Blog do Orlando Costa

Verba volant, scripta manent – ANO XVI

Tag: Luzia Cristina Contim

SANTA CASA: BALANÇO RUIM NEM TÃO RUIM?

Um patrimônio líquido negativo de R$ 3.570,023 que uma auditoria independente apurou recentemente na Santa Casa de Misericórdia de Olímpia é um bom ou um mal resultado?

O blog arrisca dizer, salvo melhor juízo, que em vista dos números de passado recente, o ruim acaba sendo bom. Isso, se levarmos em conta que em meados de 2017, quando a nova provedora assumiu os destinos do hospital, a dívida apurada ficaria na casa dos R$ 9,8 milhões, a até R$ 12,8 milhões.

No começo deste ano, após uma homérica e escancarada briga entre o prefeito Fernando Cunha (Sem partido) e Luzia Cristina Contim, ela tornou público um balanço onde dava conta de um superávit, ao final de 2018, da ordem de R$ 258.163, que dizia ter sido apurado por uma “auditoria independente”.

Assim que ela deixou a provedoria, Cunha contratou outra empresa de auditoria, sabe-se agora, a Azevedo Auditoria e Soluções Empresariais, da capital paulista, que refez toda a contabilidade executada pela então provedora, e apontou outros números, estes negativos, “derrubando” o superávit de R$ 258.163, e apontando que, na verdade, o hospital havia registrado patrimônio líquido negativo de R$ 3.570,023.

Considerando, então, os números aventados em meados de 2017, pode-se dizer que a dívida da Santa Casa acabou reduzida em torno de 174,5% a 258,5%?

Porque no mais, tirante esta ressalva quanto ao resultado final, no caso de Contim apurado por critérios contábeis diferentes dos usados agora, a auditoria independente não mostrou muito mais números conflitantes dos que foram mostrados no balanço já divulgado pela ex-provedora no site da Santa Casa.

Ou seja, e de novo salvo melhor juízo, o resultado ruim não seria tão ruim assim?

AGORA INSINUAM QUE A PROVEDORA ‘MAQUIOU’ O BALANÇO DE 2018

A Diretoria da Santa Casa de Misericórdia de Olímpia mentiu quanto ao resultado financeiro e de atividades divulgado oficialmente no final de semana passado? Terá a diretoria fraudado números e “contado uma história” diferente da realidade aos papéis? Sim, porque, como diz o ditado, “papel aceita tudo”.

No que depender daquele jornalista que está empenhado em ele próprio “cortar a cabeça” da provedora Luzia Cristina Contim, a pedido do prefeito Cunha, parece que é esse o caso. Disse não acreditar que o balanço seja verdadeiro, inclusive diz ser necessária uma auditoria naquele hospital.

Foi convocada uma assembleia ordinária para o dia 30, às 9 horas, para os associados efetivos, a fim de discutirem e votarem o parecer do conselho fiscal referente às contas de 2018. A diretoria vai apresentar, também, o relatório de atividade de gestão. Um bom momento para conferir e dirimir dúvidas.

A Santa Casa foi fundada em julho de 1927 e inaugurada em abril de 1937. Portanto, já tem 92 anos de sua fundação, e 82 de sua inauguração. Por ela passaram pessoas ilustres de nossa cidade, outros emprestaram seu ofício, a Igreja fez sua parte e a sociedade outro tanto. Aliás, a sociedade continua fazendo ainda, embora não tanto quanto pode e deve.

Por isso, não é crível que tais documentos trazidos a público possam conter inverdades, falseamentos, sem que toda uma diretoria, e a provedora em particular, respondam depois aos malfeitos.

Não restando dúvidas de que, em meio aos ataques ensandecidos do governante de turno e seu mais pesado “porrete”, seja salutar que a provedora venha a público dar como resposta a ambos, uma entidade saneada e fora da faixa falimentar, ou em outras palavras, que tenha “saído do vermelho”.

Caso não tenham razão o prefeito e aquele jornalista que já foi acusado publicamente de “servir a dois senhores” ao mesmo tempo, terá sido um feito e tanto em tão pouco espaço temporal. Mas se tudo se tratou de maquiagem, do tipo que só contabilistas sabem fazer, embora de forma não ilegal, mas também não saneadora de fato, então que se tomem as devidas providências, sejam elas quais forem.

Embora ainda exista a possibilidade de uma “maquiagem” do bem, ou seja, uma situação de débitos generalizados, porém equacionados em nível de balanço. O tônus de veracidade ao que foi apresentado à população nos últimos dias, caberá à diretoria, tendo à frente Luzia Contim como provedora, delimitar.

Se for tudo isso mesmo, sem senões, a população olimpiense há que comemorar o feito. Acreditamos que uma entrevista coletiva seria o ponto de partida para dar esta certeza aos moradores da Estância.

LUZIA FOI A CUNHA, COM ‘LUVAS DE PELICA’: SANTA CASA SAIU DO VERMELHO

Depois de ser achincalhada publicamente e ter sua “cabeça” pedida pelo prefeito Fernando Cunha (PR), de forma a gerar mal estar no cidadão, uma vez que se tratava exatamente do Dia Internacional da Mulher aquele em que o alcaide escolheu para desancar até moralmente a provedora da Santa Casa de Misericórdia de Olímpia, e quando todo mundo já imaginava que ela tivesse assimilado as críticas e até se preparava para “voltar para casa”, eis que surge Luzia Cristina Contim com duas luvas de pelica, uma para o seu detrator direto, Cunha, e outra para seu detrator indireto, o editor do semanário que mia, Antonio Arantes.

A provedora publicou no site oficial da Santa Casa, na aba “Transparência”, uma CARTA ABERTA (01/2019), onde faz a prestação de contas relativas a 2017/2018 e, de acordo com este balanço, o hospital teve SUPERÁVIT ano passado. Garante a diretoria do hospital que os números são firmes e verdadeiros, inclusive auditados por empresa independente.

“A SANTA CASA DE MISERICÓRDIA DE OLIMPIA, por sua provedora, vem a público COMUNICAR que, apesar das dificuldades impostas pela situação econômica e política do país, a atual gestão conseguiu tirar o hospital da falência e aumentar a capacidade do hospital (sic), como se demonstra abaixo”, diz o enunciado da Carta Aberta, que segue com os demonstrativos gráficos do movimento financeiro e das atividades inerentes ao hospital.

“O resultado operacional deficitário apontado por auditoria independente sugerindo falência no ano de 2016, como é de conhecimento público, e foi amplamente divulgada pelo jornalista Arantes, da Folha da Região (seu detrator indireto), passou para um SUPERAVIT (RESULTADO POSITIVO)”, prossegue o texto.

Mas, ao contrário do alcaide, Luzia Contim preferiu o caminho da gentileza e da educação, ao dar os créditos por esta nova situação que anuncia para a Santa Casa. Começa com o “apoio da gestão do PREFEITO FERNANDO CUNHA (maiúsculas do documento), ampliando convênios com a
Santa Casa e mantendo pontualidade de repasses”. Depois, enumera os demais fatores:
• Aumento significativo do número de doações do setor privado, Redução drástica de gastos de manutenção geral, substituição de contratos de
terceirização por serviços “pro bono” (voluntários), As dívidas estão sendo pontualmente quitadas, A situação do caixa equalizada e os protestos eliminados, e A adoção do sistema de pagamento de fornecedores à vista.

“TUDO ISSO COM AUMENTO DE EFICIÊNCIA E QUALIDADE” (maiúsculas no documento), encerra a diretoria, que informa, ainda, que “quinzenalmente a instituição divulgará uma carta aberta, porém no site www.santacasaolimpia.com.br onde já estão publicadas todas as noticias, números e informações referentes à instituição”.

De acordo com o demonstrativo, o Resultado Operacional em 2017/2018, foi de R$ 1 milhão positivo. A Situação de Caixa, está em cerca de R$ 1,5 milhão positivo. O número de protestos por dívidas, que eram 200 em 2017, caíram para zero no ano passado.

O número de atendimentos pulou de 5,5 mil em 2017, para oito mil no ano passado. A taxa de internação pelo SUS, diz o balanço que cresceu mais de 60% em 2018. E o número de cirurgias realizadas chegou a 1,2 mil em 2018, contra 800 em 2017.

Imaginamos que estes números devem já ter chegado à mesa principal do Gabinete da Praça Rui Barbosa, 54. Como teria sido este encontro e a reação do alcaide ao se deparar com estes números ficarão no nível da imaginação apenas.

Não se sabe que medidas o prefeito irá tomar a partir de agora, mas acreditamos que a primeira delas seria pedir desculpas públicas à diretoria da Santa Casa, notadamente à provedora Luzia Contim, caso julgue necessário.

O blog ficará atento aos desdobramentos.

A SANTA CASA É E SEMPRE SERÁ DOS POLÍTICOS (E isso não precisa ser, necessariamente, ruim)

A provedora da Santa Casa de Misericórdia de Olímpia, Luzia Cristina Contim, personagem surgida no estalo da perda do provedor anterior, Pedro Antônio Diniz, que renunciou à função, pode ser tudo, menos ingênua. Pode até vir a ser uma boa provedora. Daquelas de marcar a gestão.

Mas o que ela não pode é tentar ludibriar a opinião pública, afirmando que “não deixará que o hospital seja manipulado pela ingerência de políticos”. Até porque isso já ocorre, a olhos vistos. E aqueles mais atentos às idiossincrasias políticas da cidade podem até se sentir ofendidos com uma afirmação dessas.

A Sata Casa de Misericórdia de Olímpia sempre esteve sob ingerências políticas. E se houve um período em que isso não ocorreu, pelo menos de forma direta, na maioria do tempo, foi aquele em que a advogada Helena de Sousa Pereira esteve à frente, como provedora. Nos períodos anteriores ao seu, e posteriores ao seu, a política e os políticos eram a pedra-de-toque da instituição.

E o mesmo se repete agora. E nem de forma velada, como era antes. O prefeito Fernando Cunha (PR), aliás, elegeu-se tendo a Santa Casa como uma de suas principais bandeiras. Foi responsável por articular o grupo que assumiu inicialmente os destinos da instituição. Foi responsável depois pela articulação do grupo que substituiu a improvisada provedoria primeira, e foi responsável por tirar da cartola a atual provedoria. E é consultado a cada passo a ser dado ali.

Ela disse dias atrás querer conquistar a confiança da população. Então que comece sendo transparente. Que mal há em ter o hospital atrelado a um governo de turno, desde que esse não o queira usar apenas com fins políticos? A menos que ela saiba de coisas que nós, pobres mortais, não sabemos.

Engraçado que ela disse o que disse em conversa com quem sabe de tudo isso. Com quem sabe, ou deveria saber, como as coisas funcionam ali. Com quem sempre denunciou este tipo de situação e, finalmente, com quem sabe que a afirmação de Contim é apenas retórica. Mas a trata como se novidade fosse. Como se factual fosse. Como se possível fosse.

Já ouviu-se aqui e ali alguma coisa sobre o destemor da provedora no tocante a algumas decisões. Já ouviu-se até sobre alguns ligeiros choques dela com o alcaide, no tocante a determinadas situações, a determinadas propostas. Mas, mesmo diante de tal postura, não há quem possa acreditar que não é Cunha quem manda lá. Até por questões político-estratégicas.

A Santa Casa não anda sozinha. A Santa Casa não sobrevive sem ações políticas. E, sobretudo, a Santa Casa não se sustenta se não houver a ingerência do governo municipal de turno. Ainda que se possa tecer as mais diversificadas e agudas críticas.

E ainda que Contim alcance seu intento, o de tornar o hospital superavitário por meio de seus próprios serviços prestados, jamais poderá negar que o hospital, infelizmente, é e sempre será uma extensão financeira da administração municipal, e também uma extensão política do administrador de turno.

PARA DESCONTRAIR
Eu poderia neste espaço gastar caracteres e mais caracteres em considerações a respeito daquele semanário que antes rugia, feito leão, e hoje mia, feito gatinho, e seu editor convertido a porta-voz dos ataques do poderoso de turno na cidade contra seu antecessor.

Mas, para não cansar os nobres leitores, vou apenas reproduzir um parágrafo do editorial risível publicado na edição de sábado passado, assaz premonitório e sem noção, para que os senhores possam medir o grau de falta de discernimento que certos acordos provocam.

(…) Foi eleito e denunciado na justiça eleitoral por desequilibrar economicamente o pleito engessan­do parte da mídia com argumentos econômicos e promessa de emprego, segundo aquele mesmo jornalista que, anos após, foi fazer parte de seu staff e atualmente o defende com unhas e dentes.

Basta frisar que o editor, ao tentar desmoralizar Geninho Zuliani (DEM) enquanto administrador de Olímpia por oito anos, comete imprecisões históricas, se intencionais não se sabe, e acusa. Naturalmente seguindo o roteiro preciso que lhe chega da praça.

Até porque, como ele mesmo gosta de frisar, “pode-se enganar a todos por algum tempo; pode-se enganar alguns por todo o tempo; mas não se pode enganar a todos todo o tempo” (A.L.).

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