Amigos, na tarde de ontem, participamos de uma entrevista concedida pelo diretor de Cultura do Município, Vivaldo Mendes Alves, à Rádio Menina AM, quando, entre outros temas, tratou-se, ainda que rapidamente, de uma possível “adaptação” ao Festival do Folclore, de espetáculos (que o “mestre” odiava a palavras ‘show’ agregada ao avento) musicais.
É idéia do provável secretário de Cultura, Turismo, Esporte e Lazer, vereador Beto Puttini (PTB), intercalar espetáculos musicais ao evento maior de Olímpia, espetáculos estes que, desconfiamos, seriam compostos, basicamente, por duplas sertanejas e grupos ou cantores de axé, pagode e outros menores.
O problema não está nos espetáculos – desde que afastados do Fefol, eis que seus objetivos são bem outros – mas, sim, na forma como eles estariam sendo planejados: para acontecerem após apresentações de grupos no recinto.
É claro que Vivaldo Mendes falou por hipótese, por suposição, mas não vemos outra maneira de isso ser realizado não sendo da forma como especulou o diretor de Cultura. Porque de outra maneira, então, o evento musical estaria fora do contexto do Festival, e aí sem problemas.
Mas querer, por exemplo, que a festa maior de Olímpia “termine” a cada noite, ou por uma das noites que seja, para em seguida “começar” outro evento, no mesmo local e expulsando os presentes para que voltem e paguem ingressos, é o mais disparatado dos absurdos.
repetimos que Vivaldo Mendes falou por hipótese mas, repetimos, também, que não há outra forma imaginável de se fazer isso incorporado ao Fefol, como quer Puttini, não sendo desta forma. E repetimos, ainda, que qualquer outra forma estaria fora do contexto do Festival e, aí, não haveria problema.
Porque é preciso respeitar sempre a memória do professor e seu legado, preservar seus objetivos e difundí-los, e não quebrar, assim tão acintosamente, em nome de interesses imediatistas e até mesquinhos, paradigmas. Se há paradigmas, é porque houve trabalho, dedicação, construção passo-a-passo se toda uma estrutura que se tornou regra.
Não concordamos que paradigmas existem para serem quebrados, embora sabendo que no mais das vezes são frágeis. Mas podem se tornar fortes e indestrutíveis, quanto mais fortes e bem intencionados forem os homens que detêm (velha ortografia?) seu destino.
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