Amigos do blog, creio que não deveria, como vocês, ficar surpreso. Mas estou. Este blog já caminhava no sentido de desvendar o misterioso ‘Clube dos 25’, que organizou a festa do peão de Olímpia. Mas, numa jogada do destino, questão de horas, a ‘Folha da Região’ chegou lá primeiro.
Pelo menos no que diz respeito à composição deste que, da noite para o dia, se tornou o grupo de eventos mais poderoso das cercanias, com um ‘start’ de R$ 500 mil em caixa, verba do Ministério do Turismo, mais o que pode sacar o prefeito Geninho dos cofres municipais.
Este clube de meia dúzia de amigos e assessores – lembram-se da “confraria” já citada aqui várias vezes? – foi formado em 7 de maio passado, e na primeira quinzena do mês de junho já tinha ganhado uma licitação (71/2009) na modalidade carta-convite (e pode, com tamanho valor envolvido?) que, salvo engano, não teve seus detalhes publicados em lugar nenhum.
Se tudo já era muito estranho, muito obscuro, a partir da revelação dos componentes do clube, a questão ganhou ainda mais odores de suspeição quanto à legalidade de tudo o que foi feito em torno do evento ‘Olímpia Rodeo Festival’. Aliás, conforme esta coluna vem alertando desde os primeiros rumores da festa.
Dois secretários municipais (Edilson César De Nadai e Cléber José Cizoto), um assessor direto (Pita Polisello), um ex-assessor, mas com ligação umbilical com o prefeito (Jurandir Durrula Martins), um irmão do prefeito (César Zuliani), e um escudeiro-mor, dono da Rádio Difusora (Fernando Martinelli), este na qualidade de presidente-executivo, estão à testa do tal clube.
Como podem ver, está tudo ‘em casa’. Eles são seis. Bom, aí, surge uma inevitável pergunta: Por que o 25? Este número remete ao partido político do prefeito Geninho, o DEM. Não estaria aí caracterizada propaganda político-partidária, já que há (e como há!) dinheiro público envolvido?
E mais: Não constitui irregularidade de alguma espécie funcionários públicos municipais comporem uma empresa que disputa e vence uma licitação, e a partir daí passa a manipular dinheiro público? Funcionários não são proibidos de contratar com o poder público?
E mais, ainda: O membro do clube, falando enquanto procurador jurídico do municípío, tratou de se antecipar à cobrança por prestação de contas dos gastos, dizendo ao jornal que “uma fiscal” do Ministério do Turismo já esteve na cidade buscando os valores envolvidos na festa.
E desde quando é assim que as coisas funcionam? Agora o próprio Governo estaria agindo de forma osbscura e com isso facilitando eventuais malversações de recursos públicos? Não creio. Portanto, o ordenador jurídico do município terá que encontrar outra desculpa, menos esfarrapada, para não prestar contas do dinheiro gasto no ‘Rodeo Festival’- consta que pode passar dos R$ 700 mil.
E o pior foi quando o repórter perguntou sobre o clube. As respostas foram evasivas, cheias de tergiversações. Até que, ao responder sobre quem compunha o tal clube, disse: “Isso eu não sei”. Como, “não sei”, se ele próprio é um dos integrantes? E por que não revelou os nomes? O que há para esconder?
Assim, o nobre jurista jogou mais poeira de suspeitas sobre o tal grupo e seus feitos. Ou não? Havia a necessidade de esconder nomes? Ou negar a ligação estreita com o Governo Municipal? Por qual razão?
Bem, agora a coisa ganha volume e gera a necessidade da intervenção da Casa de Leis, pelo menos, ou de quem mais de direito (alô, alô, Comitê Anticorrupção de Olímpia!).
É imperativo que tudo seja trazido à luz. Para o bem ou para o mal. Imperativo é fazer saber ao cidadão olimpiense qual a real intenção contida por trás de tamanho empenho do sehor prefeito na realização da festa do peão.
Pode ser que isso explique sua total apatia quando o assunto é Festival do Folclore. Ou pode ser que nem explique nada, mas possa revelar uma bela faceta a respeito deste Governo Municipal. Ou sua principal diretriz.
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