Amigos do blog, tive a tarde toda de ontem tomada pela visita do pré-candidato ao Governo de São Paulo, Aloysio Mercadante, do PT. Ele havia marcado sua chegada para às 15h30, mas na Câmara Municipal, pelo menos, chegou somente às 17h30. Antes, fez uma rápida passagem pela prefeitura municipal, onde foi recebido pelo prefeito Geninho (DEM), num explícito “fayr-play”, já que, todos sabem, o alcaide é demo-tucano “desde criancinha”, como se diz por aí. Mercadante foi saudado por cerca de 100 pessoas na Casa de Leis, entre populares, petistas de carterinha e autoridades da região e da capital, como o vereador petista paulistano Arselino Tatto. Também com ele estava a deputada estadual Beth Sahão e o ex-prefeito de Rio Preto, Manoel Antunes, do PDT, que pode vir a ser seu candidato a vice (aliás, Antunes deixou a Câmara perguntando com quem estava o PDT de Olímpia. Ninguém soube responder. Nem este que vos escreve). Tudo indica que o mote de campanha de Mercadante será o tripé educação-segurança-pedágio. Para ele, são três vértices da administração tucana que não estão funcionando a contento no Estado há décadas. O discurso proferido da Tribuna foi “o primeiro de um senador da República na história da Câmara Municipal de Olímpia”, como ressaltou a ‘mestre de cerimônia’ do encontro, vereadora e 1ª secretária da Mesa, Guegué (PRB). Aliás, de vereadores presentes somente ela, Guto Zanette (PSB), o próprio presidente-anfitrião, Hilário Ruiz (PT), João Magalhães (PMDB) e Bertoco (PR). Salata (PP) e Lelé (DEM) foram vistos por lá antes da chegada de Mercadante, mas depois “sumiram”. A candidata a senadora por São Paulo, Marta Suplicy, o acompanhou até Rio Preto, mas não veio a Olímpia.

ENQUANTO ISSO…
Amigos, leiam abaixo o que disse o prefeito Geninho (DEM) certo segmento da imprensa local por conta do “imbróglio” da contratação da empresa do primo para fornecer cimento betuminoso usinado a quente, o famoso CBUQ. O texto de abertura veio vazado nos seguintes termos: “Em entrevista agora há pouco ao Blog (no caso, o do Concon), com exclusividade, o prefeito Geninho Zuliani (DEM) fez duas revelações: primeira, já entregou, espontaneamente, toda a documentação do pregão em que a LMA Construtora, de seu primo Marco Antonio Zuliani, de Catanduva, participou e que ainda não foi homologada, como prova da lisura licitatória da prefeitura de Olímpia; e, segunda: a LMA não é nenhuma ‘empresa paraquedista’ no trato com a coisa pública local – ela foi vencedora da Tomada de Preços n° 14/2008, último ano da gestão de seu adversário político, então prefeito Luiz Fernando Carneiro (PMDB), para obras de asfalto na cidade, porém adjudicada por ele, Geninho, no início de seu mandato.” O título, em letras garrafais, gritava: “EXCLUSIVO: Geninho entrega documentos ao promotor e revela: LMA já prestava serviços para Olímpia, inclusive para Carneiro.”  Um primor de ‘start-up’ para texto defensivo, convenhamos.

…NA CAPITAL NACIONAL…
Mas, os amigos devem atentar para duas coisas, neste enunciado. A primeira é a de que, se está tudo certo, como o prefeito garante que está, se tudo é legal ‘e nos conformes’, para que, então, entregar ao Ministério Público “toda documentação do pregão”? E a segunda é: e daí que a LMA participou e ganhou licitação na administração Carneiro? Uma coisa não invalida a outra. Até porque, dito pelo prefeito, foi ele próprio quem homologou o contrato em favor da empresa do seu primo. O jornal “Folha da Região” vai mais fundo ainda, no afã de nada dizer, quanto estampa que a LMA fez “várias” obras na cidade, pluralização tirada nã se sabe de onde, porque nem o prefeito diz isso, na entrevista ao blog. Se disse para a emissora-amiga, então deu duas versões para o mesmo tema. Porque, efetivamente, o blog apurou, a LMA participou de duas licitações na gestão passada. Na primeira, foi impugnada por questões de documentos incorretos. E na segunda venceu, mas realizou a obra na atual gestão, com a anuência do atual prefeito. Racionalmente, cada um de nós devemos nos perguntar, do fundo de nossa mais profunda inquietação: Por que as justificativas do prefeito, em tudo, passam sempre pelo ex-prefeito? Para o bem ou para o mal, Geninho sempre saca a alternativa Carneiro para balizar seus atos e decisões. “O Carneiro também fazia”, “O Carneiro também comprava”, “O Carneiro isso, o Carneiro aquilo”. Até para cargo de assessoria se usou a “justificativa Carneiro”. Então falta Geninho explicar uma coisa: o ex-prefeito é seu ‘espelho’ político?

…DO FOLCLORE
E para que fique tudo bem, o prefeito deve sim, homologar o edital em favor de seu primo. Só assim ele estará dando mostras de que tudo o que fez estava em consonância verdadeira com a lei. Que tudo foi de caso pensado, analisado. Se titubear mais – além desta primeira, que foi o pedido de ‘consultoria’ ao promotor Gilberto Junior (“Vou me respaldar muito na opinião do Dr. Gilberto”) – dará a entender à opinião pública que tinha “caroço nesse angú”, “coelho nessa mata”, etc. Se cancelar o pregão, pode induzir as pessoas a pensarem que, ou ele não sabe o que acontece ao seu redor no tocante às licitações de modo geral – e só teria ficado sabendo que a empresa vencedora era do seu primo quando a ‘bomba’ estourou – ou não tem confiança plena nos seus defensores jurídicos, além de outras implicações de ordens ética e legal. E mais: até onde se sabe, ninguém questionou a idoneidade da empresa do primo dele (“Antes [na gestão Carneiro] era idônea e agora não é?”, pergunta o alcaide). O problema estaria, se problema houver, na relação com a empresa do primo. Idoneidade existe para ser preservada ou quebrada. Depende só dos agentes envolvidos. E é isso que se busca. E é isso, talvez, que o MP deverá investigar. Embora o recebimento dos documentos, se os recebeu, impeça Gilberto Júnior, depois, se assim o decidir, de agir enquanto defensor da coisa pública neste caso específico.

NO MAIS
Pode ser tudo isso apenas muito barulho. Pode ser tudo, como pode ser nada. Mas, o erro, com certeza, está no princípio. Agora resta o verbo.

MELHOR NÃO TÊ-LA
Em sua peroração ao blog-defensor o prefeito ainda encontrou argumentos -rebuscados pelo entrevistador – para atacar a imprensa que não coaduna e questiona certas atitudes administrativas de seu Governo, como é legítimo a todo veículo de comunicação que se preze. Citou, por exemplo, as multas que a Rádio Menina-AM recebeu durante o pleito eleitoral, segundo Geninho “por dizer mentiras”; citou o jornal “Planeta News”, e indiretamente este blog, ao dizer que “convive com este tipo de imprensa muito bem”. Mas, disse que não deixa de ouvir “e não tira do ar” a Menina-AM, nem de ler o “Planeta” ou este blog por isso. Menos mal. Tudo o que não precisamos, neste momento, é de um arremedo de Hugo Chávez por estas bandas.

NAS ALTURAS
Geninho aproveitou para argumentar, também, que sua aprovação perante a opinião pública, “não se discute” que está bastante elevada. E que as denúncias contra a merenda escolar e da festa do peão foram arquivadas. Será que é por causa de sua alta aprovação? Isso ele não deixou claro.

ADENDUM
“A bem da verdade, o uso de pregões presenciais no fornecimento de obras ou compra do que quer que seja pelo Poder Público, não é garantia absoluta de lisura. Uma empesa pode, por exemplo, dar um lance menor do que sua concorrente, vencer a disputa mesmo com preços aviltantes, e depois ser ‘compensada’ lá na frente, seja com outras obras menores, seja por aditamento.”  Palavras de quem conhece um pouco do metier.

EI-LAS
O Diário Oficial do Estado trouxe publicado em sua edição de ontem, sexta-feira, 14, os nomes das duas empresas vencedoras das ofertas públicas 05 e 06, para a festa do peão de Olímpia. Sem dúvida uma das decisões mais rápidas já tomadas por este Executivo, levando-se em conta que a publicação foi feita na Impensa Oficial do Município-IOM, sábado passado. Não há concorrência, neste tipo de edital? Não há prazo para contestação, adjudicação e homologação? De qualquer forma, a empresa vencedora da oferta pública 05 é a Ivan Perpétuo da Silva ­ ME, CNPJ nº. 07.739.407/0001-84, de Bálsamo, que ficou com  a “Área I”. Já a vencedora da oferta pública 06 foi a Instantânia (sic) Comércio de Artigos para Festas Ltda. ­ ME, CNPJ nº. 06.323.375/0001-79, que ficou com a “Área II”. Ambas já devidamente adjudicadas e homologadas, com data de 13 de maio, quinta-feira passada. Assim, no vapt-vupt! No primeiro caso, a empresa será responsável pelos shows e estrutura interna do recinto (banheiros, etc). A outra empresa se responsabilizará pelos peões, premiação, boiadas e toda infra-estrutura atinente ao evento em si.