A partir de segunda-feira, 7, às 19 horas, voltam as sessões ordinárias da Câmara Municipal de Olímpia, depois do recesso de final de ano. E volta com uma Mesa Diretora nova, eleita no início de dezembro do ano passado. O peemedebista Toto Ferezin será seu presidente no biênio. Não dá para afirmar que sua gestão, pelo menos no comando das sessões, será uma incógnita, porque ele terá por trás alguém experiente naquela Casa de Leis. Aliás, muito experiente nas questões legais e profundo conhecer do Regimento Interno e Lei Orgânica do Município, já que foi um dos redatores de ambos.
O bacharel Mário Michelli acumula muitos anos de trabalho nesta função – a de assessor administrativo da secretaria. Tinha a Câmara toda nas mãos quando assistia outros presidentes, no passado. E há quem aposte que não será diferente desta vez. Ele representará, ao mesmo tempo, a segurança de que as sessões seguirão sem maiores embaraços, o que poderia advir com a inexperiência do novo presidente, bem como de seus parceiros de administração, todos neófitos – dois deles, aliás, como o presidente, estão em primeiro mandato.
E como o presidente, desconhecem as nuances do RI e da LOM. Mas, o bacharel Michelli conhece bem. E na atual conjuntura legislativa, isso basta.
Há informações de que Michelli foi conduzido a esta função, depois de anos afastado do trabalho, para “proteger o Toto”, porque ali “é um ninho de cobras”, como teria classificado alta persona do meio. Mas, claro, sem detalhar “proteção contra o quê”, e quem habitaria “o ninho”. Corre solto por aí os comentários de que Michelli já teria a Câmara em suas mãos, provocando algumas modificações físicas e de ordem burocrática por ali. Começa-se a desconfiar que o presidente Ferezin será uma espécie de “refém” do assessor. E não só ele, mas a Mesa como um todo.
Porque talvez seja isso mesmo que até a alta figura paterna do ex-vereador e presidente daquela Casa, em idos passados, Jesus Ferezin, queira. Alguém para “blindar” o filho. Orientá-lo sobre todas as coisas. E até ter a última palavra. Não há como negar. O bacharel será o homem-forte ali. E, assim, já se vislumbra um burburinho de descontentamento dentro do grupo de apoio ao Executivo. Este mesmo Executivo responsável pela condução de Toto e parceiros, à direção da Mesa da Câmara. Porque não é segredo para ninguém que a atual Mesa está formada como está porque o prefeito Geninho (DEM) assim o quis.
E será ele quem terá que “arcar com as consequências” dessa decisão, conforme deixou escapar uma liderança política recentemente, não entrando em detalhes. O ano Legisltivo começa com uma Câmara fragilizada legislativamente frente ao Executivo. Aliás, mais que fragilizada, submissa. São dez vereadores, sete situacionistas. Apenas três ainda se mantêm do outro lado da “trincheira”, sendo que o ex-presidente Hilário Ruiz (PT) se tornou uma incógnita quanto à sua postura nos dias que correrão.
Há quem diga que ele atuará preocupado com a reeleição, privilegiando o “varejinho” – uma ‘verbinha’ aqui, outra acolá, uma pracinha cá, outra lá, inauguração, rojões, foto abraçado ao prefeito reproduzida nos jornais e portais “da casa”, e pronto, acabou.
Diz a lenda que oposição mesmo quem fará serão João Magalhães (PMDB) e Priscila Foresti, a Guegué (PRB). Porque os demais companheiros eleitos pela coligação contrária à de Geninho – Dirceu Bertoco (PR), Zé das Pedras (PMDB), Guto Zanette (PSB) e o próprio presidente, foram se aconchegar nos braços do detentor da cadeira da 9 de Julho. Portanto, voz corrente na cidade é a de que o prefeito vai “fazer e desfazer” da Câmara, já que ninguém ali, a não ser os dois oposicionistas, vai poder contestá-lo – e não só por razões político-administrativas.
Assim, é esperar para ver. Mas, de antemão pode-se dizer que a expectativa não é das mais positivas para quem espera de uma Casa de Leis o estrito cumprimento daquilo para o qual ela foi constituída. Ou seja, vigiar, fiscalizar, cobrar, conter os excessos e apontar as falhas e omissões do Governo Municipal, bem como, também, colaborar nas discussões daquilo que é do interesse coletivo, ajudando a elaborar ou, por meio do debate, a aprimorar projetos e leis.
Há o temor, infelizmente bastante fundamentado, de que a nossa Casa de Leis nada mais será, doravante, do que um órgão chancelador das vontades e interesses do Executivo Municipal.
Até.
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