‘Não sei se o prefeito tem medo do Salata, mas não
consegui entender até agora a preferência dele’

O vereador derrotado à presidência da Câmara na eleição de segunda-feira passada, 8, Marco Antônio Parolim de Carvalho, o Marcão Coca, do PPS, disse logo após terminada a sessão de votação que o prefeito Geninho tinha a “obrigação moral” de apoiá-lo, devido a acontecimentos do passado na Câmara de Vereadores.

Ele acusou Geninho (DEM), Salata (PP) e Guto Zanette (PSB) de terem feito uma “manobra” na qual o grande prejudicado foi o suplente Paulo Poleselli de Souza (PR), tirado bruscamente do cargo.

“O resultado já era esperado. Desde sexta-feira sabíamos que não íamos alcançar os seis votos. Lutamos até os 47 do segundo tempo, tinha a oportunidade de conseguir os votos, mas a manobra política foi maior e saímos derrotados da disputa. Mas, cabeça erguida, e talvez ano que vem seja bem melhor para mim”, disse Coca.

Circulou nos bastidores da Câmara, antes das votações, a informação de que Coca era candidato eleito até na quinta-feira da semana passada, “mas sabia que estava correndo alguma coisa, porque não tínhamos a preferência do prefeito”, observou. “O prefeito achava que não tinha obrigação de me colocar como seu preferido, pelo que eu fiz lá atrás, mas eu acho que moralmente ele deveria ter feito isso”, cobrou.

“Era algo que eu faria como agradecimento”, reforçou. Marcão Coca lembrou a eleição para a Mesa em 2004, quando o atual prefeito foi candidato a presidente contra a vontade do prefeito então reeleito, Luiz Fernando Carneiro (PMDB).

Eram nove vereadores, um a menos que agora, e para boicotar a candidatura Geninho, Carneiro mandou que sua bancada – composta pelos vereadores Antônio Delomodarme, Dirceu Bertoco, João Magalhães e José Elias de Morais -, votasse em Coca. Sobraram para Geninho os votos dele mesmo, de Francisco Roque Ruiz, de Beto Puttini, e de Valter Joaquim Bitencourt.

Portanto, quando Marcão Coca foi votar, era o penúltimo voto e a disputa estava em quatro a três, restando depois o voto de Bitencourt, o último a votar pela ordem alfabética. Se Coca votasse nele mesmo, o resultado passaria a ser de cinco a três, pulando depois para cinco a quatro com o voto de Bitencourt em Geninho. Assim, seria eleito presidente.

“A presidência estava no meu colo, mas eu havia me comprometido a votar no Geninho. E não sou pessoa de desfazer o que falo. E naquele dia, quatro a quatro, eu era o quinto voto. Como tinha dado a palavra, votei no Geninho para ser presidente naquele biênio (2005-2006)”, lembrou.

Para o vereador, a sua derrota foi resultado de “uma manobra”, perpetrada entre Guto Zanette, Salata e Geninho, da qual o único prejudicado, na sua opinião, foi o suplente Paulo Poleselli de Souza, que teve que deixar a Câmara sem comunicado prévio. “Acho que esse foi o ponto ruim desta eleição. O Paulo já tinha assumido o compromisso de votar no Salata, não tinha perigo nenhum”, criticou.

“Com a saída dele, do jeito que foi feito, ele foi o grande prejudicado. Foi o grande desmoralizado. Não pensaram na família, não pensaram na sua profissão, na sua carreira política, na sua religião. Por isso acho que foi o grande prejudicado. Mas, ele vai voltar e dará a volta por cima”, aposta. Poleselli disse que uma decisão só será tomada em janeiro.

“Cada um tem a sua preferência, e para ele (prefeito), no momento, foi o Salata. Não sei se Salata tinha feito alguma coisa para ele. Mas quando se faz manobra para prejudicar alguém, eu prefiro dar uma recuada. Por isso que não retirei a minha candidatura. Pensei que já havia saído prejudicada uma pessoa, e decidi então continuar até o final.”

Sobre as razões da preferência de Geninho por Salata, disse que não conseguiu entender. “Talvez o prefeito teve medo do Salata voltar-se contra ele”, opinou.

Até.