Não há definição melhor para o dia que se inicia neste 2017 que a frase de Júlio César, já que teria sido dita em momento de firme decisão, a qual não poderia dar errada de maneira nenhuma.

Assim, a sorte está lançada para aqueles que tomaram posse na tarde-noite de ontem (noite, porque, marcada para às 17h30, a cerimônia só teve início às 18h07).

Após “escaldantes” duas horas de espera e cerimônia (o ar condicionado não funcionou, enquanto o já ex-presidente Salata se gabava de ter devolvido sobra do duodécimo ao Executivo), restou um manto de esperança atirado sobre tantos quantos ali estavam, em última análise, representando a população olimpiense.

Pela segunda vez nos últimos 20 anos, um presidente de Câmara é eleito por unanimidade, embora mal disfarçadamente, um ou outro tenha “engolido o choro”. Aliás, todos os integrantes da Mesa diretora foram eleitos por unanimidade.

Até a eleição de Beto Puttini (PTB) por unanimidade, na gestão 2013-2014, as demais eram sempre divididas entre favoráveis e contrários. A Mesa anterior, por exemplo, com Salata na presidência, foi eleita por seis votos a quatro.

No mais, a cerimônia foi tranquila, bastante concorrida e com pequenas doses de emoção. Nenhum discurso contundente, nenhum sinal claro de possíveis dissidências futuras. O prefeito Cunha até viu um “desapego político” naquilo que os vereadores falaram.

. Um detalhe que chamou a atenção de alguns presentes foi o prefeito Cunha estar lendo a letra do Hino a Olímpia quando foi executado no sistema de som da casa. Mas, nada há de absurdo nisso. “Pelo menos ele mostrou interesse em cantar o Hino”, acudiu um correligionário. No quem tem razão. Porque, tirando uns gatos pingados, ninguém canta.

. Na cerimônia de transmissão do cargo, no Gabinete Municipal, o ex-prefeito Geninho anunciou que esta semana mesmo vai para São Paulo, trabalhar na Secretaria de Habitação, com seu mentor político Rodrigo Garcia. Sua esposa, Ana Cláudia, fica por uns tempos mais na cidade, mas deve também se mudar para a capital. Trata-se da primeira decisão do ex-alcaide no entorno de sua candidatura a deputado estadual, em 2018.

. Esqueceram de mim? O prefeito Cunha, ao agradecer sua equipe de transição, na mesma cerimônia de transmissão do cargo, se esqueceu do advogado Edilson César De Nadai, que estava ao seu lado. Lembrou-se de Guto Zanette, Odair José De Nadai e Bruno Guzzo. Mas, a figura mais presente nas reuniões que fazia era a de Edilson, ex-secretário de Assuntos Jurídicos de Geninho, agora secretário de Gestão e Planejamento.

. No seu discurso no Gabinete, Cunha ressaltou que “a vida mansa acabou”. Mas, ironicamente, seu primeiro ato de ofício enquanto prefeito foi decretar ponto facultativo até o meio dia deste 2 de janeiro de 2017.

. Cunha não deixou dúvidas a quantos tantos a tinham, de que a última palavra sempre será a dele. “Eu trabalho delegando poderes. Confio nas pessoas, mas costumo ter comando, a rédea”, disse.

. E para aqueles que insistem no discurso de “terra arrasada” deixada por Geninho ao seu sucessor, ele próprio, o sucessor, desfaz a falácia: “A casa está arrumada, tem saldo em banco, então não vamos precisar ficar fechando portas, fugindo de credores”, disse Cunha em meio ao discurso, provocando risos nos presentes.

. Cunha disse ainda que pretende, “em quatro anos”, deixar a prefeitura de cabeça erguida, como o prefeito Geninho o fazia naquele instante. Ainda tramita no Senado a proposta do fim da reeleição. Tudo indica que deve mesmo vingar. Assim, fica mais curto o tempo das articulações e para “brotarem” nomes em meio à seara política local.

. No mais, a Mesa da Câmara está assim constituída: presidente, Gustavo Pimenta (PSDB); vice-presidente, Selim Jamil Murad (PTB); 1º secretário, José Elias Morais (PR) e 2º secretário, Hélio Lisse Júnior (PSD).