Blog do Orlando Costa

Verba volant, scripta manent – ANO XVI

Mês: março 2009 (Página 2 de 2)

O PREFEITO E O CÃO CERBERO

Triste figura

Triste figura

Amigos do blog, ainda não dá para dizer que o prefeito Geninho Zuliani (DEM) está descendo aos infernos por conta de sua tresloucada majoração da taxa de coleta de lixo. Fator que vem a ser reforçado com a balburdia que virou o momento do pagamento das parcelas do IPTU.

Primeiro filas enormes em um banco não preparado para grandes ocasiões, depois a fila nos balcões da própria prefeitura. Isso irritou por demais um contribuinte já por demais irritado. E o prefeito quase teve uma prova cabal disso na tarde de hoje, conforme relato de testemunhas.

Ele praticamente teve que subir as escadas da prefeitura correndo – pelo menos em passadas mais apressadas que as habituais – porque tantos quantos ali estavam, queriam “um dedo” de prosa com ele. E, claro que, diante das circunstâncias, a maioria não procurou chamar sua atenção de forma delicada.

Claro como água, queriam, ali, dar vazão à contrariedade com este estado de coisas. Pouca atenção lhes deu o alcaide, até mesmo por questões de integridade física, talvez, e ali ficou o público, refém de suas próprias escolhas. Refém de suas próprias obrigações de cidadãos cumpridores de seus deveres.

É preciso relatar todos os dias a dor doída desta gente, porque carece de apoio e atenção daqueles que lhe podem emprestar toda a solidariedade. Tristes estão estes cidadãos, que mal veem seu mandatário e, quando isso acontece, pouco se lhe dá ouvir seus clamores.

Remetendo ao título deste post, ainda não dá para dizer que Geninho está no seu inferno astral administrativo. Como também ainda não dá para garantir que nele não mergulhará doravante, o chefe do Executivo. Por isso reafirmamos estar Zuliani no seu “quase” inferno astral.

Do qual ele tentará emergir por vias previsíveis, como a de anunciar verbas, obras de porte pequeno, médio e grande, festas agigantadas, como se viu dias atrás, e mais se verá dias à frente, o ópio do povo, o pão, o circo. Não se sabe, ainda, se isso tudo virá secundado por projetos de verdadeiras transformações em todos os âmbitos da cidade.

O que tem a ser feito é mais embaixo, é profundo, é estrutural, não superficial, raso e imediatista. Há que se ver que tais homens passam, as coisas ficam. E por tudo o que já fez o cidadão passar, em tão pouco tempo de Governo, um “quase” inferno astral está de bom tamanho para o prefeito.

Oxalá a caminhada seja interrompida antes que se apresente o cão cerbero, aquele que vigia todas as almas condenadas, a fim de que elas não fujam do inferno.

O ‘BOLA’ DA VEZ

Convoca ele, Dunga, convoca!

Convoca ele, Dunga, convoca!

Amigos do blog, o Ronaldo “fenômeno” fez o que a grande mídia esportiva – e as pequenas e insignificantes também – queria. Um gol! Era tudo o que eles esperavam. Que felicidade para narradores, repórteres, fotógrafos, baba-ovos de modo geral.

Até uma passada básica por cima das regras do futebol se permitiria, não fosse o juiz da partida cioso de seu dever. O comentarista Arnaldo César “A Regra é Clara” Coelho escurraçou com o pobre juiz. Ele, que é sempre tão crítico dos maus juízes, daqueles que não fazem o dever de casa!

Para ele, e para o narrador Cleber não-sei-das-quantas- foi um absurdo o juiz ter dado cartão amarelo para Ronaldo por ele ter ido comemorar fora de campo o seu gol redentor! Haja saco para aguentar tanta babaquice futebolistica.

Por Deus, tudo bem que Ronaldo voltou a jogar, que fez um gol, que pode vir a ser – repito, pode vir a ser – um craque ainda que tardio nos nossos gramados, mas, calma que pra tudo tem um limite. E eu já disse aqui que a

política de concessões que se faz da lei esportiva neste país é a desgraça do nosso próprio futebol.

O endeusamento de quem quer que seja, por outro lado, produz fissuras que mais tarde não se poderá remendar. O time é onze, o banco é sete. Quem está no banco não está no onze e quem está no onze não está no banco. Mas, de novo, deu mais Ronaldo no banco que os onze em campo.

Nem a tremenda “obrada” de Felipe no primeiro gol do Palmeiras chocou a “galera” de jornalistas babões. Eles estavam ansiosos por Ronaldo. Mais do que tudo. Ronaldo tem que entrar, Ronaldo vai entrar, Ronaldo deu um drible sensacional, Ronaldo sofreu falta, Ronaldo deu um belo passe, Ronaldo vai pra área no escanteio, Ronaldo sobe e Ronaldo faz o gol – redimido está o futebol brasileiro!

Ronaldo sai para o abraço, Ronaldo pula a placa de publicidade, Ronaldo se agarra no alambrado, Ronaldo se confraterniza com a torcida, Ronaldo derruba o alambrado. Ronaldo volta para o campo, Ronaldo recebe cartão amarelo, Ronaldo é “absolvido” pelo senhor “A Regra é Clara”, o juiz é execrado por este mesmo senhor.

“Que falta de bom senso, que falta de sensibilidade!”, cobrou Arnaldo Coelho, no que foi seguido pela midia em geral (afinal, a Globo dita o que as demais emissoras e demais comentaristas vão falar depois, no “rescaldo” do domingo esportivo). Quando quer, Arnaldo consegue ser o menestrel do absurdo.

Como no caso presente, onde acaba de inventar a justiça seletiva, aquela que, com “bom senso” e “sensibilidade”, pode deixar de ser cumprida! Haja saco! Ronaldo disse depois que estava “IRRADIANTE” com o gol feito. Ronaldo disse depois que “quando vi como era alta a placa de publicidade, nem sei como consegui pular”. Nem, nós.

UM ‘PRESENTÃO’ PRA VOCÊ: MORRA DE RIR!

Assunto: PÉROLAS DO ENEM 2009
O tema da redação do Enem desse ano foi Aquecimento Global,
e como acontece todo ano, não faltaram preciosidades. Lá vão: (Os comentários entre parenteses são do professor que corrigiu as provas)
Olha só que situação!

Olha só que situação!

1) “o problema da amazônia tem uma percussão mundial. Várias Ongs já se estalaram na floresta.” (percussão e estalos. Vai ficar animado o negócio)
2) “A amazônia é explorada de forma piedosa.” (boa)
 
3) “Vamos nos unir juntos de mãos dadas para salvar o planeta.” (tamo junto nessa, companheiro. Mais juntos, impossível)
 
4) “A floresta tá ali paradinha no lugar dela e vem o homem e créu.” (e na velocidade 5!)
 
5) “Tem que destruir os destruidores por que o destruimento salva a floresta.” (pra deixar bem claro o tamanho da destruição)
 
6) “O grande excesso de desmatamento exagerado é a causa da devastação.” (pleonasmo é a lei)
 
7) “Espero que o desmatamento seja instinto.” (selvagem)
 
8) “A floresta está cheia de animais já extintos. Tem que parar de desmatar para que os animais que estão extintos possam se reproduzirem e aumentarem seu número respirando um ar mais limpo.” (o verdadeiro milagre da vida)
 
9) “A emoção de poluentes atmosféricos aquece a floresta.” (também fiquei emocionado com essa)
 
10) “Tem empresas que contribui para a realização de árvores renováveis.” (todo mundo na vida tem que ter um filho, escrever um livro, e realizar uma árvore renovável)
 
11) “Animais ficam sem comida e sem dormida por causa das queimadas.” (esqueceu que também ficam sem o home theater e os dvd´s da coleção do Chaves)
 
12) “Precisamos de oxigênio para nossa vida eterna.” (amém)
 
13) “Os desmatadores cortam árvores naturais da natureza.” (e as renováveis?)
 
14) “A principal vítima do desmatamento é a vida ecológica.” (deve ser culpa da morte ecológica)
 
15) “A amazônia tem valor ambiental ilastimável.” (ignorem, por favor)
 
16) “Explorar sem atingir árvores sedentárias.” (peguem só as que estiverem fazendo caminhadas e flexões)
 
17) “Os estrangeiros já demonstraram diversas fezes enteresse pela amazônia.” (o quê?)
 
18) “Paremos e reflitemos.” (beleza)
 
19) “A floresta amazônica não pode ser destruída por pessoas não autorizadas.” (onde está o Guarda Belo nessas horas?)
 
20) “Retirada claudestina de árvores.” (caraulio)
 
21) “Temos que criar leis legais contra isso.” (bacana)
 
22) “A camada de ozonel.” (Chris O´Zonnell?)
 
23) “a amazônia está sendo devastada por pessoas que não tem senso de humor.” (a solução é colocar lá o pessoal da Zorra Total pra cortar árvores)
 
24) “A cada hora, muitas árvores são derrubadas por mãos poluídas, sem coração.” (para fabricar o papel que ele fica escrevendo asneiras)
 
25) “A amazônia está sofrendo um grande, enorme e profundíssimo desmatamento devastador, intenso e imperdoável.” (campeão da categoria “maior enchedor de lingüiça”)
 
26) “Vamos gritar não à devastação e sim à reflorestação.” (NÃO!)
 
27) “Uma vez que se paga uma punição xis, se ganha depois vários xises.” (gênio da matemática)
 
28) “A natureza está cobrando uma atitude mais energética dos governantes.” (red bull neles – dizem as árvores)
 
29) “O povo amazônico está sendo usado como bote expiatório.” (ótima)
 
30) “O aumento da temperatura na terra está cada vez mais aumentando.” (subindo!)
 
31) “Na floresta amazônica tem muitos animais: passarinhos, leões, ursos, etc.” (deve ser a globalização)
 
32) “Convivemos com a merchendagem e a politicagem.” (gzus)
 
33) “Na cama dos deputados foram votadas muitas leis.” (imaginem as que foram votadas no banheiro deles)
 
34) “Os dismatamentos é a fonte de inlegalidade e distruição da froresta amazonia.” (oh god)
 
35) “O que vamos deixar para nossos antecedentes?” (dicionários)

O ‘FENÔMENO’ E SEUS ‘BABA-OVOS’

Aqui, quando fenômeno, sem aspas

Aqui, quando fenômeno, sem aspas

Amigos do blog, sei que muita gente vai me execrar por isso, mas não posso passar ao largo. desde quinta-feira estou para escrever aqui sobre isso, mas o tempo, este consumidor de vidas, não me permitia. E eu também preferi pesar os prós e contras antes, a conveniência ou não de falar.

Então, decidi. Até porque a imprensa esportiva – eita setor mais vira-latas do jornalismo! – continua a martelar este assunto. Não há um jornal, um portal, um programa esportivo da televisão ou do rádio que não fale dele: Ronaldo, o renascido, o messias extemporâneo do futebol brasileiro, aquele que, ao que parece, veio para redimir todos os pecados, todas as m…. que se faz neste país em torno e em nome dele, o futebol.

Quem viu o jogo de quarta-feira, entre Corinthians e Itumbiara, com certeza há de concordar. O Ronaldo no banco apareceu mais na tela da TV e, com certeza, foi mais comentado nos rádios que aqueles pobres coitados que estavam em campo, suando a camisa (que se saiba, até agora o “fenômeno” só suou a camisa na balada campineira).

E mais: ainda crucificaram o coitado do meio-campista Douglas que preferiu chutar a gol ao invés de “servir” o mais novo “dodói” alvinegro. E, depois, a imprensa baba-ovos de Ronaldo foi perguntar: Você perdoa o Douglas? Sim, perdôo, teria respondido o alter-ego do Rei. Ridiculos. Ambos, a imprensa baba-ovos e Ronaldo.

Um time de futebol é formado por onze em campo e pelo menos sete no banco. Ronaldo era um deles. Depois foi formar o onze em campo. Todos ali estavam com o mesmo propósito: vencer. E todos suando a camisa. Mas, a midia e a diretoria do Corinthians queriam espetáculo, faturamento, audiência. E toma-lhe Ronaldo.

Sendo assim, que se dane o futebol. Ronaldo tem que brilhar. Mesmo que para isso a luz de uns e outros tenha que se apagar. O futebol moderno é grana. Muita grana. É audiência e faturamento. E num país onde uma só emissora de TV detem todos os direitos de transmissão, e a faz quando quer e do jeito e na hora que quer, nada mais pode ser levado a sério, é uma tragédia.

O futebol de um país pentacampeão do mundo não pode ficar a mercê de um homem só. Porque apostar que alguém sozinho vai reaver os tempos de glória, é assinar embaixo a situação falimentar do nosso esporte bretão.

Haja vista que, num país sem craques que de fato mereçam este adjetivo, deposita-se todas as esperanças num quase ex-atleta, que dá seus últimos suspiros – fará alguns golzinhos, o que para os babões será o máximo! – e vem de uma maratona que o exauriu, tanto em campo quanto fora dele.

E só no Brasil, um país com tremendo complexo de inferioridade, que se aceita como dádiva maior, e se trata como rei divino, alguém que abandona sua terra natal em busca de dólares e euros, enche seus bolsos, é sugado à exaustão, vira “bagaço de laranja” e volta, fim de carreira, com toda pompa e circunstância, para tirar sarro de nosotros, e dos ignorantes babões.

Querem apostar que vão dizer que meu “manifesto” é uma atitude de pura inveja do sucesso? Mas, é isso. Ou este país evolui, ou vira circo.

PS: Repararam que o “fenômeno” foi parar justo no Corinthians, uma das maiores torcidasdo Brasil? E que o outro clube que o queria era exatamente o Flamengo, outra maior torcida do país? Isso explica por si só…Ou não?

AGORA É SÓ PRESTAR CONTAS

Uma homenagem a todos nós

Uma homenagem a todos nós

Amigos do blog, parece que a coisa do “pão e circo”, aventada primeiro aqui neste espaço de opinião e comentários, pegou mesmo. Está todo mundo vendo a sertanejada dos três dias do final de semana e feriado de segunda-feira como uma artimanha deste gênero do Governo Municipal.

Eu continuo afirmando que neste aspecto, o prefeito Geninho Zuliani foi “gênião”, porque assim faziam os grandes do Império Romano, assim foi ensinado ao longo da história àqueles tantos que no poder enxergam as coisas com outros olhos – os seus próprios.

Assim, passou-se rapidamente da teoria do principe para a prática dos antigos romanos, até mesmo no modus operandi, já que a massa foi confinada em um espaço todo cercado por espessos e pesados tapumes – beirando o “quem está fora não entra, quem está dentro não sai”, daquela canção antiga do Chico (?).

Ali ficou o povo, a ouvir e a se fartar com os ídolos sertanejos do momento. E o Governo e seu “staff” refestelando-se, jubilosos, porque tudo correu bem, na mais absoluta normalidade. Pode ser que agora já estejam quase convencidos de que o contribuinte olimpiense é mesmo uma massa de cordeirinhos.

Devem ter rido bastante no pós-circo, em algum endereço secreto para onde só os mais chegados foram. Afinal, ninguém é de ferro…..

Resta a nós, pobres mortais expoliados pelas taxa e impostos, esperar que pelo menos o alcaide se digne a nos prestar contas sobre como gastou nosso dinheiro….

OOPS! A CULPA É DE QUEM MESMO, CARA PÁLIDA?

Ainda da Folha da Região, jornal que desde o início manteve um comportamento estranho em relação à compra do painel eletrônico de votação para a Câmara Municipal, por R$ 128 mil.

Em seu editorial e na coluna política, está quase explicito que a culpa pela compra do mostrengo inútil, em última análise é (pasmem!) do ex-prefeito Carneiro! Sim, Chico Ruiz teria agido, dá a entender o jornal, no estrito interesse de salvaguardar a coisa pública!

E mais: o ex-prefeito seria culpado, porque é do PMDB! O partido foi o alvo da reportagem da revista Veja da semana passada, sobre corrupção, quando se usou o painel da Câmara para ilustrar o “nascedouro” dos atos, digamos, impróprios praticados por políticos.

Mas, para o jornal, Ruiz estaria isento de culpa, porque suas motivações justificariam o que seus pares julgam uma insanidade, eis que ele estava preocupado com o destino da sobra do duodécimo a ser devolvida para a prefeitura.

E, na dúvida, preferiu “investir” a mostruosa soma na compra do painel, que não está sequer em uso, mas que o jornal cobra, indiretamente, do atual presidente, seu uso imediato. Afinal de contas, quem mandou o ex-prefeito ser filiado do PMDB?

O VIÉS DE CADA UM-II

Amigos do blog, invoco o título acima de novo, para desta vez falar das leituras dos jornais locais do final de semana. Porque neles também está o viesamento do momento que a cidade atravessa, cada qual focando a situação com sentimentos difusos, diferenciados, mais profundamente ou mais levemente, mais diretamente ou mais “diletantemente”, e até, simplesmente, mais omissamente.

No quesito mais diretamente se encaixa o Planeta, que em suas páginas deu guarida ao que se discutiu fortemente na Câmara Municipal na sessão de quarta-feira passada, sobre o insano reajuste praticado na taxa de coleta de lixo e as demais taxações proporcionadas pelo prefeito Zuliani nos seus primeiros dias de Governo.

Dá vazão o jornal, ainda, ao sentimento de indignação que tomou conta da população olimpiense, chegando próximo à comoção.

No quesito omissão total, fica o Tablóide da Nova Paulista que, como novo agregado das hostes zulianistas preferiu fazer ouvidos moucos ao gritame dos expropriados. Passou ao largo, apenas retratando o que é do agrado do novo “chefe”.

No quesito “levemente” fica o Gazeta Regional, eis que trata-se do jornal oficial do Governo. A edição desta semana reproduziu apenas entrevista concedida pelo prefeito Zuliani à Rádio Difusora, onde fala sobre a decisão de aumentar a taxa de coleta de lixo, e faz bravatas, muitas bravatas sobre o tema.

Entre elas a de que não será um prefeito omisso em não resolver o problema do aterro sanitário na cidade, que já rendeu, segundo ele, “puxões de orelha” do Ministério Público a seu antecessor. E por aí afora. Que se tem que resover, vai resolver de uma vez, e coisa e tal. Nota: Sabemos o quão é fácil governar e resolver problemas sem piedade e espirito cristão! Porque assim, todos os meios justificariam os fins.

E, por fim, no quesito “diletante” fica a Folha da Região, que reproduz a mesma entrevista da Rádio Difusora, a transforma em sua manchete de capa, mas sob a ótica do faturamento com o novo valor da taxa – R$ 3 milhões, como a avalizar então, a decisão.

Calcado no montante, o jornal pratica também uma meia omissão diante da informação, ao praticamente jogar ao léu o texto, tática de quem não é a favor nem contra, muito pelo contrário. Aliás, quanto a este tema, o jornal já se movimentou no mesmo sentido em edições passadas.

Além do que, o jornal, em sua coluna política, praticamente endossa a decisão do prefeito, talvez convencido pelas bravatas radiofônicas, ao invocar o uso pleno da lei ao reajustar a taxa. A Folha também passa ao largo da indignação popular. Pena.

O VIÉS DE CADA UM

Amigos do Blog – que não são poucos, este mês quase chegamos a 900 visitas – boa tarde. Começo este post lembrando que o prefeito Geninho Zuliani (DEM) vem seguindo à risca os mais radicais preceitos políticos de que temos conhecimento.

Ele, que vem praticando o mais puro fundamentalismo político-administrativo em tão poucos dias, não foge à regra da máxima maquiaveliana, e agora mostra, também, estar afinado com outra prática das mais criticadas pelas cabeças pensantes de um tempo não muito distante, a do pão e circo, embora neste momento com a supressão do pão.

A saber, a política do pão e circo (panem et circenses) foi criada pelos romanos, e prevê o provimento de comida e diversão em detrimento da liberdade, com o objetivo de diminuir ou acabar com os conflitos. Percebam que todos os ingredientes estão contidos na saga zuliano-governista.

Mas, se Zuliani tirou o pão que ainda restava nas mesas pobres e necessitadas – talvez para devolver depois?, quem se arrisca apostar? – ao mesmo tempo proporciona o circo nestes últimos dias, com a batelada de duplas caipiras contratadas para se esquelar em favor dos 106 anos de fundação de Olímpia.

O povo vai cantar e se esbaldar, não restam dúvidas, nestas horas que lhe são dedicadas, e até se emocionar com a queima de fogos – ou do nosso dinheiro?; aliás, se não há dinheiro para nada, como há dinheiro para fogos?

Voltando ao ponto, a receita está sendo seguida à risca – o mal que se faz de uma vez, o bem que virá (?) depois, o pão que se suprime, e o circo que se dá. Perfeito. Parabéns a seu orientador político, à coragem do prefeito em seguir esta cartilha.

Mas, pergunto: em que medida corre-se o risco de a ela juntar-se a ignorância destes mesmos orientadores em relação ao comportamento social do olimpiense? Lembrando que desconhecer este detalhe, fundamental, pode vitimizá-lo futuramente.

Ele, o povo, aqui, se subvidide em estratos. E frequenta lugares e eventos – circos – distintos. Pensa distintamente e vê com olhos ultrapessoais. Tem discernimentos diferenciados e capacidade de análise dos fatos e acontecimentos de diferentes matizes, conforme o estrato em que se encaixe.

Se deste pretencioso universo de astúcia no qual se envolveu o prefeito e seus mais próximos restarem incólumes suas pretensões políticas futuras, quais sejam, a reeleição e, depois, a conquista de uma cadeira na Assembléia Legislativa, então restará a nós, outros, meros amadores políticos, a rendição definitiva.

O contrário revelará, como dito acima, a absoluta ignorância do que vai no âmago do povo que Zuliani pretende governar. E se ele não está levando isso em conta, é sinal de que, se leu, não entendeu o espírito do “Principe”, ou não foi ele quem leu. E quem leu, pulou capítulos.

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