O site de noticias “Diário de Olímpia”, de Leonardo Concon, publicou na semana passada, com o selo de “exclusivo”, noticia de que o atual governo de Olímpia (leia-se prefeito Fernando Cunha [PR]), “por meio da Secretaria de Cultura, Esporte e Lazer, está revendo alguns aspectos concernentes à organização do Festival do Folclore de Olímpia, inclusive no que tange ao Estado a ser homenageado neste 53º Festival do Folclore de Olímpia.”

Diz ainda que a secretária municipal de Cultura, Esportes e Lazer, Tina Riscali, está escolhendo, “de forma criteriosa”, qual será o estado homenageado este ano. Tirante a insinuação de que a Comissão anterior não teve critério nenhum ao escolher o Ceará como homenageado, o blog reputa como tremenda falta de respeito a unilateralidade da atitude da secretária, para começarmos a conversa.

Diz ainda o texto: “Segundo Tina Riscali, titular da pasta, uma das razões para tanto ‘é o atendimento ao princípio da economicidade, em decorrência das adversas condições econômicas que enfrentamos neste momento, pois, considerando-se os propósitos do evento, que é contribuir para a preservação do Folclore brasileiro, a prioridade da utilização dos recursos é para os grupos Folclóricos’”.

Devemos registrar que quando determinadas pessoas, em determinadas situações, enfatizam que o nosso Festival “é para os grupos folclóricos”, nos soa como mero eufemismo para “vamos fazer o que der”. Principalmente quando tais pessoas não são, digamos, do meio, seja folclórico, seja cultural ou assemelhado.

É que nosso Festival, passado Sant’anna, tem sido vítima, sistematicamente, da aleivosia (no sentido estrito do termo) dos burocratas de plantão.

Continuemos a ler o texto: “No que se refere aos parafolclóricos ou de projeção folclórica, estão sendo realizadas diligências para que os órgãos públicos dos Estados e municípios de que são oriundos se encarreguem, em parceria com Olímpia, de efetuar as despesas relativas ao transporte, pelo menos. ‘Já constatamos que não haverá recursos públicos das entidades governamentais do Estado para o grupo parafolclórico que o representaria, e que tinha sido anunciado pela Comissão Executiva do Festival anterior’, conclui Tina.”

Não sei. Nos parece um pouco demais esperar muito de terceiros, quando temos uma responsabilidade enorme sobre aquilo que criamos e vimos executando ao longo dos últimos 52 anos. Esta ajuda esperada é lenda, sempre foi lenda e sempre será lenda. Quando ocorria, nos lembramos bem, era motivo de “júbilo e contentamento”, para usar um classicismo ao gosto de poucos.

O que seria o cartaz do 53º Festival, divulgado na rede social do Fefol em outubro do ano passado, traz ‘Lampião’, do grupo cearense de xaxado Maria Bonita, grupo que havia sido selecionado para homenagear aquele estado agora em 2017.

“Imediatamente, o Diário de Olímpia ouviu reclamações de membros da então Coordenadoria do Festival de que a escolha não foi acertada e que haveria contrariedades, inclusive porque a escolha estava sendo feita de forma unilateral e deixando-a para o próximo governo”, relata Concon.

Bom, se houve reclamações “de membros da então Coordenadoria”, por que não se resolveu a questão antes de se fazer o anúncio? E por que a escolha não havia sido acertada? Quais contrariedades havia, e da parte de quem ou quais pessoas? A escolha foi feita “de forma unilateral”? Quem escolheu sem o consenso necessário? E por quê?

Lembremo-nos de que nos últimos anos era assim que se procedia. Anunciava-se o grupo ao final da festa, para o ano seguinte. Mas, de fato soa estranho este anúncio em final de Governo. Principalmente levando-se em conta que há mudanças de egos na condução da festa, antes de mudanças estruturais e de condução das coisas. O ego, este que sempre foi o pior algoz do Fefol olimpiense.

No primeiro Fefol de Geninho, em 2009, não houve homenageado, prática que se iniciara no Governo anterior, de Carneiro. Foi feita uma tentativa de remodelação da festa -da mesma forma que agora se pretende, trazendo-a para “suas origens”. E deu no que deu. Consta que o próprio ex-prefeito se arrepende até hoje.

O texto encerra de forma enfática: “A capa temporária do Fefol deste ano foi apenas temporária. E ponto final.”

Considerando que este, então, seja o problema maior, o blog pergunta: a partir deste começo de ação em torno do evento, e pelas pessoas envolvidas, além do que já se sabe superficialmente, baseado no texto tratado acima, e pelas declarações dele extraídas, será que só o cartaz “é temporário e ponto final”?