Pode parecer um tanto tardio o assunto, mas sempre que se fala em Daemo Ambiental, não há nada fora do tempo. Principalmente em se tratando do rumoroso caso envolvendo o órgão de abastecimento de água e coleta de esgoto, e a Santa Casa de Misericórdia de Olímpia. Que resultou na exoneração do então superintendente Otávio Lamana Sarti.

E até mesmo para corrigir uma meia-verdade que consta teria sido praticada pela própria assessoria do prefeito Cunha (PR), que teria afirmado, em nota, àquele semanário que mia, que a exoneração de Lamana Sarti “foi a pedido do mesmo devido a motivos pessoais”. Semanário, aliás, que não deu um mínimo espaço que seja, ao exonerado.

A entrevista que o ex-superintendente concedeu ao Diário de Olímpia, dias atrás, foi extremamente elucidativa, primeiro por contradizer a nota oficial, segundo por revelar que o mandatário de turno não tinha conhecimento do que se passava, e terceiro por expor ao público que a decisão por sua exoneração não teve iniciativa de Lamana Sarti. Foi decisão de Cunha.

Pessoas próximas ao poder, inclusive, confidenciaram ao escriba que o caso Santa Casa teria sido a “gota d’água” na relação de Cunha com Lamana, que já estaria “por aqui” com ele faria tempo. O que nos leva a concluir que toda aquela indignação do alcaide foi teatro?

Lamana foi bastante didático na entrevista concedida a Leonardo Concon. Entrevista esta que não teve a repercussão sempre observada no semanário que mia. Silêncio.

E quanto a Cunha ter dado um “chega pra lá” em seu superintendente que seria um “gestor”, e ele, Cunha, “administrador”, por conta da ação, não procede, porque não era uma ação de protesto e, sim, de cobrança, haveria ainda várias formas de negociação, e caso fossem alguns bens a leilão, isso “estaria muito distante”, conforme frisou Lamana Sarti.

“O prefeito se enganou ou não foi bem informado. Não houve protesto, foi ação de cobrança”, explicou o exonerado, justificando que não havia como perdoar a dívida, a não ser por força de alguma lei, como a agora aprovada na Câmara, na segunda-feira, 23. “Não se pode ir contra decisão judicial”, acrescentou Lamana.

“A provedora também não entendeu bem o que está se passando. Acho que ela deveria se inteirar melhor dos fatos, não pode cometer deslizes desta natureza”, emendou.

E, para fechar, se não bastassem todas as evidências em contrário, a certeza de que Cunha exonerou Lamana por que queria mesmo exonerá-lo, e esta foi a oportunidade de ouro, está no fato de que a ação em questão é de 2014. Não foi obra do superintendente exonerado. Ele, apenas, como disse, cumpria a lei. Mas, inusitadamente, foi punido por isso.