Amigos do blog, foi uma longa jornada noite adentro. A audiência pública de ontem na Câmara Municipal foi extremamente reveladora da falta de consistência da proposta apresentada por Salata de qualificar o clube Thermas dos Laranjais como entidade de utilidade pública.

Foi uma tentativa do Legislativo em trazer a público os ‘meandros’ desta pretensão que tem por trás o prefeito Geninho Zuliani (DEM) e, surpreendentemente, a diretoria do clube, que com seu silêncio avaliza a brutalidade com que meia dúzia de legisladores querem decidir a vida social de mais de 3,5 mil pessoas.

Este contingente é formado pelos sócios-proprietários do Thermas, que sequer foram consultados sobre a mudança proposta. Mudança que, embora negados pelo jurídico do clube, trará sim, vários inconvenientes a estes e aos demais dez mil ou doze mil sócios contribuintes.

O que se cobra, nada mais é do que a legítima obrigação de melhores explicações sobre o que se quer, de fato, com tal proposta. A utilidade pública teria que finalidade real? Beneficiaria a quem, especificamente? Fazem questão de qualificar o clube como tal visando o interesse comum, ou de grupos?

Quem responde a isso? Ninguém. Pelo menos não condizentemente. E quando tentam só fazem jogar ainda mais névoa sobre a questão, e não luz, como seria de se esperar. Jogam palavras ao vento, sem o menor pudor e respeito ao cidadão.

Nem os vereadores Zé Elias – que aliás, bem comparando, está dando, como ‘papai noel’ da Casinha, um belo ‘presente’ da Natal aos sócios – e Lelé, que subitamente decidiram apoiar a idéia, sabem por que o estão fazendo.

E mais: a ação da diretoria, ao se abster de uma posição mais clara sobre o assunto perante seus associados, não poderia se caracterizar em má-fé administrativa? O jurídico não diz que sim, nem diz que não. Da presidência, nenhuma palavra.

 que torna ainda mais difícil a aceitação da proposta. Tudo poderia se resolver da maneira mais simples e prosaica possível: numa discussão ampla entre os sócios proprietários e remidos, que opinariam se querem ou não a nova qualificação. Querendo, o clube pede à Câmara, que é o procedimento legal. Não querendo, engavete-se a proposta.

O que não pode é meia dúzia de ‘conhecedores’ das necessidades do clube quererem suplantar a vontade de milhares. Isso é abuso do poder. Abuso do poder Legislativo. Nem em ditaduras se viu tal coisa.