Dizem que o bom senso recomenda ao olimpiense não esperar muito da “mágica” operada pela Administração Municipal com o fim de provocar queda nos valores do Imposto Predial e Territorial Urbano, o indigitado IPTU.

O prefeito Fernando Cunha (PR) disse ontem que os estudos já foram concluídos e um projeto de Lei deve ser encaminhado à Câmara de Vereadores, provavelmente já na próxima sessão, segunda-feira, 26, para deliberação.

O prefeito até poderia deixar para encaminhar tal projeto mais tarde, para evitar problemas que por certo hão de surgir. Ou, pode ser que esteja preferindo encaminhar à Casa de Leis o quanto antes, exatamente para ter tempo de aparar as arestas. Mas, o projeto tem que ser aprovado este ano, para poder viger em 2018.

Cunha disse que Olímpia é a cidade com a maior arrecadação per capta da macrorregião que alcança Barretos, Colina e outras cidades de porte semelhante ou pouco maior que o nosso e que, por isso, “há margem para ajustar o IPTU”.

Ele disse que foi feita uma pesquisa de mercado no tocante aos valores dos imóveis e assim poder traze-los à realidade do município, que na frieza dos números não seria exatamente a que se propagada aos quatro ventos (observação nossa). Diz ainda Cunha estar fazendo “sacrifícios” para reduzir gastos (a Saúde que o diga) e assim ter “fôlego” para baixar o imposto.

“Os valores estão sendo revisados para baixo”, disse o prefeito, que no entanto não falou em percentuais, nem lhe foi perguntado. A redução terá que ser no valor venal, porque no tributo, propriamente dito, não se pode mexer, a não ser “para cima”.

Cunha acredita até que, reduzindo o Valor Venal e, consequentemente, o IPTU, a inadimplência, que hoje está em torno de 22% dos imóveis construídos, e em 40% dos terrenos, vai reduzir -oxalá acabar?

Por que não se deve esperar muito do que vem por aí? Porque ao que parece, os percentuais de redução não seriam tão significativos a ponto de provocar alivio no cidadão. Haveria casos em que ele não teria baixado coisa nenhuma. E outros em que teria ficado como está. Suspeita-se que até situações de correção “para cima” conteriam no estudo.

São, por enquanto, especulações sem o viés oficial. A realidade futura só será dada ao conhecimento quando o projeto chegar à Casa de Leis, ou caso o prefeito decida por uma coletiva antes disso.

Mas sempre é bom frisar que o IPTU foi a segunda maior bandeira de campanha de Cunha ano passado, garantindo, junto com a Saúde, sua eleição tranquila. Na Saúde a coisa se arrasta e o alcaide já adiantou ao público que, para ficar a contento, “vai levar tempo”. Já há muita insatisfação em torno deste tema.

No caso do IPTU, Cunha não pode errar. Porque terá somente uma oportunidade. Tem que, primeiro, ser bem aceito pelos vereadores mais conscientes e menos sabujos da Câmara olimpiense, aos quais caberão os debates, cobranças e ajustes, se for o caso, e, na imediata sequência, ao populacho, entre o qual, segundo Cunha, há aqueles que não pagam em protesto pelos valores altos.

Uma coisa está intimamente ligada à outra. A Casa de Leis sofreu forte desgaste ao longo dos últimos anos por causa do “novo IPTU” de Geninho (DEM). Vereadores não alcançaram a reeleição por isso -observem que não há nenhum deles ocupando uma cadeira. E nenhum dos que lá estão, vai querer meter a mão numa cumbuca que lhe traga eternos aborrecimentos, somente para seguir a diretriz cunhista, atender seus interesses eleitorais.

Sim, porque Cunha só está empenhado na reforma da tabela do IPTU por causa de compromisso eleitoral assumido como forte ferramenta cabaladora de votos. Jogou para a “torcida”, como se diz. Agora, uma vez em campo, com a bola nos pés, não há outra possibilidade disponível que não o gol. Se for de placa, tanto melhor.

Que Cunha não ouse chutar na trave. Na mão do goleiro. Ou para fora. A “torcida” está de olho, na expectativa, e berrando da geral.