Amigos, nossas instituições estão com medo do povo. Sejam elas administrativas, de segurança, de serviços etc., nossas instituições estão temerosas na relação com a massa. Chego a essa conclusão ao ler os jornais deste final de semana em Olímpia, e analisar as manifestações das (que pelo menos deviam ser) autoridades.

Prestem atenção quando ocorrem situações como a que a cidade vai viver neste dias, o Carnaval, ou a cada ano, o Fefol, por exemplo. No Thermas dos Laranjais, “a catraca vai travar quando o público atingir 4.500 pessoas”. No baile popular, “a polícia está autorizada a terminar com o baile se houver briga, ou mesmo uma discussão mais acalorada”.

Por estes dois posicionamentos vê-se que o público, o povo, o pagador dos impostos que mantém toda esta estrutura que lhe devia agora estar servindo, ao contrário, está lhe atirando ameaças, como a dizer que formam uma turba de não-civilizados.

Ou seja, agem como se estivessem fazendo “um grande favor” à massa, ao lhes dar o circo necessário. Dedo em riste, está lá a “autoridade” a dizer: “Comportem-se, se não, nada de circo!”. E, mais adiante, completando: “Sim, tínhamos que lhes garantir o bem estar, mas estamos tão mergulhados em nossa displicência na relação com o que é público, que não encontramos ânimo para lhes proporcionar o que vossos impostos nos obriga”.

E o que se vê são posturas temerosas diante da massa, pseudo-autoridades mandando recados via imprensa, para não ter que, ela própria, estar lá para dirimir questões para as quais foi habilitada. Por isso vejo com muita preocupação esta nossa estrutura social, que deixa o povo a mercê de si mesmo….

Afinal, quem está na esfera da Ordem Pública acaba sempre por eleger outras prioridades para o seu dia-a-dia, produtos que são desta deformada estrutura político-estrutural que tomou de assalto este país e, consequentemente, suas currutelas abastadas das “crias” monumentais.