Amigos do blog, recebi hoje pela manhã e-mail da assessoria de Imprensa do Governo Municipal tratando de um trabalho de pesquisa feito durante o 46º Festival do Folclore, intitulado “Pesquisa do CIT (que vem a ser Centro de Informação ao Turista – ô mania!) mostra a opinião do público sobre o 46º Fefol”. Logo de cara se fica sabendo que, segundo o público, “a festa atrai mais pelo desfile de encerramento”, com 70% das preferências, e em segundo lugar, “pelo parque de diversões”, com 58% dos votos, ficando em terceiro lugar o que seria seu principal objetivo, “as danças folclóricas e parafolclóricas”, com 50% da preferência.

Não considerando que a lógica da pesquisa não está conforme, uma vez que a soma dos porcentuais chega a 178% (embora a soma da repetição dos índices, lá embaixo, totalize 176%), nem que não se tenha explicações sobre a metodologia usada, pode se concluir que a ordem das preferências não surpreende. É senso comum entre aqueles que conhecem os “ires e vires” do nosso Fefol. De nossa parte, sempre insistimos que os desfiles de encerramento, que o mestre Sant´anna chamava de “Apoteose do Festival” é uma festa dentro da festa. Hoje perdeu sua importância, porque a mudança de local, por alguns anos na gestão passada quebrou o ritmo, diminiu o momento, derrubou o fechamento da festa.

Por coincidência, ainda ontem à tarde conversava com uma colega jornalista de Rio Preto e ela se lembrava de quando adolescente, vinha a Olímpia em caravana da escola, junto a dezenas de amigos e amigas, só para ver o desfile de encerramento da festa. “Uma pena que acabou, né?”, ela lamentou. Eu repondi que não, não acabou, é que houve mudanças no passado, que não deram certo, e que agora está voltando a ser novamente “à moda antiga” etc. e tal. Ainda assim ela suspirou saudosa da “festa dentro da festa”. Portanto, primeiro a colega nos dava razão por pensarmos como sempre pensamos sobre os desfiles de encerramento, depois vem a pesquisa corroborar nossa certeza. Espera-se que tal resultado injete razão e sensibilidade nos organizadores.

Diz o release que “foram entrevistadas 356 pessoas e os 46 barraqueiros instalados na Praça de Atividades Folclóricas “Professor José Sant’anna” (uma vez que a técnica para entrevistar barracas ninguém ainda inventou!), pelos agentes receptivos Alexandre Gottardo e Andréia de Souza e Silva. Os resultados foram divulgados pelo secretário Beto Puttini, segundo ele “como forma de demonstrarmos à população a preocupação do governo municipal em melhorar cada vez mais as nossas ações, principalmente quando se trata da festa maior de Olímpia, o Festival do Folclore” (reproduzo as falas para gerar compromisso, afinal, palavra dada não se volta atrás!). Diz ainda o texto oficial que tal pesquisa norteou reunião entre organizadores, prefeito e secretários, quando “foram discutidos erros e acertos do Fefol 2010”. E aproveitou-se para “traçar a estrutura e programação para 2011”.

Tudo muito bem, tudo muito bom. Este Governo é bom de promessa. De discurso. Por isso, quanto a tudo o que foi dito acima, é bom que cada um de nós fiquemos atentos. Este post vai ficar aqui até agosto do ano que vem. Iremos buscá-lo se for o caso. Para refrescar a memória das pessoas sobre o que foi dito, pouco menos de um ano antes, e o que de fato se estará fazendo. Esperamos, sinceramente, não ser preciso. No mais, resta esclarecer os detalhes e a metodologia da pesquisa que, à primeira vista, parece estar “embolada”, com índices percentuais extrapolando os 100%. Não que esteja errada, talvez a metodologia seja diferente. Ou talvez tenha se buscado o percentual de 100% em cada quesito. Explicar a metodologia, portanto, é imprescidível, nestas circunstâncias.

Até.