Blog do Orlando Costa

Verba volant, scripta manent – ANO XVI

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Geninho, um político comum

E, lembremo-nos de que quase não consegue formar sequer uma chapa com condições de disputar cadeiras à Câmara de Vereadores. Precisou, em grande parte, contar com a boa vontade de amigos e correligionários. Miséria política, é o nome disso.

Artimanha com vistas a um futuro que talvez só ele e sua cúpula vislumbrem para Olímpia, subserviência aos “caciques” do partido, ou mera covardia política?

Como o nobre leitor classificaria a decisão do deputado federal Geninho Zuliani de deixar seus parceiros locais a ver navios, esperançosos que estavam de seguir caminhos próprios, de mãos dadas com um candidato majoritário que fosse do agrado de todos?

A artimanha caberia aí porque com a sua virada de mesa, o deputado desarrumou toda a oposição ao atual prefeito, além de pavimentar seu caminho com as facilidades eleitorais que ele tanto necessitava.

A subserviência viria como segunda possibilidade, uma vez que Cunha prefeito da Estância é resultado de uma “arrumação” do mentor político do deputado, Rodrigo Garcia, que agora desejaria tê-lo por mais quatro anos à frente do Executivo local, a fim, então, de levar a cabo a “artimanha” do amanhã.

A mais triste das possibilidades também pode ser verdadeira. Geninho apenas teria se acovardado diante de seu grupo e de seu principal oponente, já que teria que demonstrar suprema força política e de arregimentação.

E, lembremo-nos de que quase não consegue formar sequer uma chapa com condições de disputar cadeiras à Câmara de Vereadores. Precisou, em grande parte, contar com a boa vontade de amigos e correligionários.

Miséria política, é o nome disso.

Triste tal situação, para quem acaba de galgar dois degraus acima da seara política da província. Chegou lá e para muitos, seria a sacramentação como “ducis ingenium“. Mas, enganou-se quem assim raciocinou.

Geninho agora demonstra ser, isso sim, um político comum. Daqueles de muita sorte. Com capacidade infinita de conquistar votos, mas em nível local, haja vista sua penosa escalada ao Congresso.

(O que agora pode se inverter: terá facilidades lá fora (?), mas dificuldades aqui dentro. Seu protegido de turno foi vítima desta mesma tragédia. Perdeu sua reeleição à Assembleia paulista aqui na província)

Todos os que se dignaram a sair candidatos à Câmara de Vereadores pelo Democratas estão profundamente constrangidos. Não têm um nome à principal cadeira da Praça Rui Barbosa para chamarem de seu.

No fim das contas sobram quatro candidatos a prefeito na cidade, 129 candidatos a vereadores, dos quais talvez nenhum saia eleito das hostes do deputado.

Vergonha democrática. Ou seria do Democratas e seu, até então, principal personagem em nível local?

Cunha caminha para o PSD de Hilário Ruiz? E como ficarão as demais siglas?

O prefeito Fernando Cunha (sem partido) parece ter iniciado uma caminhada rumo ao PSD, do ex-petista Hilário Ruiz, tutor da Secretaria da Saúde, e dos vereadores Fernando Roberto da Silva e Hélio Lisse Júnior.

O alcaide faz mistério sobre o assunto, mas analisando friamente, o PSD de fato oferece a ele melhores condições, já que vem com um “grupo” de apoio que facilitaria a formação de uma chapa à vereança.

Fora PSD, no entorno de Cunha temos o PPS de Marcão Coca, o MDB de João Magalhães, o Avante de Niquinha, e só. nenhum deles com tradição de boas chapas eleitorais proporcionais.

Portanto, difícil para o prefeito fazer outra escolha. Qualquer destes que ele decidir assumir lhe custará muito para estruturar, a bem da verdade.

A questão é saber o que será destes partidos. Para onde caminharão seus próceres, diante da nova formatação de eleição para a Câmara no ano que vem -Já sabem que não haverá coligações proporcionais, né?

O PR, ao qual Cunha era filiado, conta atualmente com dois vereadores, Zé das Pedras e Cristina Reale, enquanto o PTB de Selim Murad, está nas mãos de Beto Puttini há décadas.

O PR consta estar agora nas mãos de Dirceu Bertoco, que está formando “turminha” com Dr. Antonio, Paulinho Marcondes e outros nomes de certo peso eleitoral. É quase certo que Das Pedras e Reale caiam fora, indo ambos se aninharem no PSD.

Que então se tornará uma força eleitoral, bastando agregar outros nomes que já estariam nas mangas de Cunha.

o seu provável concorrente, Flávio Augusto Olmos, hoje no Democratas, deve também buscar uma sigla própria -dizem que por hora já teria alinhavado com o PTC e acerta os detalhes para mais uma. Pode vir a fechar com o PR, somando a si uma força eleitoral de oposição a Cunha considerável.

A menos que lhe seja garantida a legenda, Olmos caminha porta afora do DEM, para não ter surpresas futuras e não para afrontar o deputado, que somente em janeiro vai dizer se tem candidato próprio ou se vai se juntar a Cunha.

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