Pode até ser que o nobre alcaide tenha mudado sua percepção acerca do servidor público, se não não estaria “inchando” ainda mais o quadro com aqueles que para si são “lambões”

É certo que são funcionários concursados estes novos chegados à Administração Pública. São cerca de 50 olimpienses, de nível médio, que já foram chamados e vão prestar serviços na burocracia da prefeitura, como escriturários, ou nas escolas, como monitores e/ou inspetores de alunos.

Esta contratação do prefeito Fernando Cunha (sem partido), salvo melhor juízo, deverá custar aos cofres públicos até o fim do mandato, perto ou deve superar a casa de um milhão de reais, contando os quatro meses que faltam para terminar este ano, e os 12 meses do próximo ano.

Lembrando que deste montante não fazem parte o 13º salário e outros encargos. E é bom frisar, também, que são cargos de baixa remuneração, de baixas referências na tabela, razão pela qual o montante poderia até se considerar razoavelmente pequeno diante do número de contratados.

Tais funcionários foram aprovados no Concurso Público nº 01/2019. Já há pelo menos umas quatro semanas seguidas que o Diário Oficial Eletrônico traz uma lista de chamada de concursados.

No dia da “reunião de integração” havida na Secretaria de Educação (evento sem precedentes nos governos municipais e, espera-se, desinteressado eleitoralmente), estiveram presentes 19 escriturários, 13 monitores de creches e 11 inspetores de alunos.

Dentre os 43 servidores, oito escriturários foram designados para a Secretaria de Administração, quatro escriturários para a Secretaria de Finanças e os demais 31 servidores para a Secretaria de Educação.

Porém, conforme publicações feitas no Diário Oficial Eletrônico semana passada e esta semana, além do grupo que participou da “reunião de integração”, foram chamados depois mais cerca de 18 novos funcionários, 12 dos quais com portarias assinadas pelo prefeito interino Fábio Martinez, nas férias de Fernando Cunha, e seis portarias foram assinadas pelo próprio Cunha.

O que se espera, é que não seja uma medida de desespero do alcaide, com vistas às eleições do ano que vem, haja vista que vagas para comissionados estariam todas preenchidas, e a contratação junto às terceirizadas tenha que ser levada com o máximo de cuidado.

De qualquer forma, para quem reclamou o tempo todo da categoria dos municipais, e até chegou a dizer que a prefeitura tinha funcionários demais e eram, em sua maioria, “lambões”, conforme afirmou em comentário feito em junho do ano passado, ele se mostra muito “bonzinho”.

Para rememorar: “Pro meu gosto eles (servidores) não trabalham bem, é mal planejado, serviços mal feitos, obras sujas. Eles aprenderam a fazer assim e eu não gosto. Vou mudar isso. Não aceito, também, que essas coisas, como se diz na linguagem popular, ‘lambão’ para fazer os serviços”, e por aí vai.

Pode até ser que o nobre alcaide tenha mudado sua percepção acerca do serviço público, se não não estaria “inchando” ainda mais o quadro daqueles que para si são meros “lambões”.