Amigos do blog, não dá para ter outra reação a não ser essa. A do riso. Porque são risíveis as argumentações do prefeito Geninho Zuliani quando tenta responder às perguntas sobre sua mais nova façanha: o Clube dos 25 – aquele que só tem oito!
Aí, valem as máximas: rir é o melhor remédio. Ou: melhor rir do que chorar. Ou mais: sorria, ainda que seja um sorriso triste, porque mais triste que um sorriso triste é a tristeza de não poder sorrir. Mas, brincadeiras à parte, vamos ao que interessa.
As evidências de que nosso Governo Municipal corre celeremente para se transformar em uma ‘ação entre amigos’ são muitas, como já vimos alertando neste espaço a tempos. E estas evidências se cristalizam agora, com o rumoroso caso do Clube.
Exatamente pelo contexto de sua formação e os atos conseqüentes dela. Ou estamos todos profundamente equivocados e só o prefeito e seus asseclas estão certos, ou a turma no poder perdeu o rumo e o prumo já de cara!
Diz o prefeito que teve todo assessoramento jurídico possível para fazer o que fez. Ou seja, ficar no limite possível de cometer um crime de improbidade administrativa. Ou tê-lo cometido já de vez.
Diz o prefeito, que o clube tinha, sim, 25 componentes. E que seu nome de batismo não é mera alusão ao seu partido político, o DEM, e seu número de campanha, o 25. O que caracterizaria propaganda político-partidária.
O clube foi formado em 9 de novembro, quando o deferimento da candidatura do então candidato Geninho havia acontecido no dia 30 de outubro (lembram do imbróglio com o TSE?). Ou seja, havia pressa, muita pressa.
Mas o registro junto à Receita, o que autoriza uma empresa a entrar em atividade, ocorreu comente em 7 de maio. E no dia 18 de junho o clube já ganhava a carta-convite para fazer a festa. Já ouviu falar na chamada sorte de principiante? Pois é.
Agora, qual conhecimento jurídico seria tamanho, a ponto de colocar o prefeito num limiar tão delicado frente ao povo, seus pares e adversários políticos? Um jurista, no mínimo ajuizado, não teria recomendado ao alcaide passar ao largo deste ‘tsunami’?
Não teria encontrado uma alternativa, digamos, menos perigosa? Para que expor o prefeito e seus próximos a tamanho barulho? E, de tabela, a uma possível CEI na Câmara Municipal? E o MP de lambuja?
No mais, dizer o prefeito que está tudo legal, está tudo certinho, é pisar em campo minado. Quem acreditaria que uma empresa promotora de rodeio – comprovadamente sem experiência na área – cuidaria de tudo, de uma estrutura gigante e arcaria com eventuais prejuízos por apenas R$ 6,5 mil?
Quem acreditaria que eventuais lucros seriam destinados à prefeitura – haja vista que eventos realizados com dinheiro público não devem visar o lucro, pois a prefeitura não é empresa comercial? Mas, ainda assim, com o lucro estrondoso que a festa deve ter tido, contentou-se o Clube com os R$ 6,5 mil?
Quem acreditaria no valor estipulado para a carta-convite, de R$ 16 mil? Quem acreditaria que a festa já não estava paga com dinheiro público – os R$ 500 mil do Turismo [aberração que deve ter feito Enéas Carneiro virar no túmulo*] e mais o que a prefeitura gastou?
Ou seja, estaríamos diante de um típico caso onde os investimentos foram públicos, os eventuais prejuízos seriam também, mas os lucros (certos) foram privados? Trata-se de muito dinheiro. E contas precisam ser prestadas de cada centavo.
Se assim não for, que nosso Chefe do Executivo seja chamado a responder por tudo o que foi gasto. Até aos bancos dos réus, se for o caso, deve ser chamado. Para fazer cumprir a lei.
Não se pode admitir que um político alcance o poder máximo de um município com um discurso moralizador, transformador, de ‘revolucionar’ a cidade, e uma vez tomado assento na cadeira, transforma o Governo, na verdade, em uma ação entre amigos.
(* Consta que a verba do Ministério do Turismo teria sido liberada por meio de emenda da deputada federal Luciana Costa (PR), natural de Barretos, que substituiu, na Câmara Federal, Enéas Carneiro, que faleceu no ano passado. Ela tem feito tais liberações de forma sistemática a festas do gênero).
Comentários fechados.