O post de hoje cedo, sobre a possivel extinção da reeleição para todos os cargos eletivos no país, além de uma salutar medida a ser tomada pelos congressistas, caso de fato eles venham a ser tomados por arrufos de moralidade e decência, nos fez, depois, refletir sobre uma possibilidade já aventada aqui dias atrás: a de Geninho Zuliani vir a se candidatar a deputado estadual, deixando a prefeitura em dois anos.

Porque, neste caso, criaria-se uma situação nova, para a qual, talvez, o futuro prefeito não estivesse preparado, ou atento a ela. Porque se de fato a medida for aprovada até abril do ano que vem, como pretende o deputado autor do relatório, o futuro prefeito Geninho Zuliani só teria os próximos quatro anos para gozar do poder na cidade.

Como se sabe, a proposta prevê o fim da reeleição, com o aumento para cinco anos de mandato em todos os cargos – desde vereador até presidente da República -, mas para vigir somente a partir de 2010. Ou seja, quem se elegeu este ano fica só os quatro anos previstos, sem direito a mais um ou à reeleição. A nova regra só valeria, então, no município, para os eleitos em 2012.

 Já entenderam? Não? É simples. Sabendo que ficará no cargo somente por quatro anos sem o direito à reeleição, e com o cavalo passando arriado à sua frente rumo ao Legislativo Paulista, Zuliani mais que depressa poderá tomar as rédeas nas mãos e tentar conseguir a cadeira. Afinal, é preferível perder dois anos de poder municipal, passar o cargo a seu vice (que também não poderá ser candidato à reeleição), do que ficar fora da esfera de poder por dois ou quatro anos, entre 2013/2016.

Mas, concorrendo, e chegando lá, seu mandato então se estenderia por até 2015, dentro da lei a ser aprovada, de cinco anos de mandato. Ou seja, cargo e poder por sete anos, ao invés de apenas quatro. Esta é mais uma – e forte – motivação que pode levar Zuliani a se decidir, se já não o fez de tempos, a saltar sobre o cavalo encilhado. Aguardemos.