2011 chegou. Daqui há pouco já será um ano velho. Um ano comum como tantos outros. Passada a “magia” da virada – quando todos são amigos de todos, quando todos cumprimentam todos, próximos ou distantes, quando todos, inexplicavelmente, estão felizes, e fazem votos de que esta “felicidade instantânea” se prolongue por 2011 em diante – caem todos, inevitavelmente, na real. Voltam à velha rotina de todos os anos. Às mesmas preocupações. Às mesmas cobranças, às mesmas críticas e, sobretudo, às velhas esperanças.

Esperanças de que a vida mude, o salário melhore, as pessoas nos compreendam mais, a vida nos seja menos “madrasta”, que haja paz, não importa onde, nem como: a gente está sempre pedindo paz para os outros, aqueles que vivem em regiões conflagradas, mas, ao mesmo tempo, esquecemos de fazer a auto-consagração à paz. Aquela paz que deve estar sempre dentro de nós mesmos, para podermos, assim, colaborar para que a paz do outro seja uma realidade, não apenas um desejo. Sem paz espiritual não se chega à paz material, à deposição de armas e à confraternização entre povos, raças e religiões.

Portanto, a paz que desejamos para o mundo e para todo mundo está dentro de nós. Suplanta o estado de fé, já que a fé humana nem sempre o é assim como a pregada por Aquele que por aqui passou – ela é forjada (construída, não falseada) na dor, no sofrimento e no desespero. Por isso a paz interior tem que estar acima dela. Assim, não será a fé a nos dar a paz, mas o contrário: a paz nos dará a fé incorruptível, porque sem os riscos de uma abalo cícliclo.

Sentei-me à frente do note para escrever outra coisa. Mas, não resisti ao apelo de, antes, batucar estas desinteressantes e pessimistas considerações sobre o nosso amanhã, sobre nossa alma (?) e modo de (não) pensar. Não vejo objetivo algum nisso, mas já que escrevi, aí está. Feliz 2011 (para não fugir à regra)!

Até.