Amigos do blog, o assunto em tela ainda continua sendo o Fefol. Estamos a quase cinco dias do início do maior evento do gênero no país e a organização do nosso Festival do Folclore ainda está andando em círculos. Somente os acontecimento “periféricos” à festa parecem estar melhor delineados, ou até mesmo já estruturados e certos.

Mas, tratam-se da parte, digamos, “automática” da festa, aquela que acontece quase que por sí, dependendo apenas de infra-estrutura – barata – e coordenadoria, o que fica sempre sob responsabilidade de voluntários, professores, alunos etc., de nossas redes públicas municipal e estadual. Alguns de escolas particulares também costumam colaborar. São as gincanas de brinquedos tradicionais e infantis, os campeonatos de truco, bocha e malha, a folclorança e, num outro nível, as palestras e discussões sobre folclore, para iniciados.

Pelo menos isso. Quanto ao “miolo” do evento, ou seja, as participações de grupos folclóricos e parafolclóricos, este ainda não está, pelo menos até o momento em que batuco estas linhas, bem resolvido. Não se sabe exatamente quantos e quais grupos virão. A divulgação que se faz ainda é confusa, desencontrada e pouco confiável neste aspecto. Diante de tal situação, fica a impressão de que há divisionismos na organização da festa.

Dá a impressão de que há grupos distintos cuidando dos setores, e cada um parece não estar conectado com o outro, talvez resvalando, esta relação, numa queda de braços. O que não é salutar quando o assunto em tela é o nosso Festival. Que há muita gente no entorno do Fefol, trabalhando, correndo para lá e para cá não restam dúvidas. Mas que deve haver, também, um “puxa-corda”, um “cabo-de-guerra” entre estas forças fica cada vez mais nítido.

Embora a coordenadora do Festival se preocupe sempre em dizer o contrário, nota-se, sim, um certo distanciamento do Executivo Municipal. Diz Cidinha Manzoli que o prefeito Geninho (DEM) está sempre por perto, sempre ouvindo, sendo dando aval para esta ou aquela idéia e iniciativa. Mas, e o resto? E a “força do poder” necessária para fazer caminhar as coisas? O “abre-portas” tão indispensável que nos tempos de Sant´anna já era imprescindível? Estes ainda está o Executivo Municipal a dever.

Sabemos que é contraproducente textos deste naipe principalmente neste meio sem fronteiras de informação. Mas não se pode, também, fazer de conta que está acontecendo coisas que não estão acontecendo. Entre passar uma mensagem de falso contentamento, e deixar aquele cidadão que está lá longe a par do que está, de fato, acontecendo, sob o risco de sermos tachados de derrotistas, preferimos a segunda hipótese.

Porque, se com tanta cobrança, a coisa anda malparada, imagine se todos, indistintamente, aceitarem de alma serena a temerosa possibilidade de vermos mais uma edição do Fefol ficar ainda mais próxima de uma “festa caipira” de grotão paulista, que manter-se na estatura que sempre ostentou, a de maior evento cultural do gênero do país.
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BRIGA FEIA
Até onde a Comissão Organizadora do Fefol vai levar o bate-boca com essa tal Febrarp – Federação Brasileira de Artes Populares, de Montenegro, Rio Grande do Sul? Seu diretor, Regis Eduardo Bastian, reclamou, por meio de ofício estrategicamente encaminhado aos meios de comunicação da cidade, que teria sido preterido pela organização do evento, com seu grupo de danças parafolclóricas, mesmo dizendo que viria de graça.

a Comissão, também por meio de ofício, negou. Disse que não havia firmado contrato com o grupo, apenas mantido contato e nega que o grupo viria de graça, informando que, na verdade, a tal Febrarp havia estimado as despesas em R$ 14 mil. E que nada tinha a ver com a precipitação do diretor em alugar ônibus e praticar outras despesas, porque não era certa a sua confirmação.

Hoje, novamente os meios de comunicação recebem outro ofício do diretor, onde ele conta novos detalhes do “imbróglio” e inclusive revela que há outros grupos descontentes com a organização da festa. Estes grupos, diz ele, “deverão se manifestar nos próximos dias”. O diretor volta a afirmar, no ofício, que o grupo viria de graça, que as despesas seriam pagas metade pela prefeitura daquela cidade e outra metade com recursos do próprio grupo.

Diz mais, o diretor: diz que se desentendeu com o ex-prefeito Carneiro, em 2001, e a partir daí nunca mais foi chamado à festa. Diz ser “amigo fiel” do contratador de grupos Antônio Clemêncio, e se mostra magoado por ele ter assinado nota à imprensa, onde nega esta proximidade. Disse o diretor que, “até o ano de 2000 tudo transcorreu tranquilamente”, na gestão do então prefeito Rizzatti. E reafirma que viria de graça, mas que o seu “amigo fiel” (ou seria ex, a esta altura?) “confirmou que pagaria um grupo do RS para se fazer presente no evento”.

Bom, acreditamos que chega, a Comissão não tem nenhuma satisfação a dar a este senhor, nem a seu grupo. O que tinha que ser feito foi feito, o que tinha que ser falado, foi falado. Não se pode, em momentos de se organizar um festival desta magnitude, ficar discutindo coisas menores. Se foi tomada esta decisão, espera-se que tenha sido baseada em critérios técnicos, artísticos, de resolubilidade. Sendo assim, morre o assunto. A menos que se esconda, por trás deste pequeno episódio, algo que esteja muito além da nossa simples capacidade de compreensão das coisas. Aí será outra história.
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‘BOOM’ IMOBILIÁRIO
O prefeito Geninho acaba de inserir no perímetro urbano do município, doze frações de terras existentes nas imediações do cemitério municipal e do Ginásio de Esportes, pertencentes a famílias olimpienses, por meio de decretos publicados na edição do dia 24 de julho da Imprensa Oficial do Município-IOM. São mais de 8 hectares, ou mais de 80 mil metros quadrados de terras. Informa o secretário de Obras, Gilberto Cunha, que são áreas particulares que foram solicitadas para efeito de abrigarem condomínios residenciais.

As áreas anexadas ao perímetro urbano começam nas imediações do cemitério, alcançam a região anexa ao GE e ainda “engolem” pelo menos mais de um quiilômetro da vicinal Natal Breda. A cidade está apostando tudo e mais um pouco no movimento turístico proporcionado pelo Thermas dos Laranjais. Prova disso é a estatística que aponta vendas de imóveis nestes novos empreendimentos já lançados, para moradores de outras cidades.

“Os olimpienses que podem comprar são pouquíssimos, quem compra mesmo são os de fora”, disse outro dia pessoa ligada ao setor e à diretoria do Thermas. E como compram. Por exemplo, um empreendimento lançado há cerca de três ou quatro meses na cidade vendeu tudo antes mesmo que as obras de construção do estande de vendas terminassem.
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QUALQUER NOTA
O semanário “Gazeta Regional’ tem uma coluna chamada “Metendo o Bedelho”, espaço metido a engraçadinho onde escribas do poder destilam seus amargores e dissabores contra aqueles que não rezam na cartilha de linhas tortas do Governo que eles representam. Entre tantas sandices assacadas todas as semanas, uma bem grave é a que reproduzo abaixo, publicada sábado:
“FESTIVAL DO FOLCLORE
Os integrantes do grupo da Falseta
(como eles chamam o semanário “Planeta News”), metidos a incomparáveis conhecedores do Folclore Brasileiro, apontam os enganos da comissão organizadora do 46º Festival. Deitaram “a lenha” no uso de música não tradicional (na verdade, “não tradicional” é pouco. A música era pop internacional-argh!). Musica é universal (ignorância também). O mínimo toque em uma só nota já é reconfortante (e um mínimo de desvirtuamento no que representa o folclore é preocupante). Isso em pessoas sensíveis que admirem o belo (onde estava a beleza, ali? Talvez na “rainha”?). Aos insensíveis cabe apenas “deitar a lenha” em quem está trabalhando para engrandecer (como é que é?) a festa. Colaborar, nunca. São os mesmos pobres diabos que estão “doentes” de inveja pelo anunciado sucesso que o Festival com certeza alcançará. Cai fora urubu! Cai fora Cará-cará! Cai fora gente inútil que só atrapalha. Xô, Xô….”

E depois dizem que não é para ficarmos preocupados…

Até.