Blog do Orlando Costa

Verba volant, scripta manent – ANO XVI

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PRESIDENTE DIZ QUE UEUO, ‘PATRIMÔNIO HISTÓRICO’, NÃO VAI ACABAR

Eduardo Costa vê motivação política na decisão do prefeito Cunha: ‘Se a chapa apoiada por ele vencesse as eleições, teríamos essa mesma postura do executivo?’, pergunta.

 

O presidente da União dos Estudantes Universitários de Olímpia-UEUO, Eduardo Luís Alves da Costa, que assumiu o cargo em 1º de janeiro, disse que a entidade representativa dos universitários olimpienses, que ele considera um “patrimônio histórico”, não irá acabar. Ele confirma que o baque será muito forte, mas garante que a UEUO continuará ativa.

“Tenho dito que essa administração passa, a história de luta e conquista da UEUO permanecerá viva”.

Para Costa, a decisão de Cunha teria sido eminentemente política, motivada talvez pela derrota de uma chapa concorrente nas eleições do final do ano passado, que perdeu, mesmo apoiada pelo executivo. Segue, abaixo, entrevista com o mandatário da entidade.

Quais implicações esta medida acarretará para a entidade?
Eduardo Costa: A seleção e distribuição das bolsas auxílio estudante sem dúvidas era a principal atividade da UEUO, porém não é a única, a entidade ao longo de sua história desenvolveu inúmeras atividades que contribuíram e contribuem com a sociedade olimpiense. Por meio da UEUO, associações foram criadas, campanhas solidárias realizadas, a própria conquista da bolsa auxílio estudante, que hoje auxilia centenas de estudantes universitários, nos mostram o real valor da entidade, acredito que a bolsa estudante faz parte da entidade, mas não é a entidade em si, sem dúvida, as doações e a participação ativa dos universitários na entidade fortaleciam a mesma e era o principal meio de arrecadação para subsidiar seus gastos, que agora, dependerá de novas ações que ainda serão debatidas pela nossa diretoria.

No tocante à taxa recebida, qual foi o montante, e como será tratada esta questão?
EC: É preciso esclarecer, que a taxa de inscrição é para o universitário se associar a UEUO, os R$ 30 pagos no ato da associação, será utilizado para subsidiar as carteirinhas estudantis e despesas da entidade. Até a presente data, tivemos a inscrição de 361 associados.

Como a entidade pretende se manter?
EC: A princípio, iremos desenvolver atividades envolvendo os universitários e a sociedade olimpiense, que reconhecem a importância da entidade na história de Olímpia, essas ações ainda serão debatidas pela nossa diretoria.

Ou ela deixará de existir?
EC: A UEUO não deixará de existir em minha gestão, e no que depender da minha contribuição, nunca deixará de existir, são mais de 54 anos de história em nosso município, chego a comparar a entidade como um “patrimônio histórico” da nossa cidade.

Qual sua opinião enquanto presidente sobre esta medida do prefeito?
EC: Tenho dito que a forma como foi conduzida toda essa situação por parte do prefeito é arbitrária, em nenhum momento a entidade foi questionada ou ouvida sobre o assunto, a UEUO é a entidade legítima que representa os universitários em Olímpia, o mínimo que se espera sobre uma mudança dessa magnitude é o diálogo, o que parece ser um ponto defeituoso dessa administração, tendo em vista que até a presente data, nenhum de nossos ofícios foram respondidos pela prefeitura. Analisando o projeto original elaborado pelo prefeito, fica de perceber que o mesmo parece ter sido feito às pressas, pois contem vários pontos que foram deixados de fora, alguns deles corrigidos por sugestões dos vereadores Hélio Lisse e Fernandinho, que se transformaram em emendas apresentadas pelo líder do prefeito, há também possíveis erros graves, que podem necessitar de alteração futura da lei, se isso acontecer, ficará caracterizado que a lei foi feita às pressas, sendo necessário “remendar” a lei depois de aprovada, isso é lamentável.

Existiria algum motivo específico para que ele viesse a tomar esta decisão?
EC: Um ponto que nos remete a dúvida e nos causa muita estranheza, é o fato de que durante a eleição da UEUO que nos elegeu como presidente, a chapa UP, concorrente à nossa, dizia que “temos, a princípio, o apoio do nosso novo prefeito”, dando a entender que o prefeito teria simpatia por uma das chapas, diante disso fica a pergunta: será que se a chapa UP, que dizia ter o apoio do atual prefeito tivesse sido eleita teríamos essa mesma postura do executivo? Outro ponto curioso é que até o momento, não ouvi do prefeito nem dos vereadores que votaram no projeto, o porquê de tirarem da UEUO a função de seleção e distribuição da bolsa auxílio estudante, considerando que a entidade vem desenvolvendo suas atividades de forma correta e transparente.

Quais são suas considerações gerais a respeito?
EC: Quem teve vida social ativa em Olímpia, quem viveu na cidade nestes últimos 54 anos, sabe da importância que a UEUO tem na sociedade olimpiense, é uma entidade que assim como qualquer outra teve suas dificuldades. Mas, também teve inúmeros trabalhos e conquistas. Vamos dar sequência às atividades, continuaremos lutando e defendendo os interesses dos universitários. A nosso ver, a administração do Sr. Fernando Cunha já entrou para a história, pena que de forma negativa, ficará sempre registrada na história da UEUO como a administração que contribuiu para o retrocesso de uma entidade histórica, retirando a função de gerenciamento das bolsas. Tenho dito que essa administração passa, a história de luta e conquista da UEUO permanecerá viva.

O DOCE VENENO DO LEGISLATIVO

Irresistível comentar a sessão ordinária de ontem à noite na Câmara de Vereadores, a segunda desta legislatura. Irresistível registrar a docilidade daqueles eleitos para representar o povo. Noves fora o edil Hélio Lisse Júnior (PSD), que criticou as urgências do prefeito Fernando Cunha (PR), no mais, a Casa se comportou dentro dos, digamos, parâmetros estabelecidos pelo Executivo.

O foco da sessão foi o projeto de Lei 5.182/2017, que autoriza o Poder Executivo a custear transporte rodoviário para estudantes universitários. Ou seja, projeto que tira o poder da União dos Estudantes Universitário de Olímpia-UEUO de gerenciar o sistema de bolsa-auxilio, que agora se tornou auxilio-transporte.

Antes era um montante dividido pelo número de alunos aprovados no critério de seleção, cujo valor era repassado pela prefeitura, e dividido entre os aprovados.

Agora, da mesma forma passando por um critério de seleção, os alunos irão receber uma quantia fixa -10 parcelas de R$ 120 para quem estuda fora, e 10 parcelas de R$ 60 para quem estuda na cidade, e fixo também será o número de atendidos: 250. Todos vão custar aos cofres públicos, R$ 240 mil no ano.

Isso porque os vereadores Fernando Roberto dos Santos (PSD) e Tarcísio Aguiar (PRP) dizem ter “suado em bicas” para conseguir incluir mais 100 alunos que estudam em faculdades locais na lista de atendidos, que eram só 200 que estudam fora. Assim, caiu para 150 os que estudam fora. Em tempo: haviam sido feitas mais de 300 inscrições para o bolsa-auxilio, na entidade.

O que não foi fácil digerir para pessoas ligadas à entidade na qual, em verdade, o vereador Fernandinho se “criou”, é seu voto favorável a um projeto que, na ponta, destrói a UEUO de forma impiedosa. Também é cobrada a mesma coisa de Lisse que, embora seu distanciamento da UEUO, foi eleito pela coligação do candidato a prefeito Hilário Ruiz, de quem a entidade era a “menina dos olhos e do coração”.

Uma questão que fica para a atual diretoria da entidade resolver é o que fazer com a taxa de R$ 30 cobradas de cada aluno inscrito. São cerca de R$ 10 mil que serviriam para o custeio cotidiano da UEUO que, se permanecer ativa, vai precisar do montante. Mas se de alguma maneira se desfizer do dinheiro (e provavelmente terá que fazê-lo), não terá como se manter de pé.

Outro resultado da “heroica” batalha de Fernandinho foi conseguir inserir na comissão de avaliação, um representante da UEUO, como se isso mudasse algo no panorama visto da ponte ou, melhor, da Praça Rui Barbosa. Fernando Cunha (PR) não precisou sequer deixar irem os anéis para preservar os dedos, como se diz. Foi tudo ao estilo “maracugina”: calminho, calminho….

QUEM RECEBIA?
O vereador Antonio Delomodarme (PTdoB), como sempre polêmico, já soltou o seu primeiro “petardo” que pode render ou não, dependendo dos que teriam sido atingidos pela acusação. Disse ele que “com certeza” fiscais de rua na gestão passada “recebiam propinas” de comerciantes eventuais e ambulantes que aportavam na cidade.

Como falou isso da Tribuna, tem imunidade. Mas, a acusação é grave. Até porque estes funcionários são efetivos. Ou seja, permanecem no serviço público municipal.

SUFOCO
Por sua vez, o vereador Hélio Lisse disse se sentir “sufocado” com os pedidos de urgência do Executivo em projetos encaminhados à Casa de Leis. A queixa é justa, porém Lisse vai ter que se acostumar. O prefeito vai continuar usando deste expediente e sempre haverá uma justificativa “plausível” para tanto, da qual o vereador peessedecista não escapará nunca. A ver.

A PRETENDIDA ‘GRIFFE’ CUNHISTA E O ADEUS À UEUO

A assessoria do prefeito Fernando Cunha (PR) está divulgando, por meio da Secretaria de Saúde e Santa Casa de Misericórdia de Olímpia, o estabelecimento do que chamam de “parceria inédita”, nos termos propostos. Além do que, chamam de “conquista de um importante benefício para os munícipes na área da saúde”.

Dizem terem sido feitas várias reuniões e “articulações” e que, a partir de então, Olímpia passará a contar com o projeto “Alta Responsável” (Por favor, não pensem que altas dadas até agora foram irresponsáveis, certo?).

Acreditam seu idealizadores, que “a parceria traz benefícios tanto para a Santa Casa, promovendo um aumento dos indicadores de excelência, quanto para a saúde do município, que promoverá um melhor atendimento aos pacientes, aos quais o projeto é destinado, como hipertensos, diabéticos, gestantes, puérperas e recém-nascidos.”

Aí vem a explicação necessária: “A ‘Alta Responsável’ consiste no atendimento de pacientes que obtiveram alta, sendo garantido a eles a continuidade do tratamento após deixar os cuidados médicos da Santa Casa e um fluxo de assistência necessária (Por favor, não pensem que antes o indigitado(a) cidadão(ã) não tentavam continuar o tratamento fora do hospital, malgradas as dificuldades que ainda não foram sanadas).

“Cada paciente terá um protocolo hospitalar, no qual a Santa Casa encaminhará as informações de histórico do paciente à divisão de Atenção Básica. Com as informações em mãos, a divisão irá agendar o médico responsável, o dia e o horário da consulta, e a Unidade Básica de Saúde a qual deve comparecer. Após este procedimento, o paciente recebe o protocolo junto à alta, tendo ciência de como proceder para dar continuidade ao tratamento.”

Parece difícil? E é. Burocratização como forma de facilitação. Pelo release não dá para atinar muito bem como será feito isso. Não se fala em prazos para consultas, atendimentos, se este público almejado terá prioridade na rede, se terá que seguir o trâmite burocrático normal, etc. Enfim, não se sabe ao certo se estão mudando para mudar, ou se estão mudando para ficar como está. Ou pior.

Segundo a diretora da divisão de Atenção Básica, Janaína Simões, “a parceria tende a diminuir o índice de internações de pacientes deste grupo, possibilitando a eles um atendimento estratégico em cada especialidade” (por favor, não pensem que estes pacientes se internavam a bel-prazer à primeira tontura, ou que a Santa Casa tivesse disponível vagas a torto e a direito).

“Esta inédita parceria visa a saúde da pessoa, trabalhando a questão preventiva e oferecendo serviços que promovam o aumento da qualidade de vida e evitem outra internação. A Rede Básica é a porta de entrada para o Sistema Único de Saúde, desta forma é possível detectar mais rapidamente os diagnósticos e proporcionar uma assistência de mais qualidade para aquelas pessoas que não têm a ideia que após a internação elas precisam de um acompanhamento mais direcionado”, explica a diretora (Por favor, não entendam isso como ignorância do paciente, ao achar, por certo, que após a internação pode mandar o médico às favas).

Bom, com tudo e por tudo, resta a nós mortais botocudos que não pensamos nisso antes, a questão: não é uma emulação “caipira” do processo implantado há décadas, chamado Programa Saúde da Família?

O PSF foi implantado no Brasil, pelo Ministério da Saúde, em 1994. É conhecido hoje como “Estratégia de Saúde da Família”, por não se tratar mais apenas de um “programa”. O Estratégia de Saúde da Família visa a reversão do modelo assistencial vigente, onde predomina o atendimento emergencial ao doente, na maioria das vezes em grandes hospitais.

A família passa a ser o objeto de atenção, no ambiente em que vive, permitindo uma compreensão ampliada do processo saúde/doença. O programa inclui ações de promoção da saúde, prevenção, recuperação, reabilitação de doenças e agravos mais frequentes.

Como consequência de um processo de des-hospitalização e humanização do Sistema Único de Saúde, o programa tem como ponto positivo a valorização dos aspectos que influenciam a saúde das pessoas fora do ambiente hospitalar.

Será que só estão querendo apor uma “assinatura” cunhista no PSF?

ADEUS, UEUO
A União dos Estudantes Universitários de Olímpia-UEUO, pode ser a próxima vítima da sanha revisionista do novo governo municipal.

O prefeito acaba de encaminhar à Câmara de Vereadores, com pedido de Urgência para discussão e votação em Redação Final (ou seja, para ser resolvido de uma tacada só, na noite de hoje), o Projeto de Lei nº 5182/2017, avulso nº 14/2017, de autoria do Executivo, que autoriza o Poder Executivo a custear transporte rodoviário para estudantes universitários e dá outras providências.

Ou seja, Cunha retira da União todo o seu “oxigênio”, que era o atendimento à essa categoria de estudantes, que no ano passado eram mais de 280 inscritos e mais de 210 atendidos com o Bolsa-Auxílio, e que neste ano os inscritos ultrapassaram a casa dos 300 estudantes, e os atendidos podem chegar a 250.

Ainda não se teve acesso à íntegra do projeto, que está em discussão agora de manhã na Casa de Leis, para um bom resultado logo mais à noite, na segunda sessão ordinária da Câmara olimpiense, nesta Legislatura.

Até então, a “voz da UEUO” na Câmara, era o vereador Hilário Ruiz (PT depois PSD), candidato derrotado a prefeito em outubro passado. Sua coligação elegeu o “pupilo” Fernando Roberto da Silva, o Fernandinho, do PSD, que já militou na presidência da entidade e era um dos grandes entusiastas, junto a Ruiz, das ações realizadas ali.

A ver qual será sua postura diante de mais esta “novidade” cunhista. A ver, também, as razões pelas quais se tomou tal decisão: desconfiança das diretorias passadas e presentes? Falta de prestação de contas? Falta de acuro diante de tamanha responsabilidade? Questão técnico-administrativa?

Ou apenas uma ação política visando esvaziar a instituição que, embora tivesse tido seus problemas, parecia caminhar sem maiores atropelos agora?

Com a palavra, a Câmara, durantes as discussões e debates (se houverem) na sessão de logo mais à noite.

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