Há muita insegurança deste governo municipal em relação à área da Saúde. Insegurança ou desorganização, mesmo. Talvez desorientação. Vai terminar o ano primeiro do governo Cunha e até agora ele não conseguiu “ajustar” o setor. As críticas continuam muitas, os elogios raros e, ainda assim, pontuais.

E a Unidade de Pronto Antedimento-UPA 24 Horas é o epicentro desta catástrofe anunciada. No início de sua gestão, Cunha partiu pra cima daquela Unidade como se fosse, de uma vez por todas, torna-la a tábua de salvação para os pobres mortais olimpienses. Fez discurso, montou força-tarefa para proceder uma “limpeza básica”, ânimos reavivados…. e só.

O que se viu depois foi uma atuação errática sobre como administrar, um “desmonte” precoce, afoito que é Cunha em apagar os vestígios do governo passado, e muita turbulência causada até mesmo, pelo chamado “fogo-amigo”, ou seja, um gestor da confiança do governo cravando a espada da traição nas costas de quem para lá o nomeou.

Logo de cara, o gestor escolhido protagonizou um atrito tão ruidoso com a Casa de Leis que acabou por envolver o Executivo e por gerar um atrito, já superado, entre este e o Legislativo, até de forma mais direta, com um bate-boca telefônico entre prefeito e presidente da Câmara, segundo se informa.

Mas, o gestor-primeiro sobreviveu a este embate, até mesmo para dar fôlego ao governo, que não dispunha de outro nome para seu lugar -sim, o prefeito Cunha tem dificuldade em encontrar nomes para cargos estratégicos, o que seria mais um dos ineditismos desta administração!

Bom, agora, ao que tudo indica, pelo menos no setor administrativo, o prefeito está lançando mão de alguém que chega recalibrando as esperanças do cidadão comum desta Estância, embora só ser um excelente administrador não basta.

Marco Aurélio Spegiorim é profissional olimpiense e chega precedido de um currículo, uma folha de trabalho respeitabilíssimos. Porém, é preciso que suas diretrizes, suas propostas, sejam amparadas pelo chefe de turno e, dizem, aí é que reside grande parte do problema nos “enes” setores da administração: o centralismo de Cunha.

Mas, enfim, desde quinta-feira, 9, o olimpiense Marco Aurélio Spegiorin, médico especializado em terapia intensiva, está à frente da UPA. Ele substitui Lúcio Flávio Barbour Fernandes, gestor que havia assumido a função há cerca de sete meses, e que fez muito barulho, conforme já referido acima.

Mas muito do que ele pretende fazer, antes elaborar, projetar, depois executar, vai depender muito da boa vontade e desprendimento do prefeito que, já passou da hora, precisa soltar as rédeas de seus auxiliares para, no mínimo, tornar mais ágil seu governo.

BRIGA FEIA
Para quem, não se lembra, Barbour Fernandes vinha sob estado de vigilância e suspeição por parte da Câmara de vereadores praticamente desde que assumiu o cargo, cerca de sete meses atrás, a partir de um incidente aparentemente sem importância, que envolveu o vereador Antonio Delomodarme, o Niquinha (PTdoB) e um vigia de portaria não identificado na denúncia.

O entrevero acabou respingando no próprio prefeito Fernando Cunha, no presidente da Câmara, Gustavo Pimenta, colocando os dois poderes em confronto, e fazendo com que o então novo diretor da Unidade, Barbour Fernandes, fosse colocado sob suspeição pela edilidade.

A maioria absoluta da Casa de Leis ratificou apoio a Niquinha, que disse ainda que o vigia agia a mando do diretor da Unidade. Por essa razão, outro preito feito ao Executivo foi o de tomar medidas contra o profissional.

Já o presidente da Casa, Gustavo Pimenta, disse da Tribuna que estava elaborando “uma obra literária” para o médico. “Esta situação precisa ser dirimida entre esta Casa e o Executivo”, sugeriu então. Mas, Barbour Fernandes “caiu” somente agora.

O novo administrador da UPA é formado desde 1989 e fez residência médica na Famerp, em São José do Rio Preto. Desde sua formação, atua no Hospital de Base, na Unidade de Terapia Intensiva-UTI, e na clínica médica. Já trabalhou também como chefe da UTI do HB por dois anos e foi diretor de plano de saúde.