Amigos do blog, justiça seja feita. A imprensa regional – leia-se jornais e TVs de Rio Preto e correlatos – fizeram o maior estardalhaço nos dias finais de 2009 e também durante estes primeiros dias de 2010 com os casos de virose registrados na cidade. Deram, inicialmente, e depois sustentaram, que se tratavam de casos de intoxicação alimentar, inclusive expondo o proprietário de um restaurante no principal resort da cidade, depois o próprio resort, com críticas à direção por supostamente não terem prestado atendimento às vítimas, e o clube Thermas dos Laranjais, apontado inicialmente como responsável por tudo que aconteceu. Depois, o foco mudou um pouco e somente o clube passou a ser acusado, e aí não só pela imprensa, mas também pelos turistas, que diziam ser a água a transmissora da tal virose – que já deixara de ser intoxicação alimentar. No entanto, temos visto na TV e jornais do país que situações idênticas têm sido registradas nas praias paulistas e em várias cidades da região próxima ou distante. Ou seja, o fato real nisso tudo é que Olímpia apenas teve a infelicidade de ver seus casos divulgados primeiro, de forma confusa, e a coincidência dos primeiros casos terem sido registrados exatamente em turistas que estavam a passeio no clube. De resto, trata-se de um problema generalizado, cuja origem ainda não se sabe exatamente – suspeita-se da água servida à população não só daqui, mas também nas outras cidades com registro de casos. Mas, a imprensa regional calou-se quanto à elucidação do problema, a não responsabilidade do clube, do restaurante, ou do resort. Os fatos concretos não interessam.

FALANDO NISSO
Que é aquilo instalado nos cruzamentos da Aurora com a Constitucionalistas de 32 pela prefeitura municipal? Com a (boa) intenção de desejar boas vindas aos turistas, a agência de propaganda (ai, Preview dos meus pecados!) tascou lá duas figuras que, para dizer o mínimo, nada, absolutamente nada têm a ver com as nossas coisas. O que temos a ver com a Bahia? Ou com um tocador de viola (cantor sertanejo?). Com certeza, se esta tal de Preview gastasse um pouquinho mais de tempo pesquisando, encontraria personagens muito mais ligados às nossas tradições para estampar o enorme outdoor. Mas, ao invés disso, preferiu o recurso mais fácil à mão, que no entanto caberia melhor se Olímpia estivesse localizada no recôncavo baiano ou em qualquer parte das regiões alterosas (pelo menos a figura da viola não se parece muito com um destes ‘sertanejos universitários’, argh!). Faltou assessoria em Folclore (se for este o objetivo, remeter à nossa festa maior) para esta gente.

A ‘FOLHA’ RESPONDE
O editor do semanário ‘Folha da Região’ parece não ter gostado nadinha das observações e críticas generalizadas na cidade, por causa de sua manchete de final de ano, afirmando, com base em ‘previsões’ de um certo ‘vidente’, que o prefeito Geninho iria sofrer um acidente “grave”. No seu espaço editorial e na coluna que diz assinar “do meio do mato”, despejou uma série de impropérios, adjetivos inadequados e frases ofensivas a tantos quantos ousaram contestar a forma como a ‘previsão’ foi noticiada. Não gostou de ser criticado. E sempre que isso acontece, este mesmo editor parte para cima dos críticos com duas pesadas pedras nas mãos. São todos seres inferiores, que não sabem o que falam, o que pensam, não entendem a “modernidade” do jornalismo que pratica, não estão à altura dos seus “conhecimentos”. Os que criticam são ditadores, torquemadas, inquisidores. Enquanto ele é o cidadão acima de qualquer questionamento. Saibam os amigos que esta é a pior faceta do comportamento humano. Porque abarca um viés totalitário, fenômeno que, mal empregado, pode resultar em extremismos ideológicos.

A MESA
Ontem postamos aqui comentários sobre as mudanças a serem perpetradas pelo prefeito Geninho (DEM) na Câmara Municipal de Olímpia. Como sabem, ele deve tirar Toto Ferezin (PMDB) e colocar em seu lugar Marco Coca (PPS), passando Toto a ser seu secretário de Governo. Analisei do ponto de vista das contas de Carneiro. E não parece haver outra razão mais forte. Depois, me lembrei da eleição da Mesa Diretora, no final deste ano. Fazendo as contas, concluí que com esta mudança, o prefeito passaria a contar com seguros cinco votos, ‘rachando’ exatamente ao meio a disputa pela cadeira de presidente, vice, primeiro e segundo secretários. Até então, a coisa estava definida entre os vereadores da Coalizão, que têm o compromisso assumido de pelo menos eleger Magalhães presidente. Agora, votos divididos, a disputa ganha novos contornos. Na primeira eleição, haviam seis vereadores contra quatro, sendo que um deles – Bertoco, votou em si mesmo.

NA SORTE?
Se já não havia a total segurança na eleição de Magalhães, conforme o blog vem alertando faz tempo, agora então que a situação ficou extremamente delicada. Tirando Toto do Legislativo, a Coalizão perde um voto certo (?). Entrando Coca, a situação ganha um voto certo. Depois, é só convercer Bertoco a não votar em si. Pronto, cinco a cinco. Em um eventual empate em número de votos (apesar de alguns acharem que assume o cargo o mais velho), será feito um segundo escrutínio e, persistindo o empate, disputarão o cargo por sorteio. Pelo menos é o que reza o Regimento Interno da Casa em seu artigo 17, Capítulo II – Da Eleição da Mesa. Tudo indica que este ano teremos patuás e mandingas à farta…

TROFÉU CARA DE PAU
O prêmio, merecidíssimo, vai para o governador do Distrito Federal, José Roberto Arruda, que na quinta-feira passada, 7, pediu “perdão por seus pecados” durante uma cerimônia em Brasília. O pedido foi feito a uma platéia de servidores que assistiam à posse de diretores da rede pública de ensino em Taguatinga, cidade próxima ao centro da capital. Mas, antes ele disse que “perdoava”, a cada dia, “os que me insultam”. Depois, soltou a pérola: “Porque só assim eu posso também pedir perdão dos meus pecados”. Arruda admitiu ter cometido erros e voltou a dizer que os últimos 40 dias serviram para ele perdoar seus adversários. Áh, ele se disse, também, “ingênuo”, por ter atraído seus inimigos, aqueles que têm seus interesses contrariados. Seus pedidos de desculpas de agora são repetecos de outra situação vivida por ele, quando no Senado, depois que se viu forçado a admitir que violara o sigilo do painel eletrônico da Casa, na votação da cassação do ex-senador Luiz Estevão. Nas campanhas para deputado e governador que se seguiram ao episódio – em que teve de renunciar ao mandato de senador para não ser cassado -, Arruda pedia perdão pelo erro cometido e implorava do eleitor uma nova chance.

A FACE OCULTA
Mas, pouco tempo depois do último pedido de desculpas, Arruda mostrou sua verdadeira face. Na reunião para a apresentação do novo corpo do secretariado, alterado em função da crise instalada no governo, Arruda foi irônico a se referir ao sentimento de “injustiça e perseguição” usando uma piada. Ele fez menção a um comentário que disse ter ouvido de um varredor de rua. Segundo o governador, o trabalhador havia comentado que o ganhador da mega sena teria sido o próprio Arruda. Após soltar uma gargalhada, o governador complementou a história dizendo que a atual perseguiçao é tão grande que seu nome aparece envolvido até com o prêmio milionário.

FALTOU PEGAR O BONÉ
Tudo bem que um político peça perdão pelos seus “pecados”. Nos países mais desenvolvidos, isso acontece sempre que uma autoridade é pega “com a mão na massa”. Só que, lá, os pedidos de desculpas sempre vêm acompanhados também do pedido de renúncia ao cargo. No Brasil, Arruda acaba de inaugurar o “pedido de dsculpas”. O que já é um avanço. Mas, se ele viesse acompanhado do pedido de renúncia ao cargo, teria sido uma evolução total.