Blog do Orlando Costa

Verba volant, scripta manent – ANO XVI

Mês: janeiro 2010 (Página 2 de 2)

A METAMORFOSE ERRANTE

DUCOR NON DUCO!

DUCOR NON DUCO!

Amigos do blog, me contaram e eu não acreditei. Acessei para ver. É verdade. Este blog acaba de ser objeto de comparação em nível de acessos e visualizações de páginas com o “blog maluco” do Leonardo Concon. Sinceramente não sei a que propósito ele faz tanta questão de sempre estabelecer alguma relação do trabalho que ele faz no seu espaço, com o trabalho que faço no meu. Não sei o que o incomoda.Não sei qual o seu medo. Quando decidi implantar este meu blog, nem sonhava que um dia teria alguém nos meus calcanhares a estabelecer comparações, fazer críticas, e até publicar textos e foto minha (neste caso, por causa de um comentário sobre manchete que tratava de acidente com o prefeito Geninho-DEM). Será que foi isto que o assustou? Pensando, talvez, que minha intenção era a de roubar seu posto de “bajulador oficial” ou coisa que o valha? Ele tem dado muita importância, ultimamemte, a esta coisa do acesso, visualização de páginas e quetais, virou obsessão. Agora fiquei sabendo que ele mantém o seu blog, de olho no meu. Informei aos meus leitores que no mês de dezembro tive quase 3,1 mil acessos (3.094 para ser exato), e ele logo veio correndo dizer que o dele teve muito mais. E eu pergunto: e daí? Nunca fiz conta de quantos comentários recebi sobre material publicado aqui. Mas, ele, até isso contou. E anunciou que teve mais que nós. E eu pergunto: e daí? Os meus números me satisfazem, embora não tenha fixação por eles. O blog cresceu em número de leitores 262.7% de fevereiro/2009 a dezembro. E vem num crescendo constante. Se não ficasse feliz com o fato de cerca de 100 pessoas me ler todos os dias, iria ficar feliz com o que? No mês passado foram 6.276 visualizações de páginas,946 endereços visitados, média de 202 páginas/dia. É reconfortante isso, na medida em que, cada uma destas pessoas que me acessam, o fazem para saber o que penso sobre determinadas questões. Ou para buscar a análise daquela informação que não encontrará em outros veículos que, não raro, no afã da bajulação, acaba sendo escondida ou sonegada ao público. Ninguém me acessa para saber qual é a ‘boa’ notícia do Governo do dia. Esta a assessoria de imprensa cuida de espalhar, por todos os meios. É a informação visível, aliás, é a notícia, porque informação é outra coisa.

TERMÔMETRO
O que este cidadão precisa entender de uma vez por todas, é que não se pode comparar, jogar no mesmo caldeirão, o que é diferente por si mesmo, colocar no mesmo prato macarronada e feijão. O blog “maluco” é um blog de notícias, no caso, uma assessoria de imprensa informal do Executivo e um e outro vereador, que se presta, inclusive, a atacar quem ouse não comungar com as coisas, loisas e pensamentos dos poderosos de turno. E seu parâmetro deve ser os humores do alcaide e seus ‘luas-pretas’, porque na certa manda um post para o blog e corre contar ao personagem dele que o fez. Na busca de afagos, e um “muito bem, agora deita!”, quem sabe, lhe basta. Uma outra questão levantada pelo editor do “BM” é relacionada exatamente às nossas diferenças. O dele é um blog de notícias, aliás, quase um site, porque foge aos padrões, e o meu é um espaço para reflexões, lucubrações, sim, queira ele ou não. Aliás, bastante respeitado. E ele sabe disso. Talvez daí a sua ira contra nós, o seu ‘olho gordo’. Porque é preciso ter credibilidade pessoal, também. Respeito pelo que se tem de conhecimento sobre tudo em nível local.

CADA UM É CADA UM
A concepção de blog, desde que me conheço por gente, é aquela do espaço para análise, seja política, social, humanitária, os cambau. Pode ser, também, de relatos sobre determinados acontecimentos da vida do titular do espaço, pode ser em defesa de uma causa, para orientação médica, psicológica, os cambau. E pode até ser de notícia – a última das alternativas, porque para isso existem os jornais eletrônicos, os sites de notícia e/ou informação. Mas, cada um na sua. Porém, é bom que aquele blogueiro saiba que quem acessa ali, vai em busca da notícia, pura e simples, e nem sempre percorre as páginas todas, os endereços e assim por diante. Quem acessa este blog, o faz na busca da análise dos fatos ou a nota esclarecedora que outros meios não dão. Ou seja, acessam para ler, de fato! No entanto são motivações diferentes que levam o internatura a acessar aqui e a acessar lá. Também não temos, e fazemos questão disso, a ferramenta de chamada usada por ele, que manda e-mails para deus-e-todo-mundo, o que sempre acaba despertando curiosos em pelo menos saber do que se trata determinado assunto.

É BÁSICO
Portanto, não há o que comparar entre duas ferramentas diferentes. O editor do “BM” coloca também a questão da credibilidade e não-credibilidade entre os dois. Ele se acha mais crível nas coisas que publica que eu. Mas, garanto que ele erra mais em suas notícias do que eu em meus comentários. Porque aqui não se faz nada apressadamente. Não se quer agradar ninguém. Não há esta necessidade. Não precisa-se de patrocínio oficial. Pago este blog com meu dinheiro. Para ter o direito de dizer o que quero, na hora que quero e do jeito que precisa ser dito. E não da forma que este ou aquele quer que seja dito. Não temos medo de cara feia, e nunca precisamos nos desculpar perante esta ou aquel autoridade, ou mesmo mudar texto já publicado por conter incorreções, erros grosseiros, e até exageros na forma. E, por fim, peço ao blogueiro que não se avexe, não, viste, porque não tenho nenhuma intenção de “me aproximar” do Governo, naquela acepção do termo que o senhor conhece muito bem, nem ocupar espaço nenhum. Muito menos de “bajulador oficial”. Portanto, me esquece. Faça o seu trabalho, apesar das resistências internas porque, afinal de contas, até para ser bajulador-destaque é preciso perseverança. Continue neste caminho, que é por aí mesmo. Quanto a mim, não estou em busca deste posto. Nem de outro qualquer. Pode se aquietar.

IMPRENSA, ‘CIDADÃO KANE’ E A MESA DA CÂMARA

Amigos do blog, justiça seja feita. A imprensa regional – leia-se jornais e TVs de Rio Preto e correlatos – fizeram o maior estardalhaço nos dias finais de 2009 e também durante estes primeiros dias de 2010 com os casos de virose registrados na cidade. Deram, inicialmente, e depois sustentaram, que se tratavam de casos de intoxicação alimentar, inclusive expondo o proprietário de um restaurante no principal resort da cidade, depois o próprio resort, com críticas à direção por supostamente não terem prestado atendimento às vítimas, e o clube Thermas dos Laranjais, apontado inicialmente como responsável por tudo que aconteceu. Depois, o foco mudou um pouco e somente o clube passou a ser acusado, e aí não só pela imprensa, mas também pelos turistas, que diziam ser a água a transmissora da tal virose – que já deixara de ser intoxicação alimentar. No entanto, temos visto na TV e jornais do país que situações idênticas têm sido registradas nas praias paulistas e em várias cidades da região próxima ou distante. Ou seja, o fato real nisso tudo é que Olímpia apenas teve a infelicidade de ver seus casos divulgados primeiro, de forma confusa, e a coincidência dos primeiros casos terem sido registrados exatamente em turistas que estavam a passeio no clube. De resto, trata-se de um problema generalizado, cuja origem ainda não se sabe exatamente – suspeita-se da água servida à população não só daqui, mas também nas outras cidades com registro de casos. Mas, a imprensa regional calou-se quanto à elucidação do problema, a não responsabilidade do clube, do restaurante, ou do resort. Os fatos concretos não interessam.

FALANDO NISSO
Que é aquilo instalado nos cruzamentos da Aurora com a Constitucionalistas de 32 pela prefeitura municipal? Com a (boa) intenção de desejar boas vindas aos turistas, a agência de propaganda (ai, Preview dos meus pecados!) tascou lá duas figuras que, para dizer o mínimo, nada, absolutamente nada têm a ver com as nossas coisas. O que temos a ver com a Bahia? Ou com um tocador de viola (cantor sertanejo?). Com certeza, se esta tal de Preview gastasse um pouquinho mais de tempo pesquisando, encontraria personagens muito mais ligados às nossas tradições para estampar o enorme outdoor. Mas, ao invés disso, preferiu o recurso mais fácil à mão, que no entanto caberia melhor se Olímpia estivesse localizada no recôncavo baiano ou em qualquer parte das regiões alterosas (pelo menos a figura da viola não se parece muito com um destes ‘sertanejos universitários’, argh!). Faltou assessoria em Folclore (se for este o objetivo, remeter à nossa festa maior) para esta gente.

A ‘FOLHA’ RESPONDE
O editor do semanário ‘Folha da Região’ parece não ter gostado nadinha das observações e críticas generalizadas na cidade, por causa de sua manchete de final de ano, afirmando, com base em ‘previsões’ de um certo ‘vidente’, que o prefeito Geninho iria sofrer um acidente “grave”. No seu espaço editorial e na coluna que diz assinar “do meio do mato”, despejou uma série de impropérios, adjetivos inadequados e frases ofensivas a tantos quantos ousaram contestar a forma como a ‘previsão’ foi noticiada. Não gostou de ser criticado. E sempre que isso acontece, este mesmo editor parte para cima dos críticos com duas pesadas pedras nas mãos. São todos seres inferiores, que não sabem o que falam, o que pensam, não entendem a “modernidade” do jornalismo que pratica, não estão à altura dos seus “conhecimentos”. Os que criticam são ditadores, torquemadas, inquisidores. Enquanto ele é o cidadão acima de qualquer questionamento. Saibam os amigos que esta é a pior faceta do comportamento humano. Porque abarca um viés totalitário, fenômeno que, mal empregado, pode resultar em extremismos ideológicos.

A MESA
Ontem postamos aqui comentários sobre as mudanças a serem perpetradas pelo prefeito Geninho (DEM) na Câmara Municipal de Olímpia. Como sabem, ele deve tirar Toto Ferezin (PMDB) e colocar em seu lugar Marco Coca (PPS), passando Toto a ser seu secretário de Governo. Analisei do ponto de vista das contas de Carneiro. E não parece haver outra razão mais forte. Depois, me lembrei da eleição da Mesa Diretora, no final deste ano. Fazendo as contas, concluí que com esta mudança, o prefeito passaria a contar com seguros cinco votos, ‘rachando’ exatamente ao meio a disputa pela cadeira de presidente, vice, primeiro e segundo secretários. Até então, a coisa estava definida entre os vereadores da Coalizão, que têm o compromisso assumido de pelo menos eleger Magalhães presidente. Agora, votos divididos, a disputa ganha novos contornos. Na primeira eleição, haviam seis vereadores contra quatro, sendo que um deles – Bertoco, votou em si mesmo.

NA SORTE?
Se já não havia a total segurança na eleição de Magalhães, conforme o blog vem alertando faz tempo, agora então que a situação ficou extremamente delicada. Tirando Toto do Legislativo, a Coalizão perde um voto certo (?). Entrando Coca, a situação ganha um voto certo. Depois, é só convercer Bertoco a não votar em si. Pronto, cinco a cinco. Em um eventual empate em número de votos (apesar de alguns acharem que assume o cargo o mais velho), será feito um segundo escrutínio e, persistindo o empate, disputarão o cargo por sorteio. Pelo menos é o que reza o Regimento Interno da Casa em seu artigo 17, Capítulo II – Da Eleição da Mesa. Tudo indica que este ano teremos patuás e mandingas à farta…

TROFÉU CARA DE PAU
O prêmio, merecidíssimo, vai para o governador do Distrito Federal, José Roberto Arruda, que na quinta-feira passada, 7, pediu “perdão por seus pecados” durante uma cerimônia em Brasília. O pedido foi feito a uma platéia de servidores que assistiam à posse de diretores da rede pública de ensino em Taguatinga, cidade próxima ao centro da capital. Mas, antes ele disse que “perdoava”, a cada dia, “os que me insultam”. Depois, soltou a pérola: “Porque só assim eu posso também pedir perdão dos meus pecados”. Arruda admitiu ter cometido erros e voltou a dizer que os últimos 40 dias serviram para ele perdoar seus adversários. Áh, ele se disse, também, “ingênuo”, por ter atraído seus inimigos, aqueles que têm seus interesses contrariados. Seus pedidos de desculpas de agora são repetecos de outra situação vivida por ele, quando no Senado, depois que se viu forçado a admitir que violara o sigilo do painel eletrônico da Casa, na votação da cassação do ex-senador Luiz Estevão. Nas campanhas para deputado e governador que se seguiram ao episódio – em que teve de renunciar ao mandato de senador para não ser cassado -, Arruda pedia perdão pelo erro cometido e implorava do eleitor uma nova chance.

A FACE OCULTA
Mas, pouco tempo depois do último pedido de desculpas, Arruda mostrou sua verdadeira face. Na reunião para a apresentação do novo corpo do secretariado, alterado em função da crise instalada no governo, Arruda foi irônico a se referir ao sentimento de “injustiça e perseguição” usando uma piada. Ele fez menção a um comentário que disse ter ouvido de um varredor de rua. Segundo o governador, o trabalhador havia comentado que o ganhador da mega sena teria sido o próprio Arruda. Após soltar uma gargalhada, o governador complementou a história dizendo que a atual perseguiçao é tão grande que seu nome aparece envolvido até com o prêmio milionário.

FALTOU PEGAR O BONÉ
Tudo bem que um político peça perdão pelos seus “pecados”. Nos países mais desenvolvidos, isso acontece sempre que uma autoridade é pega “com a mão na massa”. Só que, lá, os pedidos de desculpas sempre vêm acompanhados também do pedido de renúncia ao cargo. No Brasil, Arruda acaba de inaugurar o “pedido de dsculpas”. O que já é um avanço. Mas, se ele viesse acompanhado do pedido de renúncia ao cargo, teria sido uma evolução total.

GENINHO E A PEDRA FILOSOFAL

Amigos do blog, estive estes primeiros dias do ano em absoluto ‘pane’ técnico e por isso o blog estava fora do ar. Muita gente ficou preocupada, ligou, perguntou nas ruas, fez insinuações e coisas e tais. Mas, resolvido o problema, cá estamos de volta, ao convívio de todos que acompanham o que aqui é postado. E isso nos envaidece muito, pois sabemos que aqueles que nos acessam (e foram quase 3,1 mil leitores em dezembro – estatística real, não “bombada”) o fazem na busca da informação descomprometida e descompromissada. A tal ponto que alguns questionamentos feitos foram no sentido de saberem se eu havia “mudado de lado”. Isto porque no meu último post, na véspera do Ano Novo, critiquei matéria da ‘Folha da Região’ sobre as previsões de um tal ‘vidente’ que previu um acidente “grave” para este ano, com o prefeito Geninho Zuliani (DEM). Fiz as condiderações levando em conta o peso da manchete e título interno do jornal nos âmbitos pessoal e familiar do alcaide. Pois, no meu entender, a abordagem do assunto extrapolou o âmbito político, da figura pública do prefeito Geninho, e invadiu o âmbito pessoal, do cidadão Eugênio. Só isso. Tratei, portanto, primeiro do formato editorial do texto em questão e, segundo, das implicações prováveis decorrentes dele que, como profissional de imprensa há 30 anos completados ano passado, me julgo autorizado a fazê-lo. Foi o que bastou para as ilações ganharem corpo. Mas, garanto aos amigos que tudo continua como dantes, com este escriba e neste espaço de linhas errantes.

A CÂMARA E AS CONTAS
Não é segredo para ninguém que a mexida que o prefeito Geninho vai fazer na Câmara Municipal tem tudo a ver com as contas de 2007 do ex-prefeito Carneiro. Como todos já sabem, estas contas já estão na Casa de Leis para votação com parecer contrário à sua aprovação emitido pelo Tribunal de Contas do Estado-TCE. Já falei aqui do que ‘batizei’ de “temor eleitoral” do prefeito Geninho frente a Carneiro, fui contestado, mas, continuando sem entender as razões, reitero este meu pensamento. Mas, daí a imaginar que o ‘monstro’ fosse crescer a este ponto, nunca, jamais. Mudar a composição legislativa por causa de simples contas com parecer desfavorável do TCE é ir muito além do que se podia um dia esperar de um Chefe de Executivo. E não adianta a ‘brigada’ se arrepiar, porque vai ter dificuldades para explicar que outra, ou outras razões existiriam. Não há dificuldades maiores do prefeito em aprovar seus projetos na Câmara. Quem disser isso, mente. Deslavadamente.

CONSENSO
E provam os números o que dissemos acima: dos 67 projetos do Executivo encaminhados à Câmara, 55 foram aprovados. E daqueles que não foram aprovados, ou ainda tramitam, ou foram retirados pelo próprio Executivo. O único projeto oriundo do Palácio 9 de Julho rejeitado na Câmara foi aquele que concedia desconto de 50% na alíquota do ISSQN para o Thermas e, ainda assim, por culpa do vereador Primo Gerolim (DEM), da bancada situacionista, que chegou atrasado à extraordinária do dia 28 de dezembro. Há discussões e questionamentos, por parte da bancada oposicionista, o que lhe é de direito e dever. Dever, aliás, extensivo à Casa como um todo. Portanto, este argumento, se usado pela ‘brigada’, saibam os amigos que é totalmente ‘furado’. Então, por exclusão paramos onde? Nas contas de Carneiro.

EXPLICANDO
A questão é a seguinte: na configuração atual da Câmara Municipal de Olímpía, pode se considerar como bancada oficial do prefeito, aquela composta pelos vereadores Lelé, Primo Gerolim e Salata. Já a bancada oficial da oposição é formada por João Magalhães, Toto Ferezin, Zé Elias, Guegué e Bertoco – estes com ligações teoricamente mais estreitas com o ex-prefeito Carneiro, já que foram eleitos pela coligação de apoio ao seu candidato, Dr. Pituca. E oposição ‘outsider’ na Câmara seriam os vereadores Hilário Ruiz, presidente do Legislativo, e Guto Zanete, ambos eleitos pela coligação formada por PSB e PT em torno da candidatura de Walter Gonzales. Por um critério próprio de verear, logo de saída Bertoco já havia aderido à bancada do Executivo, votando com ela as proposituras mais polêmicas. Passado mais um pouco de tempo, o prefeito fez uma primeira e estratégica mexida nas coisas ali, passando a contar como os votos de Toto Ferezin e Zé Elias, naqueles mesmos projetos polêmicos. Portanto, uma bancada de seis votos, confere? Confere.

A PERGUNTA É:
Será esta a bancada com a qual Geninho irá contar para a rejeição das contas de Carneiro? Resposta indecisa do blog: dificilmente/provavelmente.

AS OUTRAS
Com a formação da bancada, digamos, sazonal, restaram na oposição os outros quatro vereadores. Destes, dois votos estão garantidíssimos pela rejeição do parecer do TCE – Magallhães e Guegué. Outros três votos seriam o que chamarei aqui de votos de “consciência político-partidária”, dadas as estreitas ligações de Bertoco, Zé Elias e Toto Ferezin com o ex-prefeito, ao longo dos últimos oito anos. Hilário e Guto, de resto, são verdadeiras incógnitas. Cada um tem seu motivo pessoal e político para ainda não ter opinião formada sobre a questão. Mas, ainda que os três eleitos pela coligação carneirista honrem seus passados políticos e votem pela rejeição do parecer, o ex-prefeito estará “no sal”, como se diz. Eles juntos formarão cinco votos. Vão faltar dois. Guto e Hilário, portanto, seriam o fiel da balança, nestas condições. E só um trabalho de convencimento muito bem executado poderia garantir seus votos. E, se assim o fosse, bingo! Parecer rejeitado, contas aprovadas, nada de inelegibilidade.

NÃO TÃO FÁCIL
Mas, como a configuração acima não é nada impossível de vingar, haja vista que o problema apontado pelo TCE é o não-pagamento de precatórios em 2007, pode até ser que Guto e Hilário relevem, afinal, não há crime configurado, apenas um erro técnico-administrativo do alcaide, apontado pelo órgão. Assim, seria para se garantir que Geninho correu a mover as peças no seu tabuleiro de xadrez. Tirando da Câmara um dos prováveis votos certos, ou no mínimo duvidoso, a “casa cai” de vez para o ex-prefeito, independentemente das decisões das outras bancadas. Ele se garante por antecipação, embora o vereador entrante, Marco Coca, também tenha sido eleito pela coligação carneirista. Mas, Coca, como todos sabem, não alimentava nenhuma afinidade com o ex-prefeito, juntou seu partido, o PPS, ao grupo dele, por questões, digamos, estratégicas. E tem demonstrado, nos últimos tempos, muita proximidade e afinação com o atual prefeito. Portanto, será tranquilamente um voto a mais pela não-rejeição do parecer. Desta forma Carneiro teria os seis votos restantes, mas careceria de um a mais para se livrar da ‘guilhotina’. Isso, ainda, se esse quadro acima se confirmar no tocante às bancadas originalmente eleitas pela oposição. Se, não, o ‘tombo’ pode ser ainda maior.

OS ALEMÃES
Como naquela célebre frase de um craque do futebol que não me lembro quem (Garrincha? Dadá Maravilha?) sobre a estratégia de jogo da Seleção Brasileira contra a da Alemanha, quando, após as explanações do técnico o tal craque lembrou: “Agora só falta combinar com os alemães”, a situação que se apresenta em relação a Toto Ferezin é parecida: “Agora só falta o prefeito combinar isso tudo com ele”, diria um observador. Pelo menos é o que nos faz deduzir as informações obtidas junto a um seu assessor e até mesmo a seu paí, ex-vereador Jesus Ferezin. O pai disse-nos que não estava sabendo de nada, oficialmente, e que iria consultar o filho sobre o assunto, assim que fosse possível. O assessor, por sua vez, disse-nos que Toto ainda hoje estava em viagem, e incomunicável – como convém a um político em férias. E que somente com a sua volta a Olímpia seria possível apurar alguma coisa. Também ele não sabia de nada, oficialmente, mas estava ouvindo as conversas sobre o assunto. Outras fontes, algumas bastante confiáveis, diziam que o vereador já estava “p…da vida” com esta estória, que rola faz dias, começou ainda antes de sua viagem de férias. Disseram até que ele não aceitaria deixar o Legislativo. Afinal, os mais de dois mil votos que teve vão calar fundo na alma do edil.

DEJAVÚ
Mas, Olímpia já viveu dias passados situação parecida. Pirmeiro o prefeito arma sua estratégia, seu jogo, mexe as pedras no tabuleiro e só depois, muito depois, é que vai comunicar à parte interessada que ela está profundamente nos seus planos políticos. Que é a pedra filosofal deles. Irritada, a pessoa faz jogo duro, diz que não quer, que não pode, que não é assim, e depois acaba aceitando, “para a manutenção da ordem administrativa”. Não se sabe se com Toto será desta forma. Ele tem duas opções: aceitar ou não aceitar. No segundo caso, destruiria, incontinenti, toda a arquitetura política engendrada pelo alcaide. Que agindo hoje, movendo as peças do tabuleiro a seu bel-prazer, e tendo obtido o resultado buscado, garante a si mesmo um futuro político sem atropelos.

E A MESA?
Indo Marco Coca para a Câmara, deverá ele ocupar o cargo de vice-presidente da Mesa Diretora, que hoje é de Toto? O Regimento Interno da Casa não trata disso. É omisso. Fala somente em nova eleição para a Mesa toda ou cargos dela, em casos de destituição por cassação, morte ou renúncia de vereador. Nestes casos, faz-se nova eleição. Mas, no caso específico, em que um vereador pede licença do cargo para exercer função no Executivo, não há nada previsto no RI. Pela interpretação do documento, no entanto, a realização de nova eleição para a vice-presidência parece a solução mais plausível juridicamente.

A ‘FOLHA DA REGIÃO’ SOFREU UM ACIDENTE

Amigos do blog, a quinta-feira véspera de Ano Novo foi sacudida por uma manchete de jornal. Manchete que, a nosso ver, extrapolou o bom senso. “Geninho pode sofrer acidente grave”, anunciou o jornal em sua edição do dia 31. Baseado em que a ‘Folha’ publicou tal notícia? Nas ‘previsões’ do ‘vidente’ Aurélio Barros, de Olímpia. O mesmo que no ano passado as fez de monte, para o mesmo semanário e…nenhuma se concretizou. Não da forma como ele previu, pelo menos. Mas, indiferente às previsões do ‘mago’, o que está em discussão aqui é: a ‘Folha da Região’ poderia ter publicado a mesma matéria com outro enfoque de capa? A resposta é sim, poderia. O ítem da ‘previsão’ sobre o acidente do prefeito, até poderia também constar do corpo da matéria, sem dúvida, afinal é parte integrante do resultado das ‘previsões’. Chocaria menos, no entanto, se apenas no corpo do texto isso fosse lido. Longe de nós querermos aqui “editar” o mais antigo jornal de Olímpia. Mais longe de nós ainda, qualquer iniciativa em defesa pura e simplesmente, do prefeito. A questão está na ordem das coisas. Uma manchete como essa, plena véspera do Dia da Confraternização Universal, trás desassossego até para quem não é ‘devoto’ do alcaide. Imagine, então, a familiares e parentes. É preciso lembrar que por trás da figura do prefeito tem uma esposa, uma filha pequena que já sabe ler, mãe, pai, irmãos, cunhados…. E todos aqueles que torcem por ele. Portanto, para dizer o mínimo, o jornal foi relapso em sua concepção editorial, e totalmente irresponsável ao tratar de questão tão delicada, de forma tão espalhafatosa.

UMA COISA…
O que o jornal fez foi misturar alhos com bugalhos. Confundiu o cidadão Eugênio com o político Geninho. A manchete, a nosso ver, ultrapassou a linha divisória entre o fato político e o fato comum, da vida pessoal do homem que, temporariamente, ocupa a cadeira de administrador. Para não romper a fronteira entre o público e o particular, o jornal poderia ter optado por uma manchete de cunho político, ainda que extraída das ‘previsões’ de Barros. Afinal, pelo que se depreende do texto, o ‘vidente’ foi provocado para tratar de temas ligados à política, quando coloca para serem jogados a administração pública, o prefeito Geninho e a Câmara Municipal. Partindo desta premissa, optar por uma chamada que remete a um acontecimento de nível pessoal, como este “grave” acidente – notem que não se trata de um acidente qualquer – é, por assim dizer, uma distorção jornalística.

…É UMA COISA
Lembrando sempre que um político viaja muito, está sempre na estrada e não está livre de percalços, nestes estradas ruins, de motoristas piores ainda. Não vamos muito longe, temos o exemplo de um prefeito inquieto – Marreta – que morreu em função de sequelas deixadas por um grave acidente que sofreu numa destas viagens. O próprio prefeito Geninho afirma isso. Não está livre desta possibilidade. Mas, uma coisa é ele, como de resto todos nós, termos consciência de que isso é plausível. Outra coisa, totalmente diferente, é tornar isso oficial, como se fosse a maior das certezas, apesar do condicional “pode”, que no falar do povo acaba um dia desaparecendo e a fatalidade se concretizando, por ‘corrente’. E não deve ser fácil estar na pele do prefeito daqui por diante, a cada vez que deixar sua casa, beijar sua filha e sua esposa, para pegar a estrada. Ou mesmo o avião. Em suma, a ‘Folha da Região’, no afã de ser original, prestou um tremendo desserviço público com a tal manchete e título interno.

OUTRA COISA…
No final das contas, as colocações do ‘vidente’ Barros publicadas no jornal mais se parecem com um mosaico de coisas faladas à exaustão pelas esquinas, publicadas na imprensa local, lucubrações de rodinhas políticas e quetais. Ele não diz nada de novo ou original. Tudo o que está publicado ali resvala no óbvio, no já ouvido falar, no já comentado. Traições, dificuldades no Governo, troca de assessores, dissabores com o legislativo e por aí afora. Quem dos amigos já não discutiu alguns destes assuntos, algumas vezes, com alguém? Então, onde está a novidade? O não-fato está presente na matéria do jornal com um peso tal, que quase chega a justificar a manchete e o título da página interna.

…É OUTRA COISA
“Vereadores podem perder cargos na Câmara”? Quá, quá, conta outra! Desde quando “picuinhas” derrubam vereador? E que três vereadores perderam os cargos, no passado – conforme ele disse que previu? O que será que está “encondido ali” (onde?). Que “coisa velha” é essa?  Quem o prefeito “está colocando lá”, pensando ser seu amigo, mas que na verdade o está “apunhalando pelas costas”? Que “defuntos” este ‘amigo’ do prefeito na Câmara estará desenterrando? Um espanto estas previsões. Não há fato jornalístico nelas. São especulações às quais o jornal concedeu generoso espaço. Por isso é cada vez maior nossa desconfiança de que a”Folha da Região” sofre de esquizofrenia crônica.

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