Amigos, o prefeito eleito Geninho Zuliani vem de anunciar mais dois nomes para integrar o seu secretariado. Um deles, já é secretário de Obras e Serviços Urbanos, Gilberto Toneli Cunha, e vai continuar sendo, agora acumulando, também, a diretoria do Departamento de Água e Esgotos do MUnicípio de Olímpia-DAEMO.

O outro, vem de São José do Rio Preto, onde até dia 31 é secretário de Trânsito, e a partir do dia 1º de janeiro assume em Olímpia a Secretaria do Planejamento e a diretoria da Progresso e Desenvolvimento Municipal-Prodem, empresa autônoma que presta serviços ao município e gerencia alguns setores: o engenheiro Amaury Hernandes.

Assim, diz o prefeito eleito, o quadro de primeiro escalão se completa. Mas, permitam-me, amigos, manifestar minha estranheza? Não entendi a acumulação de cargos. Atualmente, na Prodem e secretaria do Planejamento isso já ocorre – Edil Eduardo Pereira é o titular.

Mas, no caso presente, aconteceu por contingências de momento, ou seja, o diretor-presidente anterior, Márcio José Ramos, foi exonerado do cargo. E a função de Pereira ao assumir – sem remuneração! – o cargo, era a de extinguir o órgão. Porém, conseguiu reverter a situação e hoje a Prodem dá lucro. E ele próprio desaconselha sua extinção.

Mas, agora, manter esta situação, qual seja, a de perpetuar na direção um “diretor-tampão” me parece insensato. Ou, quando menos, resultado da falta de opção de nomes. A Prodem agora vai bem, obrigado, conforme atesta seu atual responsável. E tratá-la como um apêndice administrativo, apenas, seria, no meu entender, um desacerto primeiro do futuro Governo.

E não está se colocando em questão, aqui, a capacidade e conhecimento laborativos de Hernandes. Que aliás não conhecemos a fundo, porque o futuro chefe do Executivo não o deu a conhecer à imprensa. Trata-se, portanto, de um “estrangeiro” que chega carregado de expectativas. É esperar para ver.

Quanto a Cunha, sua capacidada já foi testada e aprovada nestes últimos oito anos, com louvor. Mas, permitam-me a estranheza novamente, amigos, acumular também o DAEMO me parece outro desacerto do futuro Governo. Eis que o órgão tem muitas complexidades, muitas particularidades a exigir dedicação integral.

E, mais, trata-se de um organismo vital na cidade, que gera muita demanda e, na falta de oferta dos serviços a contento, gera muitas e muitas reclamações. De maneira que, relegado a um plano secundário, como julgo que foi, pode criar já os primeiros atritos com os consumidores, na medida em que não se sentirem seguros quanto à gestão daquele órgão.

Repetindo, não está se colocando em questão, aqui, a capacidade e conhecimento laborativos de Cunha. A diferença é que este conhecemos a fundo, o que independe de apresentações.

Mas, o que nos traz preocupações é o fato de estas nomeações em duplicidade deixarem no ar uma sensação desconfortável de vazio de nomes. E as justificativas do uso do princípio da economicidade não nos convence. Muito menos as de que não há nenhum caráter persecutório no novo Governo – no caso de Cunha, porque aí teríamos outros nomes do atual “staff” governamental quem bem caberiam no próximo Governo, principalmente naquelas áreas mais sensíveis, como Finanças e até – por quê não? – o próprio Planejamento. Quais sejam, seus próprios ocupantes dos cargos.

Como já disse aqui em outro post recente, acho que faltou a chamada “visão panorâmica” de Geninho Zuliani ainda quando estava em busca de “cavaleiros” para seu périplo da esperança, ou mesmo depois, “exército” já formado, a pré-formatação do que viria a ser seu quadro de assessores de primeiro, segundo e até terceiro escalões.

Assim, vencidas as eleições, não teria que, agora, recorrer ao que se pode chamar, em certa medida, de improviso, para que sua posse não dê ao cidadão olimpiense a inquietante sensação de vácuo administrativo, vazio de poder, um buraco negro a engolir expectativas, as mais otimistas possíveis? Aguardemos.