Aconteceu onten, domingo, 17, a quinta eleição para a escolha dos cinco conselheiros tutelares da cidade. Eleição que começou em 1998, e que ao longo deste tempo vem apresentando queda em número de votantes. O pleito dos tutelares começou com mais de 5,3 mil habitantes, e depois se manteve na casa dos três mil eleitores, como na penúltima, quando 2.910 foram às urnas, resultando em 2.874 votos válidos, já que nove votaram em branco e 27, nulos. Ontem, foram às urnas 3.080 eleitores, dos quais 3.051 foram votos válidos, 10 nulos e 19, brancos.

(ADENDUM: Um estranho comportamento este que se verificou também este ano, de votar em branco ou anular o voto, uma vez que não há obrigatoriedade para votar. Bastava o eleitor ficar em casa).

Mas, o ponto a ser destacado, é o viés político-eleitoral observado nesta eleição. E cada vez mais as eleições para o Conselho Tutelar de Olímpia vem se transformando numa espécie de “plataforma” política. Cada vez mais os candidatos tem recebido apoio de figurões da política local. Nesta eleição, por exemplo, pelo menos três deles tiveram forte e indisfarçável apoio político. E foram exatamente os que ficaram em primeiro, segundo e quarto lugares.

Fernando Roberto da Silva, o Fernandinho, foi eleito com apoio incondicional do vereador Hilário Ruiz (PT), o que reforçou o seu “balaio” de 577 votos; Tarcísio Cândido de Aguiar foi fortemente trabalhado nos dois distritos de Olímpia, de onde saiu com 105 (Baguaçu) e 102 (Ribeiro dos Santos) votos, o que lhe garantiu a eleição, com 476 votos. A coisa por lá foi tão “acurralada” por “caciques” como Dirceu e Valdedir Bertoco, em Baguaçu, como pelo diretor de distrito de Ribeiro dos Santos, que os demais candidatos votados ali tiveram, quando muito, 38 votos nas duas localidades, caso de Silvia Regina Caletti, ou 31, caso de Ana Paula Ribeiro.

Esta última se elegeu na quarta colocação, com 255 votos. Ela é sobrinha do assessor da Assembléia Legislativa e braço direito do prefeito Geninho (DEM), Jurandir Martins, o Durrula. Que aliás festejou o resultado de sua sobrinha como mérito exclusivo seu. Há rumores de que outros políticos, embora de forma mais discreta, estiveram por trás de um ou outro candidato, e dizem que até o prefeito Geninho andou se manifestando em favor de um deles, dentre os eleitos.

A questão é que se o Ministério Público, por meio de seu agente responsável pela criança e adolescente não reforçar a vigília, cada vez mais esta disputa se aproximará de uma briga por espaço político, onde figurões irão se postar para medir forças junto à população, e cada vez menos será uma disputa saudável entre cidadãos com interesses reais e ideais verdadeiros em torno do problema das crianças e adolescentes em situação de risco.

A eleição pode ter ido “maravilhosamente bem”, como classificou a promotora responsável, mas esteve longe de ser um processo limpo e equilibrado. Por uma série de razões e por causa de um punhado de “vícios”.

CIP MAIOR EM 12.18%:
‘NÃO É AUMENTO’
Já estamos acostumados com as corriqueiras tentativas de explicações do Executivo Municipal, quando tenta negar o inegável, se o assunto é aumento de tarifas ou taxas. Ele sempre vem com a esfarrapada desculpa da “correção” e não aumento. Se não, leiam abaixo e-mail recebido do assessor de imprensa do prefeito Geninho (DEM), Julio César Faria, o Julião Pitbull, a respeito do tema reajuste da Contribuição para Custeito de Iluminação Pública, aquela “taxinha” que vem na sua conta de luz todo mês, que agora passou dos R$ 5 para R$ 5,60:

“Sr Orlando Costa: sobre as ilações mentirosas do Senhor em programa de Rádio nesta Segunda-Feira (18/04), em referência a atualização do valor da CIP no município de Olímpia, informo que: Em primeiro lugar, a taxa CIP FOI INSTITUÍDA NA ADM. DR CARNEIRO/DR PITUCA. Em segundo, que NÃO SE TRATA DE AUMENTO E SIM UMA CORREÇÃO, já que mesma se encontrava sem reajuste desde Janeiro de 2009. No dia 12 de Abril deste ano, foi aplicada portanto, apenas a CORREÇÃO de acordo com os índices do IPCA, totalizando 12,18% de correção, conforme o acumulado do período devidamente especificado abaixo:
Ano 2009 – Período de Fevereiro a dezembro = 3,8320; Ano 2010 – Período de Janeiro a Dezembro = 5,9090; Ano 2011 – Período de Janeiro a Março = 2,4396″.

Primeiro, não são “ilações mentirosas” porque não se pode separar, tornar coisas distintas, aumento e correção. O que é mera correção para quem a pratica, para quem a recebe é aumento, sim senhor. É um valor a maior que vai sair do seu orçamento doméstico, não importa o nome que se queira dar a isso. Eufemismos não vão diminuir a carga tributária do cidadão. Depois, qual a diferença da taxa ter sido instituída na administração “xis” ou “ipsilon”? Já o resto do texto explica-se por si mesmo.

Independentemente de quanto tempo faz que a CIP não sobe, agora subiu. E para o consumidor (mal servido em iluminação pública de solução, não de enfeite) é isto que conta.

Até.