A Santa Casa de Misericórdia de Olímpia divulgou no final do mês passado, seu balanço anual de 2021, no qual aponta um déficit do exercício da ordem de R$ 2.300.059, montante 25% acima daquele registrado em 2020, que foi de R$ 1.839.626, que por sua vez ficara mais de 7,5 vezes acima do déficit de 2019, que foi de R$ 243.648. Agora, a comparação entre 2021 e 2019 eleva a distância do déficit para quase 10 vezes mais.

A entidade divulgou simultaneamente os balanços do ano passado e de 2020, de forma a possibilitar comparações, e saber, por exemplo, que as receitas brutas de serviços em 2021 foram de R$ 8.506.070, enquanto as de 2020 foram de R$ 8.137,119, diferença de R$ 368.951 a maior no ano passado.

Estas receitas são formadas com recursos oriundos de pacientes SUS, de convênios e particulares. As duas maiores são de pacientes SUS, que no ano passado ficaram em R$ 3.525.293 e convênios, que resultaram em 2021 num total de R$ 4.455.835, e em receitas de pacientes particulares, alcançando R$ 524,942.

Ao final, deduzidas as glosas de convênios, respectivamente R$ 232.111 e R$ 123.480, as receitas liquidas dos dois anos passados ficam em R$ 8.273.959 e R$ 8.013.638. Diferença de 3.2% a mais de receita em 2021.

Porém, quando analisados os custos dos serviços prestados, os valores sobem vertiginosamente. Por exemplo, em 2021, eles foram de R$ 38.814,525, e em 2020, de R$ 27.745,438.

No final, 2021 teve déficit operacional bruto de R$ 30.540,566, enquanto em 2020, este foi de R$ 19.731,799. Lembrando que falando de 2020, já estamos falando do ano em que a pandemia chegou em Olímpia para ficar.

Como é praxe em sua história, o que supriu o caixa da entidade ao longo dos dois anos passados, foram as subvenções Estadual, Municipal e Federal, destaque para os dois últimos níveis, que despenderam em 2021, respectivamente, R$ 6.902,649 e R$ 15.025,380, contra R$ 7.077,727 e R$ 7.065,634 em 2020.

Interessante notar que os donativos de populares, entidades e afins, nos dois anos balançados superaram os repasses do Estado para o hospital. Enquanto a sociedade contribuiu com R$ R$ 2.520,393 em 2021 e com R$ 1.263,472 em 2020, o Estado repassou, nesta mesma ordem, R$ 1.133,421 e R$ 699,255.

Assim, a Santa Casa de Misericórdia de Olímpia recebeu no total, misturando donativos e repasses estaduais, em 2020, R$ 16.106.088 e em 2021, R$ 25.781,841.

É plausível que consideremos estes valores à luz da pandemia de coronavírus, que atolou o hospital em gastos, mas temos que reconhecer, também, que os repasses municipais e federais neste período também cresceram vertiginosamente, conforme viram acima.

Agora, com a situação pandêmica se arrefecendo e o hospital praticamente sem internação pela doença, vem a fase da reestruturação financeira, vem a rotina comum a todos os dias.

Mas que uma luz amarela se acende quando há uma progressão deficitária igual a que estamos observando agora, se acende. É melhor ficarmos atentos.

Não nos esqueçamos de que a provedoria anterior caiu por muito menos. Aliás, caiu num momento em que o hospital não apresentava déficit de caixa, muito pelo contrário…