FIGURANTE E ESTANDARTE DE ESCOLA DE SAMBA

FIGURANTE E ESTANDARTE DE ESCOLA DE SAMBA

Amigos do blog, ainda não foi desta vez, nem para a paralisação, nem para um acordo. O encontro de ontem serviu para que se possa dar uma ‘respirada’ na questão da pretendida paralisação dos médicos plantonistas da Santa Casa de Misericórdia de Olímpia. Só uma trégua, até segunda-feira, às 17 horas, quando novo encontro está marcado para o Gabinete do promotor Gilberto Ramos de Oliveira Júnior. E, deste encontro, ou sai um acordo entre as partes, ou o município terá que intervir no hospital. Situação de risco para o Executivo Municipal, que teria que transformar a Santa Casa, de entidade filantrópica, em entidade municipalizada. Perderia uma série de benefícios, e ainda acarretaria uma despesa estrondosa para os cofres públicos. Além da responsabilidade de ter que garantir atendimento de urgência e emergência sem falhas. Dificil, porque ainda hoje este Governo não encontrou mecanismo eficiente para fazer seu próprio sistema de Saúde público funcionar como se deve. Voltando ao tema, a proposta surgida no encontro de ontem foi a de oferecer aos médicos, por um certo período, R$ 50 mil, com a prefeitura ‘inteirando’ com R$ 13 mil os R$ 37 mil já oferecidos e não aceitos pelo grupo de 33 especialistas. “Ou eles aceitam ou o município intervém”, sentenciou a provedora Helena Pereira, que espera ser a de segunda-feira, a última reunião.

FORÇAS
O próprio diretor-superintendente do Cremesp, Carlos Marcelo Santiago, é um dos entusiastas pelo acordo na semana que vem. “O promotor vem tendo uma postura elogiável. Se não fosse ele, tudo já teria degringolado”, lembra Helena. Santiago também elogiou o respaldo dado pelo MP à causa. E ele próprio ligou para o presidente da Comissão de Ética do Cremesp em Olímpia, médico Tássio Carvalho e Silva, pedindo a ‘trégua’ até segunda-feira, 22. Importante lembrar, sempre, que se não houver acordo, o município terá que pegar o hospital para sí e cuidar dele, como até agora, desde 2006, ele vem sendo cuidado por um grupo de voluntários sem posses financeiras. Dificil vai ser continuar tendo total apoio naquilo que lhe é possível, do povo olimpiense, como acontece hoje. Porque o comportamento popular sempre foi o do distanciamento enquanto grupos políticos estavam à frente da entidade.

ADENDUM
Este blog informa a quem interessar possa, que não está, absolutamente, disputando audiência com quem quer que seja que se auto-denomine como tal, nem está postulando o cargo de melhor ou pior, ou ainda coisa que o valha. Informa a quem interessar possa que vai simplesmente continuar trilhando o caminho para o qual foi desenvolvido, incomodando ou não as chamadas ‘forças protofascistas’ e seus filhotes. Informa a quem interessar possa, ainda, que não tem por princípio dar notícias, mas, sim, tem por princípio escarafunchar a notícia, transformá-la em informação, para o bem ou para o mal. E que cada linha aqui postada é de inteira responsabilidade de seu autor, e escrita com a mais ampla liberdade que convém a um observador atento. E informa, por fim, que de nada adiantarão as diatribes costumeiras de certos meios ‘encomendados’ e pautados via celular. E aos usurpadores, informa que tem fé na ‘guilhotina’ da justiça moral e ética.

MEDA
Andam espalhando por aí que o assessor-braço-direito do prefeito Geninho (DEM) está ameaçando processar este blog por causa de comentário feito aqui no domingo passado quanto a seu comportamento no palco do carnaval/2010. Já disse aqui em post anterior que o protofascismo não admite críticas? E que os protofascistas são figadais e intolerantes ao extremo (Em tempo: “proto” refere-se aos sinais de um início ou os sintomas de ressurgimento do fascismo em nossa época)? Interessante notar como certas pessoas mudam de caráter e comportamento, conforme mudam suas situações frente à sociedade. Num tempo farrapos, noutro ‘noblesses’. Mas, na essência, continuam sendo as mesmas almas atormentadas. São pessoas incapazes de olhar para o passado recente e procurar melhorar com a situação presente, esquecendo-se de que o amanhã logo virá, e que o gozo do poder, como já disse, é efêmero. E que o poder passa e os homens ficam. Alguns melhoram pós-poder. Outros pioram. A outros, ainda, nada acontece, porque lhes falta alma. Enfim, se caso o assessor-braço-direito for mesmo tentar me processar, só espero que não use da estrutura jurídica paga com dinheiro público – direta e/ou indiretamente. Que o faça às suas espensas, para que seja dado o exemplo da probidade necessária. E assim, também, demonstre seu desapego ao poder temporal.

PARA COLABORAR COM A DISCUSSÃO
Para o amigo que caso não tenha tido até agora acesso a nenhum texto que trata do protofaciscmo, a título de contribuição para o debate, reproduzo abaixo importante estudo publicado sobre o tema, que é bastante esclarecedor. Se o amigo tiver interesse e tempo, segue abaixo o texto, na íntegra. Leia, garanto que é revelador de muitas situações vividas na cidade nos últimos tempos.

Como identificar o
protofascismo em nosso meio
Preocupado com a ascensão do fascismo na Europa, denominado de “nova direita”, o pensador e semiólogo italiano, Umberto Eco, já em 1995, em artigo intitulado A nebulosa fascista, (Folha de S. Paulo-Cad.Mais! 14/05/95) propôs 14 pontos que visam distinguir o nazismo do “protofascismo” na sociedade contemporânea. A seguir, apresentamos 8 distinções entre ambos, baseados em U. Eco, S. Beauvoir, S. Sikek, entre outros da bibliografia consultada.

1) O nazismo tinha uma teoria das raças, do povo ariano naturalmente escolhido para mandar nos demais, era anti-cristão e seguia a filosofia materialista. Para Hitler, a decadência da civilização proviria obrigatoriamente do cruzamento de raças, portanto, sua solução era que a humanidade fosse dividida segundo as raças, onde haveria de fundar o Übermenshc (super-homem). Seu regime político era necessariamente totalitarista. Já o fascismo mesmo não sendo inteiramente totalitário, era um sistema de força que deixava a população dividida, entre os partidários da truculência e os pressionados a passar para o lado dos fortes, senão seriam perseguidos. Tanto faz se o fascismo for de estado, de uma instituição, de grupos ou indivíduo, sua atitude é fundada na intolerância, na perseguição aos diferentes e termina gerando efeitos traumáticos sobretudo naquelas pessoas que são despossuídas de poder. A tolerância é uma virtude que “tem certos limites, que são os de sua própria salvaguarda e da preservação de suas condições de possibilidade” (Comte-Sponville, A., 1995, p. 173-89).

Assim como não se pode ser tolerante com o criminoso, também não se pode ser tolerante com quem é intolerante. Karl Popper, observa que há um paradoxo da tolerância: “Se formos de uma tolerância absoluta, mesmo para com os intolerantes [e protofascistas]e se não defendermos a sociedade tolerante contra esses assaltos [agressões, abusos de poder, terrorismos], os tolerantes serão aniquilados, e com eles a tolerância”. Portanto, ser tolerante para com o protofascismo e seus agentes – que são fudamentados na intolerância aos diferentes no modo de ser, de pensar e agir – é, pois se oferecer ao aniquilamento enquanto virtude e pessoa existente.

2) Um traço protofascista é o “culto da ação pela ação”. A ação fascista é beligerante e carece de reflexão prévia, logo, é uma ação de fundo irracional ou passional e imprudente. O fascista não fala, age e faz discursos. Quer dizer, nele some a pessoa – que fala – para dar lugar ao discurso político em nome de alguma causa. O discurso que a engendra costuma vir em forma de razão e moral cínicas, de moralismo e legalismo positivista. Segundo S. Sizek, a “razão e a moral são cínicas” na medida em que eles sabem que fazem um ato mau, mas mesmo assim argumentam sobre a “justeza” e a “humanidade de seus atos”. Sua denúncia não é baseada na justiça, mas no seu próprio sentido de justiça que visa prejudicar alguém, por vezes fazendo uso da delação, da palavra ferina, de insinuações e alusões e até pode usar de agressão física num momento de descontrole. (No caso do terror, a violência extrema é calculada racionalmente, portanto, não se trata de um ato louco, mas de um ato perverso). O protofascista, procura justificar que seu ato foi “para o bem coletivo…”, “para evitar a decadência estética das artes…”, “para evitar um mal maior” ou ainda como era freqüente nos tempos da ditadura: “para salvar a nação dos comunistas, da corrupção, dos gays”, etc.

3) Enquanto o desacordo é sinal de diversidade, o protofascista pretende alcançar o consenso explorando o medo e a angústia das pessoas. O ambiente de trabalho, por exemplo, é lugar escolhido para gerar intrigas, divisões. Há estudos que trabalham com a hipótese de que espaços movidos pelo espírito protofascista produz mais esquizofrenias paranóides que os outros. Assim como existem seres humanos “terapêuticos”, que fazem bem aos outros, também há personalidades perversas que tem a capacidade de causar desarmonia social, desequilíbrio psíquico e atravancar o andamento de projetos, desenvolvendo: desconfiança, ressentimento, inimizade, sensação de pavor, de perseguição ou paranóia.

4) Não importa se a ideologia “oficial” do grupo é nazi-fascista, anarquista, ou até mesmo socialista ou ecologista, a tática protofascista pode intencionalmente ocupar todos os espaços para fazer sua política de “tudo vale”. Os indícios vão desde slogans do tipo “Brasil: ame-o ou deixe-o” (lembram do período Médice?), também, posicionamentos do tipo “quem não está conosco, está contra nós” (comuns em assembléias de decisões). Por vêzes, as atitudes moralistas ou legalistas “da letra” podem esconder interesses ocultos de ânsia pessoal pelo poder ou de gozo perverso em sustentar a atitude de beligerância.

5) A estrutura psíquica do protofascista tende a ser perversa e narcisista. “Perversa” porque são incapazes de amar outra pessoa e respeitar a lei que fundamenta a convivência humana e “narcisista” porque “acha feio o que não é espelho”; quanto patológico, o narcisista rejeita tudo que é diferente (idéias, opiniões, crenças, valores, modo de agir e de ser) e somente aceita o que é seu igual. Há patologia no seu ato de olhar que sempre acha alguém ou grupo como “mau”. Para o nazista, o narcisismo está em atribuir a culpa de tudo de ruim na economia e na sociedade aos judeus. Hoje, o fascista pensa que aqueles que não se enquadram exatamente nas idéias, crenças e valores que ele acredita, devem ser queimados, eliminados socialmente ou fisicamente. A vontade de poder do nazismo e a intolerância do fascismo tem repugnância pela compaixão ou empatia que é a capacidade de se colocar no lugar do outro, de sentir-se na pele do outro e sofrer com ele. (O mesmo posicionamento do fascista acontece com o terrorista, com um diferencial: sua causa é o gozo místico que está acima da vida dele e de todos, não há compaixão, não há empatia, só fanatismo). É próprio da estrutura perversa e narcisista do protofascista: a dureza de caráter, a frieza de espírito, a indiferença, a secura no coração, a insensibilidade diante de um necessitado e sua tendência a falar mal dos que não se adequam à sua camisa de força moral. São os agenciadores das fofocas e da politicagem. Goebbls, o ministro da comunicação de Hitler, dizia que “uma fofoca é uma mentira que repetida várias vezes, terminam virando verdade”.

6) O protofascista, acredita [delira] que está em marcha uma conspiração, uma rede secreta de conspiração. Os supostos inimigos podem ser os comunistas, os negros, os gays, as mulheres que estão subindo ao poder, todos aqueles que recusam a fazer pacto cego com ele, são vistos como os “do mau”. Sua visão de mundo maniqueísta divide-se entre os que representam “o bem” e os que representam “o mau”. Um fascista costumava dizer: “Quem não está do nosso lado é contra nós”. É notável seu desprezo pelo pluralismo de idéias, a incapacidade pelo diálogo e debates de idéias. Eles pensam que estão sempre do lado do bem e da verdade absoluta. O protofascista vive a fantasia de ter sido eleito pelo divino para fazer o bem. Seu ideal e ação são messiânicos. (Nesse sentido, tanto os EUA, como os terrorista tem algo em comum: o messianismo delirante – escrevo esse adendo após os ataques de 11/09/01, em Nova York). Segundo U. Eco, os fascistas estão condenados a perder suas guerras porque são visceralmente incapazes de avaliar objetivamente a força do inimigo.

7) Para o protofascista, “não há luta pela vida mas vida pela luta”. Acredita que o homem é o lobo do homem, a vida é uma luta em que vencem os mais fortes. Vivendo em estado de guerra permanente, ele vê o pacifismo como fraqueza ou simplesmente um mal na sociedade atual. Umberto Eco chama de “complexo de Armagedon”, porque há nele a crença de que haverá uma batalha final para derrotar de vez os inimigos, após o qual o movimento controlará o mundo. Após a “solução final”, haverá uma Era de Ouro, o que contradiz com o princípio da guerra permanente no fascismo. Enquanto a Era de Ouro não vem, alguns poucos fascistas escolhem viver perigosamente o gozo da luta política. Mussolini, símbolo número um do fascismo, que se aliou a Hitler na 2a. guerra mundial e que acabou pendurado de cabeça para baixo, exposto à execração pública dos italianos, tinha como lema de vida “vivere pericolosamente”. Dizia: “Prefiro um dia de leão a mil de ovelha”.

8) Para além das idéias de Umberto Eco, observamos que o protofascista é movido pelo esquizo-paranoidismo. Por exemplo, em casa tende a ser uma pessoa de convivência harmônica, aparentemente equilibrada, mas quando está com seu grupo de iguais ideológicos, entra em “transe grupal”, isto é, alucina um campo de batalha onde se oferece aos imperativos da gestalt do grupo, como um soldado, uma bestasfera agressiva, intriguenta, e suicida, enfim, abdica de sua identidade pela “causa” mítica. Alguém disse que tais pessoas são tomadas pelo “espírito de Torquemada” (inquisidor espanhol que mais matou em nome da ‘santa inquisição’) ou pelo “estilo Goering”, o segundo homem após Hitler, que na intimidade era bonachão, amante das artes e da cultura, mas no trabalho colocou sua inteligência na invenção dos campos de concentração e no extermínio em massa dos não arianos. (Esse estado de “transe” poderia ser coletivo e vingativo; uma vez que é puramente passional poderia causar efeitos extremamente imprevisíveis, tanto homicidas como suicidas. É só dar uma olhada na história das guerras).

Uma vez terminada a ditadura militar, no Brasil, de clara orientação fascista, lamentavelmente ainda sobrou seus efeitos camuflados entre diversos grupos sociais, tal como aquele que ensaiou um movimento separatista no sul do Brasil. Na convivência cotidiana, os protofascismos estão expressos nos assédios morais, nos discursos que desqualificam o próximo, nos atos de injustiça, nas bisbilhotagens dos grampos telefônicos, nas intrigas calculadas para prejudicar um colega de trabalho ou estudo, nas falas e atos provocativos de qualquer espécie, etc.

Diante do obscurantismo de nossa época, da esclerose de idéias e de valores, da mediocridade de pensamentos que não consegue dar conta de entender a complexidade de nossa época e, sobretudo, a ausência de sabedoria em todos os setores da existência humana, só nos resta ficarmos de plantão para prevenirmos em relação ao protofascismo individual ou institucional.

Ou seja, no cenário mundial contemporâneo, há indícios de aparecimento de um novo fascismo (o protofascismo) conforme apontamos no início desse artigo, projetando uma nova Auchwitz, ou outros novos movimentos movidos pelo ódio, que obrigam os diferentes a pregar no peito ou na alma suas ideologias tresloucadas, símbolos e atitudes de intolerância e de opressão do mais forte sobre os fracos.

Infelizmente, o fascismo, nazismo e o racismo estão entre nós sob inocentes disfarces. (Já o terrorismo, pela sua própria natureza e modo cruel de expressão é de origem perversa e narcisista, gostando de se expor os seus efeitos e fetiches visando obter gozos “loucos” com o sofrimento dos outros).

Contra o protofascismo, o nazismo, o racismo e o terrorismo resta-nos mais que nos defendermos, rápida e eficazmente, desmascará-los, desmantelar sua armação homicida e suicida, que pode aparecer em qualquer momento e em qualquer parte do mundo. Nossa senha deve ser: “não esquecer, resistir, denunciar e sobretudo apostar na VIDA, sempre!!!”.