Blog do Orlando Costa

Verba volant, scripta manent – ANO XVI

Mês: setembro 2009 (Página 2 de 2)

INFORMAÇÃO PRIVILEGIADA, PRESSÃO POLÍTICA, PALPITE OU NONSENSE?

Amigos do blog, quem quiser, que pasme-se, porque eu estou profundamente pasmado! Acabo de saber que a assessoria jurídica do prefeito Geninho Zuliani tem pronto e acabado os termos de um processo que pretende mover contra todos aqueles que ousaram fazer críticas à festa do peão.

Dizem estes seres que se consideram impolutos e imunes a qualquer crítica, que pretendem fazer com que aqueles que falaram sobre o rodeio “paguem caro”, como ouví de uma ‘autoridade’.

Dizem que o processo é um ‘catatau’, dezenas e dezenas de páginas, vários nomes, alcançando autoridades políticas, profissionais da imprensa, partido político e veículos de comunicação. Um ataque geral e generalizado.

Mas, isso não é tudo. O detalhe é que o processo está devidamente redigido para ser assinado pelo seu autor (que deve ser o presidente do “Clube dos 25”, neste caso, o empresário Fernando Martinelli, da Rádio Difusora, Band FM e jornal Tribuna de Olímpia) e protocolado no Fórum “assim que o promotor arquivar” as representações feitas para ele logo após vir à tona tudo aquilo que os senhores já conhecem.

O detalhe do negrito e das aspas é para reforçar a colocação feita por eles, o que provoca uma certa inquietude, já que se manifestam como se fosse certo o arquivamento das representações pelo Ministério Público.

Inquieta, também, porque deixam transparecer estarem de posse de informação privilegiada, sabendo por antecipação qual será a manifestação do MP sobre tão rumoroso assunto. Para quem não se lembra dos detalhes, vamos lá:

A Câmara Municipal de Olímpia, representada pelo seu presidente, Hilário Juliano Ruiz de Oliveira (PT), e pelos vereadores Priscila Foresti, a Guegué (PRB), João Magalhães (PMDB), e Gustavo Zanette (PSB), e o Partido do Movimento Democrático Brasileiro-PMDB, por meio de seu diretório local, entraram com representação no Ministério Público de Olímpia e na Procuradoria do Ministério Público de São Paulo, respectivamente, requerendo que sejam apuradas as supostas irregularidades que teriam sido cometidas pelo prefeito municipal Geninho Zuliani (DEM), na realização do “Olímpia Rodeo Festival”, acontecido em Olímpia entre os dias 24 e 28 de junho passado.

O prefeito contratou, para realizar a festa, o chamado “Clube dos 25″, composto por funcionários comissionados da prefeitura e da Assembléia Legislativa, além de um irmão e um primo seu. No caso da Câmara Municipal, na representação protocolada dia 21, os vereadores tomaram por base para a denúncia reportagem estampada no jornal “Folha da Região”, edição do dia 18 de julho, dando conta de que o denominado “Clube dos 25” teria vencido uma licitação para organizar e executar a festa do peão por R$ 6,5 mil.

A representação foi feita porque os vereadores querem elucidar os fatos, já que servidores municipais não podem participar de licitação em que o contratante seja o município.

E, de acordo com o estatuto do ‘Clube dos 25’, fazem parte de seus associados efetivos (art. 6º, I) os senhores Luis Fernando Serejo Martinelli (diretor-presidente); Cleber José Cizoto (diretor vice-presidente); João Paulo Polisello (diretor-secretário); Marcelo Elias Najem Gallete (tesoureiro); Edílson César De Nadai (presidente do Conselho Fiscal); Jurandir Durrula Martins (membro do Conselho Fiscal) e Cláudio Aparecido Zamperlini Júnior (membro do Conselho Fiscal).

Ocorre que os senhores João Paulo Polisello e Edílson César De Nadai são servidores públicos que exercem cargo em comissão, e o senhor Cleber José Cizoto exerce o cargo de secretário municipal de Finanças.

Os vereadores lembram na representação que o engenheiro Carlos César Zuliani é membro fundador do Clube e irmão do prefeito. Lembram, ainda, que Luis Fernando Serejo Martinelli é proprietário da Rádio Difusora de Olímpia, “a qual, segundo sentença proferida no processo eleitoral (296/08) relativo às eleições majoritárias em nossa cidade, foi condenada por fazer ampla divulgação da campanha eleitoral do senhor Eugênio José Zuliani (…)”.

Na representação, os vereadores lembram que Olímpia recebeu R$ 500 mil do Ministério do Turismo, cuja verba seria destinada para o Olímpia Rodeo Festival. “Por outras palavras, a Festa foi realizada com dinheiro público”, afirmaram.

Sendo assim, não restam dúvidas de que a questão reveste-se de uma certa gravidade, e com base estritamente nas leis, o que se cometeu foram atos no mínimo não condizentes com a probidade administrativa. Se legal ou não, a Justiça irá dizer.

O que não pode é um grupo político se encastelar no poder e julgarem-se seus membros, digo e repito, acima do bem e do mal. De todo bem e de todo mal. E, pior, antecipar manifestação de um poder constituído, no caso o Ministério Público. Como se o que fora requisitado a seu representante, o promotor, nada significasse.

E, de resto, não há ação judicial que nos intimide enquanto servidor da opinião pública, enquanto profissional do meio jornalístico e radiofônico. Temos ciência de que cumprimos com a nossa sagrada obrigação. E os demais envolvidos, idem.

Cabe agora o julgamento final, após minuciosa análise do MP – que aliás já deve estar concluída, dado o tempo, e assim carente apenas da manifestação final do promotor. Mas, conforme acreditam os senhores impolutos, será esta manifestação favorável ao “Clube dos 25”?

Se não for apenas informação privilegiada, será resultado de pressão política via agentes políticos do estrito relacionamento do prefeito Geninho? Um palpite de quem se julga profundo conhecedor das leis? Ou mero nonsense, tão comum em mentes embotadas pela ‘delícia’ do poder? O tempo dirá.

UM ADENDO PARA CONTRIBUIR COM A DISCUSSÃO

Amigos do blog, o texto publicado neste espaço no sábado passado gerou controvérsias. Leitores que me acompanham e leem o que aqui é postado se deram a debater sobre a questão (leiam comentários no post “O Thermas não é o Olimpo*, nem Benito seu deus*”).

Nele, analiso alguns fatos da semana tendo como foco as pretensões de um grupo oposicionista em disputar as eleições para os conselhos de administração e fiscal do clube – o negrito é nosso, porque, sob o manto da ‘necessidade’ do continuismo, a meu ver, os bem-servidos pela atual administração tem usado a imagem do presidente Benito Benatti para embasar seus argumentos.

E os conselhos de administração e fiscal do clube, podem conviver muito bem com o atual presidente dando as diretrizes de investimentos em equipamentos, projetos, ações em favor das melhorias internas e físicas do Thermas dos Laranjais, como sempre o fez Benito Benatti.

A confusão está em estas pessoas ‘imaginarem (?)” que o que se quer é derrubar o presidente e outro assumir em seu lugar etc e tal. E não é isso que fica implícito e explícito (o que alguns insistem em ignorar) nas propostas do grupo de oposição, pelo que entendi.

E é bom lembrar ao seu Leonardo Concon que aqui não advogo causa alguma, nem tenho procuração de ninguém para falar em seus nomes ou em nome de seus grupos. Se ‘chiei’ como ele diz, acho que o fiz embasado na minha crença de que a democracia e a transparência inda são as melhores formas de se praticar políticas públicas.

Públicas, sim, porque embora ele não concorde e diga que o clube foi erguido graças a investimentos feitos pelo próprio presidente, a estória do surgimento do empreendimento desmente isso. Benito foi o ideólogo? Sim, foi. Mas ele precisou do apoio incondicional de dezenas de cidadãos olimpienses, que num primeiro momento acreditaram no seu sonho.

O clube partiu da doação de uma área enorme – repito, doação! – pelo olimpiense Renatinho Costa Neves, bem valioso de sua família, herança dos filhos etc., para que o sonho de Benito Benatti ganhasse ‘chão’. Depois, uma gama maior ainda de olimpienses tiraram dinheiro dos seus bolsos para comprar os primeiros títulos patrimoniais e outros tantos, acreditaram naquilo que lhes era oferecido, e foram engrossar o quadro de associados do clube e reforçar o seu caixa.

E, claro, partindo desta base, aos poucos o presidente vitalício foi erigindo esta hoje primeira maravilha da mesorregião, quiçá do Estado inteiro, alcançando já a qualificação de um dos três maiores empreendimentos de lazer termal da América Latina, se não me trai a memória.

Portanto, amigos, tudo partiu de um grupo que acreditou numa idéia. E se investimentos iniciais em caráter pessoal houve, devemos creditá-los à família Costa Neves e ao grupo inicial, depois aos primeiros 3,5 mil sócios, hoje patrimoniais e preocupados com o desenrolar dos acontecimentos e bom gerenciamento dos recursos deles que estão empregados ali.

Uma, até, obrigação que lhes assiste, e que é inalienável. E muito antes que ser apenas e tão somente possibilidade conferida pela estado de liberdade democrática que grassa neste país, é um exercício do direito pleno.

Até porque, parte do pressuposto de que aquele que lá está, que teve a idéia inicial, trabalhou para que o Thermas seja hoje o que é, será preservado, respeitado, e mantido na sua função. Como é de direito e de merecimento. Mas, nunca é demais lembrar: não tratem Benito como deus de um Olimpo que não existe. Nem como um ‘santo de barro’ de um ‘andor’ que o clube não é, já que se movimenta com as próprias ‘pernas’ (e caixa).

Lembremos mais: Existe Olímpia. E é por ela que temos que zelar. Ainda que, para isso, tenha que se sacudir e/ou readequar velhas estruturas.

THERMAS NÃO É O OLIMPO*, NEM BENITO É SEU DEUS*

Amigos do blog, vejo que nos últimos dias, as discussões em torno dos problemas que cercam o clube Thermas dos Laranjais, está ganhando contornos de histeria, beatificação e outros adjetivos que bem veem a calhar quando se lê, ouve ou vê as mais disparatadas manifestações em defesa do ‘grande chefe’ presidente da instituição associativa.

Como sempre dissemos aqui e reiteramos agora, Benito Benatti tem seus méritos, aliás quase todos eles na formatação do clube maior da mesorregião no seu gênero, mas ele não é deus de Olimpo nenhum. Muito menos de Olímpia. Nem é o clube o próprio Olimpo destes tempos indecifráveis.

Porquê, se for o caso, Possêidon talvez traga uma identidade mais próxima ao presidente do Thermas,  ou, se preferirem, os ‘endeusadores’ de plantão podem colar nele a imagem de Zeus, caso prefiram algo maior e com totais poderes para fazer e desfazer, mandar e desmandar, fazer chuva, fazer sol.

Brincadeiras à parte, é preciso às vezes ser um pouco mais forte nas colocações, para trazer à razão aqueles que se deixam inebriar pelo momento presente, esquecendo-se de que o futuro nos cobrará tudo o que negligenciarmos agora, por conta deste ou daquele interesse – em geral, próprio.

 E, como fiz ontem, cobro neste caso também, o diálogo, os argumentos sólidos e esclarecedores, não o ataque em nível pessoal ou de grupo, porque aí não será debate mas, sim, combate. E este critério não conduz a nada, não traz fatos à luz, ao contrário, envolve tudo em densas núvens.

Lembro, a propósito, que o jornal “Folha da Região” deste sábado já ensaia uma “panfletagem” básica em favor das coisas como elas estão hoje naquela instituição, que até mesmo a diretoria reconhece, ‘é dos sócios’. Mas, como o jornal o faz? Debatendo, argumentando com fatos?

Não. Primeiro, atacando o grupo de oposição que pretende disputar as eleições em abril do ano que vem. E atacando de que forma? Mostrando cabalmente as razões pelas quais acha que seus integrantes são incompetentes? Não, também.

Apenas faz alusão à atividade de alguns deles – devem ser dois ou três entre dezenas – em favor do Clube de Campo “Álvaro Britto” que, diz o jornal, não deu certo. Notem: o jornal sequer diz quantos e quem seriam os “incompetentes” do grupo. Numa típica tática de ‘terrorismo jornalístico’.

Manobra com certeza brotada nos velhos porões das velhas oligárquias, aquelas mesmas que o editor do jornal é pródigo em combater, desconhecendo que ele próprio, assim agindo, passa a ser parte integrante dela. E, pior, talvez inconscientemente. Inocente útil?

Indo mais longe, tece críticas ao jornal concorrente “Planeta News”, por ter divulgado, na semana passada, o registro de lavra feito pelo presidente Benatti em seu nome, dos poços de águas quentes. O jornal perguntou: “De quem são os poços?”. Fez uso do seu legítimo direito de questionamento. Não acusou.

Logo em seguida, cumprindo com a cartilha básica do jornalismo, foi saber da diretoria o por quê de tal atitude. A resposta veio publicada na edição de ontem, sexta-feira (11). Portanto, não desrespeitando o “ouvir a outra parte” cobrado pelo ilustre editor. E como reza a velha cartilha, o público que tire suas conclusões.

O que se pretende com estas colocações, é antecipar algo que pode recrudescer no correr dos dias, com muitas informações desencontradas, contra-informações, fofocas, ‘tricotagens’, posicionamentos baseados em interesses comezinhos.

E muita, muita artilharia pesada contra quem ousar levantar a voz contra o Olimpo e seu deus, na busca intransigente pela transparência.

*Na mitologia grega, o Monte Olimpo é a morada dos Doze Deuses do Olimpo, os principais deuses do panteão grego. Os gregos pensavam nisto como uma mansão de cristais que estes deuses – como Zeus – habitavam.

Sabe-se também, na mitologia grega, que, quando Gaia deu origem aos Titãs, eles fizeram das montanhas gregas, inclusive as do Monte Olimpo, seus tronos, pois eram tão grandes que mal cabiam na crosta terrestre.

A etimologia de Olimpo é desconhecida, mas possui grandes traços de semelhança com a cultura pré-indo-européia. Há trabalhos recentes que divulgam uma Luvi origem.

** Zeus, deus dos deuses, do céu e da terra, senhor do Olimpo.
*** Poseídon, deus dos oceanos e mares.

A FEDELHADA SEM TRUNFO, COM A MÃO NO FERROLHO, SE METENDO COMO NÃO DEVERIA

Amigos do blog, não sei se foi seu ‘rei’ quem mandou, ou se algum ‘assessor’ mais afoito tomou para sí esta ‘responsabilidade’. Fato é que, no jornal “Gazeta Regional”, da minha amiga jornalista Andresa Maieiros, assessora de imprensa do atual Governo, este pisou na bola.

Eu quero crer que seja, de fato, algo que tenha se originado nos porões do imaginário grotesco de algum assessor, porque o formato ressuscita um período dos mais medonhos que esta cidade já viveu em termos de imprensa, ao mesmo tempo que revela exatamente quem, ou quais, dos assessores zulianistas têm este pendor.

A coluna se chama “Metendo o Bedelho”, que o pai dos burros ensina ser um substantivo masculino, com várias significações, nenhuma delas, digamos, auspiciosa. Se não, vejamos:

bedelho
be.de.lho
s.m. 1 – Tranqueta ou ferrolho de porta. 2 – Pequeno trunfo, no jogo. 3 – Criançola, fedelho, rapazelho. Meter o bedelho: intrometer-se em assuntos em que não é chamado.

Bastava o texto acima, extraído do Michaelis, para definir esta gente, autora de tão doentias letras, que busca, por meio da ofensa, da agressão pessoal, da invencionice pretensamente engraçada, rebater questões que melhor seriam rebatidas com argumentos sérios, claros e profundos.

Esta cidade carece, de há muito tempo, ser sim, redescoberta, rediscutida, repensada, como já disse aqui tempos atrás. E não é alimentando picuinhas, vendo monstros onde eles não existem, que vamos chegar a algum lugar. Por isso, a criancice beirando à demência publicada na coluna esta semana, choca.

Inventar apelidos, fazer colocações não verdadeiras, é fugir do debate. Usar colunas de jornais para fazer blague de autoridades políticas está fora de moda. Haja vista que tudo o que se tem visto na imprensa de modo geral – exceção às currutelas – são posturas sérias, de questionamentos e debates.

E, acima de tudo, de argumentos sólidos. Até charges se aceitam, desde que tenham um condão de entreter mostrando realidades, verdades. A charge existe para isso. Tratar temas caros ao cidadão de forma branda, mas ao mesmo tempo fazendo a crítica pertinente, inteligente, criativa. O resto é lixo, é o rabo do cachorro.

E, vejam bem, amigos do blog, que não estamos aqui defendendo este ou aquele personagem, nem procuração para isso temos. Teria eu a mesma postura com qualquer outra manifestação contra quem quer que fosse, que não trouxesse luz ao debate, como é o caso.

E o pior é que não se pode ter o que está escrito na coluna como algo apartado dos interesses do Governo Municipal, porque não o é. Se ali estão aquelas letras, houve uma comunicação prévia, uma aceitação tácita do senhor-todo-poderoso. A menos que, neste Governo, cada um faz o que quer, liberou geral.

É triste termos que ocupar, por vezes, este valioso espaço, para espantar as aves de mau agouro que insistem em trazer de volta a estas plagas uma aluvião de más recordações e comportamentos, dos quais seus mais lídimos representantes, hoje cronologicamente provectos, ainda arrastam correntes.

E, depois, incomodarem-se com o que passou, com imagens mortas no cenário político, revelam as fraquezas destes senhores. Se, postados no poder, não conseguem fazer desvanecer as fuligens de outras figuras passadissas, então faltam-lhes estatura, simplesmente isso, para estarem onde estão.

São um equívoco político. E dos grandes. É só.

NÃO É TÃO SIMPLES ASSIM?

Amigos do blog, é provável que hoje a Câmara Federal aprove a tão ansiada PEC dos Vereadores, aquela que aumenta para quase 60 mil os edis nas Câmaras Municipais de todo país. Em Olímpia, em princípio, seriam mais cinco a tomarem assento no Legislativo local.

Em princípio. Porque parece que a coisa não seria tão simples assim. Em postagem anterior até cheguei a relacionar nomes – Valtinho Bitencourt, Flavito Fioravante, Marco Coca, João Vitor Ferraz e Geraldo Viana -, mas, a relação pode ser totalmente outra, mais complicada e até mesmo, trazer alguma surpresa, tipo vereador virar ex-vereador.

Tudo pode acontecer, dizem alguns, até mesmo nada. Ou seja, a relação fartamente divulgada pode vingar. Como alguns nomes podem cair fora, ou ela ser totalmente mudada em sua maioria. Vai depender de como o preenchimento das cadeiras vai se processar.

Haverá necessidade de se reavaliar o coeficiente eleitoral em função do número de cadeiras ser maior? Caso isso seja feito, o total de votos de cada coligação terá que ser dividido por 15 e não por 10, como foi então, e assim novos números serão apurados.

Não havendo a necessidade de reposicionamento do coeficiente, então a situação poderá tranquila. Poderá? Quem sabe? No Cartório Eleitoral existe a orientação de que a Justiça Eleitoral não irá se manifestar nem agir sobre a questão, que ficará inteiramente sob a responsabilidade das Casas de Leis.

“São os jurídicos das Câmaras que terão que resolver esta questão”, disse-nos agora à tarde a encarregada do CE de Olímpia, Maria dos Anjos. Ou seja, a possibilidade de valer a lista simples é muito grande. Outro ponto a ponderar, no entanto: quantas cadeiras teremos, de fato? 13? 15?

A Lei Eleitoral permite até 15 cadeiras para cidades com mais de 50 mil habitantes. Como sabem os amigos, estamos contando, hoje, com base em estimativas do IBGE, pouco mais de 50.600 habitantes. No ano passado, ano eleitoral, éramos, segundo ainda estimativas, pouco mais de 50.200.

Certo. Mas, sob quantos habitantes a eleição foi realizada? Segundo consta, sob 46.013 habitantes, número oficial apurado pelo Censo de 2000, embora em 2008 uma estimativa apontava população de 50.215 moradores. Se foi com base na estimativa de 2007, então fomos 48.020 habitantes ano passado.

Uma coisa é certa: este número propiciou que, em 2008, a própria Casa aumentasse em uma cadeira o total de vereadores. E como agora cada 50 mil habitantes valem de 13 a 15 edis, provavelmente, então, a escolha recairá sobre mais cinco legisladores.

Porém, outro ponto a ponderar: a Câmara terá que regulamentar este aumento, por meio de emenda à Lei Orgânica do Município? Para subir para dez, pelo menos, foi preciso aprovar o Projeto de Decreto Legislativo 287/2008, nos termos do inciso I, do Artigo 232, da LOM.

 E assim, ficará a critério da Casa se teremos 13 ou teremos 15 vereadores? No primeiro caso, entrando só mais três e, no segundo caso, mais cinco? O que nos resta, ao final, é esperar: primeiro, se a PEC vai ser mesmo aprovada; depois, como isso será definido; em seguida, se a Câmara terá mesmo que modificar a LOM e, por fim, quantos vereadores novos teremos.

Tudo é expectativa. Aguardemos.

E AGORA, QUEM VAI EXPLICAR ISSO?

Amigos do blog, na sexta-feira à tarde tomamos conhecimento de uma atitude estranhíssima do presidente do clube Thermas dos Laranjais, que vem jogar ainda mais obscuridade sobre tantas discussões em torno dos interesses dele (clube).

Desta feita foi algo que ninguém esperava, e que ninguém vai entender num primeiro momento, quiçá num segundo ou terceiro momentos, variando conforme as explicações forem ou não convincentes. Eu explico:

O Diário Oficial da União do dia 19 de agosto de 2009, publica na Seção 1, pagina 68, a outorga de ‘Alvarás de Pesquisas’ ao empresário Benito Benatti, válido por dois anos, abrangendo os dois poços que abastecem o parque de águas do Clube Thermas dos Laranjais.

Os documentos de concessão se referem ao direito de uso das águas do poço da Petrobrás e do outro, cuja perfuração foi contratada e paga pelo Thermas após o problema registrado com desbarrancamento e contaminação por óleo na fonte original, próximo à Rodovia Assis Chateaubriand.

Os alvarás, assinados pelo Diretor Geral do DNPM, receberam os números 8694/2009-820.598/2009, ambos em nome de Benitto Benatti e não do Clube Dr. Antônio Augusto Reis Neves (Thermas dos Laranjais).

A cronologia dos fatos, até a obtenção do direito de uso, mostra que o Departamento de Águas e Energia Elétrica (DAEE), órgão do governo do Estado de São Paulo, revogou a autorização de uso que concedera ao Thermas no dia 7 de agosto de 2009, sexta-feira.

Na segunda feira, dia 10 de agosto, logo pela manhã, fiscais do DNPM, escoltados por agentes da Polícia Federal, lacraram os poços e o clube ficou proibido de utilizar a água quente termal das duas fontes.

Apenas dois dias depois, precisamente dia 12 de agosto de 2009, o empresário Benito Benatti, em seu próprio nome e com a documentação completa, solicita e obtém do órgão do Ministério de Minas e Energia a ‘Licença de Lavra’ dos dois poços, sobre os quais tem a concessão oficial pelos próximos dois anos, dependendo de sua autorização pessoal o uso das águas pelo Thermas.

O curioso na história é que, no dia 28 de agosto de 2009 uma Juíza Federal concedeu liminar para reabertura provisória dos poços do Thermas, não havendo informações se o pedido judicial foi formalizado em nome do Clube ou do empresário Benito Benatti.

Note-se que Benito já havia obtido a licença, em seu nome, nove dias antes da decisão da  Justiça Federal que, neste caso, resultou inócua.

Na última quinta-feira a Câmara Municipal realizou Audiência Pública, a pedido dos sócios proprietários do Thermas, para debater e contestar o projeto que transforma o clube em bem de Utilidade Pública, sob alegação de que a medida, se concretizada, vai prejudicar todos os sócios, proprietários ou contribuintes.

Pois bem, se até agora ainda não conseguiram explicar muito bem a lacração dos poços. Se até agora ainda não conseguiram explicar muito bem a insistência em qualificar o clube como entidade de Utilidade Pública por meio de lei da Câmara, conseguirão explicar o que aconteceu? O que motivou o presidente Benito Benatti a agir desta maneira?

E por que toda a pompa da coletiva daquela noite de segunda-feira (31/08), com dezenas de pessoas e até o “irredutível” Enzo, do DNPM, tecendo loas ao presidente, ao jurídico, ao prefeito e a quem mais foi possível? Era uma farsa? Um barulho para encobrir o que já era fato?

Quem já sabia de tudo? Todos à mesa, todos os diretores, os amigos próximos dos diretores? Ali se fazia uma encenação de abertura e início dos trabalhos de legalização da situação, para o público externo, enquanto para o público interno – e bota interno nisso! – a coisa já estava mais que resolvida, e de uma maneira que podemos chamar de…capciosa?

Com certeza, amigos, o Thermas vai permanecer no foco das atenções por mais alguns dias, e agora não só por conta do projeto na Câmara. Mas, talvez por algo maior, o ‘nonsense’ desta ‘tomada dos poços’ do clube, pelo presidente, a menos que haja uma explicação muito, mas muuuuuiiiito convincente! Aguardaremos!

O ABUSO DO PODER LEGISLATIVO

Amigos do blog, foi uma longa jornada noite adentro. A audiência pública de ontem na Câmara Municipal foi extremamente reveladora da falta de consistência da proposta apresentada por Salata de qualificar o clube Thermas dos Laranjais como entidade de utilidade pública.

Foi uma tentativa do Legislativo em trazer a público os ‘meandros’ desta pretensão que tem por trás o prefeito Geninho Zuliani (DEM) e, surpreendentemente, a diretoria do clube, que com seu silêncio avaliza a brutalidade com que meia dúzia de legisladores querem decidir a vida social de mais de 3,5 mil pessoas.

Este contingente é formado pelos sócios-proprietários do Thermas, que sequer foram consultados sobre a mudança proposta. Mudança que, embora negados pelo jurídico do clube, trará sim, vários inconvenientes a estes e aos demais dez mil ou doze mil sócios contribuintes.

O que se cobra, nada mais é do que a legítima obrigação de melhores explicações sobre o que se quer, de fato, com tal proposta. A utilidade pública teria que finalidade real? Beneficiaria a quem, especificamente? Fazem questão de qualificar o clube como tal visando o interesse comum, ou de grupos?

Quem responde a isso? Ninguém. Pelo menos não condizentemente. E quando tentam só fazem jogar ainda mais névoa sobre a questão, e não luz, como seria de se esperar. Jogam palavras ao vento, sem o menor pudor e respeito ao cidadão.

Nem os vereadores Zé Elias – que aliás, bem comparando, está dando, como ‘papai noel’ da Casinha, um belo ‘presente’ da Natal aos sócios – e Lelé, que subitamente decidiram apoiar a idéia, sabem por que o estão fazendo.

E mais: a ação da diretoria, ao se abster de uma posição mais clara sobre o assunto perante seus associados, não poderia se caracterizar em má-fé administrativa? O jurídico não diz que sim, nem diz que não. Da presidência, nenhuma palavra.

 que torna ainda mais difícil a aceitação da proposta. Tudo poderia se resolver da maneira mais simples e prosaica possível: numa discussão ampla entre os sócios proprietários e remidos, que opinariam se querem ou não a nova qualificação. Querendo, o clube pede à Câmara, que é o procedimento legal. Não querendo, engavete-se a proposta.

O que não pode é meia dúzia de ‘conhecedores’ das necessidades do clube quererem suplantar a vontade de milhares. Isso é abuso do poder. Abuso do poder Legislativo. Nem em ditaduras se viu tal coisa.

HOJE SERÁ A GRANDE NOITE?

Amigos do blog, hoje à noite, na Câmara Municipal, o momento chave de uma discussão que já se arrasta desde o início do ano e agora “pegou fogo”: o debate em torno da possibilidade da declaração de utilidade pública para o Thermas dos Laranjais.

A discussão era esperada e foi muito cobrada pela imprensa e público em geral na cidade, bem como por alguns vereadores – alguns, porque a maioria é favorável, e nem deve saber por quê (será que não sabem, ou não podem dizer?). E como era de se esperar, o tema ganhou corpo na cidade nos últimos dias. E que corpo!

E quem veio para ‘botar fogo no palheiro’ da discórdia foi o vereador Salata (PP), como sabem agora líder oficial do prefeito Geninho na Câmara Municipal, e não mais apenas um ‘ponta-de-lança’. E ele parece que, em torno deste assunto, chegou com tudo.

Na sessão ordinária do dia 24 passado, exigia a inclusão na pauta de votação do projeto de Lei do qual se diz autor mas, do qual, na verdade, é apenas agente condutor. E ele queria votação em regime de urgência. Não foi atendido e botou a boca no trombone – da Câmara e da agora rádio-amiga Difusora – para criticar o presidente.

Acusou Hilário Ruiz (PT), e três vereadores da bancada da coalização de não quererem ajudar a resolver o problema do clube, que então estava com seus dois poços de águas quentes lacrados havia 16 dias. Disse ele que um dos requisitos básicos para a reabertura dos poços era a aprovação do projeto.

Mentiu. Porque o “ajudar” para Salata seria a aprovação do projeto sem maiores discussões e questionamentos, assim ficando até agora sem explicações sobre qual benefício trará ao clube, aos associados, aos hoteleiros, aos funcionários, enfim, à cidade como um todo.

O que se espera é que a noite de hoje seja esclarecedora a esse respeito. E que dúvidas não pairem sobre esta pretensão em nenhum dos corações americanos que ali estiverem, abertos, acessíveis, dispostos a guardar em si todas as ações que de fato – eu disse de fato! – sejam do interesse público.

TUDO CERTO, ÁGUA QUENTE À VONTADE!

A noite da coletiva

A noite da coletiva

Amigos do blog, desculpem por ontem. Sei que muitos acessaram em busca da informação mais esperada dos últimos dias: a solução para as águas quentes do Thermas dos Laranjais. Pois bem, está tudo certo, agora, e quem quiser pode chegar.

Houve uma reunião na noite de segunda-feira, e lá ficaram esclarecidas toda as questões, inclusive a de que não houve denúncia nenhuma, e a lacração ocorreu por questões absolutamente técnicas. Questões essas que terão que ser resolvidas no prazo de 30 dias.

A mais premente delas: a autorização para a extração da água dos poços profundos exarada pela União, e não pelo Estado, como até então. Aliás, o Enzo Nico Junior, superintendente do DNPM em São Paulo, afirmou que foi “um crime” cometido pelo DAEE, que ele pretende apurar a responsabilidade.

Alguém autorizou. Foi por influência política? Isso ele pretende descobrir. Pelo menos disse que pretende. Enfim, a paz volta a reinar nestas paragens que um dia foi Menina-Moça, depois Noiva Sertaneja, e hoje é a Capital Nacional do Folclore.

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