Amigos do blog, não querendo pegar onda de pitonisa, mas acertamos mais uma. Agora já não é mais segredo para ninguém o que quer o senhor prefeito Geninho Zuliani (DEM) com o lixo da cidade. Para nós, isto sempre foi uma quase certeza.
Falávamos aqui neste espaço desde o final do ano passado. E, agora, o grande e indisfarçável desejo do prefeito será consumado. A terceirização do lixo vem aí, partindo da coleta, passando pelo transporte, transbordo, até à destinação final.
Ou seja, quem ‘levar’ o pregão presencial 27/2009, cuja abertura dos envelopes está marcada para o dia 9 de outubro, às 9h30 de uma sexta-feira, vai cuidar, desde pegar o lixo doméstico e comercial nas portas, até o depósito dele, que não deverá ser em Olímpia.
Pergunta: onde está o dinheiro da Taxa de Coleta de Lixo, que sofreu um reajuste de quase 130% no começo do ano? Não era para implantar em Olímpia o aterro sanitário e renovar a frota de caminhões? Garantindo, assim, que não ocorresse terceirização de qualquer espécie?
Muito bem, como sempre acreditamos que a fala do nosso alcaide tem um sentido obscuro, vimos alertando os amigos que o que vai acontecer agora, ia mesmo acontecer a qualquer momento. Lembram-se do post do início de junho passado, intitulado ‘O Rodeio do ‘lixo”, onde já praticamente dávamos a certeza do que iria acontecer, a partir da ‘choradeira’ plantada na imprensa-adesivo quanto ao aviso da Secretaria do Meio Ambiente sobre o nosso ‘lixão’?
Onde afirmamos que “somado às declarações anteriores do senhor prefeito, mais as declarações pós-eleições sobre o setor e até mesmo algumas indicações sutis durante a campanha eleitoral, noves fora, a terceirização da coleta do lixo será o próximo passo”? Bingo! Ei-la à nossa porta!
Antes mesmo da posse do prefeito, com a divulgação de suas contas de campanha, surgiu o primeiro indicador do encaminhamento das coisas. A Leão&Leão era uma das doadoras para a corrida eleitoral de Zuliani.
Ela é empresa especializada em coleta e transporte do lixo (embora em alguns lugares onde esteve acabou dando ‘rolo’, vide Rio Preto e Ribeirão Preto). Depois, será preciso depositá-lo em algum lugar, já que a cidade não tem ‘lixão’, certo?
E, ainda neste blog contamos para os amigos sobre o aterro sanitário gigante implantado em Catanduva por um empresário que é primo do prefeito de Olímpia. Isso não quer dizer que as coisas serão encaminhadas da forma como o amigo acaba de pensar. Mas, alguém apostaria um vintém que não?
Repito que, indiferentemente à discussão sobre se isso é bom ou ruim para o município, distante das querelas sobre se isso é caro ou barato, a coisa pega na questão do provável cumprimento de compromissos eleitorais, em ‘pagamento’ a ajuda financeira de campanha.
A indiferença à discussão e a distância das querelas, entendam, se prendem a uma única questão: a de que o próprio prefeito poderia estar, também, indiferente e distante destas questões, e mais preocupado em cumprir o que foi acordado lá atrás. E, pior para nós, independentemente de qualquer consequência.
Mas, se voltarmos nossas atenções para a questão custo-benefício, uma coisa há de saltar aos olhos: a dúvida insanável sobre se valerá a pena. Este tipo de serviço, segundo consta, é cobrado por número de caminhões transportados. Quanto custará cada um destes caminhões?
O edital publicado na Imprensa Oficial deste sábado não fala em valores nem na modalidade de pagamento.
E, se não for por caminhão transportado, será por metro cúbico de lixo coletado e transportado no dia, ou a cada ‘xis’ espaço de tempo. Salvo engano, a cidade produz alguma coisa em torno de 30 toneladas de lixo por dia. Quanto custará cada metro cúbico disso para ser coletado?
Espera-se que a Câmara de vereadores não ‘durma de touca’ também sobre este assunto, e cobre dos líderes ou, quiçá, do próprio prefeito, explicações detalhadas sobre esta sua mais nova pretensão de gasto. Até por uma questão preservacionista – no caso, não só do meio ambiente, mas do meio econômico-financeiro do cidadão.
A OUTRA QUESTÃO:
AGÊNCIA DE PUBLICIDADE X IMPRENSA OFICIAL
O segundo tópico, amigos do blog, diz respeito à pretensão do prefeito Geninho, em gastar, no mínimo, R$ 400 mil dos cofres públicos para que uma agência de publicidade, em última análise, fale bem dele e dos seus feitos.
Este montante, que será pelos serviços de um ano, representará um gasto em torno de R$ 33,33 mil por mês. Parece pouco, mas torna-se uma quantia estrondosa, se levarmos em conta que, para confeccionar a Imprensa Oficial do Município-IOM, o custo anual – eu disse anual! – é um décimo do montante global.
Publicação do jornal oficial do Estado (DOE) revela que o município irá gastar R$ 45 mil para confeccionar a IOM – embora não conste o prazo correspondente ao valor, presume-se que será por um ano. A empresa responsável será a Editora J.G. Rio Preto Ltda, também conhecida como “Gráfica do Jesus”. O contrato é para impressão, editoração, diagramação e fotolitia. Por mês, a importância será de R$ 3,75 mil.
Aí, o amigo pergunta: “O que tem uma coisa a ver com outra?”. ‘Tudo’, eu respondo. E por quê? Porque uma boa assessoria de comunicação faria ‘miséria’ com esta publicação, no sentido de divulgar os feitos do prefeito e sua imagem, neste caso ainda que de forma sublinar.
Ela poderia ser mais um pouco sofisticada, e até em cores, com mais páginas, trazer em detalhes tudo o que se faz e se fará na cidade. A um custo infinitamente menor. Mas com os mesmos resultados.
Aliás, acredito até que com um melhor resultado. Porque na IOM não se poderá mentir ou se aumentar a dimensão deste ou daquele assunto, deste ou daquele feito. O público seria informado verdadeiramente, sem firulas, sem enfeites.
Portanto, vamos por ora creditar esta pretensão do senhor alcaide a mais um eventual cumprimento de acerto de campanha eleitoral, pois há grandes suspeitas de que a agência a se sagrar vencedora do certame tem nome fantasia, razão social e endereço conhecidos. Áh, e serviços prestados também.
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