Amigos do blog, não só da imprensa, como também a culpa é da Câmara Municipal, mais especificamente, como querem os acusados difundir, dos vereadores que entraram com representação no Ministério Público pedindo a apuração das suspeitas de mau uso do dinheiro público na festa do peão.

O prefeito Geninho (DEM) lançou mão do velho e desgastado discurso de que a culpa pelos malfeitos de seu Governo é da imprensa, que os divulga, e não de quem os pratica. Primeiro, ameaçando não realizar uma segunda edição do ‘Rodeo’, como se por causa disso, o mundo fosse acabar.

Aliás, não foi nem ele quem fez o anúncio público. Foi o tesoureiro do Clube dos 25 – de fato é ‘Clube dos 25′, conforme atesta a ata da reunião de criação do grupo. Interessante é que em nenhum momento destas discussões, o presidente de fato e de direito do Clube veio a público explicar o que quer que fosse.

Mas, enfim, vamos ao ponto. Na edição de sábado passado do jornal ‘Folha da Região’, o trecho final do texto em que é tratado o assunto da instauração de inquérito contra o prefeito, tirado de entrevista concedida pelo alcaide à emissora do ‘empresário-polvo’, o chefe do Executivo parece querer quebrar o termômetro para negar a febre.

Diz, Geninho, no final da matéria: “(…) …enfrentar poderosos que estão viúvos do poder, que ficam com forças ocultas tentando através de órgãos de imprensa, através de emissoras de rádio, denegrir a imagem de um governo trabalhador”.

É sempre a imprensa, caros amigos, que acaba ficando na berlinda, quando do outro lado estão os políticos de baixa cepa e de atos e ações duvidosos. Os políticos profissionais adoram posar de vítimas. Ao invés de virem a público se explicar, de forma convincente, preferem desqualificar a denúncia e seu autor ou autores.

Ou seja, não existiria a febre não fosse o termômetro. Não existiria a falcatrua não fosse a imprensa. Esta praga livre e democrática, personagem dos mais medonhos pesadelos de quem quer usar o poder em benefício de si e dos seus próximos!

A imprensa, tão livre e democrática que pode até fazer vistas grossas ao caudaloso rio de suspeitas de malversação do dinheiro público, como tem feito, sistematicamente, a emissora do ‘empresário-polvo’, que prefere requentar denúncias, fazer chantagens descaradas, visando jogar uma cortina de fumaça sobre o que não lhe é conveniente divulgar.

Quanto às declarações do prefeito, quem seria mais poderoso que o detentor do poder máximo, para perturbá-lo tanto? Os ‘viúvos’ do poder? Que sacada, prefeito! E as ‘forças ocultas’, então? Tal figura de linguagem remete a um passado de dubiedades, insegurança e não-determinismo, que resultou numa renúncia descabida e até hoje mal explicada.

Claro que nosso alcaide não chegará a tanto. Simplesmente porque ele ama o poder! Mas, se a ‘força oculta’ da qual ele reclama for aquela que não atua favoravelmente a ele e que obsta que seus atos, decisões e atitudes, fiquem na escuridão, siginifica que ela não é tão oculta assim. Infelizmente para ele.

Até porque os órgãos de imprensa locais são sobejamente conhecidos do público-leitor ou ouvinte de rádio, e todos sabem quem são seus profissionais, o que fazem, e o que cada um representa. E, depois, é bom que o prefeito saiba: ele, e seu grupo, é que tudo têm feito para se auto-denegrirem.

O povo é sábio. Pode não ter conhecimento político o bastante para, na hora ‘h’, separar o joio do trigo. E assim não passar por sérios perrengues depois. Mas é sábio no que diz respeito à analisar fatos, ouvir versões, tirar suas própias conclusões. E não é por rios de – falsas – lágrimas (de crocodilo?) que ele irá acatar ou não, desculpas esfarrapadas!