Fernando Cunha (sem partido) e o deputado federal Geninho Zuliani (DEM) são mesmo irreconciliáveis? Há quem já esteja duvidando disso, embora aqueles mais próximos dizem testemunhar situação de mal estar quando da proximidade de um ou de outro. São estes mesmos próximos que, via de regra, queixam-se, ao mesmo tempo, do silêncio do deputado onipresente.

Embora tenha na cidade um grupo ativo, consta terem sido poucas as oportunidades de encontro para conversas e discussões acerca do futuro político-eleitoral na Estância Turística de Olímpia.

Quantos não gostariam, neste entorno, de já estarem sabendo qual o nome da preferência de Geninho e já estarem trabalhando por ele? Ou de saberem que a intenção do político-mor é a de dar apoio ao alcaide, para assim desencanarem de vez ou praticarem espécie de “ato de contrição”?

“Contrição” esta que também teria que ser feita, no caso da união das partes, por ambos os políticos, já que haverá muito do que se arrependerem antes de qualquer possibilidade de uniformização, equilíbrio do pensar e querer.

No entanto, o mistério persiste, enquanto as inquietudes aumentam no tocante a uma possível “equalização” política com o até então considerado maior desafeto político do deputado, o prefeito Cunha.

Neste final de semana de correrias com inaugurações e assinaturas de convênios vários e anúncio de outros futuros, o deputado esteve ao lado de Cunha a maior parte do tempo, muitos apostando que tratou-se apenas de atitude cortês, outro tanto vendo as cenas como atitude de aproximação.

No meio do burburinho, emergiu uma entrevista concedida pelo deputado a um dos representantes do Movimento Brasil Livre-MBL, núcleo de Olímpia, Reginaldo Gazetta, que não deixou de fazer a pergunta que não quer calar: “Sobre as eleições do próximo ano, o senhor já tem alguma coisa definida, ou ainda é uma coisa a se pensar?”.

O deputado, sem pestanejar, mas de forma bastante concisa, respondeu: “Nos últimos 20 anos de vida pública, sempre tive lado, sempre tive um candidato, mas eu quero anunciar isso em janeiro”.

Tal declaração pode ser considerada “um balde de água fria” nos pré-candidatos a prefeito que buscam ser “ungidos” por ele, já que ainda restam seis meses até lá?

Ou seria a melhor estratégia e até uma oportunidade para aquele pré-candidato que ainda não encontrou seu espaço, decolar, ao mesmo tempo que torna-se um problema para aquele que eventualmente já esteja “voando, manter-se nas alturas? Esse é o problema de cada um.

Esperava-se, por ora, que o deputado se manifestasse de público sobre o que pensa para o futuro eleitoral da Estância. Bom, ele falou. Meio vagamente, mas falou.

E na medida em que os afagos do “outro lado” vão aumentando, como se viu na noite desta segunda-feira, 5, na Câmara de Vereadores, aumenta ainda mais a apreensão do lado genista.

Porém, seu grupo, dizem, esperam que as coisas mudem a partir dos próximos dias. Já após o Fefol, talvez, quando a movimentação serenar na cidade. Mais encontros, mais conversas, mais diretrizes, um mero aceno do legislador federal, é o que anseiam seus pares.

A ver.