Amigos do blog, chega-nos, por meio do “chapa-branca”, uma quizila irrompida no dia de hoje, e protagonizada pelo semanário “Tribuna Regional”, edição deste sábado, 11. O jornal acusa o secretário Beto Puttini, de Cultura Esporte Turismo e Lazer, de ter usado “laranjas” para movimentar dinheiro do 46º Festival do Folclore. Aquele semanário tem como “jornalista” a rio-pretense Daniele Jammal, que também é locutora da Difusora-AM, da qual o jornal é braço estendido. A manchete: “Dinheiro do Fefol – Secretário é acusado de usar ‘laranjas'”.

Como todo mundo sabe, e o “chapa-branca” faz questão de lembrar, o jornal tem a sua redação em conjunto com as emissoras Band FM e Difusora AM, e são de propriedade de Fernando Martinelli, amigo-desamigo-amigo-desamigo…do prefeito Geninho (DEM), de acordo com as conveniências e as necessidades. Ponto. Esta é uma realidade. A outra realidade é: o prefeito não pode reclamar. O “modus operandi” já era do seu conhecimento e mesmo assim ele o endossou, quando lhe foi conveniente. Diria, até, que Martinelli em sua idiossincrasia, é filhote do alcaide.

Ele, mais do que ninguém, sabe do que estamos falando. E sabe também como fazer cessar tais tipos de coisas. Em suma, Geninho sabe exatamente o que Martinelli quer. Ambos são pão da mesma fornada, eleitoralmente falando. Portanto, só sair em defesa de Puttini não resolve. Não calará aquela bocarra alienista, de resto nem um pouco afinada com a ética profissional. É mistério, embora irrestível imaginar-se o que ambos trataram no recôndito das salas bem trancadas no fervor da disputa eleitoral. Mas é certo que algo deu errado. Alguém, por alguma razão, faltou com o combinado. E, como todo mundo está “careca de saber”, o combinado não é caro. Caras são as consequências de não se cumprir com ele, sempre.

Mas, feito este necessário intróido, vamos ao fato, que é o que interessa. O prefeito, por meio do “chapa-branca”, emitiu uma nota em defesa do seu secretário, reputando-lhe seriedade, honestidade e….Criatividade?  Bom, o jornal publicou o seguinte: “O secretário de Cultura, Turismo, Esportes e Lazer de Olímpia, Humberto José Puttini, teria supostamente utilizado contas correntes de ‘laranjas’ (terceiros) para movimentar dinheiro público”. Num rasgo profundo de primariedade jornalística, o semanário atribui a denúncia a “terceiros”, e diz que o secretário “se valeu de conta de uma estagiária de pedagogia para os fins (Que fins? Lícitos, ilícitos?) do Festival do Folclore de Olímpia”.

Não há que se fazer “carnaval” sobre o assunto. Está tão clara, tão visível a fragilidade da denúncia que, ou pelos lados da Adhemar todo mundo ficou maluco beleza, ou é verdadeira a denúncia. Ou, mais ainda, a tal “estagiária” de fato pode ter sido acionada, por razões que certamente o secretário terá explicações. Esta “estagiária” não pode ter sido inventada. Seria o cúmulo da idiotice jornalística. E não pode, também, gozar do privilégio da “fonta secreta”. A menos que o jornal trouxesse publicado – e não sei se trouxe, não vi a edição, aliás, nunca consigo ver uma! – documentos comprobatórios do que está denunciando.

Aliás, esta a segunda vez que eu saiba que este jornal investe contra Puttini. E não há como esconder que as motivações são interesses contrariados do “empresário” Martinelli, que aqui chegou e decidiu que transformaria Olímpia em uma espécie de “laboratório” de suas pretensões. No governo passado nada conseguiu. Neste,  fechou amplo acordo político, que lhe daria a “chave-mestra” das principais portas. Mas, pelo caminho encontrou pedras de difícil remoção. Puttini foi uma delas. Por isso é alvo constante do “empresário” e sua mascote nada melíflua e fugidia.

O prefeito classificou a denúncia como “matéria maldosa”, no que talvez tenha razão, pelos motivos narrados acima; como “insignificante”, no que talvez não tenha razão, porque se assim fosse não precisaria vir a público com tal nota; e de “repudiante”, no quem talvez tenha razão, por tratar-se de denúncia sem comprovação ou documento que a embase – repito, não sei se houve a publicação de documentos, não vi o jornal. Depois, diz, “ofender a honra é algo fácil para quem não tem compromisso com Olimpia”, no que talvez não tenha razão, porque Geninho sabia que o “empresário” não tem nem nunca teve compromissos com Olímpia. Mas mesmo assim endossou-o incondicionalmente.

Torcendo para que isso seja esclarecido, e como falamos não está difícil, este blog, em princípio, também hipoteca solidariedade ao secretário por saber quão misteriosos são os desígnios daquelas figuras. Mas, fica no aguardo de que tudo se esclareça, para o bem de Puttini que, mais cedo ou mais tarde, pode querer caminhar por novos caminhos, e estes lhe serão tão mais fáceis de transpor quanto menos pedras nele houver.

Até.