Amigos do blog, leio na edição de hoje, da “Folha da Região”, matéria que trata do aterro sanitário terceirizado que o prefeito Geninho (DEM) quer implantar em Olímpia. Relato porque achei o título curioso – “Geninho quer transformar lixo em dinheiro para o município”. Trata-se de uma simplificação jamais vista naquele periódico, quando o assunto é de tamanho peso (sem trocadilho). Aliás, mais que simplista, a chamada de capa do semanário seria, por assim dizer, “alienista”, para cunhar um termo tão ao gosto de seu editor. O projeto do prefeito é algo de fenomenal grandeza, algo que vai “sacudir” as estruturas da cidade, seu meio ambiente, seu povo, e não necessariamente pelo aspecto positivo. E não basta que se coloque em meio a isso, como “chamariz”, a palavra substantiva dinheiro, ou o próprio, para que tudo ganhe ares de bem maior. Porque é essa, exatamente, a mensagem que o chefe do executivo olimpiense está enviando para seus governados. E, considerando o pendor do prefeito pelos “grandes projetos”, pelos “feitos extraordinários” e impactantes, não é crível que tudo esteja sendo dito. “É um planejamento estratégico para Olímpia, não é uma simples lei”, ele diz. Sim, mas e o resto? “Com esse planejamento, Olímpia sai na frente”, reforça. Mas, na frente de quem, mesmo? Dentre a maioria dos prefeitos com quem nosso alcaide disse ter conversado, “poucos teem aterro próprio”. E por quê será ele não disse. Para o prefeito, este projeto de implantação de um local na cidade para onde virá o lixo de dezenas de cidades, como pretende, será “a redenção de Olímpia e de várias cidades da região”. Redenção em relação a quê ele não detalhou. E por quê Olímpia assumiria o papel de redentora de tantas outras cidades da região, ele também não explicitou. E quanto representará, na ponta do lápis, “toda a prestação de serviço, todo ICMS” que fazem brilhar os olhos do prefeito? Isso também não foi colocado em detalhes (números, valores). Observem os amigos que o prefeito só fala com antusiasmo dos supostos benefícios. E os custos sociais e ambientais? Esses vão ser discutidos também com a mesma disposição pelo prefeito, seus técnicos, Câmara Municipal, população de modo geral ou seus organismos representativos? “Não se trata de ‘trazer lixo para Olímpia’”, encerra o prefeito. Se trata sim, prefeito. E com tantas e tamanhas implicações, que lá na frente tudo pode não corresponder inteiramente ao simples “ganhar dinheiro” propagado.
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QUANTO CUSTA
Segundo o prefeito, o tal aterro sanitário deve custar algo em torno de R$ 20 milhões, ou até mais “barato” – R$ 15 milhões, R$ 18 milhões, ou ainda mais caro que isso, cerca de R$ 22 milhões. Daí a necessidade de terceirização, certo? É assim que o prefeito quer. Entregar este investimento gigantesco à iniciativa privada. Que topa, nas palavras dele. Mas, claro que não sem ter em mãos planilhas e mais planilhas sobre custos, despesas e, claro, lucro! Quanto tempo para recuperar o que vai ser colocado? Quantas toneladas de lixo por dia, por mês, por ano, de cada uma das cidades contratadas? E a coleta seria não só de lixo doméstico, mas também de lixo da Saúde,
onde pegaríamos grande parte dos municípios da região de Rio Preto, ao redor de Olímpia, e um ‘bico’ no Triângulo Mineiro”, conforme projeções do prefeito. E seria uma concessão por 20 anos, “para compensar o investimento”, revela o prefeito. E o que a cidade ganharia com isso? Olímpia receberia todos esses impostos”, reforça Geninho. Mas quais, e quanto, perguntamos.
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DISCUSSÃO MADURA
Claro que sabemos pouco do lixo, a não ser que ele incomoda, ocupa espaço, é nocivo ao meio-ambiente, custa caro para recolher e acondicionar, e às vezes fede e atrai urubús e ratos. Além da coleta e o tratamento adequado, há que tratar o lixo, do qual sai o chorume e outros componentes ambientalmente incorretos. Não só o prefeito, portanto, tem que estar preocupado com a questão, mas todos nós cidadãos. Porém, a urgência com a qual se busca a solução é que está “cheirando mal”. Atualmente, nosso lixo é terceirizado, recolhido e levado para bem longe, há 70 quilômetros, para um aterro nos moldes deste que o prefeito quer implantar em Olímpia. No caso, um aterro do primo do prefeito, em Catanduva. Portanto, há espaço e tempo para a discussão do assunto, para se destrinchar tudo que o envolve, detalhar as pretensões do Executivo Municipal, tudo sem afogadilho, sem afobação, porque o apressado come crú, como se diz no jargão popular. E, quero crer, ninguém tem fome de lixo. A menos que alguém por aí tenha fome pelo lixo. Aí já é outra questão. E não exatamente de ordem ambiental.
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CLARO QUE NÃO
“Não é incorreto receber lixo. Não é incorreto ter aterro. Não há pecado nisso”. Tem razão o prefeito. Mas é ele, e só ele, quem terá que nos provar que tudo será feito com correção, que não será cometido qualquer tipo de pecado. E não só com discursos entusiasmados….
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NÚMEROS
Show do cantor Edson: R$ 60 mil. Show do cantor Daniel: R$ 125 mil. Show da dupla Crystian e Ralf: R$ 69 mil. Show da dupla Milionário e José Rico: R$ 63,5 mil. Show da dupla Fernando e Sorocaba: R$ 149,5 mil. Fora as duplas menores, do palco alternativo, e os irmãos gêmeos do pagode Vavá e Márcio, cujos valores não foram divulgados. Agora, querem apostar que para o nosso Festival do Folclore, em sua edição 46, vai ser uma choradeira só? Valtaremos ao assunto.
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