Amigos do blog, porque será vive-se no momento tremendo silêncio em torno do Festival do Folclore que começa na primeira semana de julho? Pode ser só impressão, mas parece não haver tanto “fogo” quando se trata da mais genuina festa de nossa cultura e raiz, o mais importante evento do gênero no Brasil. E o que se vê? Ou, melhor, o que não se vê ou ouve? Falar-se do Fefol. Não com aquela sofreguidão e necessidade com que se falava, um ano antes, da festa do peão. Não se sabe, por exemplo, qual será o caixa da festa. Havia uma previsão inicial de um gasrto em torno de R$ 1 milhão. Mas, parece que dias atrás teria havido uma mudança de gestão financeira da festa, e agora os prognósticos de gastos estariam sendo “puxados” para baixo. O próprio prefeito já andou declarando para os veículos noticiosos amigos que ainda não tem conhecimento do montante que o município terá que investir na festa. Estranho, porque faltam apenas 20 dias. A festa acontece de 7 a 15 de agosto. Se não há previsão de gasto é porque não há planejamento econômico em torno do Festival. E isso denota falta de interesse. O prefeito diz apenas, no tocante à seara econômica da festa, que está sendo concluído o projeto para que o Fefol seja contemplado com R$ 390 mil do Programa de Ação Cultural-Proac, que funciona através do Incentivo Fiscal pelo Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços-ICMS, “para conseguir apoio por meio de patrocínios de contribuintes habilitados do ICMS a projetos previamente aprovados pela Secretaria de Estado da Cultura”. Colocação um tanto confusa, mas que deve querer dizer algo como “vai se tentar obter recursos junto a empresas da cidade, que depois teriam descontado o que foi doado no ICMS devido”. Tanto, que mais adiante fala o alcaide: “Já fiz uma ligação para a Açúcar Guarani para segurar o ICMS deste mês para fazer o pagamento do ProAc”. Huuumm…  Depois, uma mea-culpa do prefeito: “No Ministério do Turismo não poderemos contar com nada, porque estamos em período eleitoral”. E não é sóm isso. O município está inadimplente com aquela Pasta – vide festa do peão de 2009. Tanto, que nesta de 2010, ao que se saiba, também não veio dinheiro do MinC. Portanto, cabe ao Executivo Municipal encontrar meios de subsidiar a festa que, todos sabemos, não gera lucros. E querer perseguir isso será sinal de puro estranhamento quanto à força motriz do Festival. O prefeito diz já ter visto balancetes de edições passadas do Fefol onde estava demonstrado que o festival “vendia bem” (?), que “dava até superávit” (?), e que é preciso “descobrir essa fórmula novamente”, embora reconhecendo que “Cultura e festa comercial não combinam muito bem”. Pois é, por essas e por outras fica claro que o nobre alcaide já chegou pelo menos à bifurcação inerente à questão. Resta saber se vai escolher o caminho que o levará à melhor atitude, e ao melhor resultado.
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FALANDO EM FESTA
E falando, mais exatamente, em festa de peão, ainda resta cobrar do Chefe do Excecutivo – ou seria ao ‘Clube dos 25’?, a prestação de contas do evento ainda de 2009. E agora, também, já deste de 2010. Ambos foram feitos com recursos públicos e é preciso que se prestem contas à população quanto aos gastos feitos, os custos totais do evento, se deu lucro, se deu prejuízo. Se deu lucro, onde está, e se deu prejuízo, quem arcou com ele. Este ano a mesma coisa. São informações que trariam um alento ao cidadão pagador de impostos, e mostraria ser este Governo, de fato, transparente, e coisa e tal. Enquanto o prefeito e seu grupo não fizerem isso, não poderão se arvorar de bons gestores da coisa pública. Porque quem esconde números, quando estes números são dinheiro do povo, não pode se dizer digno da confiança deste mesmo povo que o elegeu, que lhe delegou o poder de tomar conta do que é dele (povo) por meio do voto. Assim, ficamos na expectativa. Outro detalhe é quanto aos alimentos arrecadados na primeira noite da festa este ano. Consta serem 23 toneladas, que seriam distribuidas às entidades assistenciais de Olímpia. Sendo cada tonelada mil quilos, são 23 mil quilos de comida – sal, óleo, macarrão, açúcar, farinha, arroz, feijão etc. -, e sendo talvez uma dezena de entidades, então 2,3 mil quilos cada uma, certo? É comida à farta. Mas, para que se saiba se isso de fato aconteceu ou vai acontecer, e se não aconteceu por que não aconteceu, seria muito bom se a Promoção Social ou o Fundo Social de Solidariedade fizesse divulgar lista das entidades baneficiadas, com respectivas quantidades. E se houve sobra, o que vai se fazer com ela. Seria tão simples e tão, digamos, honesto, né, não?
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RESPEITO É BOM
Por falta de oportunidade, deixamos de comentar aqui tempos atrás, uma festiva manchete do blog do Leonardo Concon, dando conta de que “os bundões”, como ele chamou a obra de arte instalada na Praça Rui Barbosa em homenagem aos imigrantes que fizeram desta terra o que ela hoje é, serão retirados da Praça e colocados, parece, no Recinto do Folclore. Eis o título do blog: “Bundões” da gestão Carneiro cairão fora da nova Praça. Talvez, irão para o Recinto”. Tamanho desrespeito com a arte alheia só foi superado pelo juízo de valor que o writer neo-oficial faz a seguir: “A intenção era homenagear a colonização italiana, mas a opinião pública torce o nariz para as esculturas que ganharam o carinhoso apelido de ‘bundões’, ali colocadas na gestão do ex-prefeito Luiz Fernando Carneiro (PMDB)”. Meu Deus! E, logo em seguida, a total falta de noção de respeito à arte e ao artista, se manifesta ainda mais fortemente: “As estátuas de ferro que ocupam o centro da praça central de Olímpia não estão nos planos de reforma total que o prefeito Geninho Zuliani (DEM) vem empreendendo no local”. A opinião pública torce o nariz” ? “Estátuas de ferro”? “Ocupam” o centro da praça? Meu Deus! Aí, é a vez do prefeito falar: “Eles (quem, os ‘bundões’?) não foram bem aceitos naquela praça. Se a coordenadoria do Folclore aceitar, irão para o Recinto do Folclore, mas não mais na futura praça totalmente revitalizada”.

** Está nos parecendo mais uma atitude de revanche política do que qualquer outra coisa. O prefeito está pensando politicamente e sendo revanchista. Só que sua atitude transcende, neste caso, a mera questão política e vai alcançar uma obra de arte, e o artista que a desenvolveu. Também vai alcançar, e de forma desrespeitosa e pouco recomendável, a entidade olimpiense que fez a intermediação para que este artista renomado e reconhecido internacionamente, viesse a Olímpia homenagear uma colônia da qual a própria família do prefeito, ao que parece, descende. Não seria o caso de se buscar uma forma respeitosa para tirar dali estas estátuas, inclusive decidindo conjuntamente com a società italiana local para onde levar? E não passar a responsabilidade desta decisão para quem não a tem, nem é do metier? E pode ser também que a própria società tenha outra destinação para elas. Mas dizer simplesmente que estas estátuas “não estão nos planos da reforma”, ou que “elas não foram bem aceitas” ali, é simplesmente ignorar o trabalho de dias, talvez meses, de quem as fez. Independentemente de gostar ou não do que ali está, o que o prefeito não pode é tripudiar sobre uma peça de arte, tratá-la como lixo, porque assim estará desrespeitando profundamente quem está por trás dela: o artista.

Até.