Blog do Orlando Costa

Verba volant, scripta manent – ANO XVI

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NIQUINHA DESQUALIFICOU A LITURGIA DO CARGO

O termo “liturgia do cargo” foi cunhado para expressar o comportamento que se espera de ocupantes de altos postos, em especial na função pública, e assim como a ética, deveria ser um conceito natural, facilmente perceptível e de entendimento tranqüilo por quem recebe a missão de representar ou conduzir seus pares, os demais cidadãos.

Acima de qualquer coisa, é a consciência do significado de se ocupar uma posição de destaque, de representatividade, de mando, de responsabilidade.

Mas assim como não tem a noção do conceito de ética, alguns desses afortunados detentores de posições relevantes na estrutura estatal, também são levados a ter uma visão toda particular do que seja a tal “liturgia do cargo”.

Passam a entender esse conceito como as condições materiais que lhes são alcançadas pelo contribuinte (quem paga a conta, ou seja, nós) e colocadas à disposição para “fazerem bonito”

O vereador Antonio Delomodarme, o Niquinha (Avante), presidente da Câmara de Vereadores, não fugindo à regra do seu destempero verbal e emocional, provocou grande escândalo na Unidade de Pronto Atendimento-UPA 24 Horas, na tarde de sábado.

Tamanha foi a agressividade do vereador contra funcionários do local, a ponto de quase agredir uma enfermeira, que a situação está a exigir pronta reação da Secretaria de Saúde e do próprio prefeito Fernando Cunha (Sem partido).

Está entre as funções principais do vereador, a fiscalização dos atos e decisões do Executivo e seu entorno, incluindo até mesmo a prestação de serviços públicos, mormente na Saúde, que no caso da Estância está um caos generalizado.

Mas, entre as obrigações de um representante do povo, se quiser ser digno deste título, está a necessidade de tratar a todos com respeito e dignidade, seja a pessoa quem for, seja a situação qual for com que se deparar o edil.

Se de roubo flagrante, impedir que se consuma; se de algum ilícito funcional, comunicar ao superior imediato do funcionário público; se desvio de conduta, da mesma forma.

Mas, jamais, em hipótese alguma, pode o vereador praticamente partir para cima de uma enfermeira que apenas lhe pedia que se contivesse, porque estava deixando as pessoas todas ali apavoradas, assustadas, dado o seu destempero e seus gritos.

E, mais espantoso ainda, e isso foi dito pelo próprio Niquinha, é que ele, embora tenha usado do expediente do direito à fiscalização, estava ali “prestando serviço para uma pessoa” que aguardava atendimento. E, consta, não se tratava de um caso de urgência ou emergência, situações em que o paciente fica à frente na fila de atendimento.

“São incompetentes aqui e sobra tudo para a gente na Câmara”, gritava Niquinha no guichê para duas atendentes não identificadas. A pessoa para quem ele “prestava serviço” estava ali, segundo ele mesmo disse, “há uma hora e meia e não foi atendida” (Não houve confirmação, mas informações extra-oficiais davam conta tratar-se de um caso de alcoolismo).

“Se tem preguiça não fica atrapalhando quem quer trabalhar, incompetência do capeta”, esbravejava o vereador e presidente da Câmara. Mas, um dos motivos que levaram o vereador à UPA para destratar funcionários ao que consta TERCEIRIZADOS, foi que ele estaria “cansado de levar pau como vereador por causa da incompetência” daqueles funcionários, “que desligam o telefone na cara do vereador”.

“Tem preguiça não vem trabalhar, pede as contas e vai embora”, prosseguia ele, no vídeo de 1 minuto e 18 segundos distribuído pelas redes sociais. Feito isso, outro vídeo menor, de 44 segundos, mostra o vereador se aproximando da porta de entrada de pacientes, e sendo abordado por uma funcionária, que seria uma enfermeira.

Esta apenas pedia que ele se acalmasse, para não desesperar os demais pacientes que estavam à espera de atendimento também, exatamente como aquela pessoa à qual ele fora “fiscalizar” o atendimento. “Eu sou vereador e tenho o direito de fiscalizar”, dizia ele encarando a funcionária. “Todo mundo tem o direito de fiscalizar”, respondia ela.

“Eu sou um vereador”, vangloriou-se. “E daí, é precioso ter educação também”, respondeu a funcionária, que em seguida pediu que ele se retirasse daquele espaço, momento em que alterou ainda mais a voz, bateu fortemente as mãos no peito e gritou: “Me tira daqui, então, vamos ver!”, e foi para cima da moça, sendo contido por alguns presentes.

Curioso que uma paciente, chegando ali e vendo aquele barulho todo, disse ao vereador: “Tenha educação, tenha educação, tenha educação”, por três vezes.

A degravação deste vídeo chocante cumpre o objetivo de mostrar aos cidadãos, até onde pode chegar o poder de ação em defesa de determinadas questões de uma autoridade fiscalizadora, e a partir de que momento esta personalidade extrapola de seus limites.

Porque, por mais nobre que pudesse ter sido a intenção do vereador, ele perdeu completamente a razão ao agir como agiu, agredindo, denegrindo e ofendendo quem ali estava apenas cumprindo ordens de seus superiores.

Seriam funcionárias terceirizadas. Se queria mais competência por ali, que recorresse ao proprietário da empresa e cobrasse dele, podendo até gritar na orelha dele, mesmo que correndo o risco de um processo.

Não resolveu gritar com o dono da empresa? Que fosse então gritar com o diretor-geral da Unidade; não adiantando, que fosse gritar com o secretário de Saúde do município, a quem cabe a responsabilidade final pelo bom funcionamento daquele setor.

Nada disso adiantou? Bom, restam então os dois ouvidos (moucos?) do prefeito Cunha, que seria o “mannagger” disso tudo aí, e a ele competiria fazer as coisas funcionarem nas pontas, para evitar estes tipos de acontecimentos chocantes.

Mas o vereador optou pelo mais fácil: atacar simples funcionárias de atendimento que, se são mal formadas, a culpa não é delas; se são orientadas a agir daquela forma, cumprem o que lhes passam seus superiores.

Não, a UPA não está mil maravilhas, não tem este texto o objetivo de isenta-la de culpa, ou quem tem a responsabilidade de fazê-la funcionar. Mas agindo como agiu, Niquinha fez a opção pelo marketing político, pela bravata barata e pela destemperança.

Atitudes de quem acredita que é assim que se age sempre que estiverem do outro lado, pessoas simples, cumpridoras de seus deveres, que passam por muitas situações, a fim de garantirem seus sustentos no final do mês.

A menos que o vereador saiba de algo que nosotros não sabemos. Algo como apadrinhamentos generalizados que alçam à condição disso e daquilo pessoas que não têm a menor condição de estarem onde estão, mas têm padrinhos fortes. Aí já é outro assunto. Mas que deveria ser trazido à tona por tão diligente político.

ÁGUA NÃO TEM, MAS AUMENTO EM QUASE 10% DAS TARIFAS, SIM!

O prefeito Fernando Cunha deu dois “belos presentes” para o sofrido cidadão olimpiense nos dias que se passaram: o primeiro, a falta crônica de água justamente no decorrer das festas de final de ano.

E o segundo, como se nada disso tivesse acontecido, por meio do Decreto nº 7.365, de 27 de dezembro de 2018, portanto no “apagar das luzes” e no “escuro”, reajustou e fixou os preços cobrados pelo fornecimento de água e pela coleta de esgotos e serviços.

Ele considerou um monte de coisas para dar a “facada” de 9,40% no incauto morador e consumidor desta Estância Turística. A lista de “coisas realizadas e a realizar” é extensa, no intuito de valorizar a decisão. Diz que o último reajuste foi em 2016 e que neste período tivemos mais de 15,7% de inflação.

Assim, decretou o valor mínimo mensal de consumo de água por unidade em 10 m³ (dez metros cúbicos), para todas as classes de consumo.

E que as tarifas para o consumo de água corrigidas passarão a vigorar de acordo com o conteúdo da tabela a seguir, que abrange as classes Residencial, de Economia Mista, Comercial, Industrial e Pública.

Cujos consumos de 0 a 10 custarão R$ 16,56, R$ 20,13, R$ 23,67, R$ 47,33, R$ 51,09, respectivamente, enquanto o consumo de 11 a 20m³, R$ 3,33 por
m³ adicional, R$ 3,75 por m³ adicional, R$ 4,16 por m³ adicional, R$ 4,62 por m³ adicional e R$ 4,99 por m³ adicional; de 21 a 30m³: R$ 3,37 por m3 adicional, R$ 3,77 por m³ adicional, R$ 4,18 por m³ adicional, R$ 4,64 por m³ adicional e R$ 5,03 por m³ adicional; de 31 a 50m³, R$ 4,19 por m³ adicional, R$ 4,70 por m³ adicional, R$ 5,22 por m³ adicional, R$ 6,26 por m³ adicional e R$ 6,80 por m³ adicional, respectivamente.

A lista de valores continua: De 51 a 60m³, R$ 6,05 por m³ adicional, R$ 6,06 por m³ adicional, R$ 6,06 por m³ adicional, R$ 7,06 por m³ adicional, R$ 7,72 por m³ adicional, e de 61 a 70m³, R$ 6,12 por m³ adicional, R$ 6,12 por m³ adicional, R$ 6,12 por m³ adicional, R$ 7,11 por m³ adicional, R$ 7,79 por
m³ adicional, e acima de 70 m³, R$ 6,16 por m³ adicional, R$ 6,16 por m³ adicional, R$ 6,16 por m³ adicional, R$ 7,19 por m³ adicional e R$ 7,87 por
m³ adicional, conforme a classe de consumidor citada acima.

Tarifas correspondentes à administração dos esgotos: acrescer 80% dos valores acima. Além disso, foi fixado o valor de R$ 0,12 (doze centavos) por metro cúbico de água consumida, a ser acrescentado nas faturas mensais, cuja arrecadação será destinada ao Programa Permanente de Manutenção de Hidrômetros (PPMH) implantado pela DAEMO Ambiental.

CADÊ A ÁGUA DO POÇO?
Sabem aquele poço que tem, segundo o Governo Municipal, 1,1 mil metros de profundidade, vazão estimada em 350 metros cúbicos de água por hora, e cuja previsão de término da perfuração era julho do ano passado? E que custou, segundo ainda o governo municipal, “mais de R$ 3 milhões” e que ampliaria em mais de 41% a captação de água para fornecimento à população, parece que ficou devendo….a vazão.

observadores próximos garantem ter havido um diz-que-diz forte entre a administração e a empresa responsável por sua perfuração, um culpando o outro pelo desastre de se gastar tanto dinheiro e não achar nem gás.

Mas, da parte interessada, informações extra-oficiais dão conta de que sim, o poço gera água, mas está está lá, bem escondidinha, esperando as obras de acabamento em seu entorno, para começar a jorrar. E que isso deve acontecer não demora muito.

Esperar para ver.

NÃO FOSSE O OLÍMPIA FC…

Por que Cunha (PR) rejeita tanto o ex-prefeito Geninho (DEM), não se sabe. Mas é um fato, a julgar pelas atitudes e decisões após ter assumido o cargo que o outro deteve por oito anos, sediado no Palácio da Rui Barbosa, 54.

Engraçado que antes da posse, Cunha não o demonstrava tanto, haja vista que a relação de ambos, no período de transição, era das mais amistosas, com direito até a elogios pelo legado feitos por Cunha.

Que tão logo tomou posse passou a destilar sua ojeriza com relação ao governo passado. De público ele tece críticas a determinadas coisas relacionadas àquele governo. Mas, na intimidade, dizem interlocutores, destila críticas ácidas a ele, e a tudo e todos que o lembram, enquanto ex-prefeito. Bom, vá lá, são coisas da mente, coração e alma. Sim, políticos também as têm.

Porém, o que pode estar havendo aí, na verdade, é a intenção de se distanciar do que foi ou representou o governo passado, frente àquilo que já se cristaliza no imaginário popular: que a atual gestão pode não sair do lugar a continuar com esta dinâmica que se tem visto.

Porque, se bem observado, já estamos quase na metade do quinto mês de governo, e nada de concreto, nenhuma ideia nova, nenhum projeto arrojado ou nem tão arrojado, que seja, emanou até agora da gestão Cunha.

Observem que as ações do prefeito tem se pautado em tentar dar continuidade ou iniciar obras e projetos a ele legados pelo governo passado. E olha que nem isso tem dado conta de fazer, quando observado de perto e atentamente. Ou segue a passos de tartaruga.

Tão lenta é esta administração que a única obra de peso – e o próprio prefeito não esconde que o projeto é da gestão passada – a do prolongamento da Aurora Forti Neves, por mais cerca de 1,5 quilômetro, teve aporte do Termas dos Laranjais, claro que num “escambo” com impostos e taxas, para poder ser levada a efeito. Ainda assim, para salvaguardar a urgência-urgentíssima do próprio clube.

Outra grande obra, no entanto, da qual depende apenas a capacidade de articulação do prefeito, a estação de tratamento de esgoto, do outro lado da SP-425, está parada já há quase quatro meses e meio neste governo, e esteve parada por outros tantos meses no governo passado. Mas competiria a este resolver a situação, por mais complexa que seja.

Foi anunciado recentemente que a urbanização da Aurora Forti Neves, no trecho entre a Benjamin Constant e Constitucionalistas de 32 seria retomada. E lá se vão pelo menos quinze dias e nada. Sem contar a “obrinha” desta mesma avenida, para conter inundações na região baixa do São Benedito, que parece estar sendo feita para esperar o segundo centenário olimpiense.

A estação de captação e tratamento de água do Jardim Luiza, a “ETA seca”, Cunha já anunciou que não levará adiante, propondo para aquela região um poço profundo e suas interligações. Mas, cadê o movimento por aquelas bandas?

Anunciou a aprovação do projeto de revitalização e transformação da Estação Ferroviária em um centro cultural, mas trata-se de ideia e projeto modificados do governo passado. O mesmo se pode dizer da transformação da Avenida dos Olimpienses (e não “Brasil” como ele mesmo a chamava até pouco tempo), que teve projeto herdado da gestão passada, também modificado.

Aliás, mudanças neste governo, só naquilo que não precisava. Pelo menos nos primeiros momentos. Cunha parou a máquina por pelo menos este período inicial de governo, para “apagar” todas as  digitais do governo passado. Um “capricho” político que lhe custou caro, porque despertou o sentimento crítico em relação a seu governo precocemente, até entre seus eleitores.

Trocou pessoas, e nem sempre por outras mais conhecedoras dos setores a que foram destinadas, implantou metodologias desnecessárias num primeiro momento, permitiu que gente de sua confiança implantasse o terror contra funcionários altamente capacitados herdados da gestão passada, trocados por outros, salvo raras exceções, medíocres; não solucionou as prioridades prometidas, ao contrário, em alguns muitos casos, as piorou, exemplo da saúde.

E assim segue o barco cunhista, que apenas deu uma respirada em termos de apelo popular, ao facilitar o ingresso de torcedores ao estádio em partida decisiva do Olímpia FC, e agora novamente, no jogo final, concretamente suas duas tiradas marquetológicas que resultaram positivas.

Mas, observem que o Olímpia FC não é obra dele, já existia antes de sua chegada a Olímpia, de muito tempo, e apenas lhe foi uma “escora”, uma “tábua de salvação” temporária.

O problema é que, até agora, quando não tem uma manchete e um texto raivoso contra o ex-prefeito, Cunha também não tem uma manchete e um texto consistente de seu governo, a detalhar alguma medida de cunho próprio.

Tudo vem dos outros. Tudo vem “de fora para dentro”. Tudo vem da gestão passada. Assim fica difícil de emplacar o governo. Que, aliás, politicamente começa também a dar sinais de isolamento. Em suma: se não fosse o Olímpia FC…

 

DE VOLTA AO PASSADO: VEM AÍ O ‘PUXA-TETA’?

Está decidido. A gloriosa Estância Turística de Olímpia, sob o comando de luminares ungidos talvez pela “força divina” das idiossincrasias, volta no tempo e passará a reviver os saudosos bailes “puxa-tetas” de tão peculiares lembranças.

Não por se tratar de um local e um evento onde provavelmente a maioria dos seres presentes seja a parcela menos abastada da economia local, mas por suas características passadistas, fazer o carnaval no recinto do Folclore é, sem dúvida, decisão de quem não sabe a que veio.

De quem não conhece a Olímpia que nos últimos dez anos, pelo menos, viveu uma transformação radical em tudo o que se possa pensar em termos de infra-estrutura, independentemente se boa ou má em certos aspectos, e não conhece, sobretudo, de suas carências passadas, de suas necessidades presentes, e basicamente, da estruturação necessária com a visão no futuro.

A impressão que dá é a de que a cidade para agora, para voltar depois. Quando? Não se sabe. O Governo que se auto-intitula “da mudança”, tem mostrado ao povo que o elegeu, que tal epíteto não passa de um substantivo feminino agregado às pretensões governistas e basta.

Porque de mudanças, até agora, só tivemos o que é risível a olho nu. Mudou-se, primeiro, a organização administrativa. Depois, mudou-se a mudança. Mudou-se os jogos esportivos de um lugar para outro. Mudou-se a data do feriado de 114 anos do município de forma inédita e desrespeitosa, quando se podia mais simplesmente, cancelar o ponto facultativo da segunda-feira, se a preocupação é com a descontinuidade dos serviços.

Mudou-se o carnaval das praças para um local improvável, o Recinto, quando tanto se fala em economia de recursos como pedra de toque da atual administração (Vem aí o Festival do Folclore, vamos ver que surpresas nos reservam).

O Carnaval no Recinto se dará por qual razão? Econômica? Não. Maior segurança? Não. Maior conforto? Também não. Melhor estrutura? A resposta continua sendo não. Por consenso da população? Um não maior ainda. Por acordo entre as escolas? Um não retumbante neste caso, porque houve defecções. As partes diretamente interessadas e afetadas com tal mudança, não foram levadas em conta.

Por fim: para tornar o evento mais atrativo para os turistas que estiverem de bobeira aqui pela Estância? Façam um exercício de raciocínio e calculem o nível de dificuldade para o turista ir ver o Carnaval naquela localidade. Começa por simplesmente ele ter que circular com seu carro, por caminhos não conhecidos. E se for grupo de excursão, então…

Foi nos idos dos 80, até começo dos 90 ou um pouco além, que o Recinto servia como ponto de referência para o chamado carnaval popular, que a criatividade do povo crivou de apelidos, tornado-se mais célebre o “puxa-teta”. Claro, uma referência maldosa, discriminatória e preconceituosa. Mas nascida da chamada voz do povo, extraída do imaginário popular. E contra estas forças, quem há de.

Espera-se que não sejam a referência se por ventura algum turista aventureiro perguntar por aí: “Onde tem baile de carnaval por aqui”? E algum nativo maldoso for o escolhido para a resposta: “Lá no puxa-teta”.

Brincadeiras à parte, o carnaval de rua de Olímpia, bem como seus bailes, nunca tiveram, ao longo dos últimos 20 anos, pelo menos, uma “casa” para chamar de sua, um local de tradição, imutável, intransferível. Aliás, teve sim. O próprio Recinto, no que diz respeito aos bailes, naqueles idos já citados e com as consequências já narradas. Mas, àquela época Olímpia era um mero torrão, sem qualquer carisma.

Era quando se desfilava na Avenida, depois de tirado da praça o corso, como se chamava, a partir dos anos 80 se não nos falha a memória. E ali ficou até o início dos anos 2000, quando voltou às praças. E, aí sim, por consenso entre as escolas.

Entra um novo governo e eis que, de novo, ele é “despejado”, de novo, “um sem teto”. E, pior, protagonista de uma experiência, uma tentativa de tratar como novo o que está caindo de velho.

Mas, vamos aguardar os acontecimentos. Saber quanto se vai gastar para dotar aquela localidade de uma estrutura carnavalesca digna de uma Estância Turística, a não fazer vergonha ao turista “aventureiro” e, basicamente, aos próprios nativos que, aliás, foi para quem sempre se fez carnaval de rua em Olímpia.

Talvez os luminares governistas tenham coelhos na cartola que desconheçamos. Talvez tenham um poder de convencimento que não possamos medir, haja vista que as primeiras informações eram as de que o prefeito Cunha (PR) não teria autorizado a mudança radical, devido aos custos. Talvez tenham encontrado a solução para poupar os cofres públicos. Talvez….

Mas, sobretudo, espera-se que, de fato, saibam o que estão fazendo. Para não terem que voltar à estaca zero ano que vem. E, muito mais ainda, espera-se que tal mudança radical não esteja escorada na intolerância social tão manifesta nos tempos que correm. Malgrada a critica de leitores menos afeitos aos “marxismos” plurais quanto a esta possibilidade.

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