Amigos do blog, “googando” aqui e ali para selecionar um intróito adequado para melhor abordagem do tema em questão, encontrei as seguintes frases, que vão aqui colocadas em sequência para talvez formar uma idéia completa sobre o que vão ler a seguir. “A vaidade é a espuma do orgulho”, de Jean Baptiste Alphonse Karr, “A vaidade, embora não destrua totalmente as virtudes, desordena-as todas”, de François de La Rochefoucauld, e “A vida sem vaidade é quase insuportável”, do russo Leon Tolstoi. Pois é, tais frases bem ditas vêm a propósito de notícia estampada no blog porta-voz do Governo mantido por Leonardo Concon, uma espécie de escriba informal de Geninho (DEM) e sua trupe (e mais abaixo vão entender melhor ainda porquê), dando conta de que a primeira-dama do município, Fernanda Zuliani, acabava de ser “eleita” entre as 30 esposas de prefeitos mais atuantes do Estado de São Paulo (“Fernanda Zuliani está entre as 30 Primeiras Damas mais atuantes da 8ª Região”). Informa o blog – cujo titular se gaba de ter sido “o único” veículo de comunicação da cidade a estar presente  ao evento, em São José do Rio Preto-, que “O Instituto Regional Paulista de Pesquisa (IRPP), de São José do Rio Preto, entregou na manhã deste sábado (3), naquela cidade, o ‘Título de Mérito Lila Covas’ para as trinta Primeiras Damas que obtiveram melhor desempenho e, por isso, foram avaliadas com pontuação máxima no exercício de 2009 na 8ª Região Administrativa de Governo, ou seja, entre 100 munícipios”. E mais, diz o blog: “A homenagem foi entregue pelo neto de Lila Covas, deputado estadual Bruno Covas (PSDB), com a presença do ex-prefeito de Rio Preto Edinho Araújo e Primeira Dama daquela cidade, Eliana de Fátima Lopes da Silva. O diretor de Relações Institucionais da Açúcar Guarani, Roberto Perosa, esteve no evento”. Aí está, então, amigos, a razão pela qual procurei tanto por frases que representassem, em alguns casos, o sentimento de vaidade. Num momento ela é espuma, noutro desordena todas as virtudes, mas quase insuportável é a vida, para nós humanos, sem a vaidade. Mas, por mais contagiante que seja, ela deve sempre ser mantida sob controle. Se não extrapola os limites do bom senso e pode levar pessoas a cometer desatinos, uma vez que as virtudes se ambaralham e, por mais insuportável que possa ser controlá-la, é melhor que ver nossos propósitos verdadeiros, se eles os temos, virarem espuma, né, não?
********************
VAIDADE, A FOGUEIRA
Descontando o fato de a primeira-dama Fernanda ser jovem, talvez a mais jovem esposa de prefeito do Estado, e de características comportamentais de quem gosta do bom e do melhor, é preciso ter discernimento, no entanto, quando se quer ser o melhor. Primeiro, é preciso que o seja, mesmo. E não apenas se fazer passar por melhor. Nos perdoem todos que pensam o contrário, mas imagino que para outorgar um título que dá mérito e classifica alguém, seja lá quem for este alguém, como melhor entre tantos, é preciso que pelo menos se exija uma lista de feitos efetivos, de resultados destes feitos, e que eles sejam tão importantes do ponto de vista social, familiar e pessoal, que realmente faça a diferença. caso contrário, é só a vaidade ardendo em chamas.
********************

ELE NÃO SABIA
Desde o primeiro momento em que lemos tal “release” oficial, ficamos desconfiados. Porque este tipo de titularidade sempre tem aos mil por aí, e aparecem com força nestes períodos eleitorais, naqueles casos em que são voltados a políticos e seus próximos ao poder, ou a qualquer momento, quando são dirigidos ao comércio, indústria e prestadores de serviços. Numa tal da pesquisa que ninguém vê. Mas, me recusei, ao mesmo tempo, acreditar que este seria o caso. Não com a primeira-dama, ou com o prefeito, ou mesmo aqueles políticos todos que lá estavam, e até o neto da saudosa primeira-dama que dá nome ao título, ao diploma, que foi primeira-dama do talvez o último dos políticos na acepção do termo neste País, Mário Covas. Ninguém ousaria tanto. Sabem por quê? O tipo de titularidade que me ocorreu primeiro é o que acontece da seguinte maneira: do nada, um cidadão surge à sua frente com uma papelada qualquer e diz: “O senhor foi escolhido por pesquisa feita na cidade como o melhor isso ou aquilo, e queremos lhe entregar um diploma, em um jantar especial, coisa e tal, tal e coisa.”  A partir daí, se houver aceitação por parte do “melhor” na pesquisa, muito que bem, se não, o “segundo colocado” é escolhido para ocupar a cadeira que ficará vaga. Não se quer dizer aqui, repito, e nem seria crível, que o processo foi o mesmo, a lembrança serve apenas como alerta, para se alguma vez ocorrer, a quem interessar possa.
********************

SURPRESA
Pode até não ter nada a ver, ser só coincidência, mas descobri hoje no começo da tarde que o prefeito também recebeu, quando vereador, distinção igual, e com a assinatura de um amigo que nos confidenciou ter trabalhado para o Instituto tempos atrás. Aliás, ele, junto com outros dois profissionais que aqui na cidade também trabalharam, eram integrantes da diretoria da empresa. Há outros casos de políticos e empresas que ostentam, também, título de “melhores” outorgados pela empresa. Repetimos: tudo pode ter mudado, agora. Até porque, ninguém ousaria induzir tão importantes figuras políticas a exercerem, de forma tão equivocada, suas vaidades incontidas.
*******************

ESQUECERAM DE MIM
Nas listas de não-elegíveis publicadas pelo TCE e TSE com base na ficha limpa, esqueceram do ex-prefeito José Carlos Moreira (1993/1996), que até mandado de prisão expedido tem. Agora, inelegível Edil Eduardo Pereira? Ele deve estar morrendo de rir. Ou de raiva. Pereira sempre de autoqualificou como técnico nas funções que exerceu junto à prefeitura ou Prodem. Política não era seu forte. E agora, quando deixa tudo, é classificado como político pelo TCE. Acho que é para morrer de raiva, mesmo. Não de rir.
*******************
REMEMBER
Para quem ainda não sabe, o Tribunal de Contas da União-TCE divulgou no dia 21 de junho, uma relação contendo os nomes de 4.922 gestores e agentes públicos que tiveram as contas rejeitadas e estão com os direitos políticos cassados. Dentre eles o ex-prefeito de Severínia, Mario Lúcio Lucatelli, o “Babão”. E, também, que o Tribunal de Contas do Estado de São Paulo-TCE, divulgou lista de 101 ex-prefeitos, ex-vereadores e presidentes de fundações de cidades da região de Rio Preto que estão “inelegíveis” para disputar as eleições deste ano. Espalhados em 48 municípios, esses agentes públicos tiveram contas e contratos rejeitados com irregularidades “insanáveis” e “irrecorríveis”. A relação de nomes será encaminhada ao Tribunal Regional Eleitoral (TRE) em São Paulo, que é responsável por homologar ou não registros de candidaturas para a disputa eleitoral. Tem gente de Olímpia – além de Pereira, também o ex-prefeito Zé Rizzatti [1989/1992-1997/2000]); de Altair – Dinho Flores, ex-prefeirto, e Paulo Correa Neves, ex-presidente da Câmara; Embaúba – José Carlos de Oliveira Silva e Paulo Rogério Brunelli, ambos ex-presidentes da Câmara, e Guaraci – Valtercides Monteiro, Jorge Levi e Paulo de Oliveira Batista, todos ex-prefeitos, para citar só a nossa micro-região.
********************
CALMA LÁ, GENTE!
Depois o amigo do blog do lado de dentro reclama. Não sei se por ordem de cima ou se por vontade de afagar o chefe, ele publicou em seu espaço oficial o seguinte, reproduzido aqui: “Menos olimpienses estão morrendo, seja no nascimento, na infância ou na faixa entre 15 e 34 anos. As taxas são bem maiores na região e no Estado. Olímpia está com índices excelentes de Saúde, especialmente no que diz respeito às taxas de mortalidade infantil, seja comparando com a região de governo, seja com todo o Estado de São Paulo. Essa comprovação consta do relatório do exercício de 2.009 da administração municipal realizada pelo Tribunal de Contas do Estado de São Paulo (TCE). No ano passado, por exemplo, a taxa de mortalidade infantil ficou em 9,97 (por mil nascidos vivos), enquanto que na região de governo esse índice sobe para 12,66 e no Estado é maior ainda: 13,02. Na infância, essa taxa olimpiense se repete, isto é, 9,97 por mil nascidos vivos. Mas, sobe na região de governo para 15,58 e também no Estado para 15,11. Finalmente, a taxa de mortalidade dos olimpienses na faixa etária entre 15 e 34 anos ficou em 80,20 por cem mil habitantes nessa mesma faixa, enquanto que, ainda tendo como base o exercício de 2.009, a taxa dispara para 127,94 na região de governo e mais ainda no Estado de São Paulo: 151,70 por cem mil habitantes entre 15 e 34 anos”. Não, nada o opor quanto aos números. São, de fato, números para serem comemorados pelos moradores da cidade. Mas, custava ao blogueiro ser mais claro, direto e verdadeiro? Quando ele se refere a 2009, claro que tenta passar a idéia de que as coisas aconteceram agora, a partir do atual Governo. Mais escamoteador ele é ainda, quando afirma, no fechamento do texto: “O TCE verificou, ainda, na cidade, a existência do projeto ‘Viva a Vida, Nascer em Olímpia – Direito à Vida'”. Pois é, custava ele dar a informação por inteiro? Dizer, por exemplo, que este projeto que o TCE enalteceu e que ele cita de passagem, agora tentando passar a idéia de que foi implantado nesta gestão, é um projeto que existe na cidade há mais de dez anos, e que só por isso vem dando resultado? Depois ele reclama!
********************

NÃO FALEI?
Não demorou muito para o prefeito mandar postar no blog da casa um aviso aos olimpienses, algo como um lembrete quanto à realização do Festival do Folclore deste ano. Observem um trecho do “pensamento” do blogueiro quanto ao assunto: “(…) Porém, vivemos na realidade e, em se tratando de poder público, de prestação de contas dentro da rígida lei de responsabilidade fiscal – para os tribunais de contas e não para os especuladores, é bom que se frise.” Entenderam? Já vêm com aquela conversa mole de que é preciso parcimônia para injetar dinheiro público no Fefol. Se não estamos enganados, parcimônia que não se observou com a festa do peão, correto?  Diz mais o blog-pensador: “Outro ponto, talvez o verdadeiro calcanhar de Aquiles do Fefol, é preciso colocar nessa balança: o Festival não dá lucro, ou melhor, para não ferirmos o falso puritanismo de certos ‘intelectuais de plantão’: não empata o investimento. Os últimos balancetes do Fefol, mesmo com emendas parlamentares, demonstram que é preciso injetar recursos da prefeitura.” Muito bem, se não estamos enganados, a festa do peão, ano passado, também deu prejuízo, segundo seus organizadores alardearam. Quem pagou? E este ano, quem pagou toda a festa? Vai haver prestação de contas? Indo mais fundo ainda, o blogueiro segue “pensando”: “(…) E, em ano eleitoral, é bom colocar as barbas – quem as tem – de molho, porque até agora ninguém anunciou verbas federais ou estaduais. Parece que, mesmo em se tratando de cultura, será terminantemente proibido o repasse. Daí, o custo sairá integralmente dos cofres públicos.” E o custo da festa do peão, saiu de onde? Teve verba federal ou estadual? Não estávamos, também, em ano eleitoral? Como prevíamos, a chorumela oficial já começou.
********************

NOTA FINAL
O vereador Guto Zanette (PSB) disse hoje de manhã ao blog que gostaria de ver esclarecida aquela nota publicada no semanário “Gazeta Regional” e que foi objeto de comentário neste blog, sábado. Ele fez questão de ressaltar que a nota está totalmente equivocada, ou foi redigida maldosamente sabe-se lá com qual intenção. Ele voltou a reiterar que sua proximidade com o Executivo tem o único objetivo de facilitar suas ações na vereança. E que não busca “lucro”, nem reclama de “prejuízo” nenhum. E muito menos quer qualquer pedaço de qualquer “lanche”. “Estão tentando passar à opinião pública que eu estaria em busca de outros interesses, o que não é verdade”. Com a palavra, os escribas do Gabinete.

Até.