Amigos do blog, somente para restabelecer algumas verdades, que o nobre blogueiro oficial tenta fazer parecerem mentiras – acredito que por falta de argumentos convincentes (até para si mesmo) e, mesmo, talvez por desconfiar que não dá para defender o indefensável -, replico comentários postados por ele neste blog, por conta do que escrevi sobre o Festival do Folclore. O primeiro comentário:

“Embora não precise, mas já que vc insiste em dar mais audiência ao Blog do Concon, vamos lá então… apenas uma sugestão: por que, ao invés de não ter assunto melhor para levar aos olimpienses que dedicam parte de seu tempo para tentar decifrar o que você especula (e nem é tão difícil assim, já que, se vc não seguir a cartilha, decifrando o que mandam vc escrever, quem será devorado pela esfinge barbuda será você…rs), não arregaça as mangas, desenferruja as articulações e o gravadorzinho, e vai até ao lançamento do cartaz do Fefol na quarta, 21, às 20h, no Thermas, e lá poderá tirar todas suas dúvidas cruéis com a comissão de folclore, com o prefeito… basta trabalhar, quem sabe… Abs Leonardo Concon Blog do Concon”.

Respondo: Caro amigo, em momento algum, se bem leu minhas críticas, elas foram dirigidas à comissão organizadora do festival que, sei, é a que mais “rala” nestas ocasiões, como sempre foi. Não se esqueça que vivi por muitos anos as entranhas da nossa festa maior, e sei bem o peso que quem trabalha na organização da festa em si carrega nas costas. Portanto, não seria nem justo de minha parte criticá-los. Minhas observações foram endereçadas diretamente ao prefeito, enquanto executor, ordenador de despesas e principal responsável por fazer a coisa acontecer de forma a não suscitar críticas, como as que você, sempre tão diligente com o patrão, tenta fazer de conta que não entendeu muito bem. Só peço ao amigo que não torça as coisas. A crítica não é e jamais seria àqueles que “carregam o piano”. Mas observe quem por aí tem muita gente que só fica no lero-tri e depois vai buscar os holofotes, os flashes para a posteridade.

* Depois, o blogueiro assessor de imprensa do Fefol emendou:

Em tempo.. fica chato para a cidade, para o Festival até, levar esse tipo de contra-informação, sem checar, sem conferir, sem ouvir todas as partes, pelo mundo afora, através de sua esforçada blogosfera. Se fosse um ‘furo’ jornalístico, com fundamentos, provas, etc., vá lá, mas ficar falando, falando, falando, escrevendo, escrevendo, escrevendo… é muito chato. E ruim pra Olímpia, se é que vc se importa com ela. Abs de novo. Leonardo.

Respondo II: Ruim para Olímpia, caro assessor, é de repente tratar um evento que há 45 anos faz desta cidade – com a qual me importo, sim, e muito, por isso me mantenho alerta! – a Capital do Folclore, como algo de menor importância como uma festa de peão, por exemplo, para a qual são dispendidos altos recursos que, salvo engano, não vejo ninguém regatear. Se você tiver em seu blog algum texto em que o prefeito diga que está preoupado em como vai bancar a festa do peão, ou que não sabe quanto terá de dinheiro para a tal festa, eu me rendo. Caso contrário, vou continuar dando vazão à minha indignação, se você me permite. Onde está a contra-informação em tudo que disse no post de ontem? Não vi o senhor contestar. Aliás, nada do que posto aqui é contestado com argumentos factiveis, convincentes. Você e os mesmos de sempre buscam desqualificar o que escrevo, a velha tática fascista de quem não tem argumento de defesa, ou dados para esclarecer fatos que desrrubem o que é dito, o que é escrito. A fase segunda, caída a tentativa de desqualificação, é a ameaça ou consumação de processos na Justiça. Para intimidar. Sei o que é ruim para Olímpia. Sempre soube. E acho que estou combatendo o bom combate.

* Um outro cidadão olimpiense, leitor daquele e deste blog, chamado Murilo Esteves, a quem ainda não tive o prazer de conhecer pessoalmente, contumaz defensor do prefeito e seu Governo, também faz comentário sobre o assunto. Diz ele:

“Completando o Leonardo, pode ao invés de você só ficar aí falando e criticando, não vai fazer parte da comissão e ajudar, a todos que só sabem criticar as reuniões estão sendo realizadas todas as quartas lá no recinto na administração, mas essa semana devido ao lançamento do cartaz a reunião será na quinta, sempre as 20hs. Então vocês que adoram criticar, vão lá para ajudar, dar idéias, botar a mão na massa, a Dona Cidinha não vai negar ajuda, quanto mais gente melhor. E você orlando, vai lá no lançamento quarta e na reunião quinta para se informar melhor, já que você acha que está tudo parado. Abraços

Respondo III: Reitero ao Murilo que não fiz e não faria jamais crítica qualquer a quem cuida da organização do evento propriamente dito, porque sei o que “ralam”, vi isso por muitos anos, com a professora Cindinha, sem a professora Cidinha, com a professora Izê e sua irmã Inê, com a professora Edemir Moreira, a professora Zeca Scura, O Celinho, sem o Celinho, o Antônio Clemêncio, sem o Antônio Clemêncio, o André Nakamura – este sempre! -, Carlinhos Schalck, Débora Vicente, Janotão, e nos áureos tempos, “sêo” Gianotto, “sêo” Caputto, Bibi, Zé Leal, Beto, Kiko Madalena e muitos, muitos outros. Gente desprendida, que fazia o que fazia, ou faz o que faz, pelo amor à nossa festa maior. Hoje nem sei quantos são, mas com certeza o apego há de continuar o mesmo, o desprendimento na mesma proporção. A eles não cabe, nem caberia, nunca, qualquer senão. Foram e ainda são a força motora de nossa festa. Sei como agem, sei como fazem e como precisam agir sempre nestas ocasiões. Agora, engraçado, né Murilo, também fiz críticas à festa do peão e ninguém me convidou para ajudar, para ver de perto como as coisas são feitas. Por que será? E quando foi que eu disse que “está tudo parado”?

* E na tarde de hoje, Leo Concon volta à carga, com um adendo. Leiam o que ele disse:

 “Perguntei hoje para o pessoal que trabalha o ano todo no Escritório do Fefol, no Recinto: O Orlando já passou por aqui? Resposta unânime: Jamais. Pois é. Criticar é fácil. Aliás, especular é fácil, companheiro. Mas, eu te entendo: há razões ‘superiores’ para isso. Abraços.

Respondo IV: Não sei se tenho obrigação de ir a qualquer lugar ver qualquer coisa. Principalmente quando determinada coisa tem um assessor contratado exatamente para fazer circular a informação o mais rapidamente e abrangentemente possível. Se há assessoria de imprensa, paga para esse fim, é de se supor que a imprensa será abastecida de informações concretas, detalhadas, com números, valores, datas, impressões de seus organizadores, e não apenas textos festivos, oba-obas vazios de conteúdo pelo menos para nós que sempre buscamos um detalhe diferenciado para noticiar, porque o nobre assessor há de convir, a imprensa local já abordou todos os ângulos possíveis em todos estes anos de festival. Compete ao assessor buscar este ‘plus” que tornaria seus textos interessantes. Aliás, na qualidade de assessor de imprensa do evento, tal pergunta feita aos organizadores soa impertinente e fora de propósito, pois deveria partir de você o convite, a chamada. E, caso aparecesse no recinto para buscar informações, não seria você o responsável por me receber e dar contexto à busca de informação? Assim vou achar que és um assessor ausente. Até porque, chegando lá, iria procurar pelo senhor. Caso contrário, seria tremenda falta de respeito profissional.

* E o leitor José Carlos Machado, também em comentário no blog, disse o seguinte:

“E quanto ao folclore, ja disse no outro blog, que ele começou a ficar ruim 9 anos atras, quando tiraram as barracas do lado de fora do recinto, proibiram as barracas de “bugigangas” no recinto, encareceram as bebidas, proibiram as musicas e os bingos das barracas. A festa pode ser cultural mais se não se modernizar vai acabar porque infelismente 90% das pessoas vai no recinto para paquerar, beber, ouvir musicas, levar os filhos no parque e não para assistir as danças, se continuarem assim é melhor fazer o folclore na casa de cultura que tem uns 400 lugares e sairia mais barato para o municipio.

Observo: “Ficar ruim” não é o termo correto a se usar para o Fefol. Porque o evento também não é oscilante, possibilitando que ora “fique bom”. O aspecto tratado por Machado deve ser dissociado do Fefol totalmente. E, considerando assim, como uma festa dentro da festa, também acho que a busca por uma espécie de assepsia visual na entrada do recinto – e até no seu interior – provocou um certo desalento em quem por muitos anos apreciava aquela balbúrdia dos fins de domingo, aquela imensa feira do tem-de-tudo-a-preços-baixos-que-não-quero-voltar-com-as-mercadorias-para-trás. Me lembro que, à época, fui um crítico feroz do fim da “25 de março’ do Fefol. Outra tradição extra-Fefol mas que por completo paradoxo, é parte integrante do evento, é o ‘paraguai”, onde muita gente gosta de ir em busca “daquele par de óculos, boné, bolsa ou sapato”. O parque, as barracas dos bebericos, os bingos. Num exercício mental exacerbado quanto ao significado da palavra folclore, poderíamos cometer aqui a heresia de dizer que, para nós, isso tudo é folclore, até pelo contexto destas coisas todas. Mas, não é, embora para nós ficará sendo. Porém, na acepção do que é o folclore, sabemos que não é. E não há, também, como “modernizar” o Folclore, no estrito significado dele. Pode se modernizar, então, a festa em torno dele, o que se tentou fazer, não podemos negar, nos últimos anos. Ou não tivemos festivais passados que mais pareciam festa onde se apresentavam grupos folclóricos e parafolclóricos do que propriamente um evento de manifestações culturais onde se festejava? Quanto a confinar o evento na Casa de Cultura, seria o cúmulo da ignorância e desfaçatez com as coisas que são nossas, que são nosso retrato, nosso calendário evolutivo, por onde possamos nos ver como nação e assim, garantir nossa independência. Um povo sem memória é um povo colonizado, escravizado, cativo. Não temos que nos esconder de nós mesmos. Aqui o Brasil mostra a sua cara! Onde mais ele faz isso? O olimpiense precisa aprender a se orgulhar daquilo que tem de tradicional. Somos uma cidade única no país por conta do nosso Fefol. Ao invés disso, talvez por não perceberem a dimensão disso, buscam-se notoriedade por caminhos triviais, lugares-comuns como festa de peão. Só para poder dizer “a minha festa é maior que a sua”. E daí? O que fica de uma festa do peão, além do xixi dos animais, a sujeira, a bebedeira e as drogas nos recintos em que são feitas, e o vazio de propósitos e conhecimentos na alma de quem participa? O inverso total do Fefol, para quem presta atenção nele.
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TAMBÉM A OBRA DE ARTE
Já quanto a outra questão levantada pelo blog, qual seja, o que consideramos falta de respeito à arte e ao artista, no que diz respeito à homenagem aos imigrantes representadas por três figuras enormes que o Governo Municipal chama de “bundões”, o mesmo leitor, José Carlos Machado, postou comentário vazado nos seguintes termos:

“Acho que hoje qualquer porcaria vira obra de arte, aqueles bundões da praça custaram mais de cem mil reais, dinheiro na minha opinião jogado fora. Tem que tirar aquelas estátuas e vender para algum ferro velho para recuperar um pouco do dinheiro”.

Observo II: Cada um tem sua visão própria de arte, uns gostam, outros não, uns odeiam, outros amam, arte é imaterial, embora a matéria à vista, tem valor segundo o que cada um entende que vale, ou, ao contrário, não o tem, segundo também o que cada um leva como impressão. Mas, se vai tirar, ou não vai tirar dali, se é “porcaria” ou não, se custou caro ou barato, não é o que se discute aqui. O que se discute aqui é a necessidade do respeito à arte e ao artista, o que não se está observando nas falas e pontos de vista exarados do poder público, o que me parece mais revanchismo político que outra coisa qualquer. Ninguém é obrigado a gostar desta ou daquela obra de arte, mas penso comigo que todo mundo, até por questões de formação humana, tem por obrigação respeitar a obra e o artista.

Até. E devolvo os abraços a mim enviados, até com muito mais calor.