Blog do Orlando Costa

Verba volant, scripta manent – ANO XVI

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‘Tsunâmis’ Legislativo e Executivo abalam Estância

Cometendo aqui um claro exagero filosófico-intelectual, eu ouso dizer que, nestas duas semanas iniciais de fevereiro, no âmbito do Legislativo e Executivo municipais, Maquiavel nunca esteve tão presente.

Porque, à primeira vista, e ainda que de forma não deliberada, sua máxima mais popular teria sido levada ao pé da letra por estes dois poderes na Estância.

Falo da decisão colegiada sobre o aumento de cadeiras na Câmara de Vereadores, de 10 para 13 a partir de 2025, e o aumento do teto de vencimentos dos senhores edis, que a partir da próxima gestão podem ganhar até 40% do que ganha ou ganhará um deputado estadual. O que dobraria seus recebimentos mensais.

Oquei, projetos aprovados, mil vezes explicados, mas a opinião pública não perdoou e até agora o assunto reverbera forte nas redes sociais, onde rola até mesmo abaixo-assinado para redução salarial dos legisladores locais.

E quando se achava que tudo estava entrando no chamado mar de calmarias, aí vem o Executivo Municipal com outro petardo. Um “tsunâmi” político capaz de colocar a opinião pública num estado ainda maior de estupefação: o pedido de empréstimo da ordem de até R$ 50 milhões para obras.

Foi a quinta vez que a Casa de Leis autoriza o Executivo Municipal a contrair empréstimo junto a instituições bancárias, mormente a Caixa Econômica Federal.

O prefeito elencou obras como Recapeamento asfáltico; Substituição de paralelepípedos; Construção de área de lazer no Banespol; Implantação de Complexo Municipal de Saúde; Construção da UBS Santa Ifigênia; Ampliação e reforma da UBS Cohab II; Construção de CRAS na Cohab I; Desapropriação de Imóveis para Loteamento Popular; Aquisição de equipamentos para a Guarda Municipal; Construção de um Centro Administrativo.

Esta relação de afazeres convenceu a totalidade dos representantes do povo de que o dinheiro seria para uma boa causa.

ADENDUM: Porém, ato falho supremo de quem tem por definição, entre outras responsabilidades, cobrar resultados do Chefe do Executivo: ninguém pediu cronograma de obras com os devidos prazos de início, meio e fim.

E, principalmente, ninguém pediu valores de cada uma das obras. Informações sobre como será dividido o montante, no sentido de que quanto custará cada uma delas. A menos que tenham esta planilha consigo, sem divulga-la, os nobres edis cometeram uma falha clamorosa já no início dos trabalhos.

O próprio prefeito lembra em seu autógrafo à Câmara que já contraiu junto à CAIXA, dois empréstimos, um de R$ 3,5 milhões, em fase de amortização, e outro de R$ 7 milhões, ainda na carência.

Mas, diz que a CAIXA, no início desta gestão, ofereceu ao município empréstimos que, conforme a análise de risco da linha de crédito FINISA, podem ser de até R$ 180 milhões.

Assim Olímpia poderia, segundo Cunha, contrair endividamento de até R$ 273 milhões, e o saldo da dívida total de Olímpia, em 31 de dezembro de 2020, seria de R$ 32,5 milhões, ou seja, 14,3% da capacidade, prevista em Legislação Federal.

Até agora somarão R$ 62.762,000, incluindo os polêmicos R$ 7 milhões do Banco do Brasil aprovados no início de 2019.

A dívida só começará a ser paga em 2023, com dois anos de carência e prazo de oito anos para ser quitada. Mas os juros são impiedosos, variando de 4,42% mais CDI, ao ano, a 3,92% mais CDI.

No ano passado, o acumulado do CDI foi de 2,75%. A se manter este nível, então a Estância deverá pagar, no total, só de CDI, 27,5% sobre os R$ 50 milhões, mais 39,2% ou 44,2% de juros anuais.

Sendo assim, à primeira vista, o município estará comprometido com juros da ordem de 66.7%, calculados sobre o índice menor apontado, de 39,2% ao ano. Ou 71.7% no exemplo maior.

A grosso modo, o empréstimo de R$ 50 milhões terá então, somente em juros, R$ 33.350,000 ou R$ 35.850,000 respectivamente, conforme a variante a ser aplicada.

Mas, isso não vem ao caso, uma vez que não trouxeram à tona nenhuma discussão neste sentido no parlamento estancieiro.

As redes sociais pululando ainda e o Executivo Municipal vem com mais uma: publica, no Diário Oficial Eletrônico de quarta-feira, dia 10 de fevereiro, o Decreto 8.013, de 9 de fevereiro de 2021, que declara de Utilidade Pública uma área de 200 hectares, dentro de uma outra maior, de quase mil hectares, para fins de desapropriação amigável ou judicial, para a construção de um aeroporto.

Obra estimada em R$ 300 milhões pelo próprio prefeito, esta noticia dividiu opiniões, com a maior parte dos críticos aceitando a ideia e outro tanto achando precipitada, diante, principalmente, do momento pandêmico em que estamos mergulhados, embora aqui necessário observar que uma coisa nada tem a ver com outra.

O Executivo veio a público esclarecer que somente o espaço destinado para construção do empreendimento é que foi decretado de utilidade pública para fins de desapropriação, já que a informação primeira era de que seriam desapropriados quase mil hectares de terras.

Garantiu ainda que “tal ato não onerou os cofres públicos, que pretende mobilizar apoio e participação da iniciativa privada para a implantação do projeto”, ressaltando que “a escolha do espaço ocorreu por meio de estudos de mercado e localização, com consultoria especializada e patrocínio do Parque Aquático Thermas dos Laranjais”.

Mas, o senso comum não dorme no ponto. E esta novidade veio se juntar às anteriores, público ainda assustado e aí entra Maquiavel e sua máxima de que aquilo que for ruim deve ser feito de uma só vez (numa interpretação bem particular de trecho da obra do filósofo italiano), para que o ato se dilua no imaginário popular com o passar do tempo (complemento autoral).

Neste universo, imagino que ainda há lenha para queimar. Mas, será que Executivo e Legislativo olimpienses ainda têm novas surpresas para os atônitos cidadãos estancieiros? Esperar para ver.

AGORA INSINUAM QUE A PROVEDORA ‘MAQUIOU’ O BALANÇO DE 2018

A Diretoria da Santa Casa de Misericórdia de Olímpia mentiu quanto ao resultado financeiro e de atividades divulgado oficialmente no final de semana passado? Terá a diretoria fraudado números e “contado uma história” diferente da realidade aos papéis? Sim, porque, como diz o ditado, “papel aceita tudo”.

No que depender daquele jornalista que está empenhado em ele próprio “cortar a cabeça” da provedora Luzia Cristina Contim, a pedido do prefeito Cunha, parece que é esse o caso. Disse não acreditar que o balanço seja verdadeiro, inclusive diz ser necessária uma auditoria naquele hospital.

Foi convocada uma assembleia ordinária para o dia 30, às 9 horas, para os associados efetivos, a fim de discutirem e votarem o parecer do conselho fiscal referente às contas de 2018. A diretoria vai apresentar, também, o relatório de atividade de gestão. Um bom momento para conferir e dirimir dúvidas.

A Santa Casa foi fundada em julho de 1927 e inaugurada em abril de 1937. Portanto, já tem 92 anos de sua fundação, e 82 de sua inauguração. Por ela passaram pessoas ilustres de nossa cidade, outros emprestaram seu ofício, a Igreja fez sua parte e a sociedade outro tanto. Aliás, a sociedade continua fazendo ainda, embora não tanto quanto pode e deve.

Por isso, não é crível que tais documentos trazidos a público possam conter inverdades, falseamentos, sem que toda uma diretoria, e a provedora em particular, respondam depois aos malfeitos.

Não restando dúvidas de que, em meio aos ataques ensandecidos do governante de turno e seu mais pesado “porrete”, seja salutar que a provedora venha a público dar como resposta a ambos, uma entidade saneada e fora da faixa falimentar, ou em outras palavras, que tenha “saído do vermelho”.

Caso não tenham razão o prefeito e aquele jornalista que já foi acusado publicamente de “servir a dois senhores” ao mesmo tempo, terá sido um feito e tanto em tão pouco espaço temporal. Mas se tudo se tratou de maquiagem, do tipo que só contabilistas sabem fazer, embora de forma não ilegal, mas também não saneadora de fato, então que se tomem as devidas providências, sejam elas quais forem.

Embora ainda exista a possibilidade de uma “maquiagem” do bem, ou seja, uma situação de débitos generalizados, porém equacionados em nível de balanço. O tônus de veracidade ao que foi apresentado à população nos últimos dias, caberá à diretoria, tendo à frente Luzia Contim como provedora, delimitar.

Se for tudo isso mesmo, sem senões, a população olimpiense há que comemorar o feito. Acreditamos que uma entrevista coletiva seria o ponto de partida para dar esta certeza aos moradores da Estância.

BANCADA PAU-MANDADO E CUNHA CAEM NA MESMA ARMADILHA

Conforme todos sabem, o projeto do prefeito Cunha pedindo autorização da Câmara de Vereadores para o município contrair empréstimo da ordem de R$ 7 milhões junto à CAIXA, foi retirado de pauta na sessão de ontem, 11 de março, depois do alcaide protagonizar a mais explícita auto-derrota eleitoral via emissora de rádio (Aliás, de que lado pai e filha estão, mesmo?).

Poucos sabem, no entanto, que nesta mesma sessão o assunto quase passou despercebido, uma vez que apenas dois vereadores o trouxeram à tona, mas ainda assim de maneira “periférica”, uma vez que se ativeram a detalhes específicos do “discurso-suicida” de Cunha via aquela mesma emissora.

Quando se falou do assunto em si, vereadores da bancada pau-mandado trouxeram lá de trás, empréstimos feitos pelo ex-prefeito Geninho, para justificar o pedido do prefeito de turno. Mas, nenhum deles disse que os pedidos do prefeito anterior vinham todos com a especificação obrigatoriamente, o que dava total segurança para os vereadores de então aprovarem sem ressalvas.

Era esse o detalhe que faltava no projeto de Cunha, e que gerou esta tamanha comoção, primeiro no próprio Legislativo, depois nas redes sociais, onde vereadores e o próprio alcaide levaram uma tremenda “surra” da opinião pública.

Fato que ficou bastante evidenciado em uma enquete publicada por um vereador cunhista em sua página no Facebook, onde em mais de 300 votos de internautas, quase 80% se posicionaram contra a aprovação.

Isso o colocou em uma tremenda saia justa, da qual foi salvo pela retirada da propositura do executivo. Mas esse é outro assunto.

Aliás, os vereadores da bancada pau-mandado gostam muito de se apegar ao que chamam de “empréstimo de R$ 17 milhões para pagar em 35 anos” que o ex-prefeito fez em 2011, e que Cunha está pagando e outros prefeitos adiante continuarão a pagar.

Usam isso como razão de ser. Mas estão totalmente equivocados, pois trata-se de uma medida que se Geninho não tivesse tomado, o próprio Cunha teria que fazê-lo agora, mas em condições bem mais desfavoráveis.

Geninho pôs na Lei de dezembro de 2011, o recolhimento já a partir de janeiro de 2012. Aliás, até o momento já foram pagos sete anos desta dívida.

Portanto, não se tratou de “empréstimo de 35 anos para pagar o Instituto de Previdência”. Na verdade, o município parcelou uma dívida que tinha com o Instituto da época de sua criação, que trata-se de déficit, pois o município deixava de recolher a parte patronal ao Instituto.

O ex-prefeito cumpriu obrigação legal em fazer o parcelamento, pois não havia possibilidade fiscal de fazer o aporte em parcela única. São situações distintas que por coerência e inteligência não devem e nem podem ser comparadas.

Para melhor esclarecer os leitores, segue abaixo cópia, na íntegra, da lei em questão, para que, também, os bate-paus de Cunha não fiquem repetindo ad nauseam esta “cartilhada”:

LEI Nº 3581, DE 06 DE DEZEMBRO DE 2011.
DISPÕE SOBRE A AMORTIZAÇÃO DO DÉFICIT ATUARIAL DA PREFEITURA MUNICIPAL DE OLÍMPIA, COM O INSTITUTO DE PREVIDÊNCIA DOS SERVIDORES PÚBLICOS DO MUNICÍPIO DE OLÍMPIA – OLIMPIAPREV E DÁ OUTRAS PROVIDÊNCIAS.

EUGENIO JOSÉ ZULIANI, Prefeito Municipal de Olímpia, Estado de São Paulo, no uso de suas atribuições legais, FAZ SABER que a Câmara Municipal aprovou e ele sanciona e promulga a seguinte lei:

Art. 1º Nos termos do Art. 18, § 1º e art. 19 da Portaria MPS nº 403, de 10 de dezembro de 2008, fica o Poder Executivo autorizado a repassar aos cofres do Instituto de Previdência Municipal de Olímpia, autarquia previdenciária, o aporte de R$ 17.000.000,00 (dezessete milhões de reais).

§ 1º O aporte de que trata o “caput” será destinado à amortização do déficit atuarial apresentado no parecer atuarial, e será pago em 420 (quatrocentos e vinte) meses a iniciar o recolhimento no mês de janeiro de 2012.

§ 2º A parcela mensal deverá ser reajustada de acordo com o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo – IPCA, previsto na Lei Municipal nº 2.895, de 03 de outubro de 2001.

§ 3º As despesas decorrentes desse artigo serão atendidas conforme dotação orçamentária em anexo.

Art. 2º Fica o Executivo Municipal autorizado a incluir à dotação orçamentária em anexo no PPA 2010/2013 e na LDO e LOA para o exercício 2011 e seguintes, ate a amortização total do déficit apresentado.

Art. 3º O aporte de que trata essa Lei, deverá ser efetuado para compensar a não realização de aporte inicial quando da criação do Regime Próprio de Previdência Social.

Art. 4º Para fins de detalhamento da dívida existente será realizado Termo de Acordo e parcelamento de débitos.

Art. 5º A Prefeitura Municipal de Olímpia e o Instituto de Previdência dos Servidores Públicos do Município de Olímpia – OLIMPIAPREV, terão prazo de 30 (trinta) dias para regulamentação do referido parcelamento.

Art. 6º Essa Lei Municipal entra em vigor na data de sua publicação, revogadas as disposições em contrário.

Prefeitura Municipal de Olímpia, em 06 de dezembro de 2011.
EUGENIO JOSÉ ZULIANI
Prefeito Municipal
Registrado e publicado no setor competente da Prefeitura Municipal de Olímpia, em 06 de dezembro de 2011.
CLÉBER LUIS BRAGA
Diretor de Departamento – Expediente

AS MENTIRAS DO SENHOR EDITOR

Niquinha cancela o ato de Pimenta que renovou contrato de jornalista sem concurso na Câmara

“Folha da Região”, 5 de janeiro de 2019

O enunciado acima, é título de uma das matérias do jornal citado, aquele mesmo que é do “bolso” do Cunha, e parte de um pressuposto perigoso: a mentira. Ou, pelo menos, a falta de verdade absoluta, conjugada com a intenção espúria de enganar seus próprios leitores, induzi-los a erro na avaliação do fato.

E a isso dou o nome de canalhice jornalística, na falta de uma classificação ainda pior. Vejam o que diz parte do texto entregue aos leitores como fato verdadeiro:

“O presidente da Câmara Municipal da Estância Turística de Olímpia, Antônio Delomo­darme, Niqui­nha, cancelou o termo a­ditivo publicado pelo ex-presidente da mesa diretora, Luiz Gustavo Pimenta (suprimo trecho em que ele faz uma ilação sem nexo com o contexto), que, dias antes de deixar o cargo, ignorou a lei que obriga a realização de concurso para o cargo e fez um aditivo em um contrato para recontratar o jor­nalista Or­lan­do Ro­dri­gues da Costa (suprimo outra ilação sem nexo com o contexto).

A mentira está expressa no trecho “ignorou a lei que obriga a realização de concurso”, eis que o concurso já foi realizado e basta agora o resultado final a ser divulgado pela VUNESP, para convocar o jornalista aprovado.

Quem sou eu para dar lição de moral ou profissional a jornalista calejado, formado na lida, como o editor em questão, mas o pressuposto de não dizer o que sabe jornalisticamente a seus leitores é má-fé pura. E caso, apesar de toda divulgação, ainda não soubesse da verdade, então é hora deste leitor mudar de semanário.

Prossegue o inominável editor: “Como se recorda (Quem se recorda? O leitor não é obrigado a se recordar de nada, lembra?), no apagar das luzes e quase no escuro, Luiz Gustavo Pimenta fez um aditivo em um contrato para re­contratar o jornalista Or­lando Rodrigues da Costa (suprimo ilação fora de contexto).

Comete outro erro primário ou usa de novo da má-fé. O contrato não foi aditivado “no apagar das luzes”, nem “quase no escuro” porque, ao que se saiba, não houve corte de energia na Casa de Leis. E, também, porque o contrato original venceu no dia 11 de dezembro e naquela data ele foi aditivado. As razões, já expliquei num post anterior (Covardes Detratores, Não Passarão, de 4 de janeiro último).

No trecho que vem a seguir, o editor daquele semanário que antes urrava feito leão e agora mia feito gatinho, principalmente quando diante de seu “dono”, dá mostras do que, na verdade, o incomoda.

Demonstra ser uma postura política de defesa do atual alcaide seus ataques à minha pessoa, quando me critica por publicar textos não ofensivos contra o ex-prefeito e agora deputado federal Geninho Zuliani. Como se isso justificasse sua sanha. Nem vale a pena reproduzir.

Mas vejam logo depois o que vem: “A recontratação de Or­lando Rodrigues da Costa se deu através do Termo Aditivo número 17/2018, do dia 11 de dezembro próximo passado, adi­tando o contrato número 26/2017, que foi assinado no dia 11 de dezembro de 2017, passando a valer entre os dias 12 de dezembro de 2018 e 11 de dezembro de 2019.”

Portanto, o aditamento foi assinado no dia 11 de dezembro, bem longe do “apagar das luzes” citado pelo indigitado editor, em seu texto pobre. A publicação no Diário oficial Eletrônico é que foi feita no último dia útil do ano e, aí, já foge de nossa compreensão a razão disso. Mas, com certeza, ele recebeu cópia do contrato antes mesmo da publicação.

Então, como fait divers, mas na verdade como fator de indução a erro dos seus próprios leitores, ou para justificar o ataque gratuito e sem sentido à minha pessoa, ele manda ver ao final da matéria caluniosa, a mais escancarada mentira ou má-fé, o complemento com subtítulo “LEI OBRIGA CONCURSO”.

Trata-se da Lei Municipal que foi aprovada pela Câmara no dia 12 de fevereiro de 2016, ainda no governo Eugênio José Zuliani, que obriga a realização de concurso público para a contratação de jornalista.

E saca essa: “Seria esta, possivelmente, a principal situação de irregularidade encontrada pela reportagem na contrata­ção do jornalista Orlando Ro­dri­gues da Costa (…)”.

E aí você tem uma sensação de estar diante do mais baixo nível de jornalismo de que já se ouviu falar, uma vez que o próprio semanário publicou em data recente, material oriundo da Câmara de Vereadores, relatando, passo a passo, as ações em torno da realização de concurso para oito cargos e sete vagas para a Casa de Leis, entre as quais a de jornalista.

Ele publicou a contração da Fuvest, ele publicou a data de realização do concurso, ele publicou o número de candidatos inscritos em cada modalidade e publicou a provável data de divulgação dos classificados.

Então, como pode omitir isso de seus leitores? Como pode imaginar que eles sequer se lembrariam destas matérias, já que lá em cima ele abre um texto de forma primária dizendo “Como se recorda”? Ora, ora, ele acredita ou não na memória de seus leitores?

É de dar pena. Porque sequer original ele consegue ser ao dar vazão a seu sentimento de sei lá o quê, são tantas coisas… Mas nenhuma delas sãs, acreditem. A mais visível, no entanto, é a sociopatia latente e manifesta neste panfleto pró-Cunha a cada semana, ou naquela emissora on line onde, juntamente com sua “cria” melancólica, destila sua prepotência diária.

Em ambos os meios, não esconde sua visão paranoica de tudo e a respeito de todos, que a seu ver são os inimigos a serem derrotados, para não impedir seu “tutor” de “se reeleger para deixar seu nome inserido na história da cidade em que nasceu”.

PS: Para quem já disse que o ex-prefeito agora deputado federal Geninho Zuliani “era o melhor prefeito que Olímpia já teve”, vê-se que a coerência e firmeza de opinião não são o seu forte. Forte deve ser o seu “caixa”.

‘SANGUE NÃO VAI FALTAR’….NOS OLHOS DO POVO!

Resta saber qual será o posicionamento da Cãmara de Vereadores na segunda-feira, 9, durante a sessão ordinária, no que diz respeito à mais nova “bomba” do Governo Cunha (PR), qual seja, o possível (ou mais que possível, já decidido?) fechamento do Hemocentro de Olímpia, após 17 anos de serviços prestados à coletividade.

Sim, porque no que diz respeito ao prefeito e à provedora Luzia Contim, o clima é de tranquilidade e frieza. Ambos minimizam o fim do órgão na Estância Turística de Olímpia. Considerando que o esforço dos vereadores de nada valerá se Cunha não quiser cooperar, o posicionamento político deles frente à situação será muito importante.

O prefeito e a provedora não se mostraram preocupados com a situação nos vídeos em que deram entrevistas ao vivo a Leonardo Concon: ‘O fornecimento de sangue está garantido’, escanteou Cunha.

Tranquilos e seguros. Talvez indiferentes à questão. Frios. Estas foram as impressões deixadas pelo prefeito e pela provedora da Santa Casa de Misericórdia de Olímpia. No que depender deles, tudo indica, Olímpia vai mesmo perder mais um órgão estadual, igual a tantos outros já perdidos ao longo de sua história.

Contim diz não poder aumentar custos para o hospital, Cunha relativiza a importância do órgão para a cidade: “Uma e meia a duas transfusões por dia” não compensaria os R$ 24 mil mensais a pagar, é seu raciocínio.

Ambos garantem que Olímpia não vai ficar sem transfusões de sangue, problema que seria resolvido com uma parceria com o Hospital do Câncer de Barretos, possibilidade que Cunha também aventou.

“O fornecimento do sangue está garantido”, disse o prefeito, que criticou o fato de que o Hemocentro teria vindo operar em Olímpia a custo zero, apenas fazendo uso em comodato do prédio, “mas agora querem cobrar R$ 24 mil por mês”.

Cunha, inclusive, desdenhou o serviço prestado pelo Hemocentro a Olímpia. “Uma e meia a duas transfusões de sangue por dia, R$ 24 mil por dois exames de sangue”, minimizou, lembrando que a prefeitura tem dois laboratórios que poderiam suprir esta lacuna. “Prefiro que o Hemocentro saia de lá (prédio da Santa Casa) e vamos fazer a hemodiálise lá”, analisou.

O prefeito confessa que nunca falou diretamente com a diretoria do Hemocentro, conforme disse Tasso Carvalho e Silva, cujos assessores sempre o barravam dizendo que o Hemocentro era problema da Santa Casa. “Nunca falei diretamente porque está ao lado da Santa Casa”, observou o prefeito.

Dizendo que a implantação do Hemocentro via Ribeirão Preto “é uma solução de 20 anos atrás”, Cunha adiantou que todo o trabalho executado até então pelo órgão, será feito pelo município “por R$ 4 mil/R$ 5 mil”, além do que, “teremos o prédio de volta”.

Então, esta simplificação toda teria apenas este objetivo? O de pegar o prédio de volta, cujo comodato teria vencido em junho passado? Ou teriam outras coisas por trás de tudo, as abomináveis picuinhas políticas, por exemplo.

Porque, como cidadão nascido e quase criado no todo nesta urbe, me dói na alma saber que a cidade está prestes a perder mais um equipamento de uso contínuo e popular, como tantos outros já perdidos.

E acredito que doa também na alma de tantos quantos acham que já chegou o momento da cidade se afirmar também como polo regional e político. Já chegou a hora de acabar com as improvisações. Cunha pegou uma Olímpia fervilhante, caminhando à frente a passos largos. E a desligou. Empacou. Deu à “locomotiva” a velocidade de uma carruagem. Agora, falta pouco mais de dois meses e meio para acabar o ano. E o que terá Cunha para apresentar como balanço de sua gestão, se não a tibieza e a falta de objetividade?

CUNHA NÃO SE INCOMODA COM A OPOSIÇÃO PORQUE ELA NÃO EXISTE!

O prefeito Cunha (PR) vem de anunciar, por meio de entrevista exclusiva concedida ao semanário Planeta News, que a oposição não o incomoda, e que não vai, em outras palavras, perder tempo com ela. Mas, se bem observado, o prefeito está dizendo não se incomodar com algo que não existe. Olhe para sua direita, olhe para sua esquerda. Agora olhe para cima e para baixo. Encontrou a oposição ao governo municipal?

A reportagem do jornal informa que esteve no Gabinete a convite do próprio prefeito, para receber informações “sobre o momento atual e os passos da administração no sentido de viabilizar obras com possibilidade de início em curto prazo”.

“Em poucas palavras, o chefe do Executivo falou sobre seu relacionamento com o Legislativo, referindo-se, ‘en passant’, ao posicionamento da oposição”, diz outro trecho do trabalho jornalístico. Sobre seu relacionamento com os integrantes da Casa de Leis, disse:

Se eu pudesse resumir diria que trabalhei para resgatar a dignidade do mandato dos vereadores. Eles são independentes, mas a maioria trabalha pela cidade, sem nenhuma conotação pessoal. Todos têm liberdade de atuação, sem qualquer compromisso comigo nem troca de favores para votar projetos. Tem sido da maior qualidade a relação entre a Prefeitura e a Câmara Municipal.

Não está totalmente errado o alcaide ao fazer esta análise. Sim, ele conta com uma Câmara dócil a seus interesses e proposituras, postura observada até em quem se elegeu sob a pecha de oposicionista ou por partido tido como de oposição. Cunha não tem tido dificuldade alguma para aprovar projetos ou obter o quer que seja que dependa dos nobres edis. Exceto por um desde o início, exceto agora por dois.

Uma única voz se erguia até então, pelo menos para questionar sobre detalhes dúbios de projetos e por apresentar outros, polêmicos, sempre rechaçados pela bancada cunhista. Mas, Flávio Olmos (DEM) nunca se furtou a aprovar projetos que sejam do real interesse coletivo.

Agora voltou Salata (PP), como se diz, com “sangue nos olhos”, devido ao episódio que todos já conhecem. Vai ser uma voz dissonante? Sem sombra de dúvidas que vai. Mas, até onde poderá chegar? E outra certeza é a de que não se furtará, também, a aprovar projetos de real interesse público, porém não sem antes proporcionar desgastes à base governista.

E, por enquanto, só isso.

À pergunta sobre se a oposição incomoda, Cunha assim respondeu:

A oposição tem sido desprovida de fatos relevantes. Então, ela não me incomoda e não vou ficar respondendo a cada ato porque eles tentam criar fatos do tipo ‘está economizando na merenda’. Não, na merenda estamos eliminando desperdício (…).  Aí criam factoides e crises onde não existem. Nós estamos fazendo economia onde havia desperdício, onde é necessário estamos alocando recursos que a cidade precisa. Só ficarei incomodado com oposição que venha prejudicar a cidade. Serei o primeiro a denunciar se isso ocorrer.

Bom, difícil detectar aqui a que oposição o prefeito se refere. Fazer críticas à nova sistemática da merenda não são poucos os que estão fazendo. Mas ele não pode carimbar em pais de crianças da rede municipal de ensino a pecha de “oposição”, pois que são cidadãos pagadores de impostos, estes mesmos impostos que pagam a merenda que em certas situações, estes pais veem sonegada a seus filhos.

Se estiver se referindo à Câmara, a situação é a que retratamos acima. Refere-se o prefeito, à imprensa local? Mas qual? Se até “audiência” ele concedeu ao editor do semanário já citado, e tem as portas abertas nos “modernosos” meios de comunicação locais, para entrevistas ao vivo, onde fala o que quer, e do jeito que quer?

Onde conseguiu a alquimia de transformar um outro semanário, outrora leão que rugia, hoje gatinho que mia? E do seu editor processou um baba-ovo inimaginável?

Pode até ser possível que este estado de coisas seja a chamada “lua-de-mel” de que goza todo mandatário de turno nos primórdios de sua gestão. Amanhã o quadro pode mudar, embora não se vislumbre esta possibilidade. Mas, como política é como a nuvem…

Por ora, Cunha falar em oposição é mimimi. Mas talvez tenha apenas respondido à pergunta que lhe fora feita. Porque vislumbrar sanhas oposicionistas ao seu governo é surreal. Independentemente do milagre que eventualmente tenha operado.

Mas, se vislumbra faíscas de oposição aqui e ali, espera-se que ele, pelo menos, a ouça mais que a seus apaniguados. Porque, no final das contas, “não existe ninguém mais situacionista do que um oposicionista racional”, reza a filosofia.

Os primeiros vão dizer, sempre, que está tudo lindo, para garantir seu pão de cada dia. A “oposição” dirá sempre que há senões. Quando não erros crassos ou decisões equivocadas.

Enfim, oposição? Cunha precisa de uma para governar!

IPTU: VALOR DO M2 DO ‘PADRÃO DE CONSTRUÇÃO’ RETROAGIU A 2013?

A poeira deu uma assentada. Assim, começam as especulações outras quanto ao projeto de Lei Complementar 236, o que que trata do Imposto Predial e Territorial Urbano para 2018. É preciso ressaltar que o prefeito Fernando Cunha (PR) e sua secretária de Finanças, Mary Britto, não foram claros nas explicações dadas na Câmara quinta-feira da semana passada.

Todos, inclusive a imprensa, saíram de lá cheios de dúvidas ou com excesso de otimismo, casos de alguns ou a maioria dos vereadores. Foi preciso um pouco de exercício de raciocínio para se chegar o mais perto possível do que se tentava explicitar no documento, horas depois.

E agora, dias depois, vê-se que o malabarismo mental ainda se faz necessário. Falta o prefeito explicar qual foi o critério adotado para se chegar aos reajustes praticados na Tabela I da Lei, aquela que determina o valor do metro quadrado construído, o chamado Padrão de Construção, que nos quesitos Luxo, Fino, Médio, Básico e Popular, tiveram reajuste em 12,7%.

Uma teoria surgida na manhã de hoje foi a de que Cunha teria tornado aos valores praticados a partir de 2014, e sobre eles aplicado o reajuste em questão. Mas, para tanto, teria abdicado da soma da inflação dos últimos três anos anos, algo em torno de 25% na somatória.

Assim, os valores do Padrão de Construção, teriam voltado, digamos, à “estaca zero”, antes da vigência da Lei implantada no governo passado. Só que esse detalhe, a ser confirmado, não constou da explicação do alcaide ou de sua secretária. Mas, até aí, indispensável lembrar da precariedade comunicativa deste governo, mormente seu mentor, que está longe de um hermeneuta.

Aí, outra questão vem à tona. Em que alfarrábio legal Cunha teria se apoiado para simplesmente ter abolido os ajustes inflacionários de 2014, 2015 e 2016 para 2018, uma vez que já há quem diga que a não-cobrança dos 4,5% da inflação estimada por ele para o próximo ano pode lhe trazer problemas?

Há uma outra questão: um tal “mapa” que teria sido objeto de muita polêmica em 2014, quando da aprovação da nova planta genérica de valores, estipulando valores diferenciados para comercialização dos imóveis que, na área central, deixou estarrecidos locatários, locadores e proprietários.

Consta que o tal “mapa” está por aí ainda, já que no projeto ora deliberado (entrado na pauta de votações) na Câmara nada consta sobre ele. Como nada consta, também, sobre mudanças na planta genérica. Tratam-se de dois “fantasmas”, nada camaradas, a assustar contribuintes.

Na Câmara, já se vislumbra um maior cuidado com o assunto, tanto que na sessão ordinária desta segunda-feira, 26, nem todos os vereadores tocaram no assunto. E já se ouvia pelos corredores que o documento necessita de ampla discussão e transparência, para que amanhã não ocorram surpresas.

Há quem diga, até, que o prefeito poderia, antes, ter debatido o assunto com os vereadores, esclarecer as dúvidas, processar as mudanças se necessárias e só depois trazer a público o teor do documento. Evitando especulações.

Feito isso, no entanto, a ação a partir de agora naquela Casa de Leis é de um trabalho profundo de análise e debates, a fim de trazer à luz os caminhos percorridos pelos técnicos do Governo municipal para chegar-se a este resultado. Ou o próprio Governo vir a público re-explicá-lo. Desde que, claro, com uma melhor hermenêutica.

EPISÓDIO DE VEREADOR E VIGIA PODE ‘AZEDAR’ DE VEZ RELAÇÃO CÂMARA-EXECUTIVO

Está na edição de hoje do semanário Planeta News: “Câmara põe diretor da UPA sob suspeição”. O que significa isso? Para simplificar, basta explicar que, a partir de agora, e a menos que o prefeito Cunha (PR) tome as rédeas da coisa e evite o leite derramar, o confronto está declarado. Estar sob suspeição significa estar sob dúvida, desconfiança, suspeita.

O incidente já foi narrado aqui na quarta-feira assim, por alto, mas o texto do jornal trás os pormenores, contados pelo próprio vereador envolvido no “imbróglio” e os seus desdobramentos. Vale a pena ler o texto que segue publicado abaixo.

. Um incidente aparentemente sem importância registrado na semana passada na Unidade de Pronto Atendimento-UPA, entre o vereador Antonio Delomodarme, o Niquinha (PTdoB) e um vigia de portaria não identificado na denúncia, acaba de respingar no próprio prefeito Fernando Cunha (PR), no presidente da Câmara de Vereadores, Gustavo Pimenta (PSDB), colocando os dois poderes em confronto ainda não declarado, e fez com que o novo diretor da Unidade, médico Lúcio Flávio Barbour Fernandes, fosse colocado, a princípio, sob suspeição pela Casa de Leis.

O que Niquinha quer, e para isso pediu e recebeu o apoio dos colegas na sessão de segunda-feira, 8, é que aquele vigia que, segundo ele, o “peitou”, seja transferido de lá e passe por uma reciclagem, “para aprender a lidar com o ser humano”.

A maioria absoluta da Casa de Leis ratificou a intenção de Niquinha, que disse ainda que o vigia agiu a mando do diretor da Unidade. Por essa razão, outro pleito a ser feito ao Executivo é o de tomar medidas contra o profissional, ameaçado de ter revelados problemas vividos em outros municípios onde atuou.

Barbour Fernandes, que consta ter vindo para Olímpia a convite do vice-prefeito, Fábio Martinez, teria sido o responsável pelo acirramento dos ânimos da Câmara Municipal contra ele. Segundo a assessoria da presidência, houve um contato preliminar com o médico no dia seguinte ao episódio do vereador com o vigia, mas dissociado do fato.

O assessor de Cerimonial, Márcio Matheus Gonçales, junto com o chefe de Gabinete da presidência, Rui Rodrigues de Castro Filho, foram à UPA em visita de cortesia, onde foram recebidos pelo médico. Conversaram, os dois funcionários, com a anuência do presidente, colocou a Câmara e as bancadas de vereadores à disposição dos interesses da direção da UPA, mas houve divergência quando o assunto chegou à vereança.

Gonçales propunha tratamento diferenciado a vereadores, quando não em visita formal, mas o médico não concordou, dizendo, segundo ele, que vereador tinha que ter o mesmo tratamento de cidadãos comuns. E quando tocou no assunto do vigia, Barbour Fernandes teria se negado a admitir qualquer possibilidade de transferência.

Não bastasse isso, ainda segundo a narrativa de Gonçales e Castro Filho, o diretor da UPA teria procurado em seguida o prefeito e dito que o assessor cerimonialista havia “metido o dedo em sua cara”, o que o assessor nega. Isso fez com que Cunha ligasse para o presidente Pimenta em tons pouco amistosos, de acordo com a narrativa do próprio presidente.

“Foi um fato lamentável”, disse Niquinha da Tribuna na segunda-feira. Sua sogra estava internada na UPA com problemas de pressão alta desde a noite anterior, contou, e de manhã foi visita-la. Como a esposa entrava e saía a cada 20 minutos somente, ele teria ido até o vigia da portaria e solicitado permissão para entrar “rapidinho”, o que foi negado. O vigia o teria mandado “aguardar lá fora”, nas duas vezes em que pediu a permissão, segundo ele, de “forma imponente”, ao que ele teria obedecido.

Depois, decidiu se identificar como vereador. “Ele disse que sabia que eu era vereador e que, por isso mesmo, aguardasse lá fora”. Da Tribuna da Câmara, Niquinha, que conforme disse “foi eleito para ser agente fiscalizador”, disse que o vigia “ignorou isso”. Disse ainda que à tarde, quando foi buscar sua esposa, este mesmo vigia que conversava com uma das atendentes, “me olhou e riu”, o que considerou “um desrespeito ao vereador”. Além disso, disse, “o assessor e o chefe de Gabinete foram maltratados pelo médico” durante a visita posterior a este fato.

Para o vereador, “é questão de honra” o vigia ser transferido. “Um vigia tem que ter educação para tratar o ser humano”. Quanto ao médico ter dito aos assessores que “se um vereador falar alto aqui nós vamos falar mais alto ainda”, avaliou que ele está “partindo para o lado errado”. Que está há pouco tempo na cidade “e quer ‘peitar’ vereadores? Eu não aceito”, contestou. Niquinha disse ainda que está “levantando a ficha” do médico, que o levará ao “espinhaço” dele, sem especificar a que se referia.

PRESIDENTE
Já o presidente da Casa, Gustavo Pimenta, disse da Tribuna que está elaborando “uma obra literária” para o médico, mas que falaria sobre o assunto somente na próxima sessão, dia 22. “Esta situação precisa ser dirimida entre esta Casa e o Executivo”, sugeriu. “Vou me limitar a estas palavras, mas volto para fazer comentários sobre o que aconteceu”, prometeu.

“O vereadores têm, sim, o direito de fiscalizar. Mas, se numa visita informal é tratado desta forma, imaginem em situação formal. Vai ter que ser escoltado?”, perguntou. “Este vigia precisa passar por uma reciclagem, ele não está preparado”, finalizou.

SEM RESPOSTA
A reportagem do Planeta News encaminhou à assessoria de imprensa do prefeito Fernando Cunha, via e-mail, pedido de manifestação sobre o assunto, tanto dele quanto do médico citado, ou de um dos dois, com o seguinte teor:
“Prezados senhores(as) da assessoria de imprensa: Tem este a finalidade de saber se o prefeito Fernando Cunha, ou o médico Lúcio Flávio Barbour Fernandes têm interesse em se manifestar a respeito do entrevero havido com o vereador Antonio Delomodarme e um vigia não identificado da UPA, na semana passada, já que o caso chegou até o prefeito, ele se manifestou em privado com o presidente da Câmara, e a Casa de Leis está exigindo que o vigia seja transferido. O prefeito tem algum posicionamento a respeito? O médico quer se manifestar, de preferência por escrito?”

No entanto, até às 18h30 de ontem, prazo máximo para o início da paginação eletrônica do jornal, a assessoria não havia dado qualquer satisfação à redação.

MOMENTO DE DECISÃO: A CÂMARA OU O VIGIA DA UPA

A Câmara de Vereadores continua a enviar sinais ao Executivo. Sinais de que tem uma maioria disposta a, se a situação pedir, criar embaraços para o chefe do Executivo de turno. Ontem voltou a se repetir aquilo que já falamos dias atrás neste espaço.

Embora possa parecer que não, mas derrubar parecer de Comissão em que dois membros efetivos são figuras de proa do Executivo, e aprovar projetos cujas três figuras de proa do Executivo são contra, é um claro indicativo de que os dois poderes estão dessintonizados, pelo menos.

Como já dissemos, pode ser que tenham sido posturas de momento, pode ser que seja um ensaio sobre o futuro da Casa de Leis, mas é importante ressaltar que o prefeito Cunha viveu noites de derrotas seguidas na Câmara de Vereadores, nestes últimos dias, culminadas com a derrubada de pareceres e aprovação de projetos, sempre por seis votos a três.

São derrotas indiretas, repetimos, já que os temas tratados foram, a princípio, do interesse do Legislativo -quatro projetos de Lei com pareceres contrários da Comissão de Justiça e Redação derrubados por maioria absoluta. Lembrando que as proposituras encaminhas pelo Executivo, têm sempre encontrado guarida na Casa, e sempre aprovadas por unanimidade. Mas, uma coisa é uma coisa, outra coisa é outra coisa.

Agora, surge um episódio novo: o vereador Antonio Delomodarme, o Niquinha (PTdoB), quer medir força com o novo diretor da UPA, que por sua vez, desafia o edil a obter sucesso, que por sua vez respinga tal entrevero no prefeito Cunha (PR), que por sua respinga no vice, Fábio Martinez, já que o médico em questão teria sido trazido a Olímpia pelo próprio.

Mas, não se trata do médico, propriamente dito. O pivô deste embate é um prosaico vigia de portaria da Unidade de Pronto Atendimento-UPA, não identificado. Este vigia ousou ser, segundo o vereador, arrogante, no contato mantido entre ambos. Niquinha tentava visitar familiar em estado de observação na UPA, e o tal vigia não permitiu sua entrada.

Nem quando ele se identificou como vereador, o que teria gerado um comentário do vigia no sentido de que por isso mesmo é que não entraria. Houve um ligeiro bate-boca entre ambos. O caso chegou ao conhecimento do tal médico diretor recém-chegado a Olímpia.

E o que ele faz? Endossa a postura do vigia, rechaça qualquer interferência política no dia-a-dia da Unidade e, pior, leva o caso ao prefeito, segundo dizem, com “pitadas” pessoais.

E o entrevero ganha ares “oficiais”, já que provoca uma interlocução entre Cunha e o presidente da Câmara, via telefone, em termos não muito amistosos, segundo se ouvia ontem pelos corredores da Casa de Leis.

Na sessão, Niquinha clamou os companheiros a lhe emprestarem apoio nesta empreitada, pois ele não abre mão da troca do vigia. Diz não querer que o funcionário seja dispensado, mas que apenas seja transferido de lá para outro lugar.

E, claro, recebeu o apoio incondicional dos colegas, com o presidente Pimenta (PSDB) reforçando seu posicionamento diante da situação. Assim, está armada a queda de braço. Resta saber quão capaz de resolver situação política crítica como essa é o alcaide. Já que tudo, em última análise, estará em suas mãos.

Pode mandar Niquinha e a Casa de Leis com sua maioria às favas e fortalecer a posição do tal médico, não ferindo suscetibilidades do vice, ou pode jogar com vistas ao seu futuro administrativo, e autorizar a simples troca. Simples assim(?).

Só para lembrar: por que quatro pareceres contrários da CJR em quatro projetos que não emanaram do Executivo seria indicativo de derrota a Cunha na Casa de Leis?

Porque quem defendeu os arquivamentos foram João Magalhães (PMDB), líder do prefeito, e José Elias de Morais (PR), sempre do lado do poder, ambos integrantes da tal Comissão, presidida por Flavinho Olmos (DEM), que sempre vota favorável aos projetos, ainda que com viés de inconstitucionalidade ou de vicio de iniciativa, respeitando o conceito de que “vereador tem que fazer leis”.

Por outro lado, o prefeito deve vetar pelo menos estes quatro projetos aprovados por maioria com derrubada de pareceres. Resta saber como isso se dará: na força, ou no convencimento. No tocante à transferência do vigia: Cunha preferirá atender um pleito do vereador que disse ser “questão de honra” a transferência do vigia, ou preferirá fortalecer o profissional, que não quer a troca, por conseguinte não ferir os brios do vice?

Que tal aguardarmos os próximos capítulos?

 

O QUE TEM CUNHA A ESCONDER NO TOCANTE À MERENDA ESCOLAR?

O que tem o prefeito Fernando Cunha (PR) a esconder nos trâmites relacionados à licitação da merenda escolar? Por que sonegar informação à imprensa? Pelo menos àquela que demonstra interesse imediato em assunto tão relevante?

Sonegar informação a um veículo que se antecipa aos demais com a justificativa de querer ser igualitário é inaceitável. E só pode ser esta a justificativa, pelo menos a mais aceitável, embora cretina, haja vista que quem busca a informação primeiro deve ser servido primeiro, por estar, a princípio, dando maior relevância àquele assunto que os demais.

Somente uma visão jornalisticamente tacanha pode acometer uma assessoria de imprensa que sequer dá satisfação a um veículo de comunicação que busca, na fonte primeira, informações que, em hipótese, seria positiva para o governo de turno. Ou não?

O histórico que vem abaixo está publicado na edição de hoje do semanário Planeta News, e reproduzo como manifestação de preocupação com o rumo que as coisas poderão tomar doravante, com o cerceamento de informações a veículo de informação que não comunga com as ações deste governo, até que estas se mostrem dignas de registro. Vamos ao texto:

Prefeitura esconde informação sobre licitação da merenda
Reportagem do Planeta News procurou o setor de Licitação, conversou com a secretária de Administração, que encaminhou o caso para a assessoria de imprensa, que não se manifestou

Não se sabe motivada por quais razões, a prefeitura de Olímpia sonegou informação sobre o resultado da licitação da merenda escolar à reportagem do Planeta News, na tarde de ontem. Esse procedimento é inédito em Olímpia, pelo menos nos últimos 20 anos.

A reportagem procurou informações junto à Comissão Permanente de Licitação-CPL, que encaminhou o assunto para a secretária de Administração, Eliane Beraldo Abreu de Souza, que por sua vez, disse que havia encaminhado os dados para a Assessoria de Imprensa, para serem divulgados. “Agora é esse o procedimento”, disse ela.

A secretária disse ainda que enviaria à Assessoria, um WhatsApp antecipando o assunto, para agilizar a resposta. Ao mesmo tempo, pediu que encaminhássemos o pedido via e-mail, o que foi feito exatamente às 15h46. A redação aguardou resposta até às 18 horas, tempo máximo possível antes do fechamento da edição.

Nenhuma satisfação foi dada, sequer uma explicação quanto a uma possível dificuldade em elaborar um texto, ou para encaminhar somente o resultado. A editoria do jornal ressalta que jamais, na gestão passada, encontrou dificuldades para obter informações sobre resultados de licitações, independentemente do porte que tivessem.

E mais: estas informações eram sempre fornecidas pelo próprio presidente da CPL, sem necessidade de cumprir qualquer trâmite burocrático, ou passar pelo crivo de superiores. E nunca houve problemas. Afinal, trata-se de uma informação pública, do interesse da coletividade, e a lei da Transparência obriga este tipo de divulgação.

A solicitação à Assessoria de Imprensa da prefeitura foi redigida nos seguintes termos: “Caros assessores, venho por meio desta, solicitar a vossas senhorias informações a respeito do resultado da licitação da merenda escolar, realizada hoje (ontem). Adianto que já mantive contato com a secretária de Finanças, e que esta não mostrou qualquer inconveniente em termos os dados em mãos, como também informo que em momento algum, na gestão passada, tivemos dificuldade em obter tais informações, que nos eram passadas pelo próprio responsável pela CPL. Fechamos o jornal ainda hoje, e aguardamos os dados em tempo hábil (…)”.

A secretária Elaine Beraldo negou que houvesse qualquer tentativa de criar dificuldades, mas a editoria do Planeta News de pronto repudia o que parece ser cerceamento de informação puro e simples ao jornal, que tem feito críticas pontuais ao Governo Municipal.

E deixa registrado seu repúdio a uma forma de governo que se julgava já superada há tempos, principalmente após oito anos da gestão passada em que, apesar de todos os pesares, não havia, nem houve nunca, sonegação de informação de interesse público a quem interessasse. E, pior ainda será constatar que a Assessoria de Imprensa da prefeitura tem seus veículos preferenciais para passar informações de interesse relevante.

E A MERENDA VIROU ‘DOGUINHO’?
E esta negativa se dá exatamente em um momento em que este governo decide “minimizar” a merenda de Olímpia, considerada ao longo dos anos a melhor da região, com prêmios em níveis estadual e federal. Mas para o governo de turno isso não conta. O que conta são os míseros tostões a serem economizados dentro daquilo que precisa gastar com a alimentação dos pequeninos alunos.

O governo municipal culpa o “significante desperdício” que teria sido apurado, pela decisão de tirar a comida da boca do pobre e dos nem tanto. Não seria o caso de “trabalhar” a questão do desperdício ao invés de tirar a comida, o que nos parece um gesto por demais cruel?

O governo tenta abrandar sua decisão apontando que “a alteração atinge apenas 538 crianças da pré-escola (4 e 5 anos), dos quase seis mil alunos da rede”. Pode-se presumir que há desperdício somente nas três escolas alcançadas? Seria o caso, então, de se identificar quem são os “desperdiçadores” e chama-los à razão. Que culpa têm os aluninhos?

Diz o texto da assessoria de imprensa que “antes da adequação, as unidades escolares serviam fruta às 7h e almoço às 9h, para os alunos da manhã, e, para as crianças da tarde, almoço às 14h30 e fruta às 17h. Esse é o desperdício alegado? O que se está desperdiçando, exatamente?

Agora, com a chamada “adequação”, estas escolas estão servindo fruta às 7h e lanche às 9h30 e, à tarde, lanche às 14h50 e fruta às 17h. Pobres crianças que, doravante, vão passar a pão de leite com carne moída, frango ou salsicha e suco.

Ou seja, um “doguinho” bem ao gosto da molecada, embora pobre em conteúdo. Nos perdoem as nutricionistas que acompanharam esta “adequação”: mas em que um  pão de leite com carne moída colabora para a excelência nutricional de uma criança?

É muita pobreza. De espírito. De ideais. De propostas. De visão de futuro. Áh, uma vez por semana tem bolo com leite e achocolatado (Uau!). Isso é a vanguarda do atraso. E a culpa por isso é dos alunos. Vejam:

“Devido ao horário das refeições, que respeitam o período de aula, muitos alunos não consumiam totalmente os alimentos servidos, o que gerava grande desperdício. Por isso, fizemos a alteração para o lanche e o novo cardápio tem sido muito mais aprovado pelos alunos”, explica Maristela Meniti, secretária de Educação.

“Muito mais aprovado pelos alunos”. Claro. Qual moleque não gosta de um “dog”, que pode comer rapidinho e, como se diz, “vazar” dali e fazer outras coisas? Reza a lenda que criança tem preguiça de comer.

E onde fica a educação alimentar destas crianças? Vão aprender a comer lanche e achar que é o melhor alimento. Nestes tempos de obesidade mórbida.

Olha, este (ainda) novo governo pode ser chamado de qualquer coisa, menos, nunca, nunquinha, de moderno. Porque cheira a mofo.

PS: Aliás, faltam 15 dias para se completarem os “100 primeiros dias” e, ao que parece, o Governo Cunha vai sair deles como tragédia.

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