Blog do Orlando Costa

Verba volant, scripta manent – ANO XVI

Categoria: Novo Governo Municipal (Página 2 de 5)

‘SAÚDE OPERACIONAL’ É O QUE A SAÚDE PRECISA

O setor da Saúde em Olímpia peca na base de tudo: falta de informação, de comunicação e de intersecção entre os setores. Isso não é novo para tantos quantos são useiros e vezeiros do Sistema em Olímpia, alguns já habituados à rotina do ir e vir, outros sempre se atrapalhando quando precisam dos serviços burocráticos em saúde.

Falta informação ao próprio funcionário, que muitas das vezes dá a impressão de não saber o que exatamente está fazendo ali (e aí não há crítica ao próprio, mas ao sistema como um todo). Se disse acima que isso não é novo, digo agora que a atual administração pode imprimir um foco mais incisivo sobre o tema.

A começar por modernizar o sistema de atendimento. É anacrônico, com máquinas, aliás, fora de uso há tempos. No que diz respeito à relação paciente/funcionário, há muito o que fazer. Porém, nada que cursos de especialização, palestras focadas, orientações técnicas não possam resolver.

Ainda há sempre um clima de beligerância no ar, uma expectativa que a qualquer momento, um dos lados do balcão vai explodir. O paciente, em sua razão, pois está doente ou tem alguém da família necessitando de atenção médica. O mínimo que lhe devem é atendimento educado, atencioso, carinhoso até, que carinho e caldo de galinha não fazem mal a ninguém.

O funcionário, às vezes mal chegado à função, às vezes mal preparado para tal e às vezes eivado de má vontade pura e simples, vive de entrechoques com este ou aquele, às vezes se sai bem pela conduta apropriada no atendimento. Mas, via de regra, atendimento carente de uma ou outra informação.

Por exemplo, um paciente se consulta com um profissional médico. Recebe um pedido de exame ou RX. Sai da sala sem saber exatamente o que tem que fazer em seguida. Porque o próprio médico não o informa corretamente. Apenas “passa a bola” pra frente. “Isso aqui você faz em tal lugar, isso em tal lugar”.

Aí vai o paciente a estes tais lugares e lá é informado de que, antes, precisa passar em tal outro lugar para preencher a papelada. E lá se foram uma, duas horas da manhã do trabalhador, quando não mais. Neste caso, uma orientação do tipo “passe pelo balcão tal antes de ir embora”. E lá o paciente é informado para onde deve ir ou o que deve fazer.

Ou, melhor ainda, neste mesmo balcão já se providencia o preenchimento da papelada. Quanto este simples gesto economiza em tempo e  burocracia? Nas UBS’s, por exemplo, por que já não se faz o agendamento definitivo, com data e horário para atendimento pelo médico tal? Evitando que o paciente receba ali um papel, mas tenha ainda que percorrer a “babel” burocrática?

Também ajudaria bastante o sistema de senhas com chamada via tela de led, como nos centros mais avançados em atendimento em Saúde. Seja  no “Postão” (aliás, este é um capítulo à parte), seja na UPA ou qualquer das Unidades Básicas de Saúde. Diminuiria, já de cara, a gritaria, que não se houve mais em nenhum centro.

Acreditamos ser isto o básico, mas já traria uma melhora considerável ao setor, mais conforto ao cidadão, menos desgastes físico e emocional para quem já está debilitado ou abalado emocionalmente por um ente querido.

Como já se disse antes, não dá para dizer se o sistema de atendimento em saúde propriamente dito em Olímpia melhorou ou está igual. Não dá para dizer se o sistema burocrático melhorou ou está igual. Mas dá para dizer, seguramente, que estão ruins ainda. Que há um longo caminho a ser percorrido, e que por isso deve ser começado a trilhar o mais rápido possível.

E modernizar é a chave.

E neste aspecto, comecem-se pelo básico do básico. Definitivamente, o Centro de Saúde, ou “Postão” para os íntimos, não tem a mínima condição estrutural para abrigar uma Secretaria de Saúde e seus “penduricalhos”. O prédio é sujo, mal conservado, acanhado, mal ventilado (o que o banheiro fede!, dizem), enfim, impróprio.

Claro, os asseclas cunhistas vão dizer: “Ora, por que ele não diz que estes problemas foram nossa herança?” Respondemos: pelo simples fato de que, o que passou, passou, e que se este governo quer ser o “novo”, conforme discursos de campanha, e ainda priorizar a saúde, como prometeram à farta, estas são singelas sugestões deste blog.

(Vejam que nem mexemos na questão dos médicos em si, porque esta é uma situação de “guerrilha” interna difícil de solucionar, mas espera-se algo novo aí também)

Já que não é porque é assim, que tem que ser assim. Ou: Mesmo que sempre tenha sido assim, não precisa ser assim para sempre.

Porém, dada a dificuldade aparente deste governo em caminhar para a frente, tenho a impressão que preferirão negacear o sugerido, como de alguém que não sabe o que está dizendo a respeito. Não conhece os meandros. Talvez. Mas boa vontade não faltou em colaborar.

MAIS SANTA CASA: AGORA, A CISMA COM O PS DA UNIMED

A Santa Casa de Misericórdia de Olímpia foi a bola da vez na sessão de ontem da Câmara de Vereadores. Mais exatamente, o Pronto Socorro anexo àquele hospital, que desde 2013 vem sendo explorado pela Unimed.

Com a ida do atendimento de urgência e emergência para a Unidade de Pronto Atendimento-UPA, aquele setor ficou sem uso e a solução que a diretoria encontrou foi a concessão mediante remuneração à empresa.

Agora, exatos quatro anos depois, como consequência do imbróglio havido na semana passada, os ocupantes da Casa de Leis decidiram voltar seus olhos para 0 PS 24 Horas adulto e infantil.

Não se sabe se a concessão foi feita com vantagens para o hospital, mas fato é que à época das negociações, esta mesma Câmara nada disse, não se opôs, embora considerando que o grupo ocupante daquelas cadeiras era outro, em sua maioria.

Somente um vereador veio da gestão passada, quando foi suplente e outros dois eleitos deixaram a cadeira para ocupar secretarias. De qualquer forma, um deles ainda, assumiu tempos depois. E o terceiro fez vistas grossas.

O local, informava a empresa quando da instalação, tinha capacidade para realizar mais de 1.500 atendimentos por mês exclusivamente a clientes Unimed e particulares. A instalação possui 300 m2 de área, divididos em 14 salas, e contaria com cerca de 40 profissionais especializados como médicos, enfermeiros, plantonistas, administrativo, vigilância 24 horas, entre outros, dando suporte aos mais de 20 mil clientes da região de Olímpia.

Em caso de necessidade, exames laboratoriais e raio-x também são feitos em parceria com o hospital. Se fez bem à municipalidade não se sabe. A ideia era a de que ajudasse a aliviar a UPA, tirando dela clientes da Unimed que não tinham a quem recorrer nas urgências e emergências.

Exatamente um ano antes, um balanço divulgado pelo hospital dava a ideia de que o Pronto Socorro havia atendido, em 2012, “uma Olímpia e meia”, superando a casa dos 76 mil pacientes.

Estes são os números que na UPA foram superados em muito. São muito mais que 70 mil pacientes/ano atendidos hoje pela Unidade. Com a ideia da instalação do PS de volta à Santa Casa, será pelo menos um terço deste contingente que passará a ser atendido lá. Desafogando a UPA. Mas será a solução? Este resultado será, de fato, alcançado? E o custo-benefício, compensará?

Há cinco anos atrás, em 2012, último ano em funcionamento, o PS do hospital, para sermos exatos, atendeu 5.850 pacientes por mês, 195 por dia, sendo 80% pelo SUS. Isso deu 70.200 pacientes no ano.

Turistas, por exemplo, foram 550 por mês, ou 18 por dia. Somados, chegaram a 6.600, fazendo superar “uma Olímpia e meia” em 1.800 atendimentos.

Ou seja, aquele hospital vivia uma “situação de guerra” com tantos atendimentos. E é esta mesma situação, salvo os casos endereçados à UPA, que a Santa Casa vai voltar a viver. Mas, para isso, precisa se resolver, primeiro, o problema do PS da Unimed. Daí a preocupação dos senhores edís com o tema, passados quatro anos.

Agora que o hospital virou vidraça novamente, todos naquela Casa, ao que parece, se sentem livres para apedrejar o nosocômio, já que têm, inclusive, a anuência do Chefe do Executivo.

Criticam a forma como a parceria com a Unimed foi feita, ameaçam com uma “devassa”, lembram que a atual diretoria é “obra” do ex-prefeito Geninho (o qual não conseguem esquecer), e que o prefeito de turno precisa ter alguém de sua confiança ali.

Mesmo que isso contrarie o discurso contido no insidioso texto divulgado na semana passada pela assessoria de Cunha (PR). Trecho esse que segue abaixo:

Cabe lembrar que a Santa Casa é de direito privado e de caráter filantrópico, realizando também atendimentos particulares e de convênios de saúde, cuja arrecadação deve ser administrada pela direção do hospital, sendo que a prefeitura não tem conhecimento e nem qualquer gerência nos gastos e na administração da instituição. (Grifos nossos)

O mandatário de turno precisa afinar seu discurso com a Casa de Leis. Pelo menos, que dê seus textos para que eles leiam antes de subirem à Tribuna.

QUEM GANHOU COM O EMBATE SANTA CASA-GOVERNO? PORQUE O CIDADÃO PERDEU

No final das contas, quem ganhou alguma coisa com o embate da semana passada entre prefeitura e Santa Casa de Misericórdia de Olímpia? Se vitoriosos há estes se mantêm sob o manto de suas mais mesquinhas intenções. Agora, é seguro dizer que perdedores houve. E estes são os que pagam a esta gente para que cuidem de seu bem estar, de sua saúde, enfim, de sua vida.

Ao contrário, estes foram bombardeados pela máquina do governo e seus falseamentos da realidade. Uma “queda-de-braço” desnecessária, a revelar o quanto de vaidade cabe num processo político-administrativo. E a vaidade, já dizia Machado de Assis, “é um princípio de corrupção” da alma.

E se considerarmos que vaidade é a qualidade do que é vão, vazio, firmado sobre aparência ilusória, teremos, ipsis literis, o que ocorreu em Olímpia nos últimos dias.

A novidade do sábado foi um comunicado emitido pela assessoria do prefeito Cunha (PR), dando por acabada a cizânia, uma vez que o provedor do hospital, Mário Francisco Montini, voltou atrás em sua decisão e resolveu aceitar os termos impostos pelo Executivo municipal. Diz a íntegra do texto:

“A Prefeitura da Estância Turística de Olímpia, por meio da secretaria de Saúde, informa que a provedoria da Santa Casa de Misericórdia do município encaminhou ofício, no início da tarde deste sábado (11), revogando os efeitos da contranotificação enviada à secretaria municipal de Saúde, na quinta-feira (9), bem como aceitando o valor proposto de R$ 105 mil, a título de subvenção.

Com isso, o atendimento aos usuários do SUS (Sistema Único de Saúde) que, desde ontem está sendo realizado pela Santa Casa de Barretos, foi imediatamente normalizado e, portanto, os pacientes voltaram a ser encaminhados para o hospital local. O contrato para o repasse do SUS à instituição, por meio da Prefeitura, deve ser assinado na próxima segunda-feira.”

Tão curto o texto e mesmo assim encerra uma imprecisão, aparentemente de forma proposital. Ao que consta, o atendimento SUS estava sendo feito em Barretos por determinação do próprio governo municipal, com a finalidade pura e simples de por antecipação tirar o atendimento SUS do hospital, assim desobrigando o município a fazer o repasse daquele órgão federal à entidade local.

Haja vista que a Santa Casa só atende em casos de urgência e internação. O primeiro atendimento em urgência, ou nas emergências, quem faz é a UPA. Se estavam mandando os atendimentos SUS para Barretos, então eram os casos de internação.

As urgências, difícil imaginar, porque o governo é crítico deste tipo de atendimento até mesmo pela Unidade de Pronto Atendimento, razão pela qual quer um PS na Santa Casa.

Por que então mandaria estes pacientes para Barretos? Se risco há de morte no trânsito entre UPA e Santa Casa, muito mais entre Olímpia e Barretos. Seria trocar cinco a dez minutos, por 40 a 50. Total incongruência, pois.

Por outro lado, as consequências de se manter este embate pelas partes seriam sentidas fortemente pela população. A começar pelos próprios funcionários da Santa Casa, uns perdendo o emprego, outros ficando sem receber. Outra parte, as famílias, que teriam seus doentes longe de si. E para quê? Sustentar vaidades, como já se disse.

De outra parte, é sabido que Cunha exige a renúncia da atual diretoria da Santa Casa, ou ao menos de seu provedor, numa atitude eivada de interesses políticos. No lugar de Montini, aguardem, será colocado algum apaniguado de turno (o qual poderíamos até nominar aqui, mas vamos aguardar). Sempre foi assim, mas esperava-se que esta prática tivesse fim neste novo governo. Ledo engano.

Seria interessante que a secretária de Saúde informasse ao público agora se os valores a serem repassados são suficientes para manutenção do hospital. Se a Santa casa estava se negando também a interagir com  a UPA e com a própria secretaria buscando melhoras nos atendimentos. E qual é o projeto de futuro que o governo municipal tem para a Santa Casa. Estão devendo isso à população.

No momento, mais importante que tudo é que a paz volta a reinar na cidade, claro que no âmbito público, porque os bastidores vão continuar “fervendo”, mas o prefeito, a nosso ver, continua devendo um pedido de desculpas ao seus eleitores, pelo menos, que foram abalados emocionalmente com a “performance” redatorial-terrorista -inédita por estas plagas, diga-se- de alguma mente obscura incrustada no governo, se não a mando do próprio.

DE NOVO, A SANTA CASA NO ‘OLHO DO FURACÃO’ POLÍTICO?

Não temos procuração para falar em nome da Santa Casa de Misericórdia de Olímpia, nem queremos fazer as vezes de “advogado do diabo”. Mas é o inconformismo que nos leva a elaborar este texto assim, quase no final do dia.

A irritação com a desfaçatez do governo municipal de turno é o segundo motivo. Se não, vejamos o título que deram a texto distribuído pela assessoria do prefeito Cunha (PR) à imprensa na tarde de hoje: “Prefeitura tenta ajudar Santa Casa e provedor recusa repasse com ameaça de suspensão de atendimentos e demissões”.

É muita capciosidade, para dizer o mínimo. Repetimos, nada temos a ver com a diretoria do hospital, nem relações muito próximas, eis que problemas já tivemos de sobra com ela, jornalisticamente falando.

Agora vejam também a má-fé do enunciado do texto:

“Moradores de Olímpia e região poderão ser prejudicados com a suspensão de atendimentos e demissões na Santa Casa de Misericórdia da cidade, nos próximos dias. Isso porque a provedoria do hospital alega falta de recursos, mas tem se negado a receber o valor do repasse mensal da Prefeitura da Estância Turística de Olímpia proposto para renovação do contrato.”

O governo municipal faz terrorismo junto ao cidadão, para justificar sua picuinha política frente à atual diretoria do hospital, talvez mais exatamente contra seu provedor, advogado Mário Francisco Montini.

Se o prefeito e seus asseclas têm diferenças políticas com a diretoria do hospital, que as resolva politicamente, mas no diálogo, de preferência aberto, para que toda a população saiba o que está acontecendo, ou o que pode acontecer com o seu patrimônio. Sim, porque não há como negar que a Santa Casa é patrimônio do povo que dela depende em seus momentos mais difíceis.

Com esta atitude de tentar jogar a população contra a diretoria do hospital, pratica-se o jogo do cinismo, desrespeita-se aqueles que direta ou indiretamente contribuem para que tenhamos serviços médicos condizentes com nossas necessidades.

O que não dá mais é para aturar esta mania que os políticos olimpienses têm, de usar o hospital como ferramenta de campanhas eleitorais, prometerem mundos e fundos, se comprometerem com isso e aquilo, e depois o que se vê é o hospital na mesma situação de sempre, ou seja, de mendigar uma “emendinha” aqui, outra ali, e nada se resolve de uma vez por todas.

Este que vos escreve confessa que alimentou certa esperança de que a coisa, desta vez, fosse diferente. Que, de fato, uma nova realidade fosse palpável. Que revoluções hospitalares estavam por vir. Mas, parece que repuseram na máquina a mesma película. E estamos, sinceramente, cansados de ver esse filme.

É inadmissível, também, por certo, usarem o governo passado como espelho. Olham para o retrovisor o tempo todo, estes governantes. Não devem, em hipótese alguma. Esqueçam de vez o que foi bem ou mal feito na vossa visão. Vocês prometeram ser diferentes, prometeram ao eleitor um “novo mundo possível”.

Cumpram!

E comecem pela Santa Casa. Mas comecem jogando o jogo aberto, claro, transparente. O que está se sucedendo lá? Tragam a público. Por que esta diretoria, ao que parece e aos vossos olhos, não serve? Estão atrapalhando vossos planos, vossos projetos de melhorias e reestruturação do hospital? Contem para todos nós.

Mas, por favor, poupem o cidadão já desesperançado com tantas mazelas vistas e vividas por este país afora, de suas idiossincrasias políticas, está na hora da política olimpiense amadurecer.

Um texto como esse nesta altura dos acontecimentos, quando o alcaide já caminha para o final dos seus 90 primeiros dias -a partir de quarta-feira começa a contagem regressiva dos 15 dias finais – é decepcionante. Esperava-se que viesse com uma proposta de solução para a Santa Casa, um projeto novo, que não o retrocesso do pronto-socorro, para corroborar com o discurso de campanha.

A certa altura, diz o enviesado redator: “O retorno do hospital, que chegou à secretaria de Saúde na tarde de quinta-feira (9), contrapropõe a oferta municipal, pedindo que a subvenção mensal da prefeitura deva ser de R$ 466 mil reais (sic), o que corresponde a cerca de R$ 5,6 milhões ao ano – quase 500% a mais do que foi aprovado pela gestão passada para este ano como subvenção, adicional aos repasses do SUS.”

É claro que não se pode descartar, caso o contexto seja mesmo esse, uma certa provocação da diretoria face ao Governo municipal com tamanhos valores. Mas é preciso ressaltar que não deveria causar espanto ao grupo no poder, sabedores que a situação do hospital, para ser solucionada de vez, necessita disso e muito mais.

Claro está que em sã consciência, nenhum cofre de cidade do porte de Olímpia tem a dispor tantos reais para atender um setor específico. Mas usar isso como arma de embate provoca engulhos. Provoca engulhos também o malabarismo redatorial visando “endeusar” a administração neste aspecto, e “demonizar” o hospital.

E mais: não importam os desdobramentos das próximas horas. O estado de indignação deste blog vai permanecer, até que, de fato, algo mude para o bem. Até que, de fato, se parta para a prática.

Porque, sinceramente, não dá mais para suportar outra atitude n em relação à Santa Casa, que não seja, digamos, um “mutirão” de transformações, modernizações, readequações, enfim, um projeto definitivo, para acabar com essa lenga-lenga, esse chororô de todos os dias e, acima de tudo, tirar o hospital da reta político-eleitoral.

É muito ruim vendo gente se eleger a cada pleito e a Santa Casa ali, sempre do mesmo jeito, sempre sendo a ferramenta certeira para atacar o inimigo, angariar votos com isso e, depois, fazer a mesma coisa. Isso cansa.

Tirante outras aberrações textuais, essa é de doer: “(…) Cabe lembrar que a Santa Casa é de direito privado e de caráter filantrópico, realizando também atendimentos particulares e de convênios de saúde, cuja arrecadação deve ser administrada pela direção do hospital, sendo que a prefeitura não tem conhecimento e nem qualquer gerência nos gastos e na administração da instituição.”

Não sabiam disso durante a campanha? Parece que não.

E essa vai doer mais ainda: “Salientamos que a sustentação do hospital não é de responsabilidade apenas da prefeitura de Olímpia, como é o caso da UPA – Unidade de Pronto Atendimento. A provedoria também tem a função de captar recursos por outras fontes sem causar prejuízos às demais áreas da cidade. Seria um crime de responsabilidade com a gestão do orçamento do município”, ressaltou a secretária de saúde, Lucineia dos Santos.

Crime de responsabilidade, senhores, é lançar mão deste argumento absurdo, uma vez que, sendo a Santa Casa o único hospital de que o povo dispõe, passa a ser, sim, de responsabilidade da municipalidade, sua sustentação. Não quer o modelo de gestão atual, modifica-o, municipalize-o. Porque agora é tarde para sacar do “coldre” a arma da indiferença.

Ao final, queremos lembrar, mais uma vez, que não se está aqui defendendo a diretoria ou suas propostas, ou sua não aceitação, ou que a dinheirama corra solta por lá. Defendemos, e com gáudio, nosso hospital. Por ele que nos batemos. Historicamente, até.

Assim, rogamos: basta!

 

‘DEMISSÃO’ DE ODA NÃO EXISTIU, NEM ELE ERA ‘SÓCIO’ DE ORGANIZADORES

O blog apurou agora pela manhã, que a propalada demissão do chefe de Gabinete do prefeito Cunha (PSDB), Odair José De Nadai, o Oda, não ocorreu, sequer por iniciativa do alcaide, mas tratou-se de um pedido de exoneração feito pelo próprio funcionário, que estava encontrando problemas de agenda para cuidar de sua empresa que está em início de atividades, no Distrito Industrial, e as funções no executivo.

O blog apurou, também, que Oda nada teve a ver  com  a organização dos eventos de responsabilidade do município e, muito menos, com o evento do sábado passado, 4 de março, todos no Recinto do Folclore.

O que foi noticiado ontem aqui, portanto, perde sua eficácia no tocante ao nome de Odair José De Nadai que, de fato, não integra mais o staff da administração Cunha, mas por decisão própria, não por ação do Executivo, conforme conversas mantidas com este blog.

O ex-chefe de Gabinete de Cunha disse que apenas contribuiu como intermediário entre a secretaria de Cultura, Esportes e Lazer e os interessados em trabalhar na região dos festejos, e que no caso do evento particular, apenas direcionava os interessados a quem estava organizando.

“Eu atendia os que não conseguiam agenda com a secretária, procurava dar um encaminhamento às questões, só isso”, disse De Nadai em relação aos eventos do município. “O evento de sábado era particular, e os organizadores tinham seus interesses, e claro que iam cuidar deles. Entenderam que estacionamento fora do recinto seriam prejudiciais aos seus negócios. Mas essas foram questões deles, eu nada tive a ver com isso”.

Quanto ao seu cargo na prefeitura, Odair De Nadai disse que pediu exoneração pessoalmente ao prefeito, por não estar tendo compatibilidade entre a função e suas atividades particulares na empresa que está iniciando atividades no Distrito Industrial. “Estou muito tranquilo quanto a tudo isso”, disse.

Ou seja, foi tudo uma tremenda coincidência. E ao que consta, teve alguns “ruídos” políticos nesta movimentação toda, por causa de interesses políticos envolvidos, já que havia interessados na questão que teriam atuado como cabos eleitorais de vereador nas eleições passadas.

De parte do blog, informamos que durante dois dias mantivemos contatos com a assessoria da prefeitura, em busca da confirmação ou negativa do fato. Não obtivemos nem uma coisa, nem outra. Pedimos, por fim, um número de telefone que pudéssemos falar. Também não nos foi fornecido.

As ilações aqui publicadas, tiveram como base o “imbróglio” todo da sessão da Câmara de segunda-feira, onde o assunto estava “fervendo”, e sobraram acusações. Os bastidores davam como correta esta versão, que agora é desmentida e esclarecida pelo próprio envolvido, o ex-chefe de Gabinete.

CARNAVAL E SHOW TERIAM MESMO CUSTADO A CABEÇA DE ASSESSOR?

No dia 24 de fevereiro passado este blog publicou um texto em que denunciava um detalhe acerca do carnaval que não constou dos registros oficiais em nível de assessoria de imprensa. Ou seja, o quanto o município iria gastar com a locação do palco para os shows carnavalescos e também do aniversário da cidade: R$ 15 mil.

E que o faturamento com a locação do espaço para comercialização de bebidas e alimentos no interior do “sambódromo” do Curupira, seria de R$ 2 mil. Com o detalhe de que a locação do espaço havia sido feita, pelo preço mínimo, a Eduardo Maciel Camioto, por meio da Chamada Pública nº 01/2017.

Dizia a publicação que, este contribuinte, coincidentemente ou não, é o mesmo que havia vencido a Carta Convite 02/2017, para a locação do palco que, inclusive, deveria permanecer naquele local para um show ainda maior, o da cantora sertaneja Marília Mendonça, dias depois dos festejos “amalucados” do carnaval e aniversário da cidade.

Ele teve, então, a liberdade para “mandar e desmandar” no interior do “sambódromo” do Curupira no que diz respeito aos espaços para comércio e ambulantes. Ou seja, seria a ele que os ambulantes teriam que recorrer caso quisessem arriscar se instalar no local. E, por fim, que, dependendo da demanda, poderia vir a ter um bom lucro.

Bom, o problema é o que veio depois, que acabou virando assunto para ser tratado com o próprio alcaide, pelos senhores vereadores, e depois tema de discussões na sessão da Câmara. Os vereadores foram procurados por ambulantes olimpienses que não estavam sendo autorizados a trabalhar nas cercanias e dentro do recinto, nos eventos oficiais, e tampouco no maior deles, o show da cantora neosertaneja.

O prefeito precisou dar garantias verbais aos senhores edis de que daqui para frente, tudo vai ser diferente. Acontece que o vencedor da licitação, conjuntamente com os organizadores do evento maior, não estaria permitindo que olimpienses trabalhassem sequer explorando estacionamentos ao redor do local.

Houve o caso absurdo narrado na Câmara por um vereador, de impedimento de uso de terreno próprio para estacionamento, mas permitido a estranhos faze-lo, na presença do dono da área.

O vereador Niquinha (PTdoB), disse ter sido levado ao prefeito para tratar deste e outros assuntos mas que, com relação a este, especificamente, Cunha (PSDB) teria garantido que “os ambulantes agora serão só de Olímpia”, quando da realização de eventos em logradouros públicos.

Disse mais: que em relação ao Fefol, os barraqueiros “não precisarão mais comprar bebidas do atacadista” que compra o direito de ser o fornecedor no interior do Recinto. O vereador Fernandinho (PSD) também manteve este colóquio com o prefeito, e este lhe teria garantido que a forma de trabalho nestas ocasiões “será mudada”, e que “os ambulantes de Olímpia vão poder trabalhar”.

Tamanho imbróglio iniciado lá atrás, no Carnaval, acabou por custar a cabeça de um médio escalão do governo municipal. O blog desde ontem está tentando confirmação junto à prefeitura mas não obteve resposta até agora.

Mas corre na cidade que, em função de certas questões ligadas ao que foi narrado acima, o chefe de Gabinete de Cunha, Odair José De Nadai, o Oda, teria perdido as funções do cargo esta semana. Chegaram até a ventilar que o secretário de Gabinete, Guto Zanette, teria tido o mesmo destino. Mas neste caso, não correspondia à verdade.

Interessante notar que o prefeito, em reunião de homenagem às mulheres de um dos segmentos da administração, no final da tarde de ontem, teria afirmado, logo de cara, que está “combatendo a corrupção”, assim, no presente do indicativo. As razões, em detalhes, não as expôs. Mas a impressão que dá é a de que estaria se antecipando a algo que pudesse ou possa vir por aí.

O CARNAVAL DO ABSURDO

Já comentei aqui e alhures que o carnaval de Olímpia, este ano, irá ficar na história do município como a festa da discriminação, do confinamento e da sinalização a uma certa camada social sobre qual é o seu lugar. E, também, o carnaval do absurdo.

Muita gente vai torcer o nariz para o que está dito acima, outros vão ver exagero na classificação e, quiçá uns poucos hão de concordar. Então, é para estes que escrevo, pois.

Um certo número de pessoas esteve na noite de ontem na avenida Menina-Moça, numa parte bem pequena dela (este o primeiro absurdo a ressaltar) para ver o desfile das escolas de samba. Desnecessário dizer aqui que o povo olimpiense gosta e sempre gostou muito dos desfiles carnavalescos. Sempre que ocorrem, lá está ele a postos.

Acontece que, historicamente, em nossa urbe, este mesmo povo amante de desfiles carnavalescos, foi relegado a segundo plano pelos organizadores dos festejos, sob a tutela dos mandatários de turno. Um eterno vai pra lá, vem pra cá que não leva em conta as dificuldades do cidadão em se locomover ou se estabelecer neste ou naquele local.

Nosso carnaval de rua já foi na praça, depois na Aurora Forti Neves, depois na praça, depois na Aurora e finalmente na praça, de onde foi tirado, agora, para atender a uma “experiência” absurda, surreal de se transformar o Recinto do Folclore num sambódromo, talvez o sambódromo do Curupira.

Se existiu uma ideia mais tacanha até agora em relação ao nosso carnaval de rua, esta leva o prêmio. Não bastasse isso, a organização ficou a dever, e muito, no tocante ao tratamento dispensado às escolas, no quesito estrutura.

Faltou espaço, faltou iluminação, faltou acomodação decente e, sobretudo, faltou respeito ao trabalho das escolas e ao cidadão que para lá acorreu para vê-las (PS: as “otoridades” estavam devidamente acomodadas num bem iluminado “camarote”).

O povo foi espremido como gado ao abate, numa concepção paupérrima do que seria um desfile carnavalesco numa passarela, e pintar o trecho do desfile, não mais que 200 metros, de branco, foi bizarrice pura. Um arremedo ridículo de algo que não se vislumbra.

O que se viu ontem foram as escolas passando pela (argh!, vai lá) “passarela” em cerca de 15 a 20 minutos. E vejam que o tempo não estava cronometrado, eis que a expansão da tal “passarela branca” do samba já delimitava o tempo. Não havia espaço para mais que isso. E foi esse o tempo que elas tiveram para exibir sua criatividade, cores, ritmo, música e alegria.

Com uma avenida que mede, talvez, cerca de 500 metros ou mais de extensão, de um portão a outro, usou-se cerca de um terço disso para uma escola de samba desfilar. O resto era tremenda escuridão.

Sim, o olimpiense que se aventurou a uma caminhada até o local, vindo de outras regiões que não a próxima, pela avenida, deparou-se com o breu noturno.

Escuridão essa que também foi notada no trecho dos desfiles, a ponto de uma transmissão aérea, via drone, não surtir os resultados esperados. E não foi isso que prometeram. Cobrada por nós, a secretária disse que isso não seria problema, porque fazia parte do projeto tratar a iluminação com profissionalismo. Não cumpriu.

E nestas últimas horas de carnaval viu-se nas redes sociais alguns comentários e contracomentários reduzindo a discussão a se tem público, se não tem público. Não é este o foco, embora a deficiência de foliões e espectadores já esteja bem visível a partir da noite de sábado. Pode ser que melhore, se o tempo ajudar.

Mas o ponto crucial nisso tudo é dizer aos luminares governistas que não pode ser de livre arbítrio uma mudança tão radical em um evento tão tradicional e amado pelo povo, como os desfiles de rua.

Essa decisão teria que ter sido discutida com as escolas e pessoas representativas do meio, e só acontecer mediante um consenso e certas condições indispensáveis a serem respeitadas.

Se houve diretores de escola que aceitaram de pronto a “novidade”, acreditamos ter sido por açodamento e imaginando uma outra coisa totalmente diferente da que lhes entregaram. E aqueles que discordaram, se os há, é de se esperar que pelo menos protestem contra as condições oferecidas.

Se são experientes na arte de desfilar, como de fato o são, só se fizerem vistas grossas para o fato de lhes terem prometido o paraíso, e lhes dado, quando muito, o purgatório.

OS PRIMEIROS SÃO OS OUTROS

Este pequeno detalhe não constou dos registros oficiais em nível de assessoria de imprensa, mas o blog conta aqui. O município irá gastar com a locação do palco para os shows carnavalescos e também do aniversário da cidade, no dia 3, R$ 15 mil. E com a locação de gradil, arquibancadas e fechamento metálico para os mesmos fins, R$ 34 mil.

E vai faturar, com a locação do espaço para comercialização de bebidas e alimentos no interior do “sambódromo” do Curupira, R$ 2 mil. Noves fora, R$ 47 mil sairão dos cofres públicos. Detalhe, a locação do espaço foi feita pelo preço mínimo a Eduardo Maciel Camioto, por meio da Chamada Pública nº 01/2017.

Este contribuinte, coincidentemente ou não, é o mesmo que venceu a Carta Convite 02/2017, para a locação do palco que, inclusive, deverá permanecer naquele local para um show ainda maior, o da cantora sertaneja Marília Mendonça, dias depois dos festejos “amalucados” do carnaval e aniversário da cidade.

Ele terá liberdade para “mandar e desmandar” no interior do “sambódromo” do Curupira no que diz respeito aos espaços para comércio. Ou seja, é a ele que os ambulantes terão que recorrer caso queiram arriscar se instalar no local. Dependendo da demanda, poderá vir a ter um bom lucro.

O que resta a perguntar é: o presidente da Comissão Permanente de Licitação, Frederico Camioto Júnior, responsável pelo julgamento e homologação do vencedor, tem algum grau de parentesco com o vencedor das duas licitações? Se tiver, alguma lei impede que seja homologado vencedor? Ou não há nada que proíba esta relação?

A título de informação, a empresa em questão iniciou atividades em 22 de agosto de 2013 e tem como objeto a prestação de serviços de organização de feiras, congressos, exposições e festas -promotor de eventos, com capital inicial de R$ 1 mil. Tem sede na Rua Caetano Gotardi, 346, Vila Gameiro, em Olímpia.

No tocante à Carta-Convite nº 01/2017, tendo como objeto a contratação de empresa especializada na locação de arquibancada, gradil e fechamento metálico para a realização do Carnaval 2017, a empresa vencedora foi a Bandeira Eventos e Participações Eireli – ME, como já dissemos pelo valor global de R$ 34 mil.

A empresa é olimpiense e iniciou atividades em 25 de janeiro de 2007, com o objeto de Produção de espetáculos de rodeios, vaquejadas e similares; Atividades paisagísticas; Demolição de edifícios e outras estruturas; Preparação de canteiro e limpeza de terreno; Obras de fundações, além de “outras atividades”. Tem Capital inicial de R$ 200 mil e está localizada na Rua Coronel José Medeiros, 660, centro.

SEMPRE OS ÚLTIMOS,
NUNCA OS PRIMEIROS
Os funcionários públicos municipais de Olímpia, que estão na expectativa sobre o que fará o prefeito de Olímpia quanto à data-base da categoria, que é janeiro, vão ter que esperar um pouco mais. O assunto reajuste salarial só será tratado pelo Executivo a partir de abril. Mas não é certeza que ele virá, nem se caso vier, de qual será o percentual.

O Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Olímpia-SSPMO já tem pronta a pauta de reivindicações a serem feitas ao prefeito Cunha (PR). Entre reposição da inflação e aumento real, a entidade está pleiteando 9,24% de reajuste. Além disso, consta da pauta aumento em 30% do Auxílio Alimentação, que passaria dos R$ 115,44 para R$ 150.

No entanto, não há uma agenda prevista para a discussão do assunto com a diretoria do Sindicato pelo menos até final de março. O presidente da entidade, Jesus Buzzo, disse que o máximo que conseguiu até agora junto ao Governo Municipal foi a promessa de que o tema será discutido a partir de abril.

“Eles disseram que querem esperar para ver qual vai ser a arrecadação destes três primeiros meses”, disse Buzzo.

O presidente disse também que houve a promessa de que, independentemente do mês e data do reajuste, se houver, ele será retroativo a janeiro, a data-base da categoria. Já fazia pelo menos um mês que Buzzo buscava um contato com a Administração. Ele diz que agora tudo vai depender do que a Diretoria do Sindicato vai decidir, após reunião que iria manter com ela ontem à noite.

“Ela vai decidir se vai para assembleia ou não esta posição do governo”, adianta.

Outro compromisso assumido, segundo Buzzo, foi o de que, quando iniciarem as tratativas, representantes do Governo irão à assembleia ou reuniões prestar informações sobre como a situação financeira do município estará naquele momento, e explicar a razão da decisão que tomarem.

“Mas eles não vão poder chegar com qualquer número, querendo ‘passar mel na boca’ do Sindicato e dos funcionários”, avisa Buzzo. “Tem que ter um parâmetro. Porque, a exemplo do governo passado, dizem que não têm e depois precisam fazer complementação para gastar o dinheiro do Orçamento”, observou.

E não é sempre assim? Funcionários públicos nunca são prioridade. Os governos vêm e vão e a categoria é sempre relegada a segundo plano. Reclamam da falta de recursos. Reclamam da queda na arrecadação disso ou daquilo. Mas gastam nisso ou naquilo, valores que às vezes espantam pela desnecessidade.

Compram quinquilharias, “perfumarias”, sustentam muitas vezes estruturas perfeitamente dispensáveis. No final, juram que vão “enxugar”. Mas enxugam gelo, porque nos amigos batem à porta. E a caneta fica nervosa. O quadro incha.

E a culpa é dos que efetivamente dão o sangue anos a fio ao erário e suas ramificações. Fazer o quê?

GOVERNO MUNICIPAL ‘COMEU MOSCA’ (OU: quando os fatos atropelam a política)

O governo Municipal de Olímpia, como se diz no popular, “comeu mosca” esta semana. Como pode passar despercebida a doação de áreas no município suficientes para abarcar mais de 400 imóveis? Como que por aqui não se sabia do feito?

É certo que trata-se do resultado de um trabalho de longa data, com mais ênfase no governo passado, mas a desinformação e a falta de “link” com a alta esfera de governo depõe contra Fernando Cunha e sua assessoria de “notáveis”.

Principalmente para um governo que é aferrado ao marketing, que conta com uma estrutura publicitária pelo menos bem remunerada e que abastece os veículos “amigos” de mensagens custosas com vistas a “lustrar” a imagem de grande empreendedor do prefeito Cunha, foi uma derrapada e tanto.

A informação veio em primeira mão no site Diário de Olímpia, do colega Leonardo Concon. Nela, diz que 418 famílias de baixa renda da Estância Turística de Olímpia serão beneficiadas com a doação de dois imóveis destinados ao projeto de regularização fundiária na cidade, para famílias que já moram, há muitos anos, em áreas da União, sem escrituração de posse.

Concon foi buscar a noticia em publicação, na segunda-feira passada, 20, no Diário Oficial da União-DOU, da Portaria nº 12, da Secretaria do Patrimônio da União (SPU), do Ministério do Planejamento, Desenvolvimento e Gestão.

Até então, ninguém sabia de nada por aqui?

Entendem os caros leitores quando cobramos deste governo agilidade, dinamismo e garra? Nestes últimos dias vê-se uma luta insana e inglória em busca de visibilidade, a ponto de dar dimensão gigantesca a coisas, situações e fatos corriqueiros, e quando surge uma oportunidade verdadeira de pelo menos sacudir uma boa parte do eleitorado, cadê os luminares do governo?

Em tempo, a doação será formalizada pela Superintendência do Estado de São Paulo (SPU/SP) à prefeitura de Olímpia, que ficará responsável pela área até a transferência gratuita do domínio pleno às famílias.

De acordo com a portaria, publicada nesta terça, 21, a prefeitura de Olímpia terá um prazo de seis meses, a contar da assinatura do contrato de doação, para transferir o domínio pleno dos imóveis aos moradores.

O que se espera é que o prazo e a incumbência sejam cumpridos, que não se esqueça do assunto com o passar dos dias. Vai que… né?

Para ser beneficiado, o morador não poderá ser proprietário de outro imóvel urbano ou rural e a renda familiar mensal não pode ultrapassar o valor de cinco salários mínimos (R$ 4.685,00). Durante cinco anos, a contar da assinatura do título de propriedade, o beneficiário não poderá vender o imóvel. Caso isso ocorra, perderá o direito à área doada, diz o texto de Concon com base na Portaria.

Ainda dá para recuperar terreno em torno do assunto. Mas, para isso, a “inteligência” encastelada no Governo Municipal precisará ser bem criativa, já que dinâmica mostrou que não é.

E quando este blog faz comparações, uns e outros torcem o nariz. Mas, é sempre bom repetir: o parâmetro é Geninho Zuliani, ex-prefeito por dois mandatos. Há que ter fôlego este novo governo. Olímpia não merece sucumbir ao marasmo que se prenuncia.

PRESIDENTE DIZ QUE UEUO, ‘PATRIMÔNIO HISTÓRICO’, NÃO VAI ACABAR

Eduardo Costa vê motivação política na decisão do prefeito Cunha: ‘Se a chapa apoiada por ele vencesse as eleições, teríamos essa mesma postura do executivo?’, pergunta.

 

O presidente da União dos Estudantes Universitários de Olímpia-UEUO, Eduardo Luís Alves da Costa, que assumiu o cargo em 1º de janeiro, disse que a entidade representativa dos universitários olimpienses, que ele considera um “patrimônio histórico”, não irá acabar. Ele confirma que o baque será muito forte, mas garante que a UEUO continuará ativa.

“Tenho dito que essa administração passa, a história de luta e conquista da UEUO permanecerá viva”.

Para Costa, a decisão de Cunha teria sido eminentemente política, motivada talvez pela derrota de uma chapa concorrente nas eleições do final do ano passado, que perdeu, mesmo apoiada pelo executivo. Segue, abaixo, entrevista com o mandatário da entidade.

Quais implicações esta medida acarretará para a entidade?
Eduardo Costa: A seleção e distribuição das bolsas auxílio estudante sem dúvidas era a principal atividade da UEUO, porém não é a única, a entidade ao longo de sua história desenvolveu inúmeras atividades que contribuíram e contribuem com a sociedade olimpiense. Por meio da UEUO, associações foram criadas, campanhas solidárias realizadas, a própria conquista da bolsa auxílio estudante, que hoje auxilia centenas de estudantes universitários, nos mostram o real valor da entidade, acredito que a bolsa estudante faz parte da entidade, mas não é a entidade em si, sem dúvida, as doações e a participação ativa dos universitários na entidade fortaleciam a mesma e era o principal meio de arrecadação para subsidiar seus gastos, que agora, dependerá de novas ações que ainda serão debatidas pela nossa diretoria.

No tocante à taxa recebida, qual foi o montante, e como será tratada esta questão?
EC: É preciso esclarecer, que a taxa de inscrição é para o universitário se associar a UEUO, os R$ 30 pagos no ato da associação, será utilizado para subsidiar as carteirinhas estudantis e despesas da entidade. Até a presente data, tivemos a inscrição de 361 associados.

Como a entidade pretende se manter?
EC: A princípio, iremos desenvolver atividades envolvendo os universitários e a sociedade olimpiense, que reconhecem a importância da entidade na história de Olímpia, essas ações ainda serão debatidas pela nossa diretoria.

Ou ela deixará de existir?
EC: A UEUO não deixará de existir em minha gestão, e no que depender da minha contribuição, nunca deixará de existir, são mais de 54 anos de história em nosso município, chego a comparar a entidade como um “patrimônio histórico” da nossa cidade.

Qual sua opinião enquanto presidente sobre esta medida do prefeito?
EC: Tenho dito que a forma como foi conduzida toda essa situação por parte do prefeito é arbitrária, em nenhum momento a entidade foi questionada ou ouvida sobre o assunto, a UEUO é a entidade legítima que representa os universitários em Olímpia, o mínimo que se espera sobre uma mudança dessa magnitude é o diálogo, o que parece ser um ponto defeituoso dessa administração, tendo em vista que até a presente data, nenhum de nossos ofícios foram respondidos pela prefeitura. Analisando o projeto original elaborado pelo prefeito, fica de perceber que o mesmo parece ter sido feito às pressas, pois contem vários pontos que foram deixados de fora, alguns deles corrigidos por sugestões dos vereadores Hélio Lisse e Fernandinho, que se transformaram em emendas apresentadas pelo líder do prefeito, há também possíveis erros graves, que podem necessitar de alteração futura da lei, se isso acontecer, ficará caracterizado que a lei foi feita às pressas, sendo necessário “remendar” a lei depois de aprovada, isso é lamentável.

Existiria algum motivo específico para que ele viesse a tomar esta decisão?
EC: Um ponto que nos remete a dúvida e nos causa muita estranheza, é o fato de que durante a eleição da UEUO que nos elegeu como presidente, a chapa UP, concorrente à nossa, dizia que “temos, a princípio, o apoio do nosso novo prefeito”, dando a entender que o prefeito teria simpatia por uma das chapas, diante disso fica a pergunta: será que se a chapa UP, que dizia ter o apoio do atual prefeito tivesse sido eleita teríamos essa mesma postura do executivo? Outro ponto curioso é que até o momento, não ouvi do prefeito nem dos vereadores que votaram no projeto, o porquê de tirarem da UEUO a função de seleção e distribuição da bolsa auxílio estudante, considerando que a entidade vem desenvolvendo suas atividades de forma correta e transparente.

Quais são suas considerações gerais a respeito?
EC: Quem teve vida social ativa em Olímpia, quem viveu na cidade nestes últimos 54 anos, sabe da importância que a UEUO tem na sociedade olimpiense, é uma entidade que assim como qualquer outra teve suas dificuldades. Mas, também teve inúmeros trabalhos e conquistas. Vamos dar sequência às atividades, continuaremos lutando e defendendo os interesses dos universitários. A nosso ver, a administração do Sr. Fernando Cunha já entrou para a história, pena que de forma negativa, ficará sempre registrada na história da UEUO como a administração que contribuiu para o retrocesso de uma entidade histórica, retirando a função de gerenciamento das bolsas. Tenho dito que essa administração passa, a história de luta e conquista da UEUO permanecerá viva.

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