da sua receita orçamentária” disse o deputado.
Mas, não é por falta de esforços que Olímpia eventualmente não se tornará estância turística. Na Assembléia Legislativa, em São Paulo, pelo menos tramitavam dois outros projetos de Lei neste sentido. O mais “antigo”, o 407/03, é de autoria do deputado Said Mourad, do então PFL, e o mais recente, o 87/07, de Valdomiro Lopes, do PSB. Só que o homem hoje é prefeito de Rio Preto e já deve ter esquecido do assunto. O PL de Mourad, de 2003, em 2007 ainda tramitava em uma das comissões permanentes da AL, e o segundo tramitava na Comissão de Justiça e Redação daquela Casa há quatro anos atrás. O pedido de Mourad era mais completo e detalhado. O de Lopes continha erros político-geográficos e populacional.
A propositura de Mourad narrava a história inicial de Olímpia, após o enunciado principal, dando sua localização, data de fundação e origem do nome. Depois, discorre sobre vias de chegada, distâncias de centros maiores, atividades econômicas principais, população atual (45.983 habitantes), índice de crescimento, IDH, e até a classificação estadual (39ª). “Olímpia é vastamente conhecida pelos festivais do Folclore Nacional e Internacional que acontecem todo ano (…)”, dizia um trecho do pedido (claro, sem atualização, uma vez que é de 2003, quando ainda acontecia o Fifol).
“Nos últimos 38 anos, o Festival de Folclore Nacional de Olímpia tornou-se uma referência nacional do Folclore brasileiro, transformando-se numa oportunidade única, anual, para estudiosos e pesquisadores (…)”, dizia outro trecho. O projeto ainda descrevia em detalhes o recinto e número de visitantes a cada Fefol.
Por fim, falava do Thermas dos Laranjais, enaltecendo suas qualidades e a importância econômica que tem para o município, falava do estádio “Teresa Breda”, CCAB, AABB, Ginásio de Esportes, Museu, Casa de Cultura e rede de hotéis. “Diante de todos os atrativos aqui expostos, (…) entendo como justa esta proposição, que classifica como Estância Turística o Município de Olímpia (…)”, pedia Mourad a seus colegas, ao final.
Já o pedido de Lopes é suscinto, enaltecendo o Thermas e em seguida o Fefol em poucas linhas e comete um erro geo-político, ao colocar a cidade como pertencente à micro-região de São José do Rio Preto, e populacional, ao afirmar que a micro-região citada abrangeria uma população de “quase três mil habitantes num raio de 100 km”. Ou seja, a má-vontade de Lopes ficava escancarada na propositura. Esquecidos ambos, tomara que Itamar Borges tenha mais sorte.
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