Blog do Orlando Costa

Verba volant, scripta manent – ANO XVI

Mês: fevereiro 2010 (Página 2 de 2)

JALECOS EM CRISE: TRÊS MOTIVOS E UMA TEORIA DA CONSPIRAÇÃO

Amigos do blog, vamos ter que começar a contar nossos mortos? Ou uma solução virá do Poder Público? Tudo o que está acontecendo é um fenômeno natural dadas as circunstâncias de momento envolvendo médicos e Santa Casa – a exaustão pela falta de resultado nas negociações – ou alguma outra força estaria empurrando as coisas para este nível de conclusão? A decisão dos médicos, sem dúvida, é sem precedentes na região e, acredito, em todo Estado. Médicos em greve? Quem um dia iria imaginar. Mas deve acontecer em Olímpia a partir do dia 19 de fevereiro, sexta-feira pós-carnaval. A decisão foi tomada depois de quase três horas de discussões, em que não houve acordo, por três motivos: a radicalização dos médicos, que se escudaram numa resolução – a 142/2006 – do Cremesp, que lhes dá o direito de receber no mínimo 1/3 do que recebe o plantonista de turno, ou seja, R$ 250 a cada 12 horas ‘trabalhadas’, e lhes autoriza a não aceitarem trabalhar sem a remuneração. Chamada de “lei áurea” por uma entusiasmada doutora favorável à paralisação, e de “lei da alforria” por outro profissional, este um pouco mais ponderado, mas igualmente a favor do que a maioria decidiria, o que resta dizer é que a categoria deu força de lei àquilo que é apenas uma decisão de foro interno do órgão que fiscaliza e regulamenta o exercío da profissão. Mas, há que se perguntar: tal decisão tomada, visando não ferir a resolução, não acaba por ferir a própria ética médica, por ir de encontro ao que preceitua o juramento feito por eles, médicos, ao receberem seus canudos? “(…) Em toda a casa, aí entrarei para o bem dos doentes, mantendo-me longe de todo o dano voluntário e de toda a sedução, sobretudo longe dos prazeres do amor, com as mulheres ou com os homens livres ou escravizados (…)”, diz trecho do juramento de Hipócrates, o juramento dos médicos. Será que a “lei áurea”, ou a “carta de alforria” citadas pelos médicos tem a ver exatamente com este trecho do tal juramento?

SEGUNDO MOTIVO
Não houve por parte do Ministério Público nenhuma decisão, nenhuma palavra, nenhum apelo mais enérgico, nenhum movimento no sentido de fazer valer o interesse do cidadão comum, o povo, o pagador de impostos que, diz a Carta Magna, tem direito à saúde, que por sua vez, é dever do Estado. Demonstrou boa vontade o MP em intermediar e levar a discussão a termo, mas talvez não estivesse este mesmo MP revestido do poder necessário para fazer valer o interesse coletivo e não o de três dezenas de profissionais, que em última análise, teem responsabilidade sobre cada vida humana. Porque a primeira pessoa que vier desgraçadamente a morrer na porta do hospital por falta de um médico para atendê-lo, o mundo vai vir abaixo, com certeza. A secretária municipal de Saúde, Silvia Storti, observou para este blog que a responsabilidade será do diretor clínico da Santa Casa. Este blog responde que não interessa de quem será a culpa. Interessa é que pessoas poderão morrer. E como ficará a situação? Como reparar isso depois? Será que chegar aos familiares e dizer: “A responsabilidade é do diretor clínico”, vai adiantar? Vai confortá-los?

TERCEIRO MOTIVO
Faltou Poder Público na discussão. Fora as bravatas do prefeito Geninho (DEM), que na reunião de ontem ‘peitou’ os médicos, chegando a cobrar deles a responsabilidade pelas vidas humanas, pela saúde da população, chegando a dizer que estava “se lixando” para a resolução do Cremesp, que os médicos, se quizessem, podiam rever a decisão, aceitar os valores propostos e mais adiante discutir novamente a questão, nada mais ofereceu o alcaide ou sua secretária de Saúde, que a cada fala transformava o ‘conclave’ em algo parecido com um encontro político. O município, no final das contas, não desembolsou um tostão para ajudar a resolver o problema. Os R$ 37 mil oferecidos aos médicos formaram com doações da Açúcar Guarani – R$ 2 mil, Thermas dos Laranjais – R$ 10 mil, Unimed – R$ 10 mil, e a própria Santa Casa – R$ 15 mil,valores tirados da subvenção de R$ 65 mil correspondente ao pagamento dos serviços de pronto-socorro prestado pelo hospital ao município. Ou seja, cadê o dinheiro da prefeitura? E será ela, não tenham dúvidas disso os amigos, que irá arcar com o ônus seja financeiro, político ou social do problema. Ela, mais que o hospital, que é entidade filantrópica, tem sobre si a obrigação de garantir a vida do cidadão. No mínimo o bom atendimento em saúde. Afinal, ele, cidadção, paga por isso.

TEORIA DA CONSPIRAÇÃO
A menos que as suspeitas sejam verdadeiras. Ou seja, que o prefeito, mais sua secretária estejam querendo encampar o hospital, tocá-lo sob as expensas dos cofres públicos. Não é de se duvidar, porque até ex-provedor de hospital em seu ‘staff’ se encontra. A secretária se diz expert em SUS e coisas e tais. O prefeito se mexe bem entre as esferas de poder no Estado e na União, assim, obter emendas e verbas não seria problema, presume-se. Por isso, talvez, esteja forçando o golpe de misericórdia sobre a diretoria do hospital, com esta paralisação dos médicos. Mas, ainda se for este o jogo, não precisava o prefeito agir com tamanha truculência. Bastava esperar apenas mais 50 dias, porque no dia 31 de março expira o mandato da atual diretoria. E pronto, era só pegar as chaves e ser feliz. Não precisava o prefeito deste ‘circo’ todo. Por isso o blog prefere acreditar que esta tese não seja verdadeira. Mas, se for, age mal o Executivo e sua secretária que, de resto, ainda não deixaram claro porque alimentam este ranço, esta picuinha toda contra a provedora Helena Pereira. Que, apesar de dizer o alcaide não se lembrar, foi sua companheira de primeira hora quando das dificuldades encontradas para a formatação da chapa para concorrer às eleições municipais.

FECHANDO
O vereador Toto Ferezin disse ao blog que fica. Que não vai se afastar da Câmara, nem mesmo para seu necessário tratamento de saúde. O blog disse na semana passada que ele ia ficar 60 dias fora da Casa de Leis, tempo em que Marco Coca (PSB) assumiria a cadeira e votaria a favor do parecer do TCE pela rejeição das contas-2007 do ex-prefeito Carneiro. Mas, ontem à noite ele frisou: “Pode dizer lá que não vou me afastar da Câmara. Nem mesmo para fazer o tratamento de saúde que preciso”. Tá dito, vereador.

DEMORÔ, MAS AÍ ESTÃO, FINALMENTE, AS PÉROLAS DO ENEM/2009

HÁ LUGAR PARA TODOS

HÁ LUGAR PARA TODOS

Amigos do blog, sempre aguardo com ansiedade as pérolas do ENEM, porque com elas se dá boas gargalhadas. E como entendo ser hiperinteressantes estas “idéias” dos alunos a respeito de determinadas questões que são colocadas como material de análise, reproduzo neste blog, para dar a oportunidade de os amigos também rirem um pouco. E também de refletirem sobre o nível de ensino que se pratica neste país. E com que nível de conhecimento e cultura o jovem brasileiro, muitas vezes, chega ao ensino superior. Mas, o momento agora é para rir. O tema da redação do Enem 2009 foi Aquecimento Global, e como acontece todo ano, não faltaram preciosidades. Lá vão: (PS: as observações entre parênteses e em negrito são do professor que fez a correção)

1) “o problema da amazônia tem uma percussão mundial. Várias Ongs já se estalaram na floresta.” (percussão e estalos. Vai ficar animado o negócio)

2) “A amazônia é explorada de forma piedosa.” (boa)

3) “Vamos nos unir juntos de mãos dadas para salvar planeta.”
(tamo junto nessa, companheiro. Mais juntos, impossível)

4) “A floresta tá ali paradinha no lugar dela e vem o homem e créu.” (e na velocidade 5!)

5) “Tem que destruir os destruidores por que o destruimento salva a floresta.”
(pra deixar bem claro o tamanho da destruição)

6) “O grande excesso de desmatamento exagerado é a causa da devastação.” (pleonasmo é a lei)

7) “Espero que o desmatamento seja instinto.” (selvagem)

8) “A floresta está cheia de animais já extintos. Tem que parar de desmatar para que os animais que estão extintos possam se reproduzirem e aumentarem seu número respirando um ar mais limpo.”
(o verdadeiro milagre da vida)

9) “A emoção de poluentes atmosféricos aquece a floresta.”
(também fiquei emocionado com essa)

10) “Tem empresas que contribui para a realização de árvores renováveis.”
(todo mundo na vida tem que ter um filho, escrever um livro, e realizar uma árvore renovável)

11) “Animais ficam sem comida e sem dormida por causa das queimadas.”
(esqueceu que também ficam sem o home theater e os dvd’s da coleção do Chaves)

12) “Precisamos de oxigênio para nossa vida eterna.” (amém)

13) “Os desmatadores cortam árvores naturais da natureza.” (e as renováveis?)

14) “A principal vítima do desmatamento é a vida ecológica.” (deve ser culpa da morte ecológica)

15) “A amazônia tem valor ambiental ilastimável.” (ignorem, por favor)

16) “Explorar sem atingir árvores sedentárias.”
(peguem só as que estiverem fazendo caminhadas e flexões)

17) “Os estrangeiros já demonstraram diversas fezes enteresse pela amazônia.” (o quê?)

18) “Paremos e reflitemos.” (beleza)

19) “A floresta amazônica não pode ser destruída por pessoas não autorizadas.” (onde está o Guarda Belo nessas horas?)

20) “Retirada claudestina de árvores.” (caraulio)

21) “Temos que criar leis legais contra isso.” (bacana)

22) “A camada de ozonel.” (Chris O’Zonnell?)

23) “a amazônia está sendo devastada por pessoas que não tem senso de humor..”
(a solução é colocar lá o pessoal da Zorra Total pra cortar árvores)

24) “A cada hora, muitas árvores são derrubadas por mãos poluídas, sem coração.”
(para fabricar o papel que ele fica escrevendo asneiras)

25) “A amazônia está sofrendo um grande, enorme e profundíssimo desmatamento devastador, intenso e imperdoável.” (campeão da categoria “maior enchedor de lingüiça”)

26) “Vamos gritar não à devastação e sim à reflorestação.” (NÃO!)

27) “Uma vez que se paga uma punição xis, se ganha depois
vários xises.” (gênio da matemática)

28) “A natureza está cobrando uma atitude mais energética dos governantes.”
(red bull neles – dizem as árvores)

29) “O povo amazônico está sendo usado como bote expiatório” (ótima)

30) “O aumento da temperatura na terra está cada vez mais aumentando.” (subindo!)

31) “Na floresta amazônica tem muitos animais: passarinhos, leões, ursos, etc.”
(deve ser a globalização)

32) “Convivemos com a merchendagem e a politicagem.” (gzus)

33) “Na cama dos deputados foram votadas muitas leis.”
(imaginem as que foram votadas no banheiro deles)

34) “Os dismatamentos é a fonte de inlegalidade e distruição da froresta amazonia.” (oh god)

35) “O que vamos deixar para nossos antecedentes?” (dicionários)

MÉDICOS X SANTA CASA X EXECUTIVO: A CASA QUE FALTA O PÃO*

VALE ATÉ TRINTENA, TODOS DE JOELHOS!

VALE ATÉ TRINTENA, TODOS DE JOELHOS!

Amigos do blog, a esta altura dos acontecimentos, muitos de vocês já devem estar sabendo do resultado da reunião havida ontem à tarde na Secretaria Municipal de Saúde, para mais uma tentativa de entendimento na questão da paralisação dos 33 profissionais médicos que prestam plantão à distância à Santa Casa de Misericórdia de Olímpia. Se sabem, então só vão tomar conhecimento de alguns detalhes internos do encontro. Se não sabem, informo: resultou em nada a conversa mantida entre o prefeito Geninho (DEM), a provedora Helena Pereira, a secretária de Saúde, Silvia Storti, o advogado Gilson Delgado e o promotor Gilberto Ramos de Oliveira Júnior. Aliás, dizer que não deu em nada é pouco. Melhor classificar o resultado da reunião de fracasso total. Porque foi dado um passo atrás naquilo tudo que havia sido conversado da vez anterior. Primeiro, os médicos não querem baixar os valores a que têm direito – um terço do que ganha o plantonista presencial do hospital. Muito menos querem deixar por R$ 36 mil e uns quebrados, a mensalidade total, como foi proposto por um dos profissionais presente ao encontro do dia 29 (e abaixo eu contarei porque os médicos praticamente rechaçaram o próprio colega). Depois foi o representante da Unimed que não apareceu para firmar a proposta feita, de arredondar para R$ 10 mil por mês o repasse ao hospital. Por último, e mais grave, foi a confirmação feita pelo próprio prefeito de que sim, os R$ 15 mil comprometidos por ele para ajudar no pagamento, seriam tirados dos R$ 65 mil que este ano repassaria à Santa Casa. E, pior, estes R$ 15 mil não seriam repassados mês a mês, o que seria o razoável. O prefeito explicou que o passaria anualmente, quando a conta do hospital fecha “e sempre precisa de dinheiro”. Desnecessário dizer que a provedora Helena Pereira quase perdeu a compostura, né? Porque se ela já achava absurda a proposta de tirar-e-por R$ 15 mil a cada mês, imaginem então tirar os R$ 15 mil e juntar tudo até o final do ano. Assim, não havendo acordo, o promotor Oliveira Júnior deu por encerrado o encontro, marcando outro para segunda-feira, 8, às 17h30, na Casa do Advogado (sede da OAB).

MEMORIOL
O bizarro a ser registrado deste encontro foi a tentativa do prefeito Geninho (DEM) de desmemoriar o passado recente. Cobrado pela provedora quanto às promessas feitas por reiteradas vezes, de que ia ser “amigo da Santa Casa”, e até quintuplicar o valor do repasse mensal ao hospital, disse que não se lembrava de ter dito isso a ela ou a quem quer que fosse. Um acinte, porque daquele encontro, a única pessoa que seguramente pode não ter ouvido o então candidato Geninho dizer isso seria o promotor, porque não mora aqui, porque não foi promotor eleitoral, porque não acompanhou a movimentação política havida. Os demais, todos, com certeza, têm ciência de que isso foi dito, que a promessa foi feita. Em alto e bom som, em manchete de jornal e nas sabatinas feitas frente à estudantada. O prefeito poderia ter usado mil e um argumentos para não honrar com sua palavra. Menos imaginar que ali estava um bando de néscios desmemoriados. Isso é, para dizer o mínimo, deslealdade, gesto de desrespeito vindo de quem deveria ser exemplo de retidão.

O MÉDICO
Sobre o quase rechaçamento do médico que intermediou o encontro da vez passada, e que ficou de propor a redução do valor do plantão para R$ 36 mil – o valor real estimado, segundo a provedora, beira os R$ 95 mil – ocorreu porque o referido profissional teria uma “diferença” em relação aos demais, ou seja, suspeita-se que ele seja “mais igual” que os iguais perante o poder. Porque para a mesma carga horária diária, em local de atendimento público receberia três vezes mais – algo em torno de R$ 4 mil, – que os colegas. A secretária foi questionada sobre isso no encontro, mas não explicou porque paga mais – e muito mais – especificamente para um só profissional. Por isso os médicos, consultados por ele, responderam não. “Para ele é fácil, poque já tem um ‘reforço’ no final do mês”, comentou uma fonte após o encontro.

IDÉIA BOA
No encontro de ontem surgiu também uma proposta interessante feita pela Mesa da Câmara Municipal ao promotor Oliveira Júnior, antes da reunião. A Casa se comprometeria a economizar, todos os meses, o valor correspondente ao que restava para completar o montante, ou seja, R$ 50 mil, R$ 60 mil, com o compromisso do prefeito de repassá-lo de imediato o hospital. O exemplo foi tirado de uma cidade da região que faz isso há muito tempo, e com sucesso. Mas, o promotor disse que não haveria meio se o Executivo não quisesse. E, ato contínuo, o prefeito descartou a hipótese, dizem até de forma deselegante para com os ilustres vereadores. Ele teria politizado o tema, dizendo que ninguém iria “fazer média” com o dinheiro que é do Executivo e não da Câmara…. Assim, aguarda-se o novo e talvez definitivo round desta ‘luta do ano’ para segunda-feira. Querem apostar que é o povo que irá a nocaute?

* Provérbio protuguês-brasileiro, na íntegra “Em casa onde falta o pão, todos brigam, ninguém tem razão”, cujo teor explicita um momento em que todo mundo quer ver resolvido o seu problema, a “fome”, e cada qual só enxerga unicamente a sua própria necessidade.

A VERDADE SOPRANDO COM O VENTO

Amigos do blog, bastante grave o fragrante feito esta semana pelo Planeta, e publicado em primeira página na edição de hoje, sexta-feira, 5. O “lixão”, aquele monstro aterrador que foi o pesadelo do hoje prefeito Geninho (DEM), mas que o acompanhava ainda na campanha eleitoral, continua vivo. E berrando da geral. Mais que isso, alimentando os urubus. Exatamente naquele mesmo local interditado pela Cetesb e alvo de multas tanto do órgão quanto do Ministério Público. E foi por causa dele que o prefeito decidiu terceirizar a coleta, o transbordo e o transporte de tudo o que fosse coletado para o aterro sanitário do seu primo, lá em Catanduva. Tudo a um custo que beira R$ 1 milhão. Discursava o prefeito no sentido de que terceirizar era necessário, até que a situação na cidade fosse normalizada, com a implantação de um aterro novo. Para isso foi até aumentado de forma escorchante a taxa de coleta de lixo, em ‘módicos’ 129%. Quase um ano depois, no entanto, descobre-se que tudo não passou de um tremendo blefe. Por quê? Simplesmente porque o aterro sanitário não veio, não foi dada uma solução local para a coleta de lixo, e a área do “lixão” não foi desativada, como prometeu o alcaide. E nisso tudo, há uma agravante: a Multi Ambiental ainda desfruta da benevolência administrativa de Geninho, que liberou máquinas, caminhões e funcionários municipais para dar uma “força”. Denúncia feita, restaria ao Ministério Público se manifestar? Ou, antes disso, restaria ao Poder Público tomar as devidas providências? Porque o secretário de Obras, Gilberto Toneli Cunha, está ciente de tudo o que está acontecendo ali. E condescendências não ficam nada bem quando está em questão o bom uso do dinheiro público.

SALATA, O IRÔNICO
Não é de hoje que venho ressaltando aqui e alhures o espirito jocoso do vereador Salata (PP), líder do prefeito na Câmara, quando vai se dirigir aos colegas seus desafetos, quando estes se manifestam contrários a projetos ‘suspeitos’ do Executivo, ou mesmo fazem algum tipo de cobrança no âmbito administrativo. Ele sempre usa do artifício de fazer longas explanações, muitas vezes fugindo do tema central em discussão ou ironizando os colegas que não fazem parte da ‘bancada prozac’. Detalhe: sempre que termina sua argumentação ele se volta para a sala de imprensa e solta um fio de riso, como a dizer “viram, como sou essshsperrrto?”. Dois exemplos recentes pincei da sessão ordinária de segunda-feira. No primeiro exemplo, ele fazia reparos no inflamado discurso do vereador Magalhães contra o secretário de Planejamento, Amaury Hernandes, quando insinuou que o vereador estava fazendo aqueles ataques porque “não teve a felicidade do vereador Guto, e não teve a oportunidade de ser chamado para o convênio”, referindo-se a uma viagem que Guto Zanete (PSB) fez a São Paulo com o prefeito para a assinatura de liberação de uma verba de R$ 80 mil, reivindicada por ele. E, claro, logo em seguida voltou para sua mesa, rindo com aquele risinho….

PERMEABILIDADE
Depois, respondendo crítica do vereador e presidente da Câmara, Hilário Ruiz (PT) quanto à troca das pedras do passeio central da Avenida Deputado Waldemar Lopes Ferraz por grama, decisão que Ruiz considerou desrespeitosa à história do município, pois são resultado de um trabalho artesanal, Salata argumentou que trata-se de “uma questão estritamente técnica”. Dizendo que cresceu “vendo aquelas pedras”, e mesmo reconhecendo que a preocupação de Ruiz “até tem fundamento”, alegou que “o problema é o meio ambiente”. Para logo em seguida sentenciar: “O prefeito cumpre mais um ítem para deixar a cidade mais bonita”. E para tanto danem-se as preocupações mais profundas. Vale a aparência, parece querer dizer Salata. Quem te viu, quem te vê. O que se deve ressaltar no vereador é que ele é um apaixonado pelo que faz. Entrega-se de corpo e alma, sempre, ao objeto de sua veneração. Portanto, sorte do prefeito Geninho que Salata ‘está’ situação.

E NO DIA 4….
Lembram-se de que falei aqui outro dia que o vereador Toto Ferezin (PMDB) havia pedido para que esperássemos até o dia 4 para termos informação sobre a tão comentada nomeação dele como secretário de Governo? Pois é, dia 4 foi ontem e ele nada nos disse, mas informações colhidas aqui e ali dão impressão de que há, sim, novidade. Mas não no nível esperado pela opinião pública, aparentemente. Toto deve se afastar da Câmara, e por seis meses, segundo consta, para tratamento de saúde. Ele ainda não oficiou a Câmara, mas a expectativa é a de que o fará já na próxima semana. Segunda passada ele não compareceu à sessão. E pode ser que também na próxima segunda-feira se ausente e aí já com a leitura de seu pedido de afastamento por um semestre. Sendo assim, o presidente terá que convocar seu suplente, no caso Marco Carvalho (PPS), primeiro na lista da coligação ‘Renovação’, do então candidato Geninho. E…voalá, se cumprirá o grande desejo do Executivo! Qual é? Lei abaixo.

LUGAR COMUM
Claro que o amigo já matutou sobre que grande desejo é esse, não? Se acompanha o dia-a-dia deste blog, com certeza já. Tratam-se das malfadadas contas de 2007 do ex-prefeito Carneiro. Que estão na Câmara para serem votadas, com parecer do Tribunal de Contas pela rejeição. É claro que a consumação desta rejeição pelos edis é o sonho de consumo do prefeito Geninho. E para isso, há tempos vem movendo céus e terras. Não hesitaria em nomear Toto ou quem se dispusesse a tanto para obter tal intento. Talvez tenha conseguido uma solução paliativa. Assim, Toto não ficaria mal nem com seu grupo, nem com seus eleitores. E ficaria bem, muito bem, com o prefeito. Por tabela o ajudaria nesta saga visando tirar Carneiro do páreo eleitoral de 2012. Porque não se iluda o amigo, Geninho tem, sim, um medo eleitoral do ex-prefeito que se pela. E eu já disse aqui: não sei por que. Mas, conhecedor dos meandros político-eleitorais como ele é, deve ter lá suas profundas razões. Então, que venha o Marco Coca.

TERROR
Houve um tempo, quando se vivia numa berlinda danada neste país de meudeus que fazer jornal ou jornalismo destemido era praticamente assinar sentença de morte. Baionetas, cassetetes e camburão eram as respostas. Depois, muitas vezes, o sumiço. Ou a volta para casa em frangalhos. Felizmente este tempo já vai longe. Mas, seus resquícios estão por aí. E por aqui. Porque também nesta antes Menina-Moça, hoje Capital do Folclore, se ensaia a tática do terror sobre meios de comunicação, embora de forma disfarçada. Existe a tática do terrorismo ‘branco’ sobre a imprensa. E vem de anos. Já que por estas bandas os políticos e as formas de fazerem política não mudaram. Com pequenas variações, todos acabam se parecendo, bebendo água na mesma bica, já que, de uma forma ou de outra, todos desceram um dia, politicamente falando, à mesma pia batismal. São frutos de uma mesma semente, seres originados de um mesmo gene. E buscam lá atrás, em tempos idos e que não querem se apagar, a forma burlesca para tentar impedir que suas verdades venham à tona. Que a luz alcance a escuridão das intenções que povoam seus mundos. Mas, quem ainda pode resistir, que resista. ‘No pasarán!’ Cantemos a velha canção: “Se querem meu sangue, terão o meu sangue só no fim”.

NÃO DEU
Foram muitos e fortes os comentários e questionamentos na cidade sobre um eventual rompimento do prefeito Geninho com o empresário radiofônico que lhe emprestou apoio e tudo o mais na campanha eleitoral. O blog pôde apurar que de fato este rompimento existe, mas não pode garantir até quando. Por enquanto existe a pouca vontade por parte do poderoso de turno em fazer as coisas serem como antes, e a mágoa renitente do empresário, pelo fato das coisas não terem saído como ele esperava. Algumas tentativas de aproximação foram feitas, mas as bases que o poderoso de turno tem querido negociar não agradam em nada o empresário. E há também, dizem, muitos “padrinhos” querendo batizar o retorno das coisas aos níveis de antes do poder estar sacramentado. Um deles, comenta-se, seria o próprio vice-prefeito, Gustavo Pimenta, para surpresa de muitos. Mas, consta que o último encontro intermediado por ele teria durado só quinze minutos, e o empresário teria saído do Gabinete, como se diz, ‘cuspindo fogo’. Será lenda?

A PELEJA DO BOA ESPERANÇA E OS NÚMEROS DE GENINHO

Amigos do blog, que coisa, hein? Aquele pedaço de terra encravado nos altos da zona norte da cidade, mais especificamente aquele que forma um pedaço do Jardim Santa Ifigênia e o Jardim Boa Esperança inteiro, está gerando um verdadeiro quiproquó entre poderes. Na ‘briga’ estão o vereador João Magalhães (PMDB) e o secretário do Planejamento, Amaury Hernandes. O primeiro reivindicando para si todos os louros de uma eventual próxima doação das áreas a seus ocupantes, e o segundo dizendo que tudo o que acontecerá será por obra e graça de suas ações em torno do assunto. O vereador alega que vem trabalhando nisso desde 2007. O secretário, desde o começo do ano, desde os primeiros dias em que assumiu o cargo. Aí, do nada, o secretário apareceu dizendo isso no ‘blog maluco’, com direito a foto e tudo. Dizem alguns que ele decidiu falar porque o vereador iria hoje (2) à Rádio Menina, tratar do assunto. E teria antecipado sua ida na semana passada. Também foi uma forma do secretário se antecipar ao pronunciamento que Magalhães faria na noite de ontem (1º), na Câmara, detalhando seu trabalho. Mas, quando tomou conhecimento da manifestação do secretário, o vereador mudou o tom da sua fala, e não simplesmente fez um relato do trabalho, mas um discurso inflamado contra os “atravessadores”, os “oportunistas” que estavam se arvorando em ‘pai da criança’. Hoje (2) foi à Rádio Menina falar sobre o mesmo tema. E usou o mesmo tom. Terminada a entrevista, o próprio secretário Hernandes ligou, bastante bravo, dizendo querer “direito de resposta”. E parece que vai munido de um calhamaço para provar que sim, começou a trabalhar o assunto antes de Magalhães. “Tenho um dossiê de 500 páginas sobre esta questão”, adiantou Hernandes. Magalhães, por sua vez, ao saber que o secretário irá amanhã (3), rebater seus argumentos, apenas disse: “Quero vê-lo provar isso tudo. Estarei atento e, se falar bobagem, vou intervir”. Vamos esperar o próximo round. Fiquemos atentos.

DE NADA ADIANTARÁ
O grande problema disso tudo é que no final das contas quem acabará pagando o pato se a briga ganhar outros foros serão os moradores daquelas áreas. Que querem apenas ver seus problemas de posse dos terrenos resolvidos. Não importando quem os resolverá. São 460 imóveis, portanto 460 famílias, instaladas em 18 quadras, sendo que destes imóveis, 106 passaram por melhorias domiciliares. Ou seja, é muita gente no meio deste ‘imbróglio’. O cuidado a ser tomado é o de não transformar tão importante resolução, em mera querela política. Porque, seja o Executivo, seja o Legislativo, qual dos dois solucionar o problema, estará valendo. O detalhe é que nenhum dos dois vai resolver a questão sozinho. Um sempre vai precisar do outro. Então, que tal somar forças, ao invés de dividir?

LÁ VEM ELA
Dizem alguns próximos do poder que a festa do peão 2010 já estaria ‘terceirizada’ para um grupo de realizadores de Barretos, que teria à frente um primo do prefeito Geninho (DEM). Ou seja, a festa, desta vez, não teria na organização e realização o ‘Clube dos 25’, que até hoje ainda está em palpos de aranha. Sem prestar contas do montante recebido do Ministério do Turismo (R$ 500 mil), nem do quanto foi gasto do dinheiro público municipal, aquele dos nossos impostos e taxas, o grupo segue incólume e impoluto para a próxima edição da festa. E rindo, às gargalhadas, de todos que primam pela seriedade em tudo que envolve dinheiro público. Dizem que até andam brindando e dando o ‘grito de guerra’ dos 25. Bobo é o povo.

ADENDUM
Até hoje, também, meio ano depois, o Ministério Público ainda não se manifestou sobre a festa do peão do ano passado. Quando isso acontecerá?

NO ‘BREJÃO’
Enquanto a festa do peão não vem, o Carnaval popular será terceirizado para a Brahma, que tomará conta do local dos bailes e shows todas as noites. Dizem que pagando R$ 10 mil por noite (rsrsrs). E se responsabilizando por toda infra-estrutura do local (rsrsrs). Se é assim, onde então a prefeitura vai gastar os R$ 400 mil previstos? Por outro lado, até agora a vereadora Guegué (PRB) ainda não recebeu os documentos sobre os gastos da festa de Momo do ano passado, segundo disse ontem à noite da Tribuna da Câmara. A Justiça de Primeira Instância o condenou a prestar estas informações. Ele prestou? Não, ao contrário, recorreu junto ao Tribunal de Justiça, em São Paulo. Para não prestar estas informações. Por que tanto medo? Se não há nada a temer, por quê não prestar as informações solicitadas? Recorrer a uma instância superior? Para não cumprir com uma obrigação de administrador? Seria o caso até de a própria Justiça tomar medidas mais drásticas. Sem esperar mais nada. Por que se esconde, é que algo de errado deve ter.

ALEGRIA!, ALEGRIA!
Os mais próximos do prefeito Geninho estão espoucando os champanhes. A última pesquisa de avaliação do Governo teria trazido números positivos para o alcaide. Falam em alguma coisa em torno de 80% de aprovação. Pode ser até exagero, mas os números não são mostrados abertamente. São mantidos a sete chaves, e só os íntimos têm acesso, dizem. Mas, um detalhe a ser observado é se esta aprovação, esteja nestes níveis ou abaixo deles, é do Governo Geninho, ou da imagem superficial da administração pública. Que dizer, a pesquisa apurou se o Governo vai bem, em todos os seus aspectos, ou se o povo está aprovando o que está vendo? Porque uma coisa é uma coisa, outra coisa é outra coisa (PS: reivindico a criação deste bordão que hoje é repetido pelo Brasil afora). Dependendo do que e como se pergunta, a resposta vem conforme. Não se pode confundir avaliação do feito, com avaliação do Governo. Porque este abarca outras questões muito mais profundas, carecendo de perguntas muito mais específicas, e longe de generalidades.

GERENCIAMENTO
Ao Governo cabe, por exemplo, o gerenciamento e a garantia de funcionabilidade daquilo que está construindo, implantando, investindo dinheiro público. Para evitar os chamados ‘elefantes brancos’. Aquelas obras caras, festejadas, porém depois sem serventia, mal gerenciadas ou sem gerenciamento nenhum. Uma coisa é implantar, outra coisa é fazer funcionar. Implantando, construiindo, reformando, todo mundo vê. E todo mundo aprova. E todo administrador tira proveito imediato. Formado o quadro, é claro que uma pesquisa vai apontar números positivos àquele político. Que se for do tipo imediatista, vai bebemorar com os amigos e asseclas. Mas, se for do tipo perfeccionista vai esperar mais um pouco para ver sua obra “parlar”. Até agora, portanto, este blog tem a seguinte opinião: a menos que os números sejam trazidos à tona com todas as questões formuladas, vale dizer que tal aprovação ao prefeito Geninho, ainda é ‘oca’, carecendo de conteúdo. Até porque já há problemas relatados de mal-gerenciamentos em equipamentos urbanos instalados nesta gestão. E casos de equipamentos já considerados verdadeiras inutilidades públicas. O que sempre dissemos é: não basta instalar, implantar, construir. É preciso gerenciar. O que, quando bem feito, aí sim, indica que um Governo existe. E então se pode comemorar.

TUCANOS À BEIRA DE UM ATAQUE DE NERVOS

NÃO NECESSARIAMENTE NESTA ORDEM!

NÃO NECESSARIAMENTE NESTA ORDEM!

Amigos do blog, vejam esta. A coisa está ficando preta para os lados do tucanato engalanado. A turma finge que não vê, que não está nem aí, mas sabe e está aflita com Serra. A pré-candidatura do ‘vampiro brasileiro’ “está fazendo água”. A cada pesquisa de intenção de voto que sai, mostra a ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, pré-candidata do PT à sucessão presidencial, subindo, subindo e subindo. Agora já está perto do Governador de São Paulo, em situação de empate técnico. A imprensa em geral coloca o Serra como “provável candidato da oposição”, mas sabe-se que ele só não será candidato se não quiser. Ou, se o Alckmin, mais uma vez, não deixar (rrssr). No principal cenário da pesquisa CNT/Sensus, divulgada nesta segunda-feira, Dilma alcança 27,8% da preferência em janeiro, ante 21,7% em novembro, ou seja, a mulher cresceu 5,1 pontos percentuais em dois meses, indiscutivelmente. Nessa toada, daqui a pouco Serra vai estar comendo poeira. Vejam só o que aconteceu com ele: subiu menos, de 31,8% para 33,2%. Ou seja, apenas 1,4 ponto percentual neste mesmo espaço de tempo. Como a margem de erro é de 3 pontos percentuais, para mais ou para menos, os dois candidatos estão em empate técnico. Já os candidatos ‘outsiders’ Ciro Gomes (PSB-CE) e Marina Silva (PV-AC), seguem bem lá atrás. Ciro, aliás, até caiu nessa pesquisa: tem agora 11,9%, frente aos 17,5% de novembro, e a senadora 6,8%, ante 5,9% na sondagem anterior. Ou seja, Ciro caiu quase cinco pontos e Marina subiu quase um ponto em dois meses. Mas, observem bem: 20,4% disseram ainda não ter candidato. Isso muda qualquer resultado. Não para Ciro e Marina, claro!

SEM O CIRO
A pesquisa fez uma outra sondagem: a campanha sem Ciro Gomes (o que muito provavelmente acontecerá). Neste caso, Serra teria 40,7% contra 28,5% de Dilma Rousseff. Marina Silva alcançaria 9,5%. Mas, atentem novamente: 21,4% se disseram sem candidato. Portanto… E mais um detalhe: Dilma tinha, neste quesito, 23,5% em novembro. Portanto, seus cinco pontos permanecem inalterados, ou seja, estão já cristalizados. Serra, por sua vez, tinha 40,5%. Não subiu nada. Já a Marina, ganha, dentro da margem de erro, 1,4 ponto percentual. Os que não tinham candidato, em novembro, neste cenário, eram 28%. Portanto, fácil constatar que os indecisos estão migrando para Dilma. Não é isso que mostra o quadro? Sendo assim, tem como os tucanos não estarem de plumagem eriçada?

E AGORA VEJAM ISSO
N votação espontânea, sem os candidatos serem indicados pela pesquisa (o entrevistado tem que lembrar do nome do candidato em quem pretende votar), Lula, que não pode ser candidato a um terceiro mandato, ficaria em primeiro, com 18,7% dos votos, seguido por Dilma, com 9,5%. Serra teria 9,3% e Aécio Neves, 2,1%. Um quadro aterrador para as pretensões tucanas. Por isso talvez que Serra está fazendo ‘doce’ para sacramentar sua candidatura. Medo. Principalmente sabendo que pode ser governador por mais quatro anos (se as enchentes e os desabamentos de pontes, metrôs e rodoanéis da vida deixarem, rrrsrsr). Aí vem o presidente do PSDB, senador Sérgio Guerra (PE), e diz: “Os números não são tão significativos assim”. Como diria o Arnold, fazendo aquele biquinho: “Que papo é esse senador?”.

E O SEGUNDO TURNO, ENTÃO?
A diferença percentual entre Serra e Dilma caiu quase três vezes na pesquisa de segundo turno. Em novembro do ano passado, Serra tinha 46,8% das preferências de voto no segundo turno, contra 28,2% de Dilma – a distância entre os dois era de 18,6 pontos percentuais, portanto. Já no levamento feito em janeiro, essa diferença caiu para 6,89 pontos porcentuais, com Serra tendo 44% da preferência e Dilma, 37,1%. Brancos e nulos somam 10,1% e não sabem ou não responderam, 8,9% dos entrevistados. Arrrepiiiooo!!!

FALA, RICARDO!
O diretor do Instituto Sensus, Ricardo Guedes, em vista dos números, fez o seguinte comentário: “A pesquisa mostra que a ministra passa a ser uma candidata competitiva e intuitivamente diria que Serra parece estabilizado”. Segundo ele, fazendo uma comparação mais retroativa, o avanço da candidatura da ministra é mais evidente. Na pesquisa de segundo turno realizada em fevereiro de 2008, Serra tinha 57,9% dos votos e Dilma aparecia com 9,2%. Impressionante, não? Foram amealhados pela ministra 28 pontos percentuais em um ano, exatamente. E Serra, por sua vez, perdeu 13,9 pontos percentuais neste mesmo período de tempo. Muito louco isso!

CAIU ATÉ NA REJEIÇÃO
Outro fenômeno que na eleição é muito importante, diz respeito ao índice de rejeição de cada candidato. Segundo a pesquisa, a ministra-chefe da Casa Civil tem o menor índice entre os pré-candidatos: 28,4% disseram que não votariam nela. Já a pré-candidata do PV, Marina Silva, tem o maior índice de rejeição, com 36,6%. A rejeição de Serra é de 29,7%, enquanto a de Ciro é de 30,3%. E para matar a “maria antonieta” do PSDB de inveja, a aprovação do desempenho pessoal do presidente Lula passou de 78,9% em novembro para 81,7% em janeiro.

E AS INSTITUIÇÕES?
Dado interessante este apurado pela mesma pesquisa da CNT/Sensus, é aquele referente ao grau de confiança do povo nas intituições. Adivinhem qual delas é a que o povo menos bota fé. O Congresso Nacional está na rabeira da credibilidade popular, batendo no chão com seus 9,3%. E não é para menos. Ao mesmo tempo, o povo dá mostras de que ama o verde-oliva, espera-se que não como contraponto às canalhices democráticas dos nossos políticos. Nada menos que 69,8% dos entrevistados disseram confiar sempre ou na maior parte das vezes nas Forças Armadas. Já nosotros até que não ficamos mal na fita. Há ainda crédulos 49,8% de brasileiros que se fiam na imprensa (ufa!). Outros 40,1% acreditam no governo; 37,8%, na Justiça; 37,5, na Polícia; 36,0%, no Serviço Público; e no Congresso Nacional, 9,3%. Pobre Congresso. Tá só o “pó da rabiola”, como se diz por aí.

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